sexta-feira, 15 de agosto de 2014

A nova face da eleição

A morte do candidato a presidente pelo PSB, Eduardo Campos, poderá dar uma nova face para a eleição. A tendência é de que Marina Silva ocupe o lugar de Campos na cabeça de chapa, o que traria uma nova dimensão para o pleito. Marina era a candidata a vice-presidente de Campos, mas muitos defendiam que as posições deveriam ser invertidas na chapa, dada a sua maior densidade eleitoral em relação ao ex-governador de Pernambuco. Agora, com a morte de Campos, essa aspiração poderá ser concretizada, alterando significativamente as perspectivas do pleito. O maior prejudicado, caso a candidatura de Marina se confirme, deverá ser Aécio Neves. Com a presença de Marina na disputa, a ocorrência de um segundo turno ficaria mais provável, mas tendo a ex-senadora e a presidente Dilma se confrontando, com Aécio Neves ficando de fora. O mais curioso é que, na ânsia de retirar o PT do poder, muitos políticos conservadores apoiam a ideia da candidatura de Marina, ainda que ela seja marcadamente de esquerda e tenha posições que se chocam frontalmente com os conceitos do neoliberalismo. Seja como for, a eleição, que até então se apresentava morna, irá, ao que tudo indica, ganhar em intensidade, a partir do novo quadro que começa a se formar. Se antes Eduardo Campos estava num distante terceiro lugar nas pesquisas, com Marina os índices tendem a ser bem maiores. Com isso, o Brasil poderá viver uma experiência, até aqui, inédita no país, com duas mulheres disputando o cargo de presidente, sem a presença de um candidato masculino.