segunda-feira, 30 de abril de 2018

O golpe

Só os muito cínicos podem sustentar a ideia de que a condenação à prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva não foi uma ação de cunho político. As evidências nesse sentido se ampliam a cada dia. A Procuradoria Geral da República encaminhou novas denúncias de corrupção contra Lula e outros membros do PT, ao mesmo tempo em que procrastina ou arquiva ações semelhantes envolvendo políticos do PSDB. O juiz Sérgio Moro pede investigações sobre os ganhos de uma empresa de Lula, mas também nada faz contra membros do PSDB. Fica mais claro, a cada dia, que o objetivo da prisão de Lula é impedir que ele concorra nas próximas eleições. Lula continua sendo o primeiro colocado em todas as pesquisas na eleição para presidente. Se concorrer, vence a eleição. Se vencesse, revogaria as medidas econômicas do governo golpista e ilegítimo. Os promotores do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita não querem correr o risco de uma reversão das iniquidades que praticam contra o povo brasileiro. O golpe foi um conluio entre empresários, partidos de direita, Poder Judiciário e Ministério Público. Após as eleições, é bastante provável que Lula seja libertado, pois o objetivo de impedir que ele concorra já terá sido alcançado. Cansada de perder eleições, a direita partiu para o golpe, e está disposta a tudo para manter seus privilégios.

domingo, 29 de abril de 2018

Sem razões para otimismo

Há quem veja evolução no Inter na sua condição de time em formação. Os que pensam assim acham que o Inter pode atingir um patamar que lhe dê a perspectiva de uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Hoje, após o empate do Inter com o Cruzeiro em 0 x 0, no Beira-Rio, pelo Brasileirão, única competição que restou ao clube até o fim do ano, esse discurso se fez presente, novamente, por muitos profissionais de imprensa. Porém, quem analisar o jogo friamente se verá sem razões para otimismo em relação ao Inter. Se é verdade que, na partida de hoje, o Inter teve mais volume de jogo e criou as maiores oportunidades, não se pode deixar de lembrar que o adversário entrou em campo com um time inteiramente reserva. O fato de o goleiro do Cruzeiro, Rafael, ter sido a maior figura em campo também nada apresenta demais, afinal ele estava apenas cumprindo o papel que se espera de qualquer jogador da sua posição. A realidade é que o Inter lutou até o fim, mas não conseguiu, mesmo jogando em casa, vencer um adversário que não escalou nenhum titular. O único acontecimento verdadeiramente alentador para o Inter foi a estreia do atacante Lucca. A partir de sua entrada em campo, o Inter cresceu de produção, e foram dele as duas maiores chances de gol do jogo. No entanto, ainda é muito pouco para o Inter sonhar com dias melhores.

sábado, 28 de abril de 2018

Castigo merecido

Nada mais irritante do que o comportamento daqueles que não aprendem com os erros, e insistem na sua repetição. O Grêmio jogou fora o título do Campeonato Brasileiro de 2017, uma competição que estava à sua feição. Em treze jogos colocou times descaracterizados, e não ganhou nenhum deles. Na ocasião, já começou a poupar titulares na terceira rodada. Nesse ano, repete a dose. Hoje, pela terceira rodada do Brasileirão, contra o Botafogo, no Engenhão, o Grêmio entrou em campo com dez reservas, apenas Luan era titular. Contra um Botafogo esforçado, mas limitado tecnicamente, o Grêmio saiu perdendo, empatou logo a seguir, foi prejudicado pela arbitragem que deixou de marcar um pênalti claro sobre Alisson e assinalou um impedimento inexistente de André, e buscava manter o empate quando sofreu um gol aos 47 minutos do segundo tempo. A derrota por 2 x 1 foi um castigo merecido para o Grêmio. Há quase um consenso no país de que o Grêmio é o melhor time do Brasil, atualmente, e o que pratica o futebol mais bonito, desde o ano anterior. Ainda assim, o Grêmio segue desprezando o Campeonato Brasileiro para priorizar a Copa do Brasil e a Libertadores. Não há sentido nessa opção. O Grêmio ganhou a Copa do Brasil em 2016, depois de um jejum de quinze anos. Foi campeão da Libertadores em 2017, após 22 anos sem a conquistar. Agora, sua prioridade deveria ser o Brasileirão, cujo título não obtém desde 1996. Para quem trata uma competição com tanto e injustificado desdém, o Grêmio mereceu perder, ainda que não tivesse sido inferior ao Botafogo. Não se age dessa forma impunemente.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Retrocesso

