quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Salário mínimo

O novo valor do salário mínimo, aprovado pela Cãmara dos Deputados, é, como o governo federal havia proposto, de 545 reais. Representantes da oposição tentaram estabelecer valores maiores, mas suas emendas foram rejeitadas. O argumento, por parte do governo, para não permitir uma maior elevação do salário mínimo é sempre o mesmo, ou seja, o impacto que cada real pago a mais gera nas contas públicas. Pode-se, portanto, ver um grande volume de dinheiro escorrer pelo ralo da corrupção e gastar cerca de 100 mil reais por mês com cada um dos mais de quinhentos deputados federais, que nada disso é considerado como impacto nas contas públicas. Já o salário mínimo é sempre visto como o vilão da história por parte dos governos e dos empresários. Na realidade, o salário mínimo, no Brasil, não cumpre com o estabelecido quando da sua criação, isto é, que consiga suprir as necessidades de uma família quanto a moradia, alimentação, estudo e lazer. Está muito longe disso. Seu valor é muito baixo e, no entanto, milhões de brasileiros recebem-no como pagamento por seus serviços. O salário mínimo é apenas mais um exemplo da enorme desigualdade que impera no país. Governantes e parlamentares que usufruem de bons salários e incontáveis mordomias determinam o que será  ganho por uma multidão de brasileiros que, diante de um valor tão insuficiente, submetem-se a uma vida de privações. Há de chegar o dia em que tal forma de remuneração proporcione, a quem a recebe, uma vida, também, com um mínimo de dignidade.