sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Dia Nacional da Bossa Nova

Existem datas comemorativas aos magotes, algumas muito exóticas. Porém, não é o caso de uma data comemorada hoje, o Dia Nacional da Bossa Nova. Por ser a dia de nascimento de Tom Jobim, o 25 de Janeiro foi escolhido para celebrar a Bossa Nova.  Movimento musical brasileiro, a Bossa Nova teve amplo reconhecimento no exterior. Mais célebre composição do gênero, "Garota de Ipanema", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, se tornou um standard da música internacional. Afora Tom e Vinicius, a Bossa Nova teve outros grandes compositores, como Newton Mendonça, Baden Powell, Roberto Menescal, Ronaldo Bôscoli, Carlinhos Lyra. Seu intérprete mais icônico foi João Gilberto, que revolucionou o modo de cantar com seu estilo sussurrado, em contraste com o vozeirão dos seresteiros, tão apreciados até então. Outras vozes se destacaram como intérpretes da Bossa Nova, casos de Elizeth Cardoso, Nara Leão, Wanda Sá, Dick Farney. Mesmo tendo nascido posteriormente à eclosão do movimento, Leila Pinheiro é outra grande intérprete da Bossa Nova. A Bossa Nova é muito apreciada fora do Brasil. No seu próprio país, muitas vezes, não tem o devido reconhecimento. Ao contrário do que possam pensar alguns, a Bossa Nova não envelheceu. Merece ser constantemente revisitada, e descoberta pelas novas gerações.

O auto-exílio de Jean Willys

O Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro é uma usina permanente de produção de péssimas notícias. Entre as mais recentes, nada pode ser mais repugnante e estarrecedor do que o anunciado auto-exílio de Jean Willys, deputado federal pelo PSOL-RJ. Reeleito para seu terceiro mandato, Jean, que se encontra em férias no exterior, não irá retornar ao país. Renunciará ao seu mandato e permanecerá fora do Brasil por medo das ameaças que foram feitas a ele e seus familiares. Jean Willys teme perder a vida, como aconteceu com a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em março de 2018. Assim como Jean, Marielle era integrante da comunidade LGBT, que vive tempos duros num país que foi tomado pela homofobia. Um deputado federal ter de se auto-exilar para preservar a própria vida é um fato inacreditável em pleno século 21. Demonstra o nível de retrocesso civilizatório que caracteriza a era Bolsonaro. O Brasil caiu num poço sem fundo. A cada dia, o país se vê diante de situações constrangedoras e humilhantes, causadas por um governo inepto. Um governo que não completou sequer o seu primeiro mês. Pela amostra que já deu em tão pouco tempo, resta saber até onde o país poderá resistir aos desmandos dos atuais ocupantes do poder. Por mais que se sinta escudado pelo apoio das Forças Armadas, do Poder Judiciário, da imprensa e das igrejas evangélicas, que participaram do conluio que promoveu um golpe no país, o governo Bolsonaro não está a salvo de uma interrupção do mandato, antes do tempo previsto para o seu final. Afinal, como expressa o ditado popular, não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.