A decisão judicial que anulou a troca do nome da via de acesso a Porto Alegre, de Castelo Branco para Avenida da Legalidade e da Democracia, é um enorme retrocesso. A troca fora estabelecida pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Sua revogação se deu a partir de uma ação proposta por vereadores de direita, inconformados com a medida. Entre os proponentes da ação estão os vereadores João Carlos Nedel e Mônica Leal, conhecidos pelo seu reacionarismo, ambos pertencentes ao Partido Progressista (PP), atual denominação da Arena, legenda de sustentação da ditadura militar. Mônica, aliás, e filha do falecido coronel Pedro Américo Leal, ex-vereador de Porto Alegre e ex-deputado estadual do Rio Grande do Sul, uma das mais execráveis figuras do regime autoritário. O Brasil insiste em cortejar sua deprimente ditadura militar. Seus vizinhos Uruguai e Argentina souberam enfrentar a mesma situação do único modo correto, ou seja, julgando e punindo os artífices e agentes da ditadura. Voltar a dar o nome de um ditador a uma importante avenida de Porto Alegre é um insulto aos que pereceram na defesa da democracia. O Brasil insiste em andar na contramão da história. Se em outros países as ditaduras são execradas e seus agentes são devidamente punidos, no Brasil torturadores e assassinos recebem homenagens, e pessoas saem às ruas para pedir a volta do regime de exceção. Num país assim, o futuro será sempre sombrio.

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Vitória tranquila

Havia quase um consenso de que o Grêmio era amplo favorito contra o Goiás, mesmo jogando fora de casa, dada a grande diferença de nível técnico entre os dois times. As previsões se confirmaram. O Grêmio venceu o Goiás por 2 x 0, hoje, no Serra Dourada, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Foi uma vitória tranquila. O Goiás teve uma única chance clara de gol. O jogo foi inteiramente dominado pelo Grêmio, que já poderia ter marcado gols no primeiro tempo, pois desperdiçou muitas chances. No segundo tempo, o Grêmio ganhou de forma natural, com uma grande atuação de Everton. O resultado encaminhou a classificação do Grêmio para as quartas de final, pois o segundo jogo será na Arena, com ampla vantagem do mandante, que poderá até perder por 1 x 0 que, ainda assim, estará na próxima fase. A lamentar, apenas, que tendo jogado com força máxima contra o Goiás, e com uma partida importante contra o Cerro Porteno na terça-feira, o Grêmio, provavelmente, irá enfrentar o Botafogo, sábado, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro, com um time reserva. Se isso se confirmar, o Grêmio estará, pelo segundo ano consecutivo, abrindo mão de ganhar o título do Brasileirão, o que é lamentável, já que lhe sobram qualidades para obter o título da competição.

terça-feira, 24 de abril de 2018

O jogador do momento

O futebol, esporte mais popular do mundo, produz ídolos de forma sequencial. São jogadores que, por terem uma técnica diferenciada ou serem grandes goleadores, encantam multidões de torcedores e aficionados. Nesse sentido, o jogador do momento, no futebol mundial, é o atacante Salah, do Liverpool. Salah é um grande goleador, de ótima condição técnica. O fato mais inusitado em torno desse jogador é a sua nacionalidade. Salah não é originário de nenhum dos tradicionais centros do futebol mundial. Ele é egípcio, o que assemelha sua trajetória a de outro nome de destaque no futebol, o liberiano George Weah, que chegou a ser escolhido como o melhor jogador do mundo, e hoje é presidente do seu país. No Egito, Salah é ídolo, e muitos torcedores adquirem perucas que imitam sua cabeleira. Ele chegou a receber 700 mil votos numa recente eleição em seu país, embora não fosse candidato. Hoje, no jogo Liverpool 5 x 2 Roma, pelas semifinais da Champions League, Salah mostrou porque é a bola da vez no futebol mundial, ao marcar os dois primeiros gols de seu time, e contribuir com passes para os demais. A um só tempo um goleador implacável e um jogador de técnica notável, Salah vem encantando a todos em cada partida de que participa. Seu brilho não se resume aos jogos por seu clube, pois também se destaca na seleção do Egito, que estará de volta a uma Copa do Mundo em 2018, na Rússia, depois de uma longa ausência. O constante surgimento de ídolos garante ao futebol o seu poder de encantamento sobre seus milhões de apreciadores. Salah é mais um integrante dessa galeria de astros.

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Sequência vitoriosa

O Campeonato Brasileiro teve apenas duas rodadas realizadas até agora, e o Corinthians, atual detentor do título, já é líder isolado. O Corinthians foi o único clube que venceu os dois jogos que realizou, e já está com um saldo positivo de cinco gols. A sequência vitoriosa do Corinthians sob a orientação do técnico Fábio Carille é impressionante. Ele foi campeão paulista em 2017 quando o Corinthians era apontado como a quarta força do futebol estadual. Depois, no mesmo ano, foi campeão brasileiro tendo o maior aproveitamento de um clube no primeiro turno na história da competição, o que lhe garantiu o título mesmo com uma acentuada queda de rendimento no segundo. Em 2018, tornou-se bicampeão paulista, revertendo a derrota em casa no primeiro jogo da decisão, diante de um adversário, o Palmeiras, que realizara a melhor campanha e era apontado por todos como franco favorito. O time do Corinthians, nesse tempo todo, jamais impressionou pelos nomes que i constituem. Sua força está no conjunto, não nas individualidades. O Brasil se encanta com a qualidade do futebol praticado pelo Grêmio, pela disciplina tática do Atlético Paranaense, e espera que Palmeiras e Flamengo, recheados de nomes de destaque em seus grupos, mostrem um desempenho condizente com suas altas folhas de pagamento. Enquanto isso, o Corinthians vai empilhando vitórias, e conquistando títulos. Até quando? Não se sabe. Porém o fim desse período vitorioso parece ainda estar distante.

