domingo, 30 de novembro de 2014

Atuação vergonhosa

O Grêmio perdeu para o Bahia por 1 x 0, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma atuação vergonhosa, de um time que entrou em campo sabendo que o Corinthians havia sido goleado pelo Fluminense por 5 x 2, o que mantinha suas chances de se classificar para a Libertadores, desde que ganhasse do Bahia. O desempenho do Grêmio em campo, no entanto, em nada refletiu isso. O primeiro tempo do time foi de uma incrível apatia, e de um péssimo futebol. As grandes defesas de Marcelo Grohe, e a ruindade do adversário faziam com que o placar se arrastasse em 0 x 0, até que, já no final do primeiro tempo, Geromel fez uma falta violentíssima em Henrique, e foi merecidamente expulso. Na cobrança, Galhardo fez 1 x 0 para o Bahia. No segundo tempo, mesmo com um jogador a menos, o Grêmio reagiu e criou oportunidades de gol, mas não conseguiu marcar nenhum. Um final de campeonato melancólico, que transforma o último jogo do Grêmio no Brasileirão, contra o Flamengo, no próximo domingo, na Arena, num amistoso para ser assistido por poucas testemunhas. O trabalho do técnico Felipão, tido como muito bom por alguns, não classificou o  Grêmio para a Libertadores, o que Vanderlei Luxemburgo e Renato, nos dois anos anteriores, conseguiram. Como se não bastasse, ainda hoje, foi revelado que o Grêmio dispensou Alan Ruiz, o grande nome na goleada de 4 x 1 sobre o Inter. O ano de 2015 para o Grêmio já se prenuncia sombrio. A derrota para o Bahia evidenciou as fragilidades técnicas e anímicas do time. Com a perspectiva de ter somente o Campeonato Gaúcho para disputar durante quase todo o primeiro semestre, os investimentos serão poucos, e o time a ser formado tende a ser ainda mais modesto. O sofrimento do torcedor gremista parece não ter fim.

sábado, 29 de novembro de 2014

Vitória previsível

O Inter venceu o Palmeiras por 3 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. A vitória, altamente previsível, classificou o Inter para a Libertadores, restando saber se de forma direta ou para a fase prévia da competição.O Palmeiras luta para não ser rebaixado, e vinha de quatro derrotas consecutivas, todas por 2 x 0. Seu time é fraquíssimo, e contra um adversário que buscava a classificação para a Libertadores e era apoiado pela quase totalidade do público de 41 mil pessoas, não havia como esperar que opusesse resistência. O primeiro tempo terminou empatado em 1 x 1, uma pequena surpresa, mas era óbvio que o Palmeiras não resistiria no segundo. A vitória veio ao natural. Menos mal, para o Palmeiras, que o Vitória foi goleado por 4 x 0 pelo Flamengo, o que faz com que só dependa das suas próprias forças para que, na última rodada, contra o Atlético Parananense, em casa, possa evitar o rebaixamento. Por sua vez, o Inter, depois dois anos de ausência voltará à Libertadores. Erros grotescos de arbitragem, uma tabela que lhe reservou três jogos consecutivos em casa na reta final do Brasileirão e uma sorte descomunal em alguns momentos, proporcionaram a classificação de um time que, ao longo da disputa, cometeu "façanhas" como a derrota por 3 x 2, de virada, para o Figueirense, em pleno Beira-Rio, e a goleada de 5 x 0 que sofreu para a Chapecoense. Esse "brilhante" desempenho foi premiado com a ida à Libertadores. O futebol, muitas vezes, é desconcertante.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Aposentadoria adiada

A decisão do goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, hoje anunciada, de assinar um novo contrato até agosto de 2015, mostra o quanto é difícil saber o momento adequado de encerrar uma carreira. Com uma trajetória exitosa no São Paulo, seu único clube, muitos consideram Rogério o maior jogador da história da instituição. Marcou, até hoje, mais de 100 gols, todos em cobranças de faltas e pênaltis, um feito único para um jogador da sua posição. No entanto, Rogério já está próximo de completar 42 anos. Ele já havia prometido encerrar a carreira em 2013. Porém, acabou decidindo continuar jogando por mais um ano. Em abril último, declarou que 2014 era, decididamente, o seu derradeiro ano de carreira. Agora, voltou atrás novamente. Penso ser uma escolha equivocada. O fato de ter tido um bom desempenho esse ano, somado à classificação do São Paulo para a Libertadores, influiu na atitude de Rogério, mas ela é mais emocional do que racional. Seria muito mais conveniente parar num bom momento, preservando integralmente sua imagem de ídolo, do que sujeitar-se a um súbito decréscimo técnico, o que é sempre uma hipótese para um jogador de idade tão avançada. Não é fácil tomar a decisão de encerrar a carreira para quem alcançou a fama e a fortuna. Sair do foco dos holofotes, deixar de fazer novos contratos milionários, são perspectivas que atormentam os grandes jogadores. Porém, ao contrário de outras profissões, a de jogador de futebol depende de um físico jovem e de grande vitalidade, e Rogério já é um veterano. Com seus sucessivos adiamentos do final de carreira, Rogério corre o risco de vir a fazê-lo num momento menos favorável, empanando uma trajetória tão bem sucedida, e dificulta a sua própria adaptação a um novo projeto profissional, o que, mais cedo ou mais tarde, terá de acontecer.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Tribunal imoral

