sexta-feira, 20 de julho de 2012

Fernandão

Está difícil, para mim, nessa semana, escrever sobre temas que não estejam relacionados ao futebol, embora esse espaço não se limite a eles. Hoje, não é diferente. A demissão do técnico do Inter, Dorival Júnior, e a contratação de Fernandão para o seu lugar, aparecem como a grande notícia do dia. A queda de Dorival era algo inevitável e, na verdade, até demorou para acontecer.  Em nenhum momento de seus 11 meses no Inter, o time deslanchou. Os títulos da Recopa Sul-Americana e do Campeonato Gaúcho não serviram para encobrir a inconsistência do trabalho realizado pelo técnico. Na competição que era a prioridade absoluta do clube para 2012, a Libertadores, o Inter foi muito mal. Só se classificou para as oitavas de final porque seu grupo na primeira fase era muito fraco, mas, ainda assim, fez uma campanha pífia, de menos de 50% de aproveitamento, sem ganhar nenhum jogo fora de casa. Dessa forma, foi o último colocado entre os 16 clubes que se classificaram para a sequência da Libertadores. Como não poderia deixar de ser, foi eliminado logo a seguir. Na decisão do Gauchão, contra o modesto Caxias, teve enorme trabalho, em pleno Beira-Rio, para ganhar o título com uma vitória, de virada, por 2 x 1. Iniciado o Campeonato Brasileiro, única competição que restou ao Inter para disputar em 2012, o fraco desempenho persistiu. Nem mesmo a desculpa dos muitos desfalques que o time vinha tendo serviu, dessa vez, para encobrir o baixo desempenho de Dorival Júnior. A diretoria do Inter, finalmente, atendeu ao que desejava a torcida e demitiu Dorival. A solução encontrada foi Fernandão, que vinha sendo o gerente de futebol do clube, pois, como ocorrerão eleições para presidente do Inter no final do ano, não seria possível firmar contrato com um técnico para um período que ultrapassasse 2012, e nenhum treinador conceituado aceitaria  um contrato por tempo tão curto. Fernandão nunca trabalhou como técnico, mas é inteligente, articulado, tem liderança no vestiário e é ídolo do torcedor. As últimas experiências com grandes ídolos como técnicos, na dupla Gre-Nal, não foram das melhores. Renato teve um início excepcional no Grêmio, quando de sua chegada, mas, no ano seguinte, não repetiu a mesma performance e foi demitido. Falcão, mesmo ganhando um título de campeão gaúcho, só ficou três meses no cargo. Agora é a vez de Fernandão fazer a sua tentativa. Ainda que o vice-presidente de futebol do Inter, Luciano Davi, tenha dito que não, Fernandão é uma aposta. Dadas as circunstâncias, o Inter não tinha muitas opções. Colocou suas fichas em um nome adorado pela torcida pelo que fez como jogador. Fizera o mesmo, antes, com o já citado Falcão e, anteriormente, com Figueroa. Foram iniciativas que não deram certo, mas nada impede que Fernandão mude esse quadro.