segunda-feira, 14 de março de 2016

Aventura funesta

A tentativa de impeachment da presidente Dilma Rousseff, afora ser uma ação golpista, caracteriza uma aventura funesta. Caso Dilma fosse retirada do cargo, o Brasil seria governado pelo vice-presidente Michel Temer, ou, caso toda a chapa fosse impugnada, por um novo mandatário, eleito de forma direta ou, mais remotamente, indireta. Todas essas opções seriam terríveis para o país. Raposa felpuda da política, Temer é um homem de bastidores e de conchavos, não possui atributos para o exercício de um cargo executivo de tamanha magnitude. No caso de uma nova eleição, que levasse ao cargo um nome da oposição, ele estaria diante do desafio de buscar uma recuperação econômica imediata, o que, obviamente, não é possível. Sem qualquer consistência jurídica, a tentativa de impeachment, caso alcançasse o seu objetivo, lançaria o país numa expectativa de soluções mágicas que, inevitavelmente, redundaria em enorme frustração. Um governo não pode ser derrubado por um suposto mau desempenho. Não há nada melhor do que respeitar as regras democráticas, com os governantes cumprindo integralmente os seus mandatos . Só as urnas podem, e devem, escolher os governantes. O melhor para o Brasil é a presidente Dilma Rousseff chegar até o final do seu período de mandato. Os candidatos e partidos que desejam o cargo devem esperar o tempo certo para concorrer a ele, ou seja, em 2018.