A absolvição do Corinthians no caso Petros, pelo STJD, expõe, mais uma vez, a condição que caracteriza esse tribunal. O STJD é um orgão imoral. Suas decisões atropelam a legislação esportiva e são dadas de acordo com o poderio maior ou menor dos clubes envolvidos. Em casos análogos ao do Corinthians, o Novo Hamburgo foi eliminado da Copa do Brasil depois de ter obtido, dentro de campo, a classificação para uma fase da competição, e o América Mineiro perdeu seis pontos no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Os três clubes escalaram jogadores que estavam com inscrição irregular. Porque só o Corinthians não foi punido? O clube deveria, segundo a legislação esportiva, perder quatro pontos no Campeonato Brasileiro por ter escalado irregularmente o volante Petros num jogo contra o Coritiba. Com a perda dos pontos, o Corinthians estaria praticamente fora da Libertadores, o que favoreceria Grêmio e Inter, que ampliariam suas chances de se classificar para a competição continental. Por isso mesmo, os dois clubes, tradicionais rivais, atuaram juntos no julgamento. O Corinthians, após a decisão que lhe foi favorável, tripudiou sobre Grêmio e Inter nas redes sociais, numa atitude típica dos que se sentem acima do bem e do mal. A condição espúria do tribunal já havia sido demonstrada quando da injusta e absurda punição do Grêmio no caso Aranha. Grêmio e Inter cogitam de, em última instância, recorrer à Fifa. Não deverá adiantar nada, mas é importante que o façam. Diante de tamanha iniquidade, é preciso protestar fortemente, para marcar posição e atrair os holofotes sobre o descalabro da "justiça" esportiva brasileira. Com isso, quem sabe, um dia se possa ter, no Brasil, um tribunal esportivo com credibilidade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Confirmação

A vitória do Atlético Mineiro sobre o Cruzeiro por 1 x 0, hoje, no Mineirão, com a consequente conquista do título da Copa do Brasil, foi a confirmação de uma expectativa. Ao ganhar o primeiro jogo da decisão por 2 x 0, no Independência, o Atlético encaminhara a obtenção do título. Ainda vivendo a ressaca da conquista do Campeonato Brasileiro, no domingo, o Cruzeiro não teve forças para construir um placar largo que lhe permitisse reverter a tendência favorável ao Atlético. Com o gol que sofreu já nos acréscimos do primeiro tempo, a tarefa do Cruzeiro ficou, praticamente, impossível, e a consumação do título para o Atlético tornou-se, apenas, uma questão de tempo. Foi um título mais do que justo. Com duas viradas épicas nas quartas de final e semifinais sobre, respectivamente, Corinthians e Flamengo, quando perdeu o primeiro jogo por 2 x 0 e goleou no segundo por 4 x 1, ninguém merecia mais o título da Copa do Brasil do que o Atlético, que, aliás, o conquista pela primeira vez, enquanto o Cruzeiro divide com o Grêmio a condição de maior vencedor da competição, que já ganhou por 4 vezes. O Atlético Mineiro prossegue, assim, com a sua fase de grandes títulos, iniciada, em 2013, com a Libertadores, e que continuou, já em 2014, com a Recopa Sul-Americana. Depois de longos anos de jejum de títulos expressivos, o Atlético Mineiro retoma uma trajetória digna do seu tamanho como clube. Parabéns, Atlético Mineiro!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Fora do padrão global

A Rede Globo se orgulha, com razão, do alto nível das suas produções e de sua liderança absoluta em termos de audiência. Ranços ideológicos à parte, não há como deixar de reconhecer que o chamado "padrão global" é mesmo muito alto. Na área de teledramaturgia, por exemplo, a Globo atingiu um grau de excelência que faz com que exporte suas produções para vários países. Agora mesmo, a novela "Jóia Rara", que foi levada ao ar no horário das 18 horas, ganhou o prêmio Emmy. O complexo do Projac, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, é uma enorme e portentosa estrutura, uma verdadeira "fábrica dos sonhos", onde são realizadas novelas, minisséries e seriados. A Rede Globo também se faz presente na tv paga, onde possui vários canais, e é aí que entra o objeto desse texto. Na noite de hoje, um desses canais, o Multishow, apresentava o show de Paul McCartney, direto do novo estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, quando, em meio a interpretação da música "Live and Let Die", a transmissão foi interrompida abruptamente. Entrou no ar, então, uma sequência de comerciais e, logo após, começou a exibição de um outro programa. Uma atitude totalmente fora do "padrão global", e uma desconsideração inominável para com os assinantes, pois o serviço de tv paga não é nada barato. Como usuário do serviço me senti extremamente lesado, e tenho certeza que muitas outras pessoas também. Espero que o fato não passe batido e que a Globo tenha, pelo menos, a decência de explicar o porquê do ocorrido ao seu público.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Teses fajutas

Os inimigos dos campeonatos de pontos corridos vivem desfiando uma série de razões pelas quais preferem o "mata-mata". Suas teses, no entanto, se mostram cada vez mais fajutas. A principal alegação é de que os campeonatos de pontos corridos tem pouca emoção, que se um clube dispara em direção ao título isso desestimula os torcedores dos demais participantes da competição, e que, muito cedo, os postulantes à taça ficam reduzidos a poucos disputantes. Nada disso é verdade. Nesse tipo de campeonato, ao contrário do execrável formulismo, todos os jogos são decisivos, pois os pontos são cumulativos. Não há falta de emoção. Mesmo que um clube se encaminhe para o título com muita antecedência, há as buscas de classificação para a Libertadores e para evitar o rebaixamento, que empolgam os torcedores até as últimas rodadas. Os jogos desse fim de semana pelo Campeonato Brasileiro provaram que os pontos corridos já foram assimilados pelo torcedor. A média de público da rodada foi de mais de 27 mil pessoas por jogo. O Mineirão recebeu 56 mil pessoas para ver o Cruzeiro confirmar a conquista do título, mas não foi só. No Beira-Rio, 38 mil pessoas compareceram para ver o Inter na luta pela classificação para a Libertadores. No Itaquerão, pelo mesmo motivo, mais de 35 mil pessoas estiveram no estádio para assistir Corinthians x Grêmio. Na Arena Pernambuco, num jogo que pouco valia para o mandante, um grande público se fez presente para ver Sport x Fluminense. Na Série B, o Vasco, que não tinha mais chances de ganhar o título, levou 56 mil pessoas ao Maracanã para vê-lo confirmar a volta para a Primeira Divisão. Os pontos corridos são a forma mais justa de se apurar um campeão e os classificados para outras competições. Todos os campeonatos relevantes do mundo, como os da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França, por exemplo, adotam essa fórmula. Porque só o Brasil seria o soldadinho de passo certo optando pela involução da volta ao formulismo? O torcedor já aprovou os pontos corridos. Falta uma parcela teimosa e obtusa da imprensa esportiva fazer o mesmo.