domingo, 22 de abril de 2018

Poderia ter sido melhor

Poucos esperavam que o Inter pudesse colher outro resultado que não fosse a derrota para o Palmeiras, hoje, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Porém, a derrota do Inter por 1 x 0 deixou a sensação de que o resultado poderia ter sido melhor. O Palmeiras, mais uma vez, não jogou bem, sendo inferior ao Inter em vários momentos da partida. A arbitragem errou ao marcar um impedimento inexistente de Leandro Damião, que poderia resultar no empate do Inter. Embora tenha perdido o jogo, o Inter, com o bom futebol apresentado, dá esperança aos seus torcedores de que poderá fazer uma boa campanha na única competição que lhe restou até o fim do ano.

Pontos desperdiçados

Sim, o Atlético Paranaense é um bom time, muito bem treinado. Seu estilo de jogo é muito semelhante ao do Grêmio, valorizando muito a posse de bola, embora com jogadores de menor qualidade. Porém, ainda assim, o empate de 0 x 0 entre Grêmio e Atlético Paranaense, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, não deixou de ser um tropeço do clube mandante. Numa competição de pontos corridos, ganhar os jogos em casa é fundamental, principalmente contra clubes pequenos e médios. Por isso, ainda que o Grêmio tenha tido uma boa atuação, reconhecida pela torcida com aplausos depois do jogo, o empate resultou em pontos desperdiçados. Com apenas duas rodadas do Brasileirão realizadas, o Corinthians, atual campeão da competição, se isolou na liderança, pois venceu os seus dois jogos. O Grêmio teve volume de jogo, criou várias chances para marcar, mas não conseguiu ganhar nem quando ficou com um jogador a mais, aos 28 minutos do segundo tempo, com a expulsão de Camacho. Os pontos não ganhos hoje farão falta no final da disputa.

sábado, 21 de abril de 2018

Nélson Pereira dos Santos

Fazer cinema no Brasil não é fácil, é quase um ato de heroísmo. A falta crônica de recursos, o domínio esmagador do cinema americano, entre outros fatores, sempre foram empecilhos para a realização de filmes brasileiros. Dessa forma, são poucos os cineastas brasileiros com uma obra significativa em quantidade e qualidade. Nélson Pereira dos Santos, que faleceu, hoje, aos 89 anos, certamente, é um deles. A obra cinematográfica de Nélson contemplou, como valores básicos, a análise das mazelas e idiossincrasias brasileiras e a apresentação da realidade social do país por meio de grandes obras literárias. Nélson filmou, por exemplo, "Tenda dos Milagres", baseado na obra de Jorge Amado, e "Vidas Secas" e "Memórias do Cárcere", adaptações de livros de Graciliano Ramos. Seu primeiro filme, "Rio 40 Graus", já denotava essa preocupação em retratar a realidade social brasileira. O reconhecimento ao seu talento não ficou restrito ao meio cinematográfico, pois Nélson foi o primeiro cineasta do país a ser eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Com seus filmes, Nélson contribuiu para o exercício, ainda escasso, de pensar o país. O Brasil perdeu, com a morte de Nélson Pereira dos Santos, uma de suas grandes personalidades culturais.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Eliminação

O ano de 2018 era para ser o da recuperação do Inter, depois da disputa do Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão, em 2017. Não está sendo. O Inter ficou de fora nas quartas de final do Campeonato Gaúcho, terminando em sexto lugar, sua segunda pior colocação na história da competição. Hoje, sofreu mais uma eliminação, para o Vitória, na Copa do Brasil. Depois de vencer por 2 x 1, no Beira-Rio, o Inter foi derrotado por 1 x 0, no Barradão. A classificação para as oitavas de final, então, foi decidida nos tiros livres da marca do pênalti, e o Vitória venceu por 4 x 3. O jogo foi de baixo nível técnico. O Vitória ia para a frente mais no grito da torcida do que pela qualidade do seu futebol. Mesmo diante de um adversário modesto, o Inter não conseguia ter um bom desempenho. Talvez pelo fato de que o empate lhe bastava para se classificar, o Inter mostrava pouco ímpeto ofensivo. O castigo veio com um pênalti em favor do Vitória, aos 34 minutos do segundo tempo. O Inter não conseguiu reagir até o final do jogo, e acabou perdendo nos tiros livres da marca do pênalti. Agora só resta ao Inter, até o final do ano, a disputa do Brasileirão, onde, nas próximas quatro rodadas, só enfrentará grandes clubes. Decididamente, os tempos não estão fáceis para o Inter.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Bom empate

