terça-feira, 10 de abril de 2012

A CPI do Ronaldinho

Depois da ideia ter sido inicialmente rejeitada, a proposta de realização da chamada "CPI do Ronaldinho" foi votada e aprovada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A CPI irá investigar contratos de convênios firmados entre a prefeitura de Porto Alegre e o Instituto Ronaldinho Gaúcho. Em boa hora, o prefeito José Fortunati, anteriormente contrário à realização da CPI, liberou os vereadores da base aliada para votarem a favor de sua instalação. Não havia razão para não permitir a CPI. A transparência no trato do dinheiro público é um dado imperativo de qualquer administração. O Instituto Ronaldinho Gaúcho beneficiou-se de verbas públicas para desenvolver seus programas assistenciais, mas acabou por fechar as portas. A população tem todo o direito de saber o que estabeleciam os contratos firmados entre o instituto e a prefeitura, se houve prejuízo aos cofres públicos, se há possibilidade de buscar ressarcimento pelas metas não cumpridas e pelo dinheiro investido. Não é só dentro de campo que Ronaldinho vai mal. Fora dele, também. Afora o instituto, também o clube de futebol fundado por ele e por seu irmão Assis, o Porto Alegre, fracassou e, ao que se saiba, encerrou suas atividades. O clube, no entanto, é um investimento privado, e ninguém tem nada a ver com isso. Porém, quando se trata de convênios envolvendo o dinheiro do contribuinte, a situação muda de figura. Esperemos, então, que a CPI não se torne, como tantas outras, apenas um espetáculo de promoção política para seus integrantes, sem resultados práticos, mas que, ao contrário, busque apurar, com rigor, possíveis irregularidades, e cobrar a reparação das mesmas.