segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A gafe do senador

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) é uma das figuras mais íntegras e simpáticas da política brasileira, cujos integrantes, em geral, não costumam se destacar por tais qualidades. Porém, com alguma frequência, dá margem a brincadeiras e comentários depreciativos sobre sua pessoa. Isso porque Suplicy, como costuma se dizer nos dias de hoje, tem algumas atitudes "sem noção". O senador, por exemplo, já arriscou-se, algumas vezes, a cantar enquanto ocupava a tribuna. O problema é que Suplicy canta muito mal. A lentidão com que muitas vezes se expressa, principalmente em entrevistas, também já se tornou notória. Hoje, no Senado, Suplicy cometeu mais uma de suas gafes. Suplicy levou até o plenário o músico Chambinho do Acordeon, que fez o papel de Luiz Gonzaga, dos 27 até os 50 anos, no filme "Gonzaga de Pai para Filho". Suplicy solicitou que Chambinho tocasse em homenagem à Luiz Gonzaga. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidia a sessão, negou o pedido de Suplicy, argumentando que isso feria o regimento da casa, que só prevê apresentações desse tipo em ocasiões especiais, não em sessões ordinárias. Suplicy continuou insistindo e Mozarildo negando, até que o senador paulista desistiu de sua intenção. A atitude de Suplicy expôs Chambinho do Acordeon desnecessariamente e ajudou a engrossar o rol de gafes das casas legislativas brasileiras, contribuindo ainda mais para o descrédito da classe política. Suplicy é um político coerente e humanista. O eleitor paulista reconhece nele esses valores, tanto que Suplicy já está no terceiro mandato consecutivo de senador. No entanto, com suas frequentes "escorregadas", ameaça obscurecer o grande político que sempre foi, deixando em primeiro plano um lado folclórico a ser fartamente explorado pela imprensa. Sua respeitável biografia política não merece esse fecho.