domingo, 23 de novembro de 2014

Morte anunciada

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Corinthians, hoje, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado, praticamente, faz o Grêmio se despedir da possibilidade de uma classificação para a Libertadores. Nenhuma surpresa. Era uma morte anunciada. A derrota para o Cruzeiro, em plena Arena, depois de um vitória parcial no primeiro tempo, indicavam o fim do sonho. No Itaquerão, a atuação do Grêmio nem de longe lembrou as apresentações contra Inter e Criciúma e o primeiro tempo diante do Cruzeiro. Afora suas próprias falhas, o Grêmio sofre com erros de arbitragem. Hoje, um pênalti deixou de ser marcado em seu favor. Enquanto isso, seu maior rival, o Inter, com quem disputa diretamente a classificação para a Libertadores, foi beneficiado por um gol em impedimento contra o São Paulo e pela não marcação de um pênalti escandaloso em favor do Atlético Mineiro. A soma das suas próprias limitações com tantos erros de arbitragem contra si e em favor de seus adversários acabaram por tirar a chance do Grêmio de ir para a Libertadores. A possibilidade ainda existe, mas é meramente matemática. Ao contrário dos dois últimos anos, o torcedor gremista não terá sequer esse consolo, depois de mais um ano sem títulos. O sofrimento gremista parece mesmo não ter fim.

sábado, 22 de novembro de 2014

Sorte descomunal

O Inter venceu o Atlético Mineiro por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Para alcançar a vitória, o Inter contou com dois aliados que o acompanham ao longo da sua história: os erros de arbitragem e uma sorte descomunal. Beneficiado, de antemão, pela decisão do Atlético Mineiro de jogar com um time de reservas, para poupar seus titulares para a segunda partida da decisão da Copa do Brasil, nem assim o Inter se impôs. Desde o início foi envolvido pelo time de garotos do Atlético. Fez um gol, mas logo sofreu o empate, consequência de um pênalti. Pouco depois, um pênalti ainda mais claro do que o que fora marcado foi sonegado pelo árbitro, que chegou a levar o apito à boca, mas desistiu de assinalar a infração. Um erro capital, injustificável. O Atlético seguiu melhor o tempo inteiro, diante de um Inter nervoso e tecnicamente pífio. Até o empate era injusto para o time mineiro, que merecia vencer. Porém, nos últimos segundos dos acréscimos, num descuido da defesa atleticana, veio o gol da vitória do Inter. Nos últimos dias, o Inter venceu o Santos com um gol resultante de uma atrasada de bola que o goleiro adversário absurdamente agarrou, proporcionando-lhe uma falta dentro da grande área, empatou com o São Paulo num lance de impedimento, e foi beneficiado por resultados paralelos. Com tantos fatores aleatórios contribuindo em seu favor, a precariedade técnica do time fica mascarada, e a classificação para a Libertadores cada vez mais perto. O time que cometeu as "façanhas" de perder de virada, em casa, para o Figueirense e ser goleado pela Chapecoense está quase classificado para a Libertadores. No futebol, muitas vezes, o fortuito se impõe sobre o mérito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O fim do sonho

O Grêmio perdeu por 2 x 1 para o Cruzeiro, de virada, ontem, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. No primeiro tempo, o Grêmio foi quase brilhante, repetindo as boas atuações contra Inter e Criciúma. Fez seu gol aos 12 minutos, e perdeu mais uma grande chance, numa cabeçada de Barcos que bateu na trave e correu sobre a linha. Ramiro e Luan também tiveram boas chances, mas concluíram mal. Com isso, o Grêmio poderia ter definido o jogo ainda no primeiro tempo. No segundo, Barcos perdeu um gol feito, na pequena área, num momento em que o Cruzeiro já era melhor em campo. Desde os primeiros movimentos, assim que o jogo foi reiniciado, após o intervalo, percebia-se que o Cruzeiro  retornara modificado em termos táticos e anímicos. O time que fora inteiramente envolvido pelo Grêmio, voltou mantendo a posse de bola e dando as cartas no jogo. O técnico do Grêmio, Felipão, não soube reagir ás mudanças propostas pelo Cruzeiro, e só fez modificações no time quando a derrota já era inevitável. Felipão tem inúmeros méritos na montagem de times, mas parece ter enormes dificuldades em fazer a leitura de um jogo durante o seu desenrolar. A consequência, para o Grêmio, foi a pior possível. A derrota de ontem encaminha o fim do sonho da classificação para a Libertadores. As chances matemáticas persistem, mas, na prática, o objetivo tornou-se quase inalcançável.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Os 45 anos de um gol histórico

