segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Sem ataque

Grande humorista gaúcho, nos primórdios do século passado, e riograndino como eu, radicado no Rio de Janeiro, Aparício Torelly, o "Barão de Itararé", dizia que de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. A lembrança da tirada do célebre humorista me ocorre devido à produção ofensiva do time do Grêmio. Hoje, o Grêmio empatou em 0 x 0 com o Juventude, na Arena, pelo Campeonato Gaúcho, e não jogou mal. No segundo tempo, o Grêmio, praticamente, "alugou" o campo do Juventude. Porém, não havia quem fizesse os gols. Pedro Rocha não repetiu suas atuações anteriores, foi apenas esforçado. Everaldo, que começou o jogo, e Lucas Coelho, que entrou durante a partida, não possuem condições de vestir a camisa do Grêmio. Negociar dois goleadores como Barcos e Marcelo Moreno de uma só vez, ficando só com garotos no grupo, era algo que, evidentemente, teria consequências duras para o Grêmio, pois o time ficou sem ataque. A atuação do Grêmio contra o Juventude talvez tenha sido a melhor do ano, até agora, mas a absoluta incapacidade do time de transformar as oportunidades criadas em gols, leva qualquer torcedor à exasperação. Se ganhasse o jogo de hoje, o Grêmio iria, pelos critérios, para o quarto lugar no Gauchão. Com o empate, ficou num constrangedor oitavo lugar, última posição da zona de classificação. Suas únicas vitórias na competição foram contra os três clubes que estão na zona de rebaixamento. Para piorar, domingo tem Gre-Nal, no Beira-Rio. Mesmo que o Inter anuncie que irá jogar com um time misto, não há nenhuma razão para otimismo por parte do Grêmio. As entrevistas do técnico Felipão e do gerente de futebol remunerado Rui Costa, após o jogo de hoje, deixaram claro que nem dentro do próprio Grêmio há esperança de melhores dias a curto prazo. O fim do sofrimento do torcedor gremista é uma perspectiva cada vez mais longínqua.