sábado, 30 de abril de 2011

A qualidade que faz a diferença

A vitória do Santos por 2 x 0 sobre o São Paulo, na tarde de hoje, que classificou o vencedor para a decisão do Campeonato Paulista, provou, pela enésima vez, que, no futebol, acima de qualquer outro fator, o que decide é o talento, a qualidade. Os gols que deram a vitória ao Santos nasceram de ações de seus jogadores mais destacados. No primeiro, Paulo Henrique Ganso cruzou para a cabeçada de Elano. No segundo, Neymar criou toda a jogada e passou para Paulo Henrique Ganso chutar e marcar o gol. O futebol cansa de ensinar, mas muitos não aprendem, que bom preparo físico, aplicação tática, marcação forte, empenho, são todos fatores importantes num jogo, mas só a qualidade faz, mesmo, a diferença. Neymar e Paulo Henrique Ganso são temperamentais, "marrentos", enfim, atraem críticas por algumas atitudes que tomam. Porém, são os dois maiores jogadores em atividade no Brasil. Ajudados por coadjuvantes de luxo como Elano, por exemplo, que, embora não seja craque é muito bom jogador, os dois garotos fazem do Santos um candidato permanente ao título de qualquer competição. Se é verdade que o São Paulo estava desfalcado de quatro importantes titulares, Rodolfo, Rodrigo Souto, Lucas e Fernandinho, isso não diminui a vitória do Santos que, provavelmente, teria acontecido ainda que o adversário jogasse completo. Nem  mesmo o fato de jogar em casa ajudou o tricolor paulista. Por outro lado, a fórmula de disputa do Campeonato Paulista apenas confirma o que qualquer pessoa de bom senso já sabia, isto é, só com pontos corridos em turno e returno pode-se ter uma competição justa. Afinal, o São Paulo foi o primeiro colocado da fase classificatória, composta de 19 rodadas, e, num jogo único pelas semifinais, foi eliminado da competição. Pois é, e ainda há quem goste de campeonatos com formulismo!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O casamento de William e Kate

O assunto mais referido pela imprensa nas últimas semanas foi o casamento do príncipe William, da Grã-Bretanha, com a plebéia Kate Middleton, hoje realizado. Em que pese tão maciça cobertura dos meios de comunicação, a impressão que se tem é de que o enlace real de 2011 não alcançou o mesmo impacto junto à opinião pública que o casamento do pai de William, o príncipe Charles, com Diana Spencer, em 1981. Há algumas razões para isso. Em primeiro lugar, Charles era, e ainda é, herdeiro direto do trono de sua mãe, a rainha Elizabeth II, enquanto William é o segundo na linha de sucessão. Afora isso, Diana, com seu ar frágil e o verdor dos seus 19 anos, idade que tinha quando se casou, despertava muito mais fascínio que a madura e decidida Kate, de 29 anos. Por último, a instituição da monarquia, a cada dia que passa, torna-se mais anacrônica em tempos pós-modernos como os atuais. As opiniões em relação ao "acontecimento do ano", na imprensa, variaram do mais absoluto deslumbramento até a mais raivosa contrariedade. Não partilho de qualquer das duas posturas. Não fico deslumbrado com a pompa e circunstância dos casamentos reais que, na verdade, resultam em algo um tanto cafona, ou "kitsch" como preferem alguns. Por outro lado, também não vejo razão para manifestações tão furiosas contra as bodas da realeza britânica. Elas custam muito caro, é verdade, mas se, ainda hoje, tantos se deixam envolver pelo fato, é porque, por mais fora de contexto que possam parecer, tais cerimônias ajudam as pessoas a escapar, ainda que por algumas horas, da realidade sem graça do dia-a-dia, mergulhando numa atmosfera de fantasia. O ser humano, como se sabe, precisa do pão para viver, mas não prescinde do circo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Classificação encaminhada

O jogo entre Peñarol e Inter no estádio Centenário, em Montevidéu, não apresentou nenhuma surpresa. Foi tudo dentro do esperado. O Peñarol comprovou ser um time muito fraco que teria, como únicos trunfos, sua tradicional garra, o fator campo e o apoio maciço da sua torcida. O clube uruguaio teve tudo isso, mas a modéstia do seu futebol é tanta que não foi suficiente para que obtivesse a vitória. Chegou a estar ganhando o jogo, mas cedeu o empate para o Inter, que sequer precisou jogar bem. O empate em 1 x 1 deixa o Inter na confortável situação de poder empatar em 0 x 0 o segundo jogo, no Beira-Rio e, ainda assim, se classificar para a próxima fase da Libertadores. Tudo indica, no entanto que o Inter se classificará com extrema facilidade e, talvez, até com uma goleada, dada a fragilidade técnica do seu adversário. Por enquanto, a Libertadores ainda não impôs grandes desafios para o clube gaúcho.

Desfecho previsível

A rescisão de contrato do Grêmio com o jogador Carlos Alberto era algo por demais previsível. O Grêmio acerta ao tomar tal decisão, mas errou antes, ao contratar o jogador. Só mesmo os que acreditam na sorte desafiando a lógica poderiam imaginar que um jogador com um histórico tão problemático pudesse ter um bom desempenho no Grêmio. Pesaram para a vinda de Carlos Alberto, certamente, o fato de ser bom jogador tecnicamente, de sua contratação ter sido praticamente sem custos, e pelo fato do técnico Renato ter garantido que "comigo ele joga". Ora, todos sabem que Carlos Alberto é bom jogador, mas isso não impediu que sua carreira degringolasse. O fato do baixo custo é respondido pela sabedoria popular que diz que "o barato sai caro". Renato é bom técnico, sabe relacionar-se com os jogadores, mas não passa de excessiva confiança na própria capacidade imaginar que pudesse recuperar uma cabeça torta como a de Carlos Alberto. O Grêmio já poderia ter tomado a atitude de dispensar o jogador há mais tempo. Antes tarde do que nunca. A dispensa de Carlos Alberto talvez seja o indício de que o Grêmio vai começar a encarar seus problemas de frente, sem varrê-los para debaixo do tapete.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Messi

Se alguém ainda tinha dúvida, ela foi inteiramente dissipada. Messi é, disparadamente o melhor jogador de futebol do mundo. Mais do que isso, já se inscreve como um dos maiores jogadores da história do futebol. Na atual edição da Liga dos Campeões da Europa, tem 11 gols em 11 jogos, uma marca notável, dado o alto nível da competição. Embora ainda não tenha mostrado o mesmo brilhantosmo jogando pela Argentina, Messi já começa a indicar que poderá superar Maradona como o maior jogador daquele país. Se é verdade que Maradona brilhou intensamente com a camisa da Argentina, o que Messi ainda não fez, por outro lado, o jovem craque faz misérias jogando pelo Barcelona, clube onde o ex-jogador também atuou, mas com uma passagem bem menos espetacular. Em termos de clubes, Maradona teve seu melhor momento no Nápoli, uma força média do futebol italiano. Já Messi se destaca pelo Barcelona, um dos maiores clubes do mundo. O segundo gol de Messi na vitória de 2 x 0 do Barcelona sobre o Real Madrid nessa quarta-feira, no estádio Santiago Bernabeu, é o que se costuma chamar de "gol de placa". Simplesmente notável. A continuar com esse desempenho, sendo ainda tão jovem, Messi poderá chegar a um nível só inferior ao de Pelé, cuja condição de melhor jogador de todos os tempos é insuperável.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Desastre