Hoje, um gol histórico completa 45 anos. Em 19 de novembro de 1969, no então gigantesco Maracanã, Pelé marcava, num jogo contra o Vasco, o seu milésimo gol. Não foi um gol particularmente bonito, pois resultou de uma cobrança de pênalti. Porém, era uma marca incrível, jamais atingida antes nem depois. Pelé ainda marcaria mais de 200 gols no restante de sua carreira, numa demonstração inequívoca de que foi o maior jogador de futebol de todos os tempos. Na ocasião em que marcou seu milésimo gol, Pelé fez um apelo em favor das crianças do Brasil, até hoje visto com desdém por muitos. Não importa. Aquela foi uma noite que entrou para a história, e não podia ter ocorrido num  local mais adequado do que o Maracanã. Pelé parou há quarenta anos, quando de sua primeira despedida, no Santos, ou 37, se levarmos em conta sua volta aos campos pelo Cosmos, mas, mesmo depois de tanto tempo, continua sem ser superado como o maior jogador de todos os tempos. Entre tantos feitos e jogadas espetaculares, o milésimo gol ficou como um marco de uma carreira excepcional e única. Um feito incrível, que deve ser lembrado por todos aqueles que ousam cogitar de que outros jogadores possam ter sido melhores que Pelé. Ele é insuperável. Ninguém fez tantos gols, nem ganhou três Copas do Mundo em quatro disputadas. Fora do campo, Pelé não tem o mesmo brilho. Criou uma lei, que leva seu nome, nociva ao futebol. Costuma atrapalhar-se com as palavras. Dentro de campo, no entanto, foi o maior de todos, e, há 45 anos, com o milésimo gol, isso ficou claro como nunca.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Campanha invicta

A Seleção Brasileira venceu por 2 x 1 a Áustria, hoje, no estádio Ernst Happel, em Viena. Foi a sexta vitória da Seleção em seis jogos desde que Dunga reassumiu o cargo de técnico da equipe. O gol sofrido hoje, de pênalti, foi o único tomado pela Seleção nessas seis partidas. Dunga tem muito a provar como técnico de futebol, mas é inegável que, sob seu comando, nesse período logo após a Copa do Mundo, a Seleção mostra disposição e bom futebol, o que não se via quando Mano Menezes, com uma carreira muito mais afirmada, assumiu, em agosto de 2010. Com Mano Menezes, a Seleção acumulava atuações ruins e displicentes, com Dunga mostra atitude e bom desempenho técnico. O trabalho só está começando, os jogos, até agora, foram apenas amistosos, mas a campanha invicta incute confiança numa Seleção que viveu a hecatombe de ser eliminada de uma  Copa, em, sua própria casa, com uma humilhante goleada de 7 x 1 para a Alemanha. Sem fazer terra arrasada, Dunga reconvocou muitos dos jogadores que estiveram na Copa, e acrescentou outros tantos. A mistura tem dado certo, e, aos poucos, a Seleção e o torcedor vão recompondo a sua autoestima.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Petrolão

Depois de anos bombardeados pelas notícias do mensalão, os brasileiros recebem, agora, um volume imenso de informações sobre o chamado "petrolão". O novo escândalo, inclusive, já roubou do anterior, por parte da imprensa, o título de "o maior da história do país". Os fatos ocorridos na Petrobrás são, mesmo, de extrema gravidade. Devem ser investigados a fundo, e isso está ocorrendo. Os culpados tem de ser punidos, o que significa enviá-los para a prisão. Porém, não sejamos ingênuos, a cobertura massiva da grande imprensa sobre o assunto tem o objetivo primordial de desgastar a imagem do governo federal. A mesma tática havia sido empregada com o já referido mensalão, sem sucesso. A eclosão do escândalo se deu em 2005, o que não impediu que o PT vencesse as três eleições presidenciais seguintes, a última delas há pouco mais de um mês, quando o petrolão também já havia ganho as manchetes. A carga em torno do assunto não diminuiu nem com o término das eleições. Se antes o objetivo era impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a nova meta é inviabilizar seu governo. Há uma absurda pretensão dos setores conservadores da sociedade de estabelecer um "terceiro turno" eleitoral, o que é uma atitude antidemocrática. Para voltar ao poder, tudo o que a oposição precisa é conseguir um bom candidato, que estimule o eleitorado a se decidir pela alternância. Escândalos como o petrolão, ainda que tenham ramificações políticas, são assuntos, essencialmente, da esfera policial. A Polícia Federal tem feito um bom trabalho nesse caso. Deixem-na cumprir com a sua tarefa, e respeitem o resultado da eleição.

domingo, 16 de novembro de 2014

Bicicleta

O Inter ganhou do Goiás por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi chato, e se arrastava em 0 x 0, até Paulão fazer um gol de bicicleta e definir o placar. Um gol inusitado, pois foi o segundo de Paulão em dois jogos sucessivos, e uma jogada de alta técnica feita por um jogador tosco. Afora isso, Paulão é reserva. Só jogou contra o São Paulo porque o técnico do Inter, Abel Braga, escalou o Inter com três zagueiros naquela partida, e, hoje, entrou em campo depois que Alan Costa saiu lesionado. A sorte parece, mais uma vez, sorrir para o Inter numa hora decisiva. Não bastassem os gols surpreendentes de Paulão, o Inter jogou contra um adversário, o Goiás, que nada mais aspira no Brasileirão. Seu próximo adversário, o Atlético Mineiro, em casa, deverá vir com um time reserva, poupando os titulares para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. Seus dois últimos jogos, diante do Palmeiras, em casa, e do Figueirense, fora, serão contra clubes que, até lá, já deverão estar livres do risco de rebaixamento. Portanto, o Inter está com a faca e o queijo na mão para obter sua classificação para a Libertadores. O caminho para chegar lá não poderia ser mais propício.

