quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Glória Maria

Uma pioneira. Mulher e negra, a jornalista Glória Maria, que faleceu, hoje, com presumíveis 73 anos, enfrentou as barreiras de um país machista e racista, e construiu uma carreira brilhante. Sua longa trajetória na Rede Globo começou em 1971, destacando-se na cobertura do desabamento do elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. A partir daí, cumpriu uma sólida e exitosa carreira, viajou para mais de cem países em suas reportagens, participou da cobertura de Copas do Mundo, Olímpiadas, Carnaval, Guerra das Malvinas, da posse do presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter. Cobriu, tambem, o acidente que resultou na morte do ex-presidente Juscelino Kubistchek, entrevistou personalidades do show businnes como Mick Jagger, Elton John, Madonna e Michael Jackson, andou de asa-delta, visitou comunidades indígenas. Foi a primeira repórter a fazer uma entrada ao vivo no Jornal Nacional. Em nome do bom jornalismo, cumpria todo o tipo de pauta, das mais simples às muito arriscadas, quer fossem festivas ou dolorosas. Também apresentou telejornais. Glória Maria foi um ícone da sua profissão. Porém, mais importante, abriu caminhos, provando que mulheres e negros podem tudo, contrariando os mecanismos que os oprimem.

Falhas decisivas

Há placares que podem ser enganosos. O Inter goleou o Ypiranga de Erechim por 3 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Gaúcho, mas só venceu porque o adversário cometeu falhas decisivas. Aos cinco minutos do primeiro tempo, o zagueiro Ronald, do Ypiranga, atrasou mal uma bola, Pedro Henrique interceptou, driblou o goleiro, e fez o gol. O Ypiranga, mesmo com o gol sofrido tão cedo, mostrava um futebol organizado, e tentava reagir, esbarrando na limitação técnica de seus jogadores nas conclusões. Aos 43 minutos, uma nova falha bisonha da defesa do Ypiranga quase resultou num gol contra. No segundo tempo, aos 14 minutos, um lance decidiu o jogo. O lateral esquerdo PV, do Ypiranga, disputou uma jogada com Maurício, do Inter. O contato, normal, foi interpretado como pênalti pelo árbitro. Com 2 x 0 no placar, embora houvesse muito tempo de jogo pela frente, ficava claro que o jogo estava decidido. O Inter ainda marcou mais um gol aos 37 minutos, num chute forte de Maurício após a bola bater no braço de um jogador do Ypiranga e muitos já começarem a pedir a marcação de um pênalti. O resultado elástico pode mascarar o fato de que o Inter não jogou bem. Pelo segundo jogo consecutivo, o Inter abriu o placar com um erro grotesco do adversário, o que facilitou a obtenção das vitórias. Em jogos de maior exigência, será preciso que o Inter tenha um desempenho bem melhor do que foi verificado, até aqui, no Gauchão.