sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Censura

Em tempos de bolsonarismo, a estupidez não tem limites. A tentativa do governo de Rondônia de censurar obras clássicas da literatura nas escolas é inominável. Voltar atrás, depois da péssima repercussão do fato, não torna o ocorrido menos grave. A censura simboliza, como nenhum outro fator, a condição odiosa e repugnante do fascismo. Tentar proibir obras como "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e "Os Sertões", de Euclides da Cunha, é um total desatino. O recuo na implantação da medida significa, apenas, que o apoio da opinião pública não foi obtido. Porém, os adeptos do bolsonarismo não irão desistir de cercear os direitos individuais. A escalada do Brasil rumo ao obscurantismo é cada vez mais acelerada. Um governo autoritário e incompetente estabeleceu uma agenda medieval para o país, e administrações estaduais já começam a seguir essa proposta. Está mais do que na hora de a sociedade organizada responder aos ataques contra a educação. Ganhar uma eleição não significa obter um cheque em branco para cometer atrocidades. O Brasil precisa ser salvo da sanha destruidora de Bolsonaro e seus aliados antes que seja tarde demais.