sábado, 15 de novembro de 2014

Outra goleada

O Grêmio goleou o Criciúma por 3 x 0, hoje, no Heriberto Hülse, pelo Campeonato Brasileiro. Portanto, é a segunda goleada consecutiva de um time que tinha enorme dificuldade de marcar gols. Para se ter uma ideia da intensidade da mudança, basta dizer que, nos últimos dois jogos, o Grêmio marcou 20% dos seus gols no Brasileirão. Antes, em 32 jogos, havia marcado apenas 27 gols, uma media de 0,8 por partida. Com os sete gols marcados contra Inter e Criciúma o Grêmio obteve, nesses dois jogos, uma media de 3,5 por partida. Melhor do que isso, mais uma vez, o time como um todo jogou bem. Marcelo Grohe não foi exigido, Pará teve falhas mas chegou a chutar uma bola no travessão, Geromel esteve impecável, Rhodolfo mostrou eficiência, Zé Roberto prossegue em sua boa fase, Walace se firma a cada jogo, Ramiro voltou a marcar um belo gol, Felipe Bastos teve uma atuação segura, Luan mostrou sua boa técnica, Dudu brilhou com um gol e um lindo lançamento, e Barcos, afora colocar uma bola nas redes, se multiplicou em campo. Se tivesse atingido seu atual nível um pouco antes, o Grêmio ainda poderia brigar pelo título da competição. O próximo jogo do Grêmio, quinta-feira, contra o Cruzeiro, deverá lotar a Arena. Uma vitória encaminhará de maneira mais sólida a classificação para a Libertadores. Os jogos que restam ao Grêmio são difíceis, e há vários clubes lutando pelo mesmo objetivo, no entanto, se antes havia dúvidas sobre se a meta seria alcançada, agora sobra confiança. Se outros disputantes acusam cansaço na reta decisiva, o Grêmio parece estar atingindo o seu melhor momento. O final de ano dos gremistas tem tudo para ser risonho.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Resposta

A realização, em São Paulo, de uma passeata contra a direita e pelos direitos, comandada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, é uma resposta. Mostra que os setores conservadores não vão impor sua agenda para o país. A manifestação reuniu 10 mil participantes, bem mais que os 2.500 que, também em São Paulo, saíram às ruas para pedir o impeachment de uma presidente legitimamente reeleita e clamar pela volta dos militares. O Brasil mudou, já não é o país da "Marcha com Deus e a Família pela Liberdade", que apoiou um espúrio golpe militar. A ofensiva da direita, violenta durante a campanha, continua intensa após as eleições. Há uma tentativa clara de inviabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff. Os noticiários adotam um tom catastrofista, despejando projeções pessimistas sobre a opinião pública. Antes, essa postura era adotada com mais ênfase na proximidade das eleições. Agora, tornou-se permanente. Depois de usar o "mensalão" como forma de desacreditar o governo federal, surge em seu lugar o "petrolão", que também herda do primeiro a pecha de "o maior escândalo político da história do país". A incessante espetacularização de uma pretensa crise no governo afeta os mais sensíveis e desavisados, mas não engana o conjunto da sociedade. A democracia brasileira ainda é jovem, mas já é sólida. Muitos lutaram e morreram para que ela fosse alcançada. Não serão jornais e revistas tendenciosos, a serviço das elites predatórias, que irão ameaçá-la. O governo Dilma tem duros desafios pela frente, mas irá enfrentá-los respaldado pela legitimidade que lhe foi conferida pelas urnas. A democracia é o regime da maioria, e Dilma teve mais votos que seu oponente, Aécio Neves. Ainda que Aécio tenha tido uma grande votação, a de Dilma foi maior. Mesmo que o número de descontentes com o governo seja alto, o dos que o aprovam ainda é superior. Se ao final do próximo mandato de Dilma o eleitor entender que é a hora de mudar os ocupantes do poder, optando pela saída do PT, isso se dará normalmente, pelo processo democrático, que é a única maneira aceitável de fazê-lo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A arte de Paul McCartney

Paul McCartney está de volta ao Brasil, o que é sempre muito bom, mas essa não é a única notícia envolvendo seu nome nos últimos dias. O disco "The Art of Paul McCartney" está disponível na internet desde ontem, e terá o lançamento de sua edição física no próximo dia 18. "The Art of Paul McCartney" é uma homenagem à obra de Paul, com 34 composições dele, interpretadas por grandes nomes do meio musical. As músicas escolhidas são tanto do tempo dos Beatles quanto de sua carreia solo. Entre outros, se fazem presentes no disco Bob Dylan (Things We Say Today"), Billy Joel ("Maybe I'm Amazed"/ Live and Let Die"), Brian Wilson ("Wanderlust"), Willie Nelson ("Yesterday"), Barry Gibb ("When I'm Sixty Four"), Kiss ("Venus and Mars/Rock Show"), Roger Daltrey ("Helter Skelter"), Smokey Robinson ("So Bad"), Alice Cooper ("Eleanor Rigby"), B.B. King ("On the Way"), Corinne Bailey Rae ("Bluebird"). A versão física da obra terá apenas mil cópias, acompanhadas de um livro em capa dura, um documentário com o makking off do disco, e um encarte com arte assinada por Alan Aldridge. Na mesma data de 18 de novembro estará disponível, também uma versão de luxo com oito faixas adicionais, incluindo covers feitos pelo próprio Paul McCartney de músicas de Alice Cooper, Robert Smith e Ronnie Spector. Uma obra tão extensa e qualificada como a de Paul McCartney merece sempre ser revisitada. Poucos terão a oportunidade de adquirir a edição física do disco, mas a disponibilização gratuita de seu conteúdo na internet permitirá sua fruição por um grande público. Uma oportunidade imperdível de ouvir clássicos de Paul na voz de outros astros da música.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Erro decisivo

O Inter empatou com o São Paulo em 1 x 1, hoje à noite, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. A grande atuação do goleiro do Inter, Alisson, e a produção muito abaixo do esperado do São Paulo contribuíram para o resultado, mas o fator decisivo foi um erro grosseiro de arbitragem. O gol do Inter foi irregular, pois Paulão estava impedido ao desviar a bola para as redes. Esse fato foi determinante para o desenrolar do jogo. Ao sair perdendo, de forma injusta, uma partida na qual era franco favorito, o São Paulo perturbou-se e não conseguiu repetir o desempenho dos últimos jogos. Mesmo alcançando o empate logo no início do segundo tempo, o São Paulo não encontrou forças para obter a virada. Com esse empate, o São Paulo perdeu uma chance irrecuperável de aproximar-se do Cruzeiro, na tentativa de ainda lutar pelo título do Brasileirão. Por sua vez, o Inter ganhou fôlego na sua busca de classificação para a Libertadores, pois terá, agora, três jogos consecutivos no Beira-Rio.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O futebol não é uma ilha

