quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

O modismo se amplia

A onda de contratação de técnicos estrangeiros continua forte no futebol brasileiro. O modismo se amplia, numa compulsão de difícil explicação. Sim, porque, em termos práticos, tem sido poucos os técnicos estrangeiros bem sucedidos no Brasil. Exitoso, mesmo, foi o português Jorge Jesus, no Flamengo, em 2019. Outro português, Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, alterna conquistas e fracassos. O espanhol Domenec Torrent ficou apenas três meses no Flamengo. O argentino Jorge Sampaoli trabalhou em Santos e Atlético Mineiro, mas não obteve títulos. O também argentino Hernan Crespo, depois de ser campeão paulista pelo São Paulo, não conseguiu manter o desempenho, e acabou demitido. Nomes como o português Jesualdo Ferreira, no Santos, e o espanhol Miguel Angel Ramirez, no Inter, fracassaram rotundamente. Ainda assim, o Inter, depois da saída de Ramirez, recorreu a dois uruguaios, Diego Aguirre e Alexander Medina. Aguirre teve um período curto no clube, que não deixou saudade. Medina, até agora, não disse a que veio. Porém, a contratação de técnicos estrangeiros não cessa. O Corinthians contratou o português Victor Pereira. O Santos deverá anunciar o argentino Fabian Bustos. O curioso é que o Atlético Mineiro ganhou o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em 2021, com um técnico brasileiro, Cuca. O mesmo Cuca foi vice-campeão da Libertadores com o Santos, em 2020. Outro brasileiro, Rogério Ceni, foi campeão brasileiro pelo Flamengo, em 2020. No entanto, os clubes brasileiros seguem apostando nos técnicos estrangeiros. O Flamengo trouxe outro português, Paulo Sousa, de currículo modesto. O modismo dos técnicos de fora do país prossegue no futebol brasileiro, sem que os resultados, na maioria das vezes, justifiquem essa tendência.