sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Limite excedido

A chegada às bancas, de forma antecipada, da revista "Veja", com mais uma capa panfletária contra o PT e, mais especificamente, contra a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor no cargo, Luís Inácio Lula da Silva, excedeu todos os limites do mau jornalismo. Ficou evidente se tratar de uma tentativa desesperada de influir no resultado da eleição, daí a antecipação da chegada da revista às bancas. Nenhuma das "denúncias" da reportagem de capa tem qualquer comprovação. Esse filme já foi visto pelos brasileiros em todas as eleições presidenciais brasileiras, desde que elas foram retomadas. Os ataques aos candidatos do PT por parte de "Veja" são sempre furiosos e fóbicos. Numa sociedade democrática, nada há de errado em um veículo de comunicação expressar uma preferência partidária ou um determinado viés ideológico. No entanto, isso deve ser feito respeitando a veracidade dos fatos, sem denúncias que carecem de provas, nem com o rebaixamento da linguagem. O PT, há 12 anos no governo federal, tem sido leniente com a imunda prática editorial de "Veja". Há muito tempo, alguma medida prática no campo jurídico já deveria ter sido tomada contra a publicação. Se bem que a revista conte com um forte aliado no Supremo Tribunal Federal, o nefando ministro Gilmar Mendes, aquele que realizou uma antiga aspiração de "Veja" ao retirar a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, comparando o seu ofício com o dos cozinheiros. Essa nova transgressão de "Veja" com os princípios do bom jornalismo não poderá ficar impune. Ela representa um atentado à democracia, uma atitude fascista. Num primeiro momento, a publicação deveria ser suspensa por um determinado período. Em caso de reincidência na prática do seu jornalismo mentiroso e panfletário, a medida a ser tomada teria de ser o seu fechamento.