O futebol brasileiro evoluiu bastante em relação a um passado, nem tão distante, marcado por viradas de mesa e campeonatos com fórmulas absurdas. Porém, num país caracterizado, historicamente, por atos de corrupção, o futebol não é uma ilha. O Ministério Público concluiu que dirigentes e funcionários da Portuguesa receberam dinheiro para que o jogador Héverton, que estava suspenso, fosse escalado na partida contra o Grêmio, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013, o que ocasionou a perda de quatro pontos pelo clube, e o seu rebaixamento para a Segunda Divisão. Beneficiado pelo ocorrido com a Portuguesa, o Fluminense, que havia sido rebaixado, permaneceu na Primeira Divisão. O fato, se provado, é gravíssimo. Em consequência de sua queda, a Portuguesa sofreu uma grande desestruturação, e, em 2014, foi rebaixada para a Terceira Divisão, estando com o seu futuro ameaçado. O Fluminense, pela terceira vez em sua história, beneficiou-se de uma situação extracampo para fugir de um rebaixamento. Caso se confirmem as suspeitas do Ministério Público, a punição aos envolvidos terá de ser exemplar. O futebol brasileiro já vive uma fase de grande declínio técnico. Se a isso se juntar a impunidade em tão grave fato, perderá, também, a sua credibilidade. O futebol não é uma ilha, mas terá, nesse caso, uma excelente oportunidade de dar em exemplo positivo para o país, punindo a corrupção com rigor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Lucidez

O coordenador digital da campanha de Aécio Neves para a eleição presidencial, Xico Graziano, ex-deputado federal pelo PSDB, foi responsável por um raro momento de lucidez no cenário político brasileiro. Graziano foi hostilizado nas redes sociais por ter repudiado as passeatas que pediam o impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff e a volta dos militares. Ele foi chamado, entre outros termos, de "linha auxiliar do PT" e "esquerdopata". Sem se intimidar, Graziano postou um texto em que reafirmou sua posição e fez considerações precisas sobre o quadro político brasileiro. Lembrou que a direita, no Brasil, está sem um partido que a represente, que defenda suas ideias. Assim, foi procurar abrigo no PSDB. Porém, como bem lembra Graziano, o partido traz em seu nome a expressão "social democracia" e teve sua origem no antigo MDB, uma frente que lutou contra o regime militar. Portanto, argumenta Graziano, sua inspiração é de centro-esquerda. Ele conclui seu arrazoado de forma certeira, ao expressar que não é ele que está no lugar errado, e que os radicais de direita é que devem deixar o PSDB. A polarização política entre PT e PSDB acabou por gerar esse efeito perverso. Como os partidos mais à direita do espectro político,  PP e Dem, perderam expressão, os antipetistas pousaram no PSDB na busca de alcançarem o poder. No entanto, o PSDB, embora seja um partido de feição burguesa, marcadamente de classe média, não é de inspiração direitista. Por conveniência eleitoral, os partidos aceitam toda a espécie de adesões, o que contribui para descaracterizá-los. A partir do episódio envolvendo Graziano, talvez a cena política brasileira fique menos confusa. O PSDB tem todo o direito de lutar para chegar ao poder, é para isso que existem os partidos. No entanto, deveria fazê-lo sem dar guarida aos inimigos da democracia, e sendo fiel aos fundamentos que levaram à sua criação.

domingo, 9 de novembro de 2014

Goleada

O Grêmio goleou o Inter por 4 x 1, hoje à tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um resultado melhor do que a expectativa do torcedor mais otimista. Sete meses depois de ser goleado pelo Inter na decisão do Campeonato Gaúcho, o Grêmio devolveu o placar ao seu maior rival. Para um time que tem enorme dificuldade em marcar gols, o fato é quase uma façanha. Foi o que os torcedores costumam chamar de um "chocolate". A superioridade do Grêmio foi do primeiro ao último minuto. O gol do Inter, pouco depois do segundo do Grêmio, deu para alguns a impressão de que o jogo pudesse ficar mais equilibrado. Não ficou, e a goleada aconteceu, ao natural. A rigor, ninguém jogou mal no Grêmio, mas alguns nomes se destacaram mais. Geromel, mais uma vez, teve uma grande atuação. Rhodolfo, que voltava ao time, manteve seu padrão de bons desempenhos. Luan e Dudu envolveram a defesa do Inter em vários lances. Porém, o maior destaque foi Alan Ruiz. Ele entrou no segundo tempo, marcou dois gols em 12 minutos, e saiu para evitar uma possível expulsão. Poucas vezes um jogador fez tanto em tão pouco tempo. Foram os gols de Alan Ruiz que transformaram uma simples vitória num resultado acachapante. O segundo gol marcado por ele, o quarto do Grêmio, valeu a subida para o terceiro lugar no Brasileirão, ultrapassando o Atlético Mineiro pelo saldo de gols. Por outro lado, o Inter caiu para o sexto lugar, pois a vitória do Corinthians sobre o Santos o fez descer mais uma posição. A semana começa, portanto, com o Grêmio dentro da zona de classificação para a Libertadores, e o Inter fora. Para agravar a situação do Inter, seu próximo jogo, na quarta-feira, será contra o São Paulo, no Morumbi. O campeonato caminha para a sua definição, faltando apenas cinco rodadas para o seu final, e as perspectivas do Grêmio parecem bem mais risonhas que a do seu maior adversário.