Não há outra palavra para definir o que houve na noite de terça-feira, no estádio Olímpico. A derrota do Grêmio por 2 x 1 para a Universidad Católica, do Chile, foi um desastre. O Grêmio não conseguiu se impor em campo, foi surpreendido por um adversário bem organizado, de toque de bola envolvente e com alguns bons jogadores, como Cañete e Pratto, por exemplo. Depois de sofrer o primeiro gol, o Grêmio ainda teve contra si a expulsão de Borges, o que limitou suas possibilidades dentro do jogo. O golaço de Douglas trouxe alguma esperança, logo desmanchada pelo segundo gol da Universidad Católica, em mais uma jogada de bola aérea, que tem sido o ponto fraco do Grêmio nas últimas partidas. Numa perspectiva realista, o Grêmio está virtualmente eliminado da Taça Libertadores da América. A reversão dessa tendência só seria possível caso a "imortalidade" gremista se fizesse presente mais uma vez. Com um time esfacelado pelas lesões e sem nenhum centroavante para escalar no segundo jogo, o Grêmio só pode mesmo contar com alguma força mágica para mudar essa situação. Como se não bastasse, no domingo, terá um Gre-Nal decisivo, na casa do adversário. Para dar a volta por cima, Renato vai precisar, mais do que em qualquer outra ocasião, da sua propalada estrela. O prenúncio é de que tempos muitos difíceis aguardam o Grêmio. Só resta, mesmo, confiar na "imortalidade".

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Os novos donos do futebol

Esporte das multidões, capaz de despertar as mais arrebatadoras paixões, o futebol teve, por muito tempo, os clubes e seus torcedores como seus principais fatores de sustentação. Infelizmente, não é mais assim. Com o tempo, o futebol transformou-se num grande negócio, sujeito aos mais diferentes interesses. Dessa forma, os clubes não possuem mais nenhuma autonomia. Submetem-se aos interesses de confederações, federações e detentores de direitos de transmissão de competições, que olham apenas para as suas próprias conveniências. A questão que envolve as datas dos próximos jogos de Grêmio e Inter é exemplar nesse aspecto. O Grêmio tem jogos marcados pela Taça Libertadores da América nas duas próximas terças-feiras. Com isso, se jogar o Gre-Nal marcado para domingo pelo Campeonato Gaúcho, terá de atuar apenas dois dias depois pela Libertadores, praticamente saindo do campo para entrar no avião. Um rematado absurdo! Tão ou mais absurda é a posição da imprensa sobre tão escabrosa situação, que varia da idéia de que nada há a se fazer ou até a sugestão de que o Grêmio, por já estar garantido numa possível decisão do Gauchão, jogue o Gre-Nal com um time reserva, praticamente abdicando da oportunidade de conquistar o título já no domingo. Se alguém tem de ceder nessa hora é a Federação Gaúcha de Futebol, culpada de toda essa confusão por elaborar um campeonato demasiadamente longo, que colide desnecessariamente com competições mais importantes. Forçar o cumprimento das tabelas originais levando em conta apenas os interesses da televisão é um achincalhe ao futebol! O Grêmio tem o dever, em seu nome e dos interesses maiores do futebol de não se submeter a uma situação tão aviltante. O clube não pode ser punido por ter êxito dentro de campo. A entidade chamada de "mater", ou seja, mãe, do futebol gaúcho, é que tem de parar de agir como madrasta de um de seus filiados mais ilustres.

domingo, 24 de abril de 2011

Um festival de jogos decisivos

A vitória do Inter sobre o Juventude por 2 x 1, no estádio Alfredo Jaconi, na tarde de domingo, estabelece, a partir de agora, uma sequência de jogos decisivos para a dupla Gre-Nal, em duas competições paralelas, Gauchão e Libertadores. Caso o Inter tivesse perdido, estaria eliminado do Campeonato Gaúcho, e poderia se dedicar apenas à competição continental. Porém, o Inter venceu e, dessa semana em diante, estará envolvido, assim como o Grêmio numa sucessão de partidas decisivas que irão testar ao limite as qualidades técnicas, táticas, físicas e psicológicas de seus jogadores. O Inter chega com força nesse momento, pois ganhou do Juventude depois de ficar com um jogador a menos em campo, numa prova de capacidade de reação, ainda mais significativa por ter sido na casa do adversário. O Grêmio vem tendo um desempenho inconstante, mas só ele pode ser campeão gaúcho, aliás bicampeão, já no próximo domingo. O Grêmio, afora os altos e baixos em campo, não para de sofrer com lesões. No jogo contra o Cruzeiro, dois titulares absolutos, Vítor e Lúcio, sofreram contusões que os deixarão fora do time por vários jogos. Um prejuízo imenso, justamente na hora em que o clube tem tantas partidas de vida ou morte pela frente. Antes de pensar no Gre-Nal de domingo, Grêmio e Inter terão dois grandes desafios. Na terça-feira, no Olímpico, o Grêmio terá de tentar não apenas vencer, mas fazer um placar mais amplo contra o Universidad Católica, do Chile, para que possa encarar com mais tranquilidade o segundo jogo, em Santiago. Na quinta-feira, no estádio Centenário, em Montevidéu, contra o Peñarol, o Inter buscará obter um resultado que lhe permita encaminhar a classificação no segundo jogo, que será em casa, sem maiores dificuldades. Logo após os jogos pela Libertadores,os dois clubes terão de se preparar para um Gre-Nal que pode determinar, até mesmo, a definição do campeão gaúcho, caso o Grêmio seja o vencedor. Como se vê, nessa e nas próximas semanas, a vida da dupla Gre-Nal e de seus torcedores será carregada de adrenalina. Haja coração!

sábado, 23 de abril de 2011

Grêmio classificado

O Grêmio está classificado para a decisão da Taça Farroupilha, o segundo turno do Campeonato Gaúcho. Com isso, o clube está a um jogo de ser bicampeão gaúcho, pois foi o ganhador da Taça Piratini, o primeiro turno da competição. Não foi fácil para o Grêmio, no entanto, obter a vitória contra o Cruzeiro. Por duas vezes, o Grêmio viu o adversário buscar o empate e foi preciso muito esforço para evitar que a decisão fosse para a loteria da cobrança de tiros livres da marca do pênalti. A vitória de 3 x 2 coroou um jogo muito bom e disputado, que reafirmou as qualidades demonstradas pelo Cruzeiro ao longo do Gauchão. O fato negativo foi a confirmação da inconveniência de se realizar o jogo num gramado sintético, pois, já próximo do final da partida, o jogador Lúcio, do Grêmio, sofreu uma lesão que, quase certamente, o deixará de fora do jogo de terça-feira, no Olímpico, contra o Universidad Católica do Chile, pela Taça Libertadores da América. Era algo previsível, mas que não sensibilizou o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, para quem o sucesso do Grêmio na Libertadores, ao que parece, não é algo importante. Apesar de tudo, o Grêmio segue em frente e poderá por fim ao exageradamente longo Campeonato Gaúcho já no dia 1º de maio, evitando, assim, uma mais prolongada superposição com a Libertadores.