Poderia ser bem melhor, é claro. Afinal, o Grêmio teve um pênalti a seu favor que não foi marcado e colocou uma bola na trave. Porém, o 0 x 0 com o Cerro Porteno, hoje, no La Nueva Olla, pela Libertadores, foi um bom empate em termos de classificação no grupo. O Grêmio se manteve dois pontos atrás do Cerro, mas, na próxima rodada poderá ficar na frente, pois os dois voltarão a se enfrentar, dessa vez na Arena. Pelo futebol que mostrou, o Cerro Porteno não deverá impor maiores dificuldades no jogo da Arena. O time paraguaio se valeu muito mais do ambiente, com o estádio lotado pelos seus torcedores, do que pela qualidade do seu jogo. Ao longo da partida, o Cerro não criou grandes chances de gol, ao contrário do Grêmio, que teve pelo menos duas, já referidas. A campanha do Grêmio na Libertadores, até o momento, com dois empates, ambos fora de casa, e uma vitória, é apenas razoável, mas no conjunto da obra do que fez no ano, até aqui, o clube vai muito bem, com dois títulos já ganhos, e uma excelente estreia no Campeonato Brasileiro. Tudo segue risonho pelos lados do Grêmio.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

O Palmeiras não decola

Há quem pense que o dinheiro é tudo no futebol. Para os que defendem essa ideia, um poderio financeiro maior que os concorrentes é meio caminho andado para um clube obter conquistas. O Palmeiras está mostrando que essa visão é equivocada. O clube conta com um forte patrocinador, que lhe proporciona uma condição financeira invejável. Desde que essa parceria foi estabelecida, o Palmeiras tem feito grandes investimentos em contratações, montando grupos de jogadores numerosos e caros. Porém, embora o Palmeiras tenha ganho os títulos da Copa do Brasil de 2015 e do Campeonato Brasileiro de 2016, o resultado de tantos gastos se mostra abaixo do esperado. O Palmeiras não decola, contrariando o conceito geral de que é o maior favorito de todas as competições que disputa. No Campeonato Paulista, depois de fazer a melhor campanha da fase classificatória, foi para a decisão, contra o Corinthians, com amplo favoritismo. Venceu o primeiro jogo, na casa do adversário, mas perdeu a segunda partida, em seu estádio, e foi derrotado nos tiros livres da marca do pênalti. Depois da perda do título paulista, tornou a jogar em casa, contra o Boca Juniors, pela Libertadores. Fez 1 x 0 aos 44 minutos do segundo tempo, mas cedeu o empate dois minutos depois. Hoje, no Engenhão, estreou no Brasileirão, contra o Botafogo. Novamente, saiu na frente no placar, e mais uma vez permitiu o empate. Com isso, já na primeira rodada da competição, está atrás de dois outros candidatos ao título, Grêmio e Corinthians, que estrearam com vitórias. O Palmeiras é a prova de que não basta ter dinheiro, é preciso saber gastar. O clube possui um grupo de jogadores numeroso, mas não consegue montar um grande time. Também no futebol, dinheiro é importante, mas não é tudo.

domingo, 15 de abril de 2018

Mais fácil do que o esperado

As frágeis atuações do Inter desde o início do ano traziam alguma insegurança para a sua estreia no Campeonato Brasileiro, hoje, no Beira-Rio, contra o Bahia. Porém, o jogo foi mais fácil do que o esperado. O Inter venceu por 2 x 0, com dois gols de Nico López, um em cada tempo de jogo. O Bahia foi um time com pouca presença ofensiva, e o resultado foi construído de modo natural. A vitória foi importantíssima para o Inter, não só por ser uma estreia mas, também, porque os próximos jogos serão todos muito duros, contra  adversários como Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Grêmio. O futebol mostrado pelo Inter esteve longe de empolgar, mas foi suficiente para que vencesse sem sobressaltos. Para as partidas que virão na sequência, no entanto, será preciso bem mais para poder pretender bons resultados. O que de melhor se extraiu fado jogo de hoje foi a evidência de que, no Inter de hoje, Nico López tem um lugar no time. Ele só entrou no jogo devido a uma lesão de Rossi, mas mostrou, mais uma vez, que não pode ficar de fora do time titular. Agora é esperar para ver se a vitória sobre o Bahia é um indício de que o Inter está crescendo de produção, ou se não foi, apenas, um fato isolado.

sábado, 14 de abril de 2018

Grande estreia

O Grêmio vive uma fase em que tudo parece dar certo. A vitória de 1 x 0 sobre o Cruzeiro, hoje, no Mineirão, em jogo válido pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, é uma prova disso. Foi uma grande estreia do Grêmio no Brasileirão. Sem dois de seus principais titulares, Geromel e Luan, contra um Cruzeiro completo, o Grêmio dominou o jogo inteiramente, chegando a ter mais de 60% de posse de bola no primeiro tempo, que, no entanto, foi morno, com poucas chances de gol. No segundo, o jogo cresceu em emoção. Logo aos nove minutos, André, que fazia sua estreia pelo Grêmio, abriu o placar. O Grêmio seguiu dominando a partida e poderia ter feito outros gols. Porém, a expulsão de Kannemann, aos 28 minutos, deu dramaticidade ao jogo. Com um jogador a menos, o Grêmio teve de lutar muito para garantir o resultado, o que acabou conseguindo. A propósito, a expulsão de Kannemann foi justa, mas, antes desse lance, Ariel Cabral, do Cruzeiro, fez uma falta por trás violentíssima em André, e só recebeu o cartão amarelo. Vários jogadores do Grêmio se destacaram na partida, mas o melhor de todos foi Everton. Com o futebol que está jogando, Everton talvez já vá para a Europa na janela do meio do ano. O Grêmio comprovou que é o grande favorito para ganhar a competição, que não conquista há 22 anos.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

