terça-feira, 27 de junho de 2017

Declarações vazias

Num pronunciamento ao país, embora tenha rejeitado o termo por considerar que ele poderia soar pretensioso, o presidente golpista e ilegítimo Michel Temer, o primeiro ocupante do cargo a ser denunciado por crime comum no exercício de suas funções, partiu para o ataque contra o procurador geral da República, Rodrigo Janot. Temer, no entanto, não fez mais do que declarações vazias, qualificando a denúncia de "peça de ficção", nada dizendo que fosse esclarecedor ou substancial. As declarações de Temer se limitaram a bravatas e invectivas contra quem lhe denunciou por corrupção passiva. Não faltou, é claro, o discurso demagógico do "querem parar o país e impedir as reformas". A fala de Temer foi orientada por um marqueteiro. O presidente golpista tentou mostrar-se enfático e resoluto, mas não convenceu ninguém, com exceção de seus apoiadores. Por sinal, entre os parlamentares que prestigiaram o discurso de Temer só havia integrantes do chamado "baixo clero", ou seja, nenhum nome de grande expressão. Em qualquer país minimamente civilizado, Temer já teria caído há muito tempo. Num país tão lamentavelmente singular como o Brasil, o desfecho dessa história continua sendo obscuro.