terça-feira, 5 de agosto de 2014

Dez recomendações para uma vida plena

O Papa Francisco, desde que iniciou o seu pontificado, tem despertado a admiração de quase todas as pessoas, católicas ou não. Mesmo os não crentes, como eu, não deixam de reconhecer em sua postura serena e flexível uma diferença substancial em relação aos seus antecessores mais recentes, marcados por um dogmatismo ferrenho. Francisco, em suas manifestações, tem se mostrado aberto ao diálogo, mesmo quando cerceado por conceitos que sua condição o obriga a defender. Numa entrevista, para a revista "Viva", do jornal "Clarin", de Buenos Aires, Francisco dá mais uma demonstração dessa visão positiva perante a existência, e faz dez recomendações para uma vida plena. Não há como deixar de reconhecer que os dez conselhos são carregados de bom senso, e não expressam nenhum viés sectário. São sugestões que, se adotadas por qualquer pessoa, só podem ter efeitos positivos. A primeira recomendação já dá uma ideia dessa maneira aberta de Francisco se posicionar. Ela diz: "Viva e deixe viver". Convenhamos, se todos a observassem, a vida na Terra seria bem melhor. Não vamos, aqui, tratar de cada uma das recomendações, todas muito boas, pois seria algo muito extenso. Foquemos, então, o nono conselho: "Respeite quem pensa diferente". Francisco destaca, em relação a esse item, de que a Igreja cresce por atração, não por proselitismo. Esse aspecto me tocou, particularmente. O proselitismo me irrita profundamente. Sempre tive sólidas convicções a respeito dos mais diversos assuntos, mas nem por isso me senti estimulado a "fazer cabeças", tentando convencer os outros de ser o portador de verdades únicas e incontestáveis. Até mesmo por isso, jamais tolerei ser alvo de discursos de convencimento sobre seja lá o que for. Nunca abdiquei de minha total independência de pensamento. Sou um livre pensador, não aceito me ver atrelado a qualquer tipo de "corrente". Como o próprio Francisco disse, até mesmo a opção por se integrar à Igreja deve vir de uma identificação natural, não pelos efeitos de uma pregação insistente. Num mundo de tanta intolerância e de posições radicalizadas, as recomendações de Francisco constituem-se num bálsamo. Como seria bom se todos as seguissem. Viver, nesse caso, seria uma experiência muito mais recompensadora, e não um pesado fardo.