Temporal

O temporal que atingiu Porto Alegre e outros municípios do Rio Grande do Sul no final da tarde da Sexta-Feira Santa foi mais uma demonstração de que todo o engenho humano pode muito pouco diante das forças da natureza. O grande volume de chuva alagou ruas, inundou casas, causou mortes. Essas, é claro, foram as piores consequências. Afora isso, a chuvarada causou uma série de contratempos. Milhares de residências ficaram sem luz por várias horas e, outras tantas, até sem água. Durante horas, as pessoas viram-se privadas de assistir televisão, utilizar o computador, tomar um banho quente. No caso desse escriba, a conexão com a Internet ficou interrompida por mais de 24 horas! Não há tecnologia, por mais desenvolvida que seja, que possa fazer frente a inclemência das manifestações da natureza. Se há um lado bom em tudo isso, é que, a cada episódio semelhante, o ser humano recebe uma indicação da sua fragilidade, podendo frear, ao menos em parte, seus ímpetos de arrogância.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Estereótipos

Uma das coisas que melhor demonstra a estreiteza mental de indivíduos ou grupos é a formulação de estereótipos. Utilizando como argumento a localização geográfica, origem étnica, usos e costumes, criam-se rótulos sobre as características e o comportamento de determinadas sociedades. Dentro dessa linha de raciocínio, no futebol, os gaúchos sempre exaltaram seu estilo, guerreiro, viril, de fortes divididas, contrapondo-o ao que entendem seja o praticado pelos cariocas, isto é, frouxo, de pouca marcação, repleto de firulas. Trata-se, é claro, de uma simplificação, em muito motivada pelo arraigado hábito gaúcho de exaltar suas qualidades e menosprezar as dos outros. Os argentinos, por sua vez, são tão chegados à gabolice quanto os gaúchos que, não por acaso, lhes devotam grande simpatia. Pois ao vencer o Argentinos Juniors por 4 x 2, na casa do adversário, e obter uma classificação improvável para a próxima fase da Taça Libertadores da América, o Fluminense pôs por terra todos esses conceitos. Não intimidou-se com o ambiente e buscou a vitória incessantemente, sem esmorecer mesmo nas duas vezes em que cedeu o empate. Após ficar novamente em vantagem, buscou obstinadamente a marcação de mais um gol, o que lhe traria a tão almejada classificação. Foi o Fluminense, um clube carioca, que soube ser bravo e raçudo na busca do seu objetivo. Ao Argentinos Juniors sobrou o triste papel de, derrotado em campo, partir para a violência depois de encerrado o jogo. Certos mitos não resistem ao confronto com a realidade. Os argentinos, assim como os gaúchos, não são mais valentes que os outros. Apenas propagandeiam com mais ênfase suas pretendidas virtudes. Coragem e determinação não são exclusividade de determinados povos ou regiões.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A possibilidade do Gre-Nal do Milênio

Com o término da primeira fase da Taça Libertadores da América, uma perspectiva começa a mexer com os nervos dos torcedores de Grêmio e Inter. Trata-se da possibilidade de que os dois clubes venham  a se enfrentar, em dois jogos eliminatórios, pelas quartas de final da competição. Para isso, basta que eliminem seus adversários pelas oitavas de final, fase na qual o Grêmio jogará contra a Universidad Católica, do Chile, e o Inter enfrentará o Peñarol, do Uruguai. Caso essa possibilidade se concretize, estaremos diante do "Gre-Nal do Milênio", a exemplo do que aconteceu com as duas partidas pelas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1988, que receberam o título de "Gre-Nal do Século". Seriam, sem dúvida, os mais importantes jogos já ocorridos entre os dois clubes. Pela importância das partidas, o aparato de segurança terá de ser o maior já utilizado na história do clássico e, provavelmente, cada jogo receberia, no estádio, apenas a presença da torcida do clube mandante. O clube que viesse a vencer o confronto ganharia um impulso extraordinário não só para o restante de 2011, mas para muitos anos. Em contrapartida, quem perdesse a disputa, por certo, mergulharia numa crise de longa duração. Porém, para que tudo isso se torne realidade, é preciso que Grêmio e Inter eliminem seus adversários das oitavas de final. Com o futebol que ambos vem jogando, recomenda-se não contar o que, ainda, é uma hipótese como sendo um fato consumado.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Vitória morna e arbitragem amiga

O Inter venceu o Emelec, como já se esperava. A vitória por 2 x 0, no entanto, esteve longe de ser convincente. Durante o primeiro tempo, que terminou empatado em 0 x 0, ouviram-se vaias do torcedor ao mau desempenho do time. Sem dúvida, é um fato que chama a atenção, já que Falcão estava apenas em seu segundo jogo como técnico do Inter e mereceria maior paciência do torcedor para com o seu trabalho. O gol que abriu caminho para a vitória, marcado por Rafael Sóbis, foi um frangaço do goleiro Klimovicz, do Emelec. O segundo gol só foi possível graças à arbitragem complacente de Oscar Ruiz. O autor do gol, Leandro Damião, deveria ter sido expulso muito tempo antes de marcá-lo. pois já tinha recebido um cartão amarelo quando cometeu uma falta violenta por trás num adversário. A mesma situação ocorreu com o lateral direito Nei, que também foi poupado da expulsão por parte do árbitro. Contra um adversário aplicado, mas tecnicamente fraco e inoperante no ataque, o Inter foi burocrático e sem inspiração, mas fez o suficiente para ganhar. O prejuízo que o Inter poderia ter, a perda, por expulsão, de dois titulares para o primeiro jogo pela oitavas de final da Libertadores, acabou não ocorrendo devido à arbitragem omissa de Oscar Ruiz. Enfim, o futebol jogado foi pobre, mas o Inter fez a lição de casa e acabou a primeira fase da competição como campeão de seu grupo, o qual, é preciso lembrar, era o mais fraco de todos no aspecto técnico. A partir de agora, com o início das fases eliminatórias da Libertadores, é que o Inter será devidamente testado em relação ao seu potencial. Pelo que se viu até agora, recomenda-se conter maiores entusiasmos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Paternidade tardia

Os avanços constantes da ciência modificaram significativamente a vida humana. Devido a eles, a expectativa média de vida vem aumentando, em todo o mundo, já que a medicina proporciona a cura ou o controle de várias doenças que antes eram incapacitantes ou fatais. A tecnologia evolui a passos largos em todos os campos de atividade humana. Coisas antes impensáveis tornam-se realidade em função dos progressos científicos. Um desses notáveis recursos da modernidade é a fertilização "in vitro", que permite a geração de filhos por casais com problemas de fertlidade ou mulheres em idade avançada. Tudo isso é muito bom, é a prova de que o engenho humano pode superar limitações impostas pela natureza, mas é preciso olhar certas situações com alguma reserva. Tal é o caso que envolve um casal brasileiro que aguarda o nascimento de filhos gêmeos. Ele, de nome Ítalo, tem 87 anos. Ela, que se chama Janete, tem 51 anos. Estão juntos há 23 anos. Ítalo já é bisavô. Janete será mãe pela primeira vez. Ela diz que sempre desejou ser mãe, mas foi adiando a gravidez e, quando se deu conta, o tempo já havia passado. Foi, então, que resolveu partir para a fertilização em laboratório. O procedimento foi bem sucedido e, portanto, essa parece ser uma história de final feliz. Porém, é quase inevitável que, diante do fato, a maioria das pessoas se questione sobre a conveniência de gerar filhos nessa altura da vida. Ítalo, que já tem até bisnetos, terá muito pouco tempo para usufruir a convivência de seus novos filhos. Janete, em pouco tempo, estará na condição de criar os filhos sozinha e, quando eles forem ainda muito jovens, já será uma mulher idosa. O casal e os médicos que realizaram o procedimento estão, certamente, muito satisfeitos com o êxito alcançado. Será, no entanto, que os gêmeos que estão por nascer terão essa mesma apreciação do fato, no futuro? Como se dará seu desenvolvimento, sua preparação para a vida, seu amadurecimento emocional, diante de uma situação tão singular? Ter filhos não é apenas cumprir um projeto pessoal. Envolve um enorme compromisso com sua criação, amparo, proteção. Nesse aspecto, os futuros filhos de Ítalo e Janete já saíram perdendo.