O xerife do mundo entra em ação novamente

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, hoje, que irá desfechar ataques aéreos contra a Síria. A ação será feita em conjunto com França e Grã-Bretanha. A justificativa, mais uma vez, é o uso de armas químicas por parte do país a ser atacado. As atrocidades cometidas pelo governo do presidente da Síria, Bashar al-Assad, não são novidades para ninguém. O problema é que o "xerife" do mundo entra em ação novamente. Os Estados Unidos se arrogam a condição de interventores em território alheio diante de situações em que a "segurança" mundial estaria ameaçada. Há dois senões nesse argumento. O primeiro é que não cabe a um país se colocar no papel de defensor dos demais. Em segundo lugar, essas invasões servem muito mais a interesses americanos específicos do que a questões mundiais. Essa situação é mais preocupante com um desequilibrado como Donald Trump no cargo de presidente dos Estados Unidos. A soberania dos países precisa ser respeitada. Ações contra um determinado país, por causas humanitárias, devem ser lideradas pela ONU. Não cabe a nenhum país, isoladamente ou apoiado por outros, tomar essa atitude.

quinta-feira, 12 de abril de 2018

O país do faz de conta

A desfaçatez tornou-se institucional no Brasil. O golpe e seus desdobramentos criaram o país do faz de conta. O poder judiciário age com dois pesos e duas medidas, de maneira escancarada. Como esse procedimento vai ao encontro do que desejam as elites empresariais e a imprensa, fica tudo por isso mesmo. A retirada do nome do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, da alça de mira da Operação Lava-Jato é um exemplo claro disso. O golpe não foi feito de improviso. Foi longamente estruturado. Seu objetivo foi pôr fim a série de vitórias da esquerda nas urnas, colocando no poder os defensores do "mercado", com suas propostas carregadas de demofobia. Como perceberam que, pela via democrática, jamais ganhariam uma eleição presidencial novamente, apelaram para o golpe. O Brasil é um barco à deriva. A Justiça, que deveria ser o ponto de equilíbrio nas tensões que dividem o país, é parte ativa do grande conluio que depôs uma presidente legitimamente eleita, sob alegações inconsistentes. Sem um poder judiciário altivo, nada resta ao país, apenas o caos.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Frango decisivo

Depois de três semanas apenas treinando, o Inter mostrou que nada mudou no nível do seu futebol. Hoje, no Beira-Rio, o Inter venceu o Vitória por 2 x 1, pela quarta fase da Copa do Brasil, mas não mereceu o resultado. Na verdade, o Inter só ganhou em função do frango decisivo sofrido pelo goleiro Caique, do Vitória, já nos acréscimos do jogo. O Inter teve uma atuação fraca, saiu na frente no placar, mas logo cedeu o empate. Ao final do primeiro tempo, vaias foram ouvidas no estádio. No segundo tempo, o panorama não se mostrou melhor. O desempenho do Inter continuou fraco, e o empate parecia o resultado final. Foi então que Caique tomou um dos maiores frangos da história do Beira-Rio. A torcida do Inter ficou aliviada, é claro, mas, mesmo podendo jogar por um empate na segunda partida, na próxima semana, no Barradão, não há nenhuma garantia de que o Inter será bem sucedido na busca da classificação para as semifinais da competição. O futebol apresentado pelo Inter não há nenhuma segurança ao seu torcedor de que o futuro lhe reserve boas notícias.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Aceita que dói menos

Há expressões que caracterizam determinadas épocas, sendo muito usadas, até que sejam esquecidas e substituídas por outras. Atualmente, é muito empregada a expressão "aceita que dói menos". Ela costuma ser utilizada quando alguém não assimila uma situação que lhe seja desfavorável. O Inter, seus torcedores, e os defensores assumidos ou enrustidos do clube na imprensa, estão vivendo um momento assim. A estupenda fase do Grêmio, com títulos em sequência, enquanto o Inter ainda tenta se recompor depois de um rebaixamento para a Segunda Divisão do futebol brasileiro, e de uma volta sem brilho para a Série A, faz com que os nervos dos seus adeptos estejam muito sensíveis. As "cornetas" e os "memes" de jogadores e torcedores do Grêmio com o seu maior rival estão gerando inconformidade no Inter. O curioso é que, dois anos atrás, quando o jogador Eduardo Sasha, atualmente emprestado ao Santos, dançou a valsa dos 15 anos do Grêmio sem a conquista de grandes títulos, todos pareceram achar o gesto provocativo como algo normal, uma simples brincadeira. Agora, quando jogadores e torcedores do Grêmio pedem "um minuto de silêncio para o Inter que está morto", a revolta do clube e de seus adeptos toma conta dos espaços na imprensa. No futebol, como na vida, a banca paga e recebe. O Grêmio e seus torcedores estão, apenas, exercendo o saudável direito de "tocar flauta" nos adversários. No futebol, o êxito e o fracasso são cíclicos. O momento é amplamente favorável ao Grêmio, e é natural que ele tire proveito disso gozando e provocando o seu maior rival. Para o Inter cabe, então, o conselho da expressão em evidência referida no início do texto, ou seja, aceita que dói menos.