sábado, 8 de novembro de 2014

A aposta no pior

A imprensa conservadora, ainda revoltada pela quarta derrota consecutiva dos candidatos por ela apoiados em eleições presidenciais, resolveu fazer a aposta no pior. A presidente reeleita Dilma Rousseff nem começou o seu segundo mandato e jornais e revistas conservadores já traçam um cenário terrível para o país. Conforme esses arautos do desastre, Dilma está isolada e não sabe o que fazer na economia, o país está na iminência de um apagão energético, e os brasileiros arcarão com "tarifaços" em 2015. Paralelamente a isso, o candidato derrotado, Aécio Neves, de volta a sua cadeira de senador, é exaltado como um líder em crescimento e já se lança numa campanha midiática visando à eleição de 2018. Na ânsia de, finalmente, desalojarem o PT do poder, os conservadores escolhem o "quanto pior, melhor". Desejam que o país seja tomado pelo caos administrativo, ainda que isso afete a todos os brasileiros. Colocam seu antipetismo acima dos interesses dos cidadãos. Estabeleceram um "terceiro turno", em vez de acatar o resultado das urnas, como recomenda a democracia. Estimulam até, absurdamente, a ideia do impeachment de uma presidente legitimamente reeleita. O eleitor brasileiro já demonstrou que atingiu um considerável grau de maturidade, o que pode ser constatado pelas quatro vitórias consecutivas do PT em eleições presidenciais, mesmo com todo o bombardeamento contrário por parte da imprensa. Com o correr dos dias, os brasileiros perceberão que todo esse cenário de terror não tem conexão com a realidade. Os órgãos de imprensa que se prestam a esse triste papel apenas corroem a sua credibilidade. Terminada uma eleição, o vencedor governará a todos, os que votaram nele, os que optaram por outros candidatos, e, também, os que se sequer foram às urnas. Ele precisa, portanto, contar com o apoio de todos. Apostar no fracasso de um governo é agir contra os interesses do país. Uma imprensa consciente jamais agiria dessa forma. Esse comportamento apenas ressalta a necessidade, inadiável, de se fazer uma nova regulação de mídia no Brasil, democratizando a comunicação no país.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pretensão equivocada

Os emocionantes jogos de quarta-feira pela Copa do Brasil fizeram com que os inimigos do Campeonato Brasileiro de pontos corridos voltassem a defender o retorno do execrável formulismo na mais importante competição do futebol do país. Trata-se de uma pretensão equivocada, baseada em falsas premissas ou numa pura e simples má vontade gerada pela mais absoluta irreflexão. O campeonato em pontos corridos, com todos os clubes se enfrentando em turno e returno, é o único que apura um vencedor com total legitimidade. Ele privilegia quem tem mais qualidade e está melhor preparado. Os que dizem que é uma fórmula sem emoção mentem descaradamente, pois nos pontos corridos, todos os jogos, rigorosamente, são importantes, já que a pontuação é cumulativa. No formulismo, há uma série de jogos classificatórios desimportantes e enfadonhos, até que se chegue na fase decisiva. Afora isso, o formulismo não garante um calendário completo para todos, pois os clubes que não se classificam para a fase decisiva tem de encerrar o ano mais cedo, o que redunda em perda de arrecadação e dificuldade para honrar os compromissos financeiros. A Copa do Brasil, com sua fórmula de mata-mata, sem dúvida, é muito emocionante, mas por ser disputada em fases estanques, sem levar em conta o retrospecto dos participantes, nivela competidores desiguais, o que explica que clubes como Criciúma, Juventude, Santo André, e Paulista já tenham alcançado o título. Num Brasileirão de pontos corridos esses clubes jamais aspirariam ao título. Todos os campeonatos nacionais importantes do mundo, como o Italiano, Francês, Espanhol, Alemão e Inglês, sempre foram disputados em pontos corridos. O Brasil corrigiu essa distorção em 2003. Voltar atrás seria algo deplorável, e faria da principal competição futebolística brasileira algo único, como a jabuticaba, uma fruta que só existe no Brasil. Tomara que as autoridades esportivas brasileiras não cometam essa estupidez.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Decisão mineira

O futebol mineiro está em alta. Em 2013, o Atlético Mineiro foi campeão da Libertadores e o Cruzeiro ganhou o Campeonato Brasileiro. Agora, o Cruzeiro caminha, célere, para o bicampeonato brasileiro, e os dois clubes disputarão uma decisão mineira da Copa do Brasil. A classificação do Atlético, particularmente, foi épica, e repetiu a mesma façanha das semifinais, isto é, depois de ser derrotado no primeiro jogo por 2 x 0, e sair perdendo na segunda partida,  goleou o Flamengo por 4 x 1, exatamente como fizera com o Corinthians. Mais uma vez, o Atlético soube transformar o Mineirão num caldeirão, com sua torcida gritando "eu acredito". Seu maior rival, o Cruzeiro, também obteve a classificação de maneira admirável. Depois de estar perdendo por 3 x 1 para o Santos, na Vila Belmiro, resultado que o eliminava, buscou o empate em 3 x 3. Será uma decisão de altíssimo nível entre os dois maiores clubes de Minas Gerais, um sonho que os gaúchos ainda não conseguiram realizar com Grêmio e Inter. Para o Atlético, será a disputa de um título inédito. O Cruzeiro, se for o campeão, conquistará o seu quinto título, tornando-se o clube mais vezes vencedor da competição. Serão dois jogos emocionantes, com estádios lotados. Espetáculos imperdíveis para quem gosta de futebol.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A declaração de um canalha