domingo, 17 de abril de 2011

Preocupação aumentada

Se a intenção do Grêmiio era usar o jogo contra o Ypiranga de Erechim para apagar a má imagem deixada pela goleada sofrida para o Oriente Petrolero por 3 x 0, deu tudo errado. O Grêmio saiu na frente do placar com um golaço de Douglas, ainda no primeiro tempo, mas cedeu o empate no segundo tempo, em mais um frango de Victor.  Foram muitas chances de gol criadas pelo Grêmio, mas o Ypiranga também teve várias. Os defeitos demonstrados contra o Oriente Petrolero se repetiram. Rafael Marques, Rodolfo, Fábio Rochemback e Adílson jogaram, novamente, muito mal, e Borges voltou a perder gols feitos. Por não ter ganho o jogo nos 90 minutos e se classificado apenas na cobrança de tiros livres da marca do pênalti, o Grêmio poderá ter de enfrentar o Inter no Beira-Rio, numa eventual decisão do segundo turno do Gauchão entre os dois clubes. Se tivesse ganho o jogo no tempo normal, essa hipótese estaria afastada. Até mesmo o apoio da torcida a Renato, que antes parecia incondicional, já sofre abalos, pois o técnico foi chamado de burro, ao substituir Leandro por Lins. As más atuações do Grêmio se sucedem e fazem antever um futuro ainda mais preocupante.

sábado, 16 de abril de 2011

Democracia desafiada

Mesmo já tendo se passado 26 anos desde a redemocratização, prossegue o embate entre os que querem passar a limpo a espúria ditadura militar, que dominou o país por 21 anos, e os que desejam o permanente silêncio sobre as atrocidades cometidas naquele período. Setores militares, em especial da Aeronáutica, manifestaram  a intenção de que a novela "Amor e Revolução", do SBT, que estreou há menos de um mês, seja retirada do ar. Tudo porque a novela se propõe, ainda que entremeando realidade e ficção, a contar a história daquele período tão triste da vida do país. Há cenas, inclusive, que mostram personagens sendo torturados, o que todos sabem que acontecia, mas os defensores do regime de exceção insistem em negar. Esse movimento retrógrado e autoritário não pode prosperar. O Brasil restituiu a democracia e isso inclui a plena liberdade de expressão. Manifestações como essa são uma maneira que os adeptos do conservadorismo e do atraso encontram de testar o compromisso do país com os valores democráticos. Trata-se de um movimento totalmente absurdo, que deveria resultar em admoestação pública e punição disciplinar de seus propagadores. O Brasil precisa, isso sim, de caminhar na direção contrária, abrindo todos os arquivos da ditadura e punindo exemplarmente os que dela participaram. Só quando as forças do autoritarismo forem definitivamente neutralizadas e seus desmandos devidamente cobrados, é que o Brasil terá uma democracia consolidada. Por enquanto, a democracia brasileira ainda é uma planta frágil, que sofre os efeitos da intempérie. Fortalecê-la só será possível enfrentando os artífices da ditadura e fazendo-os pagar por seus crimes.

Vitória no primeiro jogo

O novo técnico do Inter, Falcão, obteve uma vitória em seu primeiro jogo, como era esperado, já que a partida era no Beira-Rio contra o modesto Santa Cruz, do interior do Estado. O resultado no entanto, foi apertado, apenas 1 x 0, o Santa Cruz teve o zagueiro Rodrigo Rizzo expulso aos 22 minutos do primeiro tempo e, no segundo tempo, um pênalti não marcado sobre o atacante Juari. O mais importante foi alcançado pelo Inter, ou seja, a vitória e a consequente classificação para as semifinais do segundo turno do Campeonato Gaúcho. Como o próprio Falcão já tinha dito, não há como fazer grandes mudanças em apenas quatro dias de trabalho. Uma evolução no futebol do time só poderá ser sentida com o passar do tempo. O Inter fez, como se diz no linguajar do futebol, o dever de casa. Por enquanto, é o suficiente.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Semelhanças e diferenças

Com a contratação de Falcão para técnico do Inter, a imprensa logou tratou de estabelecer comparações e determinar diferenças entre ele e Renato, que desempenha a mesma função no Grêmio. A semelhança mais óbvia é que ambos são os maiores ídolos da história de seus clubes. As diferenças são muitas, a começar pela postura e temperamento. Renato é do tipo expansivo, gosta de alardear suas conquistas amorosas, aprecia um estilo de vida trepidante, de frequentar praias e baladas. Falcão cultiva a discrição, mantendo sua vida privada longe dos holofotes da imprensa. Como jogadores, Renato foi campeão da América e do Mundo pelo Grêmio, enquanto Falcão não ganhou competições internacionais pelo Inter, Roma e Seleção Brasileira. Falcão teve uma trajetória brilhante jogando pelo Roma. Renato teve uma passagem pálida pelo mesmo clube. No entanto, essas duas figuras tão diferentes partilham outra grande semelhança, além da condição de ídolos dos clubes onde trabalham atualmente. Ambos não admitem a idéia de trabalhar no maior rival de seus clubes. Renato sempre deixou claro, ainda nos tempos de jogador, que não aceitaria ir para o Inter. Falcão acaba de revelar que recebeu uma proposta para treinar o Grêmio, anos atrás, mas que não aceitou, pois o tricolor gaúcho não é a sua "praia". Renato e Falcão são profissionais, muito bem pagos por sinal, e não são ingênuos nem demagogos. Se adotam tal postura é por que sabem que inscreveram de tal forma seus nomes na história de um e de outro clube que se tornaria incompreensível vê-los trabalhando no lado contrário. Por terem exata noção do que representam para Grêmio e Inter, não arriscam arranhar sua imagem junto ao torcedor em troca de um salário, por mais alto que ele seja. Sua condição de ídolos se robustece ainda mais com esse procedimento. Afinal, para o torcedor, é extremamente gratificante saber que, numa época de um  mercantilismo tão exacerbado no futebol, ainda exista quem revele apego ao clube que o revelou e pelo qual atingiu o sucesso e a fama

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fiasco histórico

Foi uma noite de terror para a torcida do Grêmio. O torcedor que lutou contra o sono, já que o jogo começou às 22h45min pelo horário brasileiro, terminando já na madrugada, deve, depois da partida, ter sido acometido pela insônia. A atuação do Grêmio foi calamitosa. Num jogo em que, se ganhasse, teria ficado em primeiro lugar no seu grupo, devido ao empate inesperado do Atlético Júnior de Barranquilla com o León de Huánaco, o Grêmio foi goleado por um time misto do Oriente Petrolero, da Bolívia. Os erros já começaram antes do jogo, na escalação. Em vez de escalar Vinícius Pacheco para substituir Douglas, que não jogou por estar gripado, o técnico do Grêmio, Renato, improvisou Gabriel no meio de campo, colocando Mário Fernandes na lateral direita. Com exceção de Escudero, que mostrou muita aplicação, todo o time do Grêmio jogou mal. Rafael Marques e Rodolfo foram péssimos, assim como o badalado Fábio Rochemback. Adílson, como já é de costume, atrapalhou-se com a bola e errou passes. Borges, mais uma vez, se submeteu à marcação e, ainda por cima, perdeu um gol feito. Mesmo jogando com três volantes, o sistema defensivo do Grêmio assemelhou-se a uma peneira. Ficou mais do que provado, se é que alguém ainda não tinha percebido, que o Grêmio não consegue jogar sem Douglas. Trata-se do mais fundamental dos jogadores do Grêmio, o que dita o ritmo do time e o organiza dentro de campo. Como Carlos Alberto, seu substituto natural, estava afastado do jogo, Vinícius Pacheco seria a opção mais indicada, mas Renato não pensou assim e inventou Gabriel no meio de campo. Ser goleado por um adversário do modesto futebol boliviano, que já estava eliminado e jogou com um time misto é algo que humilha o torcedor. Com exceção da vitória sobre o Junior de Barranquilla, no Olímpico, o Grêmio não tem jogado bem tanto no Gauchão quanto na Libertadores. Os sinais de que algo precisa ser feito, já foram dados. Ao contrário da sua decantada garra histórica, o Grêmio tem se mostrado, em 2011, um time indolente e que aceita o resultado adverso com passividade. As más atuações tem se acumulado. A colocação do Grêmio no segundo turno do Gauchão e no seu grupo da Libertadores não são condizentes com a grandeza do clube. A fase em que tudo dava certo ficou para trás, em 2010. Agora é reagir e mudar, ou, então, o sofrimento da torcida do Grêmio se arrastará pelo resto do ano.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A China e os direitos humanos

