sábado, 5 de janeiro de 2013

Guiñazu encerra seu ciclo

Ontem, o volante Guiñazu, do Inter, anunciou sua saída do clube, onde chegou em 2007. Nesse período, Guiñazu ganhou vários títulos, sendo o mais expressivo deles o da Libertadores de 2010. Seria apenas um fato corriqueiro no futebol, não fosse o volante um jogador tão controvertido. Os torcedores do Inter logo o   alçaram à condição de ídolo, enxergando em Guiñazu um símbolo de raça e combatividade, um jogador que "não perde a viagem", não recusa divididas. Os torcedores adversários o viam como alguém que abusava das jogadas mais fortes. Embora reconheça sua entrega ao jogo, sua capacidade quase inesgotável de combate dentro da partida, não me incluo entre os admiradores de Guiñazu. Considero, inclusive, que os árbitros sempre foram demasiado condescendentes com sua forma de jogar, não lhe aplicando as punições devidas. Numa de suas tiradas ferinas, o cronista Paulo Santana chegou a definir Guiñazu como um jogador que deveria ser expulso pelo árbitro antes mesmo da partida começar. De qualquer forma, Guiñazu já é passado. Deixou muitos torcedores chorosos com sua saída, mas seguirá sua carreira longe do Inter.Um dos tantos ícones de uma fase de vitórias do Inter, Guiñazu, ao sair, pode estar sinalizando não só o fim de um ciclo pessoal, mas do início de um período de transição no clube. As fases vitoriosas não duram indefinidamente. Por vezes, é preciso mudar para voltar a vencer. Com as despedidas, na mesma semana, de Bolívar e Guiñazu, dois veteranos, o Inter se encaminha para uma renovação que de há muito era recomendável, e que tornou-se imperativa.