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Auxílio externo

Há situações específicas que servem para reflexões de cunho geral. O polêmico pênalti desmarcado na decisão do Campeonato Paulista entre Palmeiras e  Corinthians,  é um desses casos. O brasileiro, mais do que qualquer outro povo do mundo, adora a visão "pragmática" do maquiavelismo, de que os fins justificam os meios. No fato em questão, ao voltar atrás no pênalti que marcou em favor do Palmeiras, o árbitro acertou, pois a infração não ocorreu. Porém, ficou mais do que evidente de que o árbitro contou com auxílio externo para modificar sua decisão, o que não é permitido. Para muitas pessoas esse é um preciosismo irrelevante, mas isso não é verdade. Na ausência do árbitro de vídeo, que já deveria ter sido instituído há muito tempo em todas as competições, a arbitragem não pode se valer de informações externas para tomar ou rever decisões. Embora não tenha sido admitido pelo árbitro, foi exatamente o que aconteceu ontem. Numa sociedade civilizada não pode haver lugar para se fazer "justiça por linhas tortas". A justiça, no futebol ou na vida em geral, não pode ser feita de modo tortuoso. Ela precisa seguir normas de procedimento. O árbitro errara ao marcar um pênalti inexistente em favor do Palmeiras, mas falhou ainda mais ao rever sua decisão por um meio não previsto na legislação do futebol.

domingo, 8 de abril de 2018

Campeão

O Campeonato Gaúcho estava virtualmente decidido desde o último domingo, após o Grêmio golear o Brasil de Pelotas por 4 x 0, na Arena. Hoje, no Bento Freitas, houve a confirmação do esperado, de modo incontestável. O Grêmio tornou a golear o Brasil de Pelotas, dessa vez por 3 x 0, e é, com todos os méritos, o campeão gaúcho de 2018. Os gols, curiosamente, aconteceram apenas no final do jogo, marcados por Cícero, que acabara de entrar em campo, Alisson e Leonardo Moura. Mais uma vez, a exemplo do que ocorrera na partida anterior, o Brasil de Pelotas teve um jogador expulso. Leandro Leite, que já tinha um cartão amarelo, agarrou Jael de forma acintosa, recebeu o segundo e, consequentemente, o vermelho. Com sete gols marcados e nenhum sofrido nos dois jogos, o Grêmio mostrou sua superioridade sobre o Brasil de Pelotas de forma inequívoca. O placar já poderia ter sido favorável ao Grêmio desde o primeiro tempo, quando Luan perdeu dois gols feitos e Everton errou uma conclusão em vez de dar a bola para Jael, que estava sozinho de frente para a meta adversária. Após o jogo, mais uma boa notícia para a torcida do Grêmio, com a declaração do técnico Renato de que permanecerá no clube. Esse, no entanto, talvez seja o único fato a merecer um reparo na merecidamente festiva tarde gremista. Se sua decisão era de continuar no Grêmio, Renato não precisava postergar o anúncio por quatro dias, desde o final do jogo contra o Monagas (VEN), pela Libertadores, angustiando a torcida que tanto o idolatra. Afora isso, o Grêmio segue no seu período de conquistas em série. O ano ainda está em seu começo, e o Grêmio já ganhou dois títulos. Com um time qualificado e ajustado, o Grêmio tem tudo para acrescentar mais taças à sua sala de troféus até o final de 2018.

sábado, 7 de abril de 2018

O deprimente jornalismo brasileiro

O que fica de toda a perseguição ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que culminou com sua prisão no dia de hoje, é o péssimo estágio em que se encontra a imprensa brasileira. O deprimente jornalismo brasileiro da atualidade não tem nenhum compromisso com o país e sua população. Não houve na cobertura do caso Lula nenhum vestígio de isenção ou imparcialidade, fatores essenciais na prática do bom jornalismo. Veículos como "Veja", "O Globo", "Folha de São Paulo"  e o "O Estado de São Paulo" realizaram uma cobertura panfletária, tentando  condenar Lula a qualquer preço. Hoje é o Dia do Jornalista, mas, no Brasil, não há motivos para qualquer comemoração. Os jornalistas combativos e independentes, com raras exceções, ficaram no passado. As redações brasileiras estão tomadas, na sua maioria, por dóceis ventríloquos de seus patrões, cujos interesses colidem com os do povo brasileiro. Uma imprensa livre e independente é um fator essencial para a construção de um país melhor. Lamentavelmente, não é esse o quadro que se verifica no Brasil atual.