A China, que durante décadas viveu sob um regime de esquerda totalmente autoritário e fechado, é hoje o grande fenômeno da economia mundial. Seus governantes abriram a economia do país dentro dos moldes capitalistas, porém, no que tange à liberdade de expressão e o respeito aos direitos humanos, não houve avanços. A economia chinesa apresenta índices de crescimento espetaculares, a cada ano, mas isso é obtido às custas de um regime de trabalho semiescravo e de uma competição desleal com os demais países. Como na China os salários são baixíssimos e a carga horária de trabalho é massacrante, o país fabrica produtos em larga escala e a um custo irrisório, o que gera um preço final muito inferior ao de qualquer concorrente. Dessa forma, muitos empregos são suprimidos em outros países pela impossibilidade de suas empresas de concorrerem com os baixos preços dos produtos chineses. Para se ter uma idéia do que ocorre na China no aspecto trabalhista, um bom exemplo é o que acontece com a Foxconn, a maior fabricante de componentes eletrônicos do mundo. Conforme revelou o escritor canadense Don Tapscott, em entrevista para a edição dessa semana da revista "Veja", a Foxconn emprega 900 000 pessoas na China, mas é descrita como uma prisão de segurança mínima. Grande parte de seus trabalhadores mora na própria fábrica. A taxa de suícidio entre seus empregados é alarmante, a ponto da empresa ter colocado redes em torno do prédio para impedir que os trabalhadores se matem jogando-se da janela. Trata-se, como disse Tapscott, de um regime de produção militar. Esse é um dos tantos exemplos de atropelos contra os direitos humanos praticados pela China, um país que não reconhece o direito à liberdade de expressão e que censura conteúdos da Internet. O fato deplorável é que, levados pelo interesse de realizar acordos econômicos ou diplomáticos com a China, países defensores da democracia façam vistas grossas ao que acontece naquele país. O Brasil é um deles. Interessado em obter o apoio da China à sua pretensão de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o Brasil emitiu, durante a visita que a presidente Dilma Roussef realiza àquele país, um comunicado conjunto em que a referência aos direitos humanos é genérica e lacônica. Perguntada sobre o tema, Dilma declarou que todos os países, inclusive o Brasil, tem problemas de direitos humanos. Para quem sentiu, na própria pele, os abusos de um regime ditatorial, é uma postura lamentável. Não é admissível que o quadro existente na China se estenda por tempo indeterminado. Enquanto persistirem tais situações, todo e qualquer discurso proferido no mundo em defesa dos direitos humanos será um mero exercício de retórica.

terça-feira, 12 de abril de 2011

"Liberdade" x Igualdade

Está sendo realizado em Porto Alegre, em sua 24ª edição, o Fórum da Liberdade. Promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais, o evento em questão apresenta uma visão de sociedade totalmente atrelada ao liberalismo econômico, ou seja, a "liberdade" presente em seu nome é a de "empreender". Os promotores do tal fórum, satanizam o Estado, visto, por eles, como a fonte de todos os males da sociedade. Os arautos da tal "liberdade" defendem intransigentemente o direito de propriedade, a livre iniciativa e o Estado mínimo. Em sua concepção, os governos só atrapalham e o mercado tudo pode resolver. O segredo da prosperidade de um país, no seu entender, está no incentivo ao empreendedorismo. São contra impostos altos e a burocracia estatal. Enfim, sonham com um Estado que conceda todas as atividades com potencial lucrativo para a iniciativa privada, que se desfaça de todas as empresas estatais, que abandone a idéia de programas sociais, que "flexibilize" os direitos trabalhistas, tornando mais fácil as demissões. Recusam a idéia de responsabilidade social, de comprometimento para com os outros. Na sua visão, isso não passa de um discurso esquerdista superado. Ainda bem que, depois de 24 anos submetida a essa visão única, a sociedade possa agora contar com um acontecimento paralelo que vai na direção oposta. Trata-se do 1º Fórum da Igualdade, organizado pela CUT/RS. Em sua primeira edição, o Fórum da Igualdade trata de três grandes temas: a democratização dos meios de comunicação e o marco regulatório; a democratização da democracia, que questiona se existe liberdade sem igualdade; e o papel do Estado e os meios de comunicação. Para o presidente da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde (PT), o Fórum da Igualdade pode ser considerado como um ponto de partida para a abertura e o acesso à transição para uma democracia participativa com controle sobre as decisões. Convidado para ambos os fóruns, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) enviou um representante para o da "liberdade" e compareceu ao da igualdade. Tarso Genro destacou que o Fórum da Igualdade "é uma reação política à visão de um caminho único". O governador tem toda a razão. Já estava mais do que na hora de se fazer uma contraposição à pregação insistente dos que defendem uma sociedade injusta, excludente e elitista, que visa ao lucro de poucos e a miséria de muitos. Liberdade pressupõe igualdade e, portanto, é para todos, não só para alguns.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Começa a era Falcão

Enfim, Paulo Roberto Falcão foi apresentado, na tarde de segunda-feira, como o novo técnico do Internacional. Há muito tempo não se notava uma alvoroço tão grande em torno de um novo técnico do clube. A condição de ídolo de Falcão, fez com que a torcida demonstrasse enorme entusiasmo por sua contratação. Além disso, Falcão parece a antítese de Celso Roth, o odiado técnico anterior do Inter. Falcão é assumidamente colorado, gosta do futebol ofensivo e bem jogado e não acha necessária a utilização de mais de um volante no time. Celso Roth é frio e profissional, gosta do futebol defensivo e da presença de dois ou três volantes em campo. Por enquanto, antes da estréia de Falcão, o técnico e a torcida parecem viver numa lua de mel. A cautela, no entanto, é necessária. Falcão já treinou o Inter, em 1993, e não obteve bom desempenho. Faz mais de quinze anos que não trabalha como técnico. Há quem diga, também, que a contratação de Falcão sofre o efeito da presença de Renato como técnico do Grêmio, ou seja, é a busca de um grande ídolo como jogador para assumir como treinador e obter, praticamente, a unanimidade do apoio da torcida. Por enquanto, é difícil opinar se Falcão dará certo ou não. As chances para que obtenha êxito, no entanto, são consideráveis. Falcão conhece futebol, tem a adesão do torcedor e a simpatia da imprensa. Resta saber se saberá tirar proveito de condições tão favoráveis.

