sábado, 23 de julho de 2011

A morte de Amy Winehouse

A cantora Amy Winehouse, um dos maiores talentos da música na atualidade, morreu hoje, em Londres, aos 27 anos. Os mesmos 27 anos que tinham, ao morrer, Janis Joplin, Brian Jones, Jimmy Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain. Em comum, além da idade com que morreram, todos faziam uso abusivo de álcool e drogas. Para o cidadão médio, é difícil entender porque pessoas tão talentosas, famosas e milionárias, se entregam com tanta avidez a um processo de autodestruição. Alguns dizem ser o peso da fama, as imposições do mundo dos espetáculos, entre outras pressões que se abatem sobre esses mitos da música, que explicariam tal comportamento. O fato é que o uso de álcool e drogas é praticamente disseminado no meio musical, mas muitos conseguem sair dessa situação e salvar suas vidas. Nomes como Ringo Starr, Keith Richards e Eric Clapton, tão ou mais famosos que os citados acima, tiveram sérios problemas com consumo de drogas, mas conseguiram superá-los e atingir uma vida longa. Richards e Clapton são sexagenários, e Ringo já ultrapassou os 70 anos. Na verdade, no caso específico de Amy, o trágico acontecimento de hoje já era esperado. A cantora, em suas últimas apresentações, subia ao palco visívelmente embriagada, esquecia trechos das letras das músicas, levava tombos. Seu último show, na Sérvia, teve de ser interrompido pela total falta de condições de Amy de se apresentar, tão lastimável era o seu estado. Seu empresário, então, cancelou todos os demais shows que havia agendado e declarou que as apresentações de Amy estavam suspensas por tempo indeterminado e que não sabia sequer se elas viriam a ocorrer novamente. Mesmo que não fosse essa a sua intenção, as palavras do empresário acabaram soando como uma previsão. Amy Winehouse não se apresentará mais. Teve uma carreira meteórica, gravou apenas dois discos. Ainda assim, ganhou 5 prêmios Grammy, que não lhe foi possível receber pessoalmente porque sua presença não era benvinda nos Estados Unidos. Teve fama, reconhecimento, sucesso, fortuna. Entregou-se a toda espécie de excessos. Viveu intensa e aceleradamente. Praticou, diante dos fãs e da imprensa, os atos mais tresloucados. Não se poupou em nenhum sentido. Agora, Amy Winehouse é história. Vai se juntar à galeria de Janis, Jones, Hendrix, Morrison, Cobain. Todos jovens e talentosos. Todos encarando a vida de maneira alucinada e sôfrega. Todos mortos precocemente. Talvez seja dífícil entender o que tanto os inquietava. Não é necessário. O que deixam de fundamental são suas obras, que desafiarão o tempo.