terça-feira, 13 de março de 2012

A saída de Ricardo Teixeira

Conforme vinha sendo especulado há muito tempo, Ricardo Teixeira renunciou ao cargo de presidente da CBF. Após um pedido de licença temporária do cargo, feito na quinta-feira passada, ontem veio a saída definitiva. Teixeira caiu pela soberba que acomete os muito poderosos. Subestimou a força dos seus opositores e acabou numa situação insustentável. Numa entrevista concedida, em 2011, à revista "Piauí", Teixeira disse não ligar para quem o criticava e que, enquanto tivesse o apoio da Rede Globo, não temia nada nem ninguém. Era clara sua intenção de permanecer como presidente da CBF até 2015 para, fortalecido por uma Copa do Mundo realizada no Brasil, e tendo, talvez, a Seleção Brasileira como campeã, alçar-se a condição de substituto de Joseph Blater como presidente da Fifa. Deu tudo errado. Denúncias de corrupção envolvendo Teixeira foram publicadas no exterior, o que causou um impacto bem maior do que as que ficavam restritas à imprensa brasileira. Blater, antes seu aliado, passou a hostilizá-lo, tentando salvar a própria pele. A presidente Dilma Roussef, ao contrário de seu antecessor, Luís Inácio Lula da Silva, jamais escondeu não gostar de Teixeira, e sempre se recusou a recebê-lo. Com todo esse cerco contra si, Teixeira, finalmente, capitulou, alegando problemas de saúde. Porém, que ninguém se iluda. Com ou sem problemas de saúde, Ricardo Teixeira levará uma vida tranquila nos Estados Unidos, para onde deverá se transferir, longe dos seus detratores e sem ter de pagar por seus deslizes. Nada deverá mudar, também, no futebol brasileiro. O novo presidente da CBF, José Maria Marin, representa uma linhagem de dirigentes esportivos de péssima reputação. Mudam os nomes, mas as práticas continuarão as mesmas.