domingo, 10 de abril de 2011

Gauchão na reta final

Com a definição dos clubes classificados para as quartas de final do segundo turno, o Campeonato Gaúcho começa a se aproximar do seu final. O Inter, apesar de seus muito tropeços, terminou a fase classificatória do segundo turno como primeiro colocado do seu grupo e vai enfrentar, nas quartas de final, em jogo único, o Santa Cruz, no Beira-Rio. Caso passe pelo Santa Cruz, o Inter enfrentará nas semifinais, também em jogo único, o vencedor da partida entre Juventude e Lajeadense. O Grêmio, embora seja o único que já está classificado para uma possível decisão do Gauchão, fez uma campanha, no segundo turno, que não condiz com a sua grandeza. Foi apenas o terceiro colocado do seu grupo, ficando atras de Cruzeiro e Juventude, clubes que o derrotaram nessa fase da competição. Com isso, terá de disputar o jogo pelas quartas de final fora de casa, contra o Ypiranga de Erechim. Se passar pelo Ypiranga, o Grêmio enfrentará, nas semifinais, o vencedor do jogo entre Cruzeiro e São Luiz. Em relação ao desempenho da dupla Gre-Nal no domingo, os jogos foram bastante diferentes. O Inter, treinado interinamente por André Döring, chegou a estar perdendo por 2 x 0 para o Canoas, mas virou o jogo para uma goleada de 6 x 2. O Grêmio dominou o Santa Cruz a maior parte do tempo, mas desperdiçou muitas chances de gol. Como expressa uma das máximas do futebol, quem não faz, leva, e o Santa Cruz saiu na frente no placar. No final do jogo, com um gol de pênalti, o Grêmio obteve o empate, subindo uma posição e evitando que ocorresse um Gre-Nal já nas quartas de final. Se o Grêmio deseja mesmo ganhar o Gauchão sem a necessidade de uma decisão, vai ter de melhorar o seu rendimento, que foi fraco no segundo turno. O Inter realizou um segundo turno ruim, mas a troca de técnico poderá lhe dar um novo ânimo. Se a tradição pesar, um Gre-Nal irá decidir o segundo turno do Gauchão, sem que se possa, hoje, apontar um favorito.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Bairrismo boçal

A execução dos hinos nacionais em jogos entre seleções é, sem dúvida, um momento bonito e solene. No entanto, nos jogos entre clubes, não me parece adequado, até por banalizar algo tão nobre. Menos indicado ainda é proceder a execução de hinos estaduais, numa demonstração de bairrismo inteiramente fora de contexto. Confesso não me recordar de quem foi o autor da idéia de executar o Hino Riograndense antes dos jogos realizados nos estádios Olímpico e Beira-Rio, mas a proposição não poderia ter sido mais infeliz. Num Estado que confunde o saudável orgulho da própria terra com um bairrismo que inclui até, por parte de alguns, uma absurda pretensão separatista em relação ao país, o resultado de tal medida não poderia mesmo ser bom. No Olímpico, por exemplo, a torcida "Geral do Grêmio" , numa atitude de afronta e desrespeito, canta o Hino Riograndense durante a execução do Hino Nacional, enquanto os demais torcedores permanecem calados. Já quando o Hino Riograndense é executado, todo o estádio canta, em uníssono. Me perdoe quem pensa ser uma saudável e autêntica demonstração de amor pelo Rio Grande do Sul. Não se trata disso e, sim, de um injustificável desprezo para com a nacionalidade. Os estados nada mais são do que uma divisão geográfica do território de um país. O que confere identidade a um cidadão são o município onde nasceu ou vive e seu país de origem. Se alguém viaja para o exterior, por exemplo, ao entrar em contato com estrangeiros, lhe será perguntado o seu país de origem e não qual estado, província ou departamento. O bairrismo no Rio Grande do Sul já ultrapassou os limites do razoável. Não temos qualquer razão para nos julgarmos melhor que os demais brasileiros, isso não passa de um delírio de grandeza. Alguém poderia ter o bom senso de revogar a determinação de se executar os hinos antes dos jogos, pois o que era para ser um ato de civismo transformou-se numa demonstração coletiva de boçalidade.

A queda de Celso Roth

A demissão do técnico Celso Roth pelo Inter era algo absolutamente previsível. Já em janeiro, em meu comentário na rádio 1300 AM, previ que Roth não terminaria o mês de abril como técnico do Inter, o que acabou se confirmando. Não pratiquei, com isso, nenhum exercício de adivinhação. Apenas me guiei pela lógica dos fatos, indicada pela biografia de Roth. Celso Roth é o que se pode chamar de um técnico com prazo de validade curto, pois começa seus trabalhos bem e, logo em seguida, boicota a si próprio com escalações equivocadas, esquemas táticos inadequados e desgaste no relacionamento com o grupo de jogadores. Como nos primeiros meses do ano os jogos não chegam a ser decisivos, é natural que o técnico consiga sobreviver a alguns tropeços. Porém, a partir de abril, o Campeonato Gaúcho entra em fase de decisão e a Taça Libertadores da América define classificação para as oitavas de final, que são eliminatórias. Nesse contexto, as más atuações e os resultados insatisfatórios pressionam os dirigentes a tomar uma atitude. Foi por isso que previ que Roth cairia em abril. Não deu outra. Na verdade, ao renovar contrato com Roth após a vexatória derrota para o Mazembe, o Inter cometeu um erro, pois o técnico deveria ter sido demitido naquele momento. Resta agora, ao Inter, com a contratação de um novo técnico, tentar recuperar o tempo perdido com a equivocada permanência de Roth após o Campeonato Mundial de Clubes.

Vitória convincente

O Grêmio venceu e convenceu na vitória por 2 x 0 sobre o Atlético Junior de Barranquilla, no estádio Olímpico. Como há algum tempo já não acontecia, quase todo o time jogou bem, pois, à exceção de Escudero, todos tiveram boas atuações. Vítor recuperou-se de suas últimas más jornadas e fez defesas importantes. A defesa, como um todo, se mostrou segura. Lúcio fez sua melhor partida no ano e, no meu entender, foi o melhor jogador em campo. Douglas mostrou sua grande categoria em vários lances. Borges, mais uma vez, mostrou seu faro de goleador. Foi uma vitória afirmativa, por ter sido obtida sobre o único clube que ainda estava invicto na Taça Libertadores da América.  Afora isso, o Grêmio classificou-se para a próxima fase da competição. O torcedor, que estava um tanto desconfiado com o desempenho do time, deve ter saído do estádio bem mais esperançoso. Foi uma vitória consistente, de um time que manteve o controle do jogo durante, praticamente, toda a partida. O Grêmio vai para seus próximos jogos bem mais confiante. Vitórias como essa deixam o grupo de jogadores mais seguro e afastam inquietações dos torcedores. A torcida, aliás, mais uma vez foi um componente importante. Mais de 31 mil torcedores estiveram no Olímpico, contagiando o time com seu entusiasmo. Pela primeira vez em 2011 o Grêmio teve um desempenho semelhante ao do final de 2010. Agora, é esperar para ver se esse rendimento se mantém.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédia importada

A chacina cometida por Wellington Menezes de Oliveira, numa escola do subúrbio de Realengo, no Rio de Janeiro, é a importação de um modelo de tragédia típico dos Estados Unidos. Lá, tornou-se tristemente comum um indivíduo com sérias perturbações psicológicas, abrir fogo em escolas e outros locais de grande concentração de pessoas, atirando a esmo e espalhando o terror e a morte. Muitos viram, em tais acontecimentos, reflexos do processo civilizatório americano e de seu apreço pelas armas de fogo. Agora, tal tipo de crime ocorreu no Brasil e não praticado por um integrante dos estamentos médios da sociedade, como em geral ocorre nos Estados Unidos, mas por um morador pobre do subúrbio carioca. Por certo, a divulgação de certas modalidades de crime, serve de estímulo para mentes perturbadas, no sentido de reproduzi-las. Porém, o fato é que, até hoje, são poucos os casos semelhantes ocorridos no Brasil. Longe de indicar uma tendência, os assassinatos praticados por Wellington são resultado de uma mente extremamente confusa e perturbada, de um homem infeliz e solitário. Mergulhados em seus rancores e frustrações, indivíduos como Wellington decidem dar cabo da própria vida, mas antes resolvem levar consigo as vidas de vítimas inocentes, buscando ferir os sentimentos de uma sociedade na qual nunca se sentiram integrados. O duro é explicar para os parentes e amigos das vítimas, nesse caso quase todas crianças, como pode alguém praticar um ato tão vil. O sofrimento de quem perde uma pessoa nessas circunstâncias é indizível. Sua dor é a dor de todos nós.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Acumulando frustrações

