terça-feira, 8 de março de 2011

Estímulos incessantes

A impressão de que os anos passam cada vez mais rápido é generalizada. Por incrível que pareça, já estamos no terceiro mês do ano! Muitas são as explicações de porquê temos tal sensação, mas uma delas talvez seja a de que, mal passado um período ou data, nossa atenção já se volta para outro, num processo estressante mas muito conveniente para os que visam estimular o consumo. Dessa forma, o ano começa com as pessoas planejando suas férias, para aproveitar os meses de verão. Isso resulta em gastos com viagens, diárias de hotéis, passeios, restaurantes. Ainda em meio ao verão, já surge a preocupação com a volta às aulas e a consequente compra de material escolar, já que, em alguns estados brasileiros, o ano letivo começa no início de fevereiro. Logo depois, vem o Carnaval. Como se trata de um feriadão, implica em novos gastos com viagens, seja para os locais onde a festa é mais forte, seja para fugir dela, descansando em praias e outros locais turísticos. Passado tudo isso, já se aproxima a Páscoa, outro feriadão e período de grande venda de chocolates. Um pouco mais adiante e já se apresenta o Dia das Mães, uma data em que o comércio fatura muito com a venda de presentes e a ida a restaurantes. Logo a seguir, vem o Dia dos Namorados, mais uma data para incentivar o gasto com presentes, jantares românticos e coisas afins. Chegam, então, as férias de meio do ano, mais curtas que as de verão, mas, ainda assim, propícias para as viagens e passeios. Passadas as férias, é a vez do Dia dos Pais e mais gastos com presentes. Após uma breve parada na sucessão de datas comemorativas, de pouco mais de um mês, vem o Dia da Criança, outra ocasião para fazer a alegria do comércio. Apenas um mês e meio depois já estamos novamente diante de Natal, Ano Novo e férias de verão. Assim, submetidos, de modo quase permanente, ao estímulo de datas comemorativas e incentivo ao consumo, é natural que nos sintamos estressados e tenhamos a impressão de que o tempo passa cada vez mais rápido.