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, mais uma vez, botou suas garras de fora. Mendes é uma das mais deploráveis figuras que já passaram pelo Supremo, talvez a pior de todas. Defende os interesses dos poderosos, dos grandes grupos econômicos. O banqueiro Daniel Dantas, por exemplo, foi protegido por ele de sofrer qualquer sanção por seus crimes de colarinho branco. Foi Mendes, também, quem extinguiu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, uma antiga aspiração dos grandes grupos de comunicação do país. Na ocasião, comparou o ofício de jornalista com o de cozinheiro. Agora, Mendes vem a público dizer do seu temor de que o Supremo se transforme numa corte "bolivariana", já que a presidente Dilma Rousseff deverá nomear mais seis integrantes do tribunal. Por sinal, Mendes é o único ministro da atual composição do Supremo Tribunal Federal que foi indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Suas decisões e declarações demonstram, claramente, sua falta de isenção, seu comprometimento ideológico. A declaração sobre o temor em relação à composição do Supremo é típica de um canalha. Os ministros do Supremo tem de possuir reputação ilibada e notável saber jurídico. Pelo menos, deveria ser assim. Gilmar Mendes talvez tenha um considerável conhecimento jurídico, mas, certamente, não tem uma reputação ilibada.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A inconformidade dos derrotados

A vitória apertada de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves, com uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos, fez com que a inconformidade dos derrotados se mostrasse como nunca após a eleição para presidente. Em algumas capitais brasileiras, manifestantes foram às ruas para pedir o impeachment da presidente Dilma e a intervenção dos militares. Em comum, todas essas manifestações tiveram um número pouco expressivo de participantes. Paralelamente a isso, a revista "Veja", sempre ela, enumera "ameaças" que a continuidade do poder nas mãos do PT pode trazer ao país. O entrevistado das páginas amarelas da revista, na edição dessa semana, o jornalista venezuelano Miguel Henrique Otero, diz ver semelhanças do quadro político brasileiro com o do seu país, e, entre outros temores, diz que Dilma poderá, ao fim de seu novo mandato, alterar a Constituição para se candidatar novamente. Trata-se de um terrorismo político já praticado por "Veja" em relação ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.  A publicação dava como certo que Lula mudaria a Constituição para poder obter um terceiro mandato. Ressalte-se que, se quisesse, Lula conseguiria essa mudança com facilidade. Ainda assim, ele respeitou a Constituição e fez de Dilma Rousseff a sua candidata, que acabou eleita e, agora, foi reconduzida para mais um mandato. As manifestações de rua e as ameaças acenadas pela revista "Veja" apenas demonstram que há um grupo de brasileiros, pequeno mas muito radical, que não assimila bem as derrotas eleitorais. A presidente Dilma Rousseff não será deposta, e o cenário de horrores previsto por "Veja" não se confirmará. O  Brasil tem uma democracia sólida. Aliás, em 2015, o país completará 30 anos de restituição da democracia, o que tem de ser muito festejado por todos os brasileiros. Os perdedores de uma eleição devem aceitar o resultado das urnas e se prepararem para a próxima. Essa é a única maneira legítima de alcançar o poder. Pedir a destituição de uma presidente eleita pelo voto e sua substituição por militares é uma demonstração de intolerância política incompatível com a realidade do país, e só expõe seus proponentes ao ridículo.

domingo, 2 de novembro de 2014

Vitória presenteada

O Inter venceu o Santos por 2 x 1, hoje à tarde, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória histórica, pois o Inter jamais havia vencido o Santos na Vila Belmiro. Como é característico da história do clube, a sorte falou mais alto num momento decisivo na busca pela classificação para a Libertadores. Afinal, depois de fazer 1 x 0 no primeiro tempo, o Inter sofreu o gol de empate no segundo e viu o Santos tomar conta do jogo, até que, aos 35 minutos, o goleiro Aranha cometeu um erro inadmissível, pegando com as mãos uma bola que lhe fora atrasada. Na cobrança da falta, o Inter fez o gol de desempate, que acabou por lhe dar a vitória, que, portanto, lhe foi presenteada. Com isso, o Gre-Nal do próximo domingo, na Arena, tornou-se ainda mais explosivo, pois o Inter vai para o jogo dois pontos na frente de seu maior rival, o que tornaria uma derrota quase fatal para o Grêmio. Tanto pelo fato de estar na frente na tabela, como por não perder para o Grêmio há dois anos, o Inter é favorito para o Gre-Nal. Mais uma vez, percebe-se que o Grêmio encara o jogo de maneira tímida, evitando assumir a responsabilidade de vencê-lo. Isso é o caminho mais curto para a derrota. Ganhar o Gre-Nal é fundamental para o Grêmio, em função de seus objetivos de classificação para a Libertadores, e pelo retrospecto altamente negativo dos últimos anos no confronto com o Inter. Se não houver alguma grande surpresa, o Inter ganha o Gre-Nal e se credencia a permanecer entre os primeiros colocados da competição, enquanto o Grêmio terá o seu final de ano antecipado, apenas cumprindo tabela nos jogos restantes.

sábado, 1 de novembro de 2014

Pior a cada jogo

O Grêmio venceu o Vitória por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi mais uma vitória pelo placar mínimo, como tantas outras nesse Brasileirão. Em comum entre elas, afora a escassez de gols, está o mau futebol praticado pelo time. Hoje, por exemplo, o desempenho do Grêmio foi péssimo. Em vez de evoluir tecnicamente, o Grêmio parece piorar a cada jogo. Para se ter uma ideia da precariedade da atuação do Grêmio, foi um gol contra que lhe deu a vitória. A escalação do Grêmio, com apenas dois volantes e Barcos e Lucas Coelho jogando juntos no ataque, não funcionou. Breno, na lateral-esquerda, foi muito mal. Com exceção de Geromel, que simplifica dando chutões mas tem sido um zagueiro muito eficiente, ninguém se destacou. A posição do Grêmio, que é quinto colocado mas com o mesmo número de pontos do terceiro e quarto lugares, é muito melhor que o futebol que ele vem praticando, o que deixa sérias dúvidas sobre o futuro imediato do time e sua capacidade de obter a classificação para a Libertadores.