sexta-feira, 6 de abril de 2018

A coveira do Brasil

Se há uma figura que personifica todo o descalabro que vive o Brasil nesse momento, ela é, sem dúvida, a da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmen Lúcia. Agindo em nome dos interesses das elites predatórias do país, Carmen Lúcia executou uma manobra, denunciada pelo ministro Marco Aurélio Melo, de colocar em votação o habeas corpus preventivo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva sem que antes fossem julgadas as ações diretas de constitucionalidade sobre a prisão após a segunda instância. Carmen Lúcia agiu de caso pensado, pois sabia que, caso as adcs fossem julgadas, o voto da ministra Rosa Weber seria contrário à prisão após a segunda instância, o que favoreceria Lula. Agora, numa demonstração de sua obstinação em prejudicar Lula, Carmen Lúcia concedeu a relatoria de um novo pedido de habeas corpus mais uma vez ao ministro Édson Fachin, em vez de a entregar a Marco Aurélio Melo, como esperado. Carmen Lúcia sabe que Édson Fachin rejeitaria o pedido, e que Marco Aurélio Melo o concederia. Com sua postura servil às elites, agindo como uma estafeta da direita brasileira, Carmen Lúcia ajuda a cavar um poço cada vez mais fundo para o país. Pela maneira covarde e premeditada como agiu em favor das forças do atraso, Carmen Lúcia é a coveira do Brasil.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

A rapidez de Moro

A determinação da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, feita, hoje, pelo juiz Sérgio Moro, escancara ainda mais o quão arbitrária e infundada é a sua condenação. A rapidez de Moro, ou celeridade, no linguajar jurídico, na expedição da ordem de prisão de Lula, surpreendeu a todos, dentro e fora do meio em que atua, pois, de acordo com a normalidade, a medida só deveria ocorrer na próxima semana, ou até mais adiante. No texto da ordem de prisão, Moro argumenta contra a "patologia protelatória" na execução da pena. Porém, quem parece acometido de severa patologia é o próprio Moro. Transformado em "herói" da direitalha boçal brasileira, Moro tornou-se uma "celebridade" entrando para o mundo dos famosos pela porta dos fundos. Na verdade nua e crua dos fatos, Moro é um inexpressivo juiz de primeira instância, de currículo medíocre, que "levou bomba" repetidas vezes no exame da OAB, e que, conforme foi visto numa recente edição do programa "Roda Viva", da TV Cultura, de São Paulo, costuma agredir o idioma pátrio impiedosamente. Escolhido a dedo pela plutocracia brasileira e seus fiéis servidores para a tarefa de destruir Lula e impedir sua líquida e certa volta ao cargo de presidente, Moro assumiu a causa de maneira obstinada, e logo contou com a adesão da classe média imbecilizada, que apoia a volta da ditadura e desfila ao lado de patos amarelos. No entanto, a história, nesses casos, é implacável. Lula já tem seu lugar assegurado na posteridade. Por mais que lhe apedrejem, é um vulto histórico, com uma biografia brilhante e singular, de um operário que chegou ao mais alto posto do país. A condição de "celebridade" de Moro, ao contrário, terá a mesma duração da de um integrante do "Big Brother Brasil".

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Vergonha jurídica

O Supremo Tribunal Federal não se cansa de agir de maneira casuística. Hoje, em julgamento que avançou noite adentro, perpetrou outra vergonha jurídica. O habeas corpus para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi negado, por 6 votos a 5. A ministra Rosa Weber, de quem se esperava uma postura favorável à concessão do habeas corpus, foi contra, num voto absolutamente confuso e contraditório. O Supremo cedeu às absurdas pressões da imprensa e das Forças Armadas, autorizando a prisão de um homem condenado sem provas. O Brasil caminha para o abismo e o seu órgão máximo do Poder Judiciário tem muita responsabilidade nisso. O que virá pela frente, depois de tão nefasta decisão, é imprevisível, mas as perspectivas para o país não são nada animadoras. Os efeitos do golpe são cada vez mais deletérios, e as eleições que se aproximam não deverão melhorar em nada esse quadro.

