domingo, 27 de março de 2022

Sem surpresas

Os palpites dos especialistas em relação aos ganhadores do Oscar acabaram se confirmando. Foi uma premiação sem surpresas, o que não significa que todas as escolhas tenham sido as mais corretas. Nas principais categorias, todos os que eram tidos como favoritos venceram. Nem por isso, estão livres de contestações. Particularmente, entendo que nas categorias de ator principal e melhor filme, os ganhadores deveriam ser outros. O Oscar de melhor ator foi para Will Smith, por "King Richard, Construindo Campeãs". O trabalho de Smith é muito bom, mas o de Benedict Cumberbatch em "Ataque dos Cães" é superior. O ganhador do Oscar de melhor filme foi "CODA, No Ritmo do Coração", conforme vinha sendo apontado na medida em que a data da cerimônia se aproximava. Também nesse caso, "Ataque dos Cães" foi injustiçado. Olhando-se a lista de dez filmes concorrentes, era o que parecia mais consistente, tanto que foi indicado num total de 12 categorias. O filme vencedor, "CODA, No Ritmo do Coração" é terno e simpático, mas parece mais adequado para uma amena matinê televisiva, do que para receber o selo de ganhador do maior prêmio do cinema mundial. Nas outras categorias mais relevantes, nenhum reparo a fazer. O prêmio de melhor direção para Jane Campion, por "Ataque dos Cães", era uma previsão praticamente unânime. O Oscar de atriz principal para Jessica Chastain, por "Os Olhos de Tammy Faye", confirmou o ocorrido em outras premiações, e foi justíssimo, já que seu desempenho foi bem superior aos de suas concorrentes. Os prêmios de ator e atriz coadjuvante também ficaram com quem mais merecia. Troy Kotsur, por "CODA, No Ritmo do Coração", e Ariana de Bose, de "Amor, Sublime Amor" eram os vencedores naturais, pela excelência de suas atuações, e por também terem ganho em premiações anteriores. A maioria dos prêmios técnicos ficou com "Duna", o que é natural em se tratando de um filme cujo forte são os efeitos especiais. A cerimônia do Oscar também teve um momento marcante com a entrada no palco do diretor Francis Ford Coppolla e dos atores Al Pacino e Robert de Niro, numa homenagem aos 50 anos da realização do filme "O Poderoso Chefão". A parte mais emocionante do Oscar, no entanto, ficou para o final. O anúncio do ganhador do último prêmio, de melhor filme, foi feito por Liza Minneli, que entrou no palco, acompanhada de Ladý Gaga, numa cadeira de rodas, e visivelmente debilitada.