sábado, 9 de outubro de 2021

Cumplicidade vergonhosa

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, de arquivar dois pedidos de investigação sobre a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em empresas offshore num paraíso fiscal, é uma atitude repugnante. O gesto de Toffoli evidencia uma cumplicidade vergonhosa do ministro com o governo do presidente genocida Jair Bolsonaro, que ja vem de longa data. Não é por acaso que as posições do ministro Alexandre de Moraes irritam tanto aos bolsonaristas, pois contrastam com o compadrio de Toffoli, o estilo morde e assopra de Gilmar Mendes, de declarações vigorosas seguidas de decisões que favorecem a impunidade dos poderosos, e da passividade dos demais integrantes do STF. O Poder Judicário é um dos componentes do conluio que perpetrou o golpe que depôs uma presidente legitimamente eleita. Não há esperança de melhores dias num país onde o Poder Judiciário, que deve ser o alicerce de sustentação da democracia e da defesa da Constituição, anda de màos dadas com um governo fascista. O Brasil está afundando num abismo moral e político do qual levará muito tempo para ser resgatado.