domingo, 2 de dezembro de 2012

Anticlímax

A semana inteira foi de movimentação da torcida do Grêmio no sentido de homenagear e se despedir de seu estádio, o Olímpico. Os treinos do time durante a semana tiveram grandes públicos. A imprensa cobriu amplamente o fato de que, hoje, aconteceria o último jogo da história do Olímpico. Não se tratava de um jogo qualquer, mas de um Gre-Nal, e com o Grêmio buscando obter classificação direta para a fase de grupos da Libertadores. O dia estava quente e ensolarado, compondo um cenário ideal para a festa. O estádio ficou praticamente lotado, e pintado de azul na sua quase totalidade. A despedida do Olímpico tinha tudo para ser perfeita, mas não foi. Incompreensivelmente, e mais uma vez num jogo decisivo, o técnico do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo, apelou para um esquema com três volantes e apenas um atacante. Como das vezes anteriores, não deu certo. Luxemburgo, em seus dez meses de Grêmio, até aqui, montou um bom time, mas errou em todas as decisões e, com isso, tudo que o Grêmio buscava nelas lhe escapou. O Grêmio terá de se contentar com a Pré-Libertadores, o que traz sempre o risco de uma eliminação precoce da competição, afora o fato de diminuir a pré-temporada, o que compromete o trabalho do ano inteiro. O Inter também jogou com três volantes e apenas um atacante, mas, no seu caso, isso era compreensível, pois tudo o que queria era não perder o Gre-Nal, uma vez que não buscava mais nada no Campeonato Brasileiro. O Grêmio, ao contrário, tinha todos os motivos para apresentar uma postura agressiva, pois lutava pelo vice-campeonato e tinha o estádio quase inteiro a seu favor. O medo de ser derrotado no último jogo da história do Olímpico fez com que Luxemburgo escalasse um time defensivo. Nem mesmo o péssimo primeiro tempo do Grêmio fez o técnico mudar de ideia. O Grêmio voltou do intervalo com a mesma escalação. Luxemburgo só alterou o time, colocando mais um atacante, Leandro, depois que o goleiro do Inter, Muriel, foi expulso. Depois de mais uma alteração, com a entrada de Marquinhos, e o Inter com mais um homem expulso, Leandro Damião, o Grêmio tomou conta da partida, mas, absurdamente, não jogava pelos flancos, tentando abrir a defesa do Inter pelo meio.  Isso é duplamente incompreensível. Em primeiro lugar, porque um time com dois jogadores a menos posta-se inteiramente atrás, o que torna quase impossível penetrar em sua defesa com a bola dominada. Isso só é viável quando se possui grandes dribladores, o que não é o caso do Grêmio. Em segundo lugar, porque o centroavante do Grêmio era André Lima, de pouca técnica, mas bastante alto, o que o torna ideal para a jogada aérea. Os erros de escalação e postura do Grêmio facilitaram a vida do Inter, que comemorou o empate em 0 x 0 como se fosse uma vitória, e impediram que a festa de despedida do Olímpico fosse completa. No final, ficou um sentimento de frustração, num verdadeiro anticlímax, que a torcida do Grêmio não merecia enfrentar.