domingo, 17 de novembro de 2013

A ameaça ainda existe

O Inter perdeu por 3 x 1 para o Goiás, hoje, no Serra Dourada, pelo Campeonato Brasileiro. Com o resultado, uma ameaça que parecia afastada após a vitória sobre o Botafogo voltou a perturbar o sono dos torcedores do clube. A distância do Inter para a zona de rebaixamento é de apenas quatro pontos, faltando ainda nove para serem disputados por cada clube. Há vários clubes muito mais próximos da queda, é verdade, mas a situação do Inter já não é tão tranquila. Esse é mais um fato a evidenciar a péssima campanha do Inter no Brasileirão. Na mesma competição, em 2012, o Inter chegou 19 pontos atrás de seu maior rival, o Grêmio. Agora, já está 15 pontos atrás do mesmo adversário. Sua folha de pagamento é altíssima, uma das maiores do futebol brasileiro. Possui jogadores de renome, como Juan, D'Alessandro, Diego Forlán, Leandro Damião, Scocco. Ainda assim, afundou na competição, da mesma forma que havia acontecido no ano anterior. A administração do presidente do Inter, Giovanni Luigi, é ruinosa no futebol. Só foi salva do fiasco completo porque, beneficiado por ter um conselheiro do clube como presidente da federação estadual, o Inter tem ganho os campeonatos gaúchos. Porém, aí está uma das causas do fracasso do Inter em outras competições. Beneficiado por arbitragens facciosas que, por exemplo, não lhe expulsaram um jogador sequer no Gauchão de 2013, e por uma série de favorecimentos de todos os tipos, que lhe facilitam alcançar os títulos estaduais, o Inter estranha a ausência dessa ajuda em outras disputas. Nada indica que as coisas melhorem em 2014. Resta ao torcedor do Inter o consolo de saber que o próximo ano será o último de Luigi como presidente. Como já foi reeleito, ele não pode concorrer a um novo mandato.

A evidência de um erro

O Grêmio venceu o Flamengo por 2 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Uma vitória importantíssima, pois recolocou o clube na vice-liderança do Brasileirão, posição que concede classificação direta para a Libertadores. Como não poderia deixar de ser, em se tratando de um jogo do Grêmio, foi um resultado alcançado com toques de dramaticidade. Depois de um primeiro tempo fraquíssimo, em que ficou no 0 x 0 contra o time reserva do Flamengo, o Grêmio saiu na frente no placar, sofreu o gol do empate aos 39 minutos do segundo, e fez o gol da vitória aos 42. O empate teria sido desastroso para o Grêmio, mas o mesmo jogador que fizera o primeiro gol, também foi o autor do segundo, e é aí que se escancara um terrível erro que não permitiu ao clube colher resultados ainda melhores em 2013. O jogador em questão é Máxi Rodriguez. Para qualquer observador atento do futebol, já havia ficado claro que Máxi Rodriguez é o único articulador que o Grêmio possui em seu grupo, de que só ele é capaz de realizar a ligação do meio de campo com o ataque. Hoje, mais do que isso, foi, também, o homem da conclusão, marcando dois gols que encaminharam o Grêmio para o vice-campeonato brasileiro e a consequente classificação direta para a Libertadores. Pois esse jogador, por incrível que pareça, é reserva no Grêmio. Pior do que isso, só é relacionado quando um dos outros estrangeiros do grupo está impossibilitado de jogar, já que a lei só permite três por partida. O técnico do Grêmio, Renato, prefere Riveros, Vargas e Barcos, mais famosos e de contracheque alto, preterindo Máxi Rodriguez. Incompreensivelmente, no primeiro jogo das semifinais da Copa do Brasil, contra o Atlético Paranaense, em Curitiba, Máxi não saiu jogando, nem sequer entrou durante a partida, da qual Vargas e Barcos estavam ausentes por suspensão. Porém, os dois últimos jogos do Grêmio mostraram o tamanho desse equívoco. Contra o Vasco, Máxi entrou quando o Grêmio já vencia por 1 x 0, mas fez o time melhorar e quase marcou um gol de placa. No jogo contra o Flamengo, não ficou no quase, marcou dois gols, o segundo belíssimo, e mostrou que tem um lugar no time. Para isso, será preciso retirar um dos outros três estrangeiros. A torcida já deixou claro quem ela escolheria para sair. Uma pesquisa interativa de um programa de televisão, sobre quem deveria deixar o time para a entrada de Máxi Rodriguez, teve 68% dos votos para Barcos. Vargas e Riveros receberam 16% cada um. O problema é que Barcos é o capitão do time, e homem de confiança de Renato, que tem nele sua maior liderança junto ao grupo. Tecnicamente, no entanto, seu rendimento tem sido sofrível, com vaias constantes do torcedor. Mais um caso em que o "bruxismo" de um técnico por um jogador prejudica os interesses do clube. Seja como for, depois da vitória de hoje, todo o discurso de Renato sobre Máxi até aqui, de que não está pronto, que tem ser trabalhado, que precisa ser mais competitivo, de que ainda vai fazer história no Grêmio, cai por terra. Máxi Rodriguez já está fazendo história e tem de ser titular, sem discussão.