Nova goleada

O Grêmio está se caracterizando por ganhar jogos com placares largos. Hoje, ocorreu uma nova goleada. A vítima da vez foi o Monagas (VEN), na Arena, pela Libertadores. O resultado final, de 4 x 0, poderia ter sido ainda mais amplo. No primeiro tempo, com um futebol burocrático, o Grêmio não conseguiu sair do 0 x 0. Porém, a partir da saída de Leonardo Moura e da entrada de Alisson, no intervalo, tudo mudou. Ramiro foi para a lateral direita, onde Leonardo Moura não estava bem. O Grêmio cresceu de produção e, logo aos cinco minutos do segundo tempo, abriu o placar. Os gols foram se sucedendo, diante de um Monagas que já não opunha resistência. A modificação inicial feita pelo técnico do Grêmio, Renato, foi a mesma de domingo, contra o Brasil de Pelotas, com idêntico efeito, ou seja, saindo de um 0 x 0, no primeiro tempo, para uma goleada de 4 x 0, no segundo. Dessa vez, sem que o adversário tivesse um jogador expulso, o que prova que não foi esse fato que determinou a grande vantagem sobre o Brasil de Pelotas. A fase do Grêmio segue muito favorável.

terça-feira, 3 de abril de 2018

Fascismo despudorado

O dia de hoje, véspera do julgamento do pedido de habeas  corpus preventivo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva serviu para a exposição do que o país tem de mais abjeto. Foi um dia de fascismo despudorado. Militares da ativa e da reserva fizeram ameaças ao Poder Judiciário se Lula não for preso. O Jornal Nacional,  da Rede Globo, insuflou a negação do habeas corpus, e encerrou sua edição com a leitura de uma postagem no Twitter de um militar insinuando uma intervenção das Forças Armadas se a defesa de Lula obtiver êxito em seu pedido. O Supremo Tribunal Federal está sendo pressionado e chantageado pelas figuras mais pútridas do país. Será uma desmoralização completa do STF se ele ceder às invectivas fascistas. Amanhã estará sendo decidido se o Brasil retomará o caminho da justiça, ou se irá chafurdar no pântano do arbítrio. O habeas corpus de Lula há de ser concedido, para desespero dos golpistas, impedindo a prisão de um homem condenado sem provas. Será um dia de fortes emoções, mas em que, ao final, espera-se a vitória da justiça sobre os que a pisoteiam.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O rigor da lei

Dentre as tantas opiniões disparatadas sobre a expulsão do lateral direito Éder Sciola, do Brasil de Pelotas, no jogo de ontem contra o Grêmio, nenhuma supera a do ex-árbitro Márcio Chagas da Silva. Comentarista de arbitragem da RBS TV, Márcio Chagas disse que o árbitro Anderson Daronco, agiu certo dentro do rigor da lei, mas que se ele estivesse apitando o jogo, não teria expulsado Éder Sciola, levando em consideração o momento da partida. Esse tipo de declaração revela muito do que o Brasil é como país. Um ex-árbitro confessa que agiria em desacordo com o rigor da lei, para não causar um desequilíbrio no jogo. Não cabe a um árbitro esse tipo de ponderação, embora muitos cronistas defendam essa mesma postura. O árbitro tem que agir estritamente de acordo com o que dispõem as regras do futebol. As consequências de uma expulsão dentro de um jogo não são problema dele. A expulsão de Éder Sciola foi corretíssima. A absurda polêmica em torno do fato transformou o algoz em vítima. O jogador do Brasil de Pelotas não foi injustiçado, pois praticou uma falta grave e já tinha um cartão amarelo. Aliás, é curiosa a postura de cronistas "isentos" em relação ao lance. Em 2015, quando Anderson Daronco expulsou Geromel no primeiro Gre-Nal da decisão do Campeonato Gaúcho, na Arena, por uma entrada "temerária" em D'Alessandro, sua decisão foi festejada. Geromel sequer encostou em D'Alessandro, mas sua expulsão foi considerada correta pelos "imparciais" cronistas. Os mesmos que costumeiramente constituem a tropa de choque que defende os "erros humanos" de arbitragem quando eles favorecem o Inter, agora abrem o berreiro sobre um suposto benefício ao Grêmio, num jogo em que seu clube do coração sequer era um dos participantes. Sua indignação com a "injustiça" sofrida pelo clube pelotense nada mais é do que a manifestação da frustração e do ressentimento de quem foi barrado da festa.

domingo, 1 de abril de 2018

Com a mão na taça

O Grêmio é o virtual campeão gaúcho de 2018. Hoje, na Arena, goleou o Brasil de Pelotas por 4 x 0, e praticamente inviabilizou uma reversão no segundo jogo, domingo que vem, no Bento Freitas. O primeiro tempo terminou empatado em 0 x 0, já que o Brasil jogava inteiramente retrancado, buscando obter um empate que transferisse a definição do título para a segunda partida. Porém, um lance, ocorrido aos 45 minutos do primeiro tempo, mudaria a história do jogo. Éder Sciola, do Brasil, que já tinha recebido cartão amarelo, fez uma falta forte sobre Luan, levou o segundo e, consequentemente, foi expulso. Com um homem a menos, o Brasil levou o primeiro gol logo aos 50 segundos do tempo final de jogo. A partir daí, as chances foram se sucedendo, e o Grêmio goleou ao natural. Os grandes destaques do Grêmio foram Jael, que deu dois passes para gols, um deles de calcanhar, e Everton, que balançou as redes duas vezes. O Grêmio está com a mão na taça do Campeonato Gaúcho, que não ganha desde 2010. Mais um jejum que está sendo desfeito por Renato, seu mítico técnico.