Nenhum outro país possui tantos clubes grandes no futebol como o Brasil. São 12 no total, numa prova inequívoca do poderio do futebol brasileiro. Esses 12 clubes são de um valor imensurável, pois são movidos pela paixão de milhões de torcedores. Sendo assim, constituem um patrimônio esportivo e afetivo a ser preservado. Como amante que sou do futebol, quando um desses clubes entra numa fase prolongadamente ruim, fico entristecido, pois isso empobrece o panorama do futebol brasileiro. O Atlético Mineiro, um dos grandes clubes brasileiros, há muito tempo faz com que a sua torcida só acumule frustrações. Depois de ter tido a honra de conquistar o título do primeiro Campeonato Brasileiro, em 1971, ganhou apenas, duas Copas Conmebol, uma competição sul-americana de segunda linha que já foi extinta, e campeonatos estaduais. Nesse período, viu seu maior rival, o Cruzeiro, ganhar, entre outras competições, duas Libertadores, duas Supercopas dos Campeões da Libertadores e quatro Copas do Brasil. Sua torcida, que décadas atrás era bem maior que a do clube rival, hoje, segundo pesquisas, já é menor. Na noite dessa quarta-feira, o Atlético Mineiro, novamente, frustrou os seus torcedores. Foi eliminado da Copa do Brasil, jogando em casa, pelo Grêmio Prudente, clube que caiu para a segunda divisão brasileira em 2010 e que se encontra na zona de rebaixamento do Campeonato Paulista. Apontado como um dos favoritos para a conquista do título da Copa do Brasil, o Atlético Mineiro já está, precocemente eliminado da competição por um clube sem expressão e sem torcida. Seu técnico, o renomado Dorival Júnior, é um dos mais bem pagos do país. Seu centro de treinamento, dizem muitos, é, atualmente, o melhor do Brasil. Então, por que os resultados não aparecem e as frustrações se acumulam? Não sei, mas algo precisa ser feito para reverter esse quadro. Para o bem de uma torcida apaixonada que não merece sofrer tanto, e, também, para o engrandecimento do futebol brasileiro, que não pode ter um de seus maiores clubes numa rotina de fracassos tão longa.

Mais um resultado decepcionante

O Inter tinha tudo para voltar do México já classificado para a próxima fase da Taça Libertadores da América. Jogou com seu time completo, contra o lanterna do Campeonato Mexicano, ao qual já  havia goleado no Beira-Rio. Essa era a previsão lógica. Porém, mais uma vez, o Inter frustrou as expectativas em torno do seu futebol e voltou com uma derrota de 1 x 0 para o Jaguares. O Inter deverá se classificar mesmo assim, dada a fragilidade técnica dos seus adversários no grupo, mas terá de vencer seu último jogo, contra o Emelec no Beira-Rio, para garantir o primeiro lugar. Já não dá para disfarçar a crescente insatisfação da torcida com o técnico Celso Roth, mais uma vez manifestada após o jogo. Insatisfação que, ao que parece, já não é só dos torcedores, pois, apesar de cuidadoso com as palavras, o vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Siegmann, em entrevista após a partida, deixou transparecer sua impaciência e irritação com os constantes maus desempenhos do time. O Inter é tido e havido como um time forte e um grupo qualificado, mas, na prática, não demonstra isso. Seja no Campeonato Gaúcho ou na Libertadores tem empatado ou perdido para times nitidamente inferiores ao seu, como Novo Hamburgo, São Luiz, Lajeadense, Emelec e Jaguares. Está claro que o técnico Celso Roth não está conseguindo tirar dos jogadores tudo o que eles podem dar. Por enquanto, o Inter ainda está com chances nas competições que disputa, mas o futebol que vem apresentando não indica um futuro promissor. A hora é de mudança e a entrevista de Siegmann, que disse que não é homem de se entregar à inércia, sinaliza que ela, talvez, já esteja a caminho.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Uma piada sem graça

A eleição do humorista Tiririca para o cargo de deputado federal pelo PR-SP, revela-se, a cada dia que passa, como uma piada, porém, sem graça. Antes de assumir o cargo, Tiririca teve de se submeter a um teste para provar que não era analfabeto. Foi aprovado, mas ao que se sabe, demonstrou grande dificuldade com as tarefas propostas, o que permitiria que seja considerado um analfabeto funcional. Apesar disso, depois de empossado, pediu para integrar a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, no que foi atendido. Mais tarde, contratou dois humoristas de televisão como assessores, cada um ganhando um salário de 8 mil reais, sem comparecer ao trabalho. Agora, foi revelado que Tiririca pediu para a Câmara dos Deputados o reembolso de uma nota fiscal no valor de R$ 660,00 de hospedagem no Porto d' Aldeia Resort, em Fortaleza. Tiririca solicitou, ainda, o ressarcimento de R$ 311,00 gastos em alimentação, no mesmo hotel. O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) disse que Tiririca precisa ser informado sobre o direito de reembolso por gastos feitos no exercício do mandato, de quais são possíveis de serem realizados e em que atividades. Maia declarou, também que Tiririca poderia estar em alguma atividade no Ceará, mas que se houver alguma irregularidade, pedirá que os recursos sejam devolvidos. Ora, é óbvio que a atividade de Tiririca no local em questão era, simplesmente, de lazer. Claro que os valores devem ser devolvidos para a Cãmara, pois são recursos públicos. Há quem diga que ao votar em candidatos como Tiririca, o eleitor pratica um ato de protesto. Nada mais enganoso. Ao escolher candidatos desse tipo, o eleitor reserva para si o papel de falso malandro. Como quem corre por gosto não cansa, quem elegeu Tiririca não tem o direito de se queixar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Lucrando com a saúde

Poucas coisas podem ser mais ignóbeis do que transformar a saúde, um direito universal, em vil fonte de lucro. Infelizmente, nem todos pensam assim. A última edição da revista "Veja" traz, em suas páginas amarelas, uma entrevista com o americano Robert Fogel, Prêmio Nobel de Economia em 1993. Fogel acha que o setor de saúde será o grande propulsor da economia do século 21. O economista diz que a cadeia produtiva nessa área é das mais extensas e que, com os "estímulos adequados", calcula que o impacto da saúde no PIB dos Estados Unidos poderá chegar a algo como 2,5% a 3% ao ano. Fogel considera que isso representa um "enorme impulso para a economia". Em valores de hoje, esse percentual significaria uma adição anual à riqueza americana de 438 bilhões de dólares, o equivalente ao PIB da Suécia. Perguntado sobre como os mais pobres podem se beneficiar dos avanços na saúde, Fogel diz que "infelizmente" nunca haverá igualdade absoluta entre ricos e pobres nesse campo. Segundo o economista, a única forma de prover acesso à saúde aos mais pobres é construindo hospitais para os muito ricos, pois, mesmo que os mais aquinhoados não precisem deles, já que podem se tratar em outros países, se suas instalações estiverem disponíveis, poderão "em algum momento" atender também os menos abastados, por meio dos planos de saúde. Em algum momento? Aleatoriamente? Pois é, tais idéias são de um ganhador do Prêmio Nobel! Um antiácido, por favor!

