sexta-feira, 3 de julho de 2015

Racismo

As chamadas redes sociais deram a chance de se expressar a quem não tinha, rompendo com o monopólio dos meios de comunicação. Sem  dúvida, isso é positivo, pois democratiza a opinião, antes restrita ao comunicadores profissionais. Porém, por não serem submetidas a nenhum tipo de filtro ou política editorial, as redes sociais abrigam toda a espécie de disparates no conteúdo de suas postagens, e expõem, de uma maneira nunca vista anteriormente, o esgoto da sociedade. Um exemplo disso aconteceu, nessa semana, no Facebook, com as manifestações de racismo contra Maria Júlia Coutinho, a "moça do tempo" do "Jornal Nacional", da Rede Globo. Bonita e talentosa, Maria Júlia foi alvo de ofensas vulgares e grosseiras devido ao fato de ser negra. A sociedade brasileira insiste em não admitir que é racista, mas isso é inegável. O racismo, em qualquer circunstância, é algo abominável, mas, no Brasil, um país com tantos negros e mestiços, ele soa ainda mais absurdo. A repercussão das agressões á Maria Júlia Coutinho foi ampla, até pela visibilidade que a condição de contratada da Rede Globo lhe confere. O caso deverá ter desdobramentos jurídicos. Não é difícil punir os culpados, pois eles estão identificados nas próprias postagens. A partir do que aconteça nesse caso, um novo balizamento para o crime de racismo poderá vigorar no país. Chega de condescendência para com um crime tão ignóbil. Os culpados terão de responder por seus atos.