Previdência complementar

O governo do Rio Grande do Sul está preparando um projeto de lei para modificar as regras da previdência como forma de equilibrar as contas do Estado. O projeto ainda não está inteiramente definido, mas entre as possibilidades estão a fixação de um teto salarial para os aposentados e pensionistas e a criação de uma previdência complementar, que receberia contribuições de servidores interessados em elevar os seus ganhos futuros. Já vimos esse filme. A alegação é sempre a mesma, isto é, de que a situação previdenciária está "insustentável". A novidade é que, dessa vez, quem planeja tal medida é um governo do PT, comandado por um dos maiores pensadores da esquerda brasileira, Tarso Genro. Vira e mexe e os vilões dos supostos déficits financeiros dos governos, estaduais e federal, são sempre os aposentados e pensionistas. No entender dos governantes, é preciso atirá-los à miséria para poder salvar os combalidos cofres públicos. Como disse, com muita propriedade, o diretor de previdência da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Cláudio Luís Martinewsky, a intenção do governo significa um enfraquecimento do Estado. Martinewsky lembra que todas as experiências de previdência complementar que foram feitas até hoje, como na Argentina e no Chile, foram totalmente desastrosas, pois isso é um projeto do mercado financeiro, que visa ao lucro. O diretor da Ajuris tem inteira razão. Ao abrir mão de uma obrigação que é inteiramente sua, o governo lava as mãos e entrega os aposentados e pensionistas nas mãos dos tubarões do mercado. Ao longo dos anos, muitas vezes se ouviu a defesa da necessidade de implantat tais medidas. Porém, quem o fazia eram os governantes de centro e de direita. Ouvir o mesmo discurso vindo de um governo liderado por um partido que leva em seu nome a palavra "trabalhadores", é absolutamente chocante.

domingo, 3 de abril de 2011

Desempenho burocrático

Um time burocrático. Assim foi o Grêmio na tarde de domingo, no jogo em que venceu o Veranópolis por 2 x 1. O primeiro tempo foi se arrastando com a incapacidade do time em furar a retranca do adversário, e, por isso mesmo, terminou em 0 x 0. No segundo tempo, o Grêmio custou um pouco mas achou o seu gol, praticamente garantindo a vitória, já que, defensivamente, não era exigido pelo Veranópolis. O segundo gol, no rebote de um pênalti mal batido por Borges, apenas consolidou o resultado. O Veranópolis ainda marcaria um gol de falta, no final, numa falha lamentável de Victor. Aliás, as atuações individuais do Grêmio, mais uma vez, deixaram bastante a desejar. A começar por Victor. A falha no gol do Veranópólis vem se somar a várias outras no ano, incompatíveis com um goleiro de Seleção Brasileira. Bruno Collaço foi apenas razoável, mostrando que o Grêmio não encontrará a solução para a sua lateral esquerda com o que tem em casa. William Magrão esteve muito mal, Lúcio foi regular, Douglas apático, e Borges não conseguiu superar a marcação adversária, só fazendo um gol no rebote de um pênalti que ele mesmo cobrou. A única atuação de alto nível foi de Fábio Rockembach. Gabriel, Rafael Marques, Rodolfo e Leandro, mesmo tendo marcado um gol, tiveram atuações médias. O Grêmio já garantiu a maior pontuação em todo o Campeonato Gaúcho e, caso venha a decidir a competição contra outro clube, levará o  segundo jogo para o seu estádio. O resultado e suas consequências, portanto, foram bons, mas a atuação, novamente, não convenceu.

sábado, 2 de abril de 2011

Árbitro contestado

O que mais se ouviu, de parte do Inter, após o empate em 1 x 1 com o Lajeadense, no Estádio Florestal, em Lajeado, no final da tarde de sábado, foram contestações ao árbitro Fabrício Neves Corrêa. As reclamações tem fundamento, pois Fabrício teve uma arbitragem ruim e insegura, não coibiu a violência, deixou de assinalar faltas evidentes e de marcar um pênalti em favor do Inter. Não é a primeira vez, aliás, que Fabrício Neves Corrêa demonstra não ser um árbitro de primeira linha. Porém, em que pesem as justificadas queixas do Inter, isso não serve como explicação única para o resultado. Já nos primeiros minutos de jogo, numa falha incrível da defesa, o Inter viu Paulo Rangel, do Lajeadense, perder um gol feito. Logo depois, o Inter abriu o placar com um gol do sempre eficiente Leandro Damião, mas, próximo do final do primeiro tempo, cedeu o empate. Além das falhas evidentes da defesa, o Inter mostrou, mais uma vez, um baixo aproveitamento das chances de gol que cria. São muitas as oportunidades criadas, poucas as que se transformam em gols. Debitar o resultado ao árbitro seria tapar o sol com a peneira. Foi o terceiro sábado consecutivo que o Inter empatou com um clube do Interior, sendo que os outros dois jogos foram no Beira-Rio. Como agravante, o Inter teve, contra o Lajeadense, a presença de seus principais titulares, com exceção de Kléber e Guiñazu. Com o resultado, o Inter corre o risco de perder a liderança de seu grupo para o Canoas, ainda nessa rodada e, caso o Grêmio ganhe do Veranópolis, não poderá mais alcançar o seu maior rival na pontuação geral do Campeonato Gaúcho. Decididamente, o Inter no Gauchão de 2011, tem tido uma pálida participação. Por fim, cabe ainda dizer que as críticas quanto as condições do Estádio Florestal também são procedentes. Já estive no Florestal por mais de uma vez e suas instalações são muito precárias, a começar pela iluminação que é péssima. Ainda que se saiba que o Lajeadense irá inaugurar, já nos próximos dias, o seu novo estádio, que não ficou pronto a tempo de realizar o jogo desse sábado, nada justifica que um campeonato que conta com um bom aporte de dinheiro da televisão e é patrocinado por uma multinacional de refrigerantes, efetue partidas no decadente Florestal..

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Monstruosidade

Chega uma época na vida em que julgamos já ter visto de tudo, qua nada mais é capaz de nos surpreender ou chocar. Eis que de repente, nos deparamos com acontecimentos que se mostram muito piores do que qualquer coisa que pudéssemos imaginar. O fato ocorrido no Paraná em que um pai de trigêmeas disse, no hospital, que só levaria duas crianças para casa, pois não desejava uma terceira, só pode ser classificado como uma monstruosidade. As crianças em questão foram resultado de uma fertilização artificial, devido a problemas de fertilidade do casal. Sabe-se que é muito comum que tratamentos desse tipo resultem numa gravidez múltipla. O médico que realizou o procedimento disse que o casal era ciente de que estavam sendo gestadas três crianças. Pois, ainda assim, quando do nascimento, o pai das meninas declarou que sempre quis ter apenas dois filhos e, portanto, não levaria uma das crianças para casa. O hospital, é claro, não aceitou tal decisão, acionou o Ministério Público e as meninas foram entregues ao Conselho Tutelar. O fato ocorreu no dia 24 de janeiro e o caso corre em segredo de Justiça, com a família, através de seu advogado de defesa, comunicando que não pretende se manifestar. Uma coisa que chama a atenção é que se fala na decisão do pai, mas nada é referido sobre a mãe das crianças. Ela concorda com a postura do marido? Agora, mais do que tudo, o difícil é entender como podem pessoas que desejavam tanto um filho, a ponto de se submeter a um tratamento sabidamente caro, uma vez alcançado o seu objetivo, reagirem dessa maneira. Melhor nem tentar entender, pois se trata, cabe repetir, de uma monstruosidade, de algo que prova que o ser humano consegue ser ainda pior do que se possa pensar..