domingo, 28 de dezembro de 2014

Solidariedade

Os jogos beneficentes de ontem, no Maracanã e Beira-Rio, foram demonstrações de solidariedade de jogadores e do público. Afinal, essa é uma época de festas e de férias. No Maracanã, nem mesmo o forte calor e o apelo das belas praias do Rio de Janeiro afastaram a presença de uma numerosa plateia. No Beira-Rio, a instabilidade do tempo também não demoveu as pessoas de prestigiarem a promoção. Em ambos os casos, bem como em todos os jogos do gênero, o que menos interessa é o resultado da partida, que é festiva. O que importa é a ajuda aos mais necessitados, especialmente num período do ano marcado por celebrações. O futebol atrai o público mesmo quando está oficialmente em recesso. Somando-se a isso o estímulo à solidariedade, temos estádios com grande presença de espectadores e muitas pessoas carentes beneficiadas. Um atitude meritória de jogadores atuais e do passado, devidamente correspondida pelos que estiveram nos estádios.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Discoteca básica

O livro "Discoteca Básica", recentemente lançado, de autoria de Zé Antônio Algodoal, diretor de programas de tv e músico, trata de saber quais os dez discos preferidos de 100 personalidades, nacionais e estrangeiras. Esse tipo de lista é algo que sempre interessa ás pessoas. Em geral, todos gostamos de rankings e classificações. Escolher dez grandes discos é uma tarefa difícil, tantos são eles. O gosto de cada um é algo muito pessoal, portanto as preferências são as mais variadas. Na minha lista constariam discos como "Revolver", "Sargent Peppers Lonely Hearts Club Band" e "Abbey Road", todos eles dos Beatles, "All Things Must Pass",  de George Harrison, "Brothers in the Arms", do Dire Straits, "Eric Clapton Acoustic MTV", a trilha sonora do filme "Saturday Night Fever", "Gal Canta Caymmi", "As canções que você fez pra mim", com Maria Bethânia interpretando clássicos de Roberto Carlos, "Rita Lee" (1980), "Erasmo Carlos Convida - Vol. 1(1980)". Esses são apenas alguns dos muitos discos de que gosto. Poderia citar vários outros, mas foram os primeiros de que lembrei na tentativa de fazer uma lista. Faça a sua também, é um modo de recordarmos de discos e músicas que marcaram nossas vidas.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

A descaracterização do Natal

Mesmo para quem não é religioso, como é o meu caso, chama a atenção a descaracterização do Natal. Uma festividade essencialmente religiosa, afinal celebra o nascimento de Jesus Cristo, o Natal transformou-se, tão somente, numa data comercial. Aqueles que acompanharam com atenção os meios de comunicação nos últimos dias devem ter percebido que a quase totalidade das referências ao Natal era em relação à busca pela compra dos presentes, o movimento alucinante de pessoas em lojas e shoppings centers, enfim, à dimensão consumista da data. Ontem, isso ficou ainda mais claro numa matéria levada ao ar pelo "Jornal Nacional", da Rede Globo. Ao chamar a reportagem, a apresentadora diz :"Hoje, ele foi o grande assunto no mundo". Pensei, imediatamente, tratar-se de Jesus, devido ao Natal, mas o foco da matéria era o Papai Noel! Em 2014, talvez como em nenhum outro ano, o Natal está sendo a festa do Papai Noel. Praticamente não se vêem referências de cunho religioso em relação à data. O conteúdo da celebração foi deixado de lado, e o Natal torna-se, assim, apenas um pretexto para incitar o consumo, como outras datas ao longo do ano que visam manter o comércio aquecido. Se perguntarmos para muitas crianças, fascinadas pelos presentes que acabaram de ganhar, o que se comemora no Natal, muitas delas não saberão responder. O capitalismo é um sistema implacável. Nada sobrevive à sua sanha de incentivo ao consumismo. O Natal, como acontecimento religioso,. só é cultuado, ainda, por pessoas de uma fé mais arraigada, boa parte delas mais idosas. Para a maioria da população e, particularmente, os mais jovens, é apenas uma festa consumista e motivo para se aproveitar um feriadão.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Perfil conservador

A presidente Dilma Rousseff apresentou, hoje, o nome de mais 13 ministros para o seu segundo mandato. O que chama a atenção é o perfil demasiadamente conservador de muitos dos escolhidos. Depois da indicação de Joaquim Levy para presidente do Banco Central, nomes como Kátia Abreu, Gilberto Kassab e Armando Monteiro, para os ministérios, respectivamente, da Agricultura, das Cidades, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, dão ao governo uma face pouco compatível com uma orientação de esquerda. Não se trata, propriamente, de uma novidade, mas, sim, de uma tendência que se acentuou em nome da "governabilidade". A necessidade de obter apoio no Congresso Nacional faz o governo adotar uma ampla política de alianças, reunindo partidos que nada tem em comum em termos programáticos, mas que sempre estão interessados em obter a sua fatia de poder, traduzida em cargos e verbas. Porém, alguns nomes, mesmo nessa perspectiva, são difíceis de aceitar num governo comandado pelo PT. A senadora Kátia Abreu, uma das maiores lideranças do "agronegócio", defende ideias incompatíveis com um governo de matriz de esquerda. Hélder Barbalho, que assumirá o posto de  ministro da Pesca e Aquicultura, afora ser pouco conhecido, é filho do ex-governador do Pará, Jáder Barbalho, um dos políticos de biografia mais comprometedora do país. Menos mal que para o cargo de secretário geral da Presidência da República está sendo cogitado o nome de Miguel Rosseto. A presença de Rosseto, num cargo de tamanha importância dentro do governo, ajudaria a equilibras a balança, impedindo um avanço ainda maior das forças conservadoras. Tendo obtido uma vitória por margem pequena na eleição, a presidente Dilma parece buscar atrair a simpatia de quem, costumeiramente, lhe faz oposição. O risco que se corre, em situações como essa, é não se obter as vantagens pretendidas e ainda perder o apoio dos colaboradores mais fiéis. Governar, é, também, contrariar interesses. Não dá para agradar a todos. Por isso, o mais indicado é apostar na coerência das propostas, dando ao governo uma identidade clara, sem demasiadas concessões. Pode parecer algo exageradamente idealista, mas é a única saída para a política não ser, apenas, uma troca de favores e interesses.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Joe Cocker

O rock e o blues perderam, hoje, uma de suas maiores figuras. Joe Cocker morreu, vítima de câncer, aos 70 anos. Em 50 anos de carreira, Cocker gravou 40 discos. Participou do lendário festival de Woodstock, onde fez uma interpretação histórica de "With a Litttle Help From My Friends", de John Lennon e Paul McCartney. Em 1983, ganhou o Grammy por "Up Where We Belong", música que gravou em dueto com Jennifer Warner. Outros de seus sucessos foram "You Are So Beatiful" e "Unchain My Heart". Em 2007 tornou-se "sir", ou seja, Cavaleiro do Império Britãnico. Cocker é, sem favor, um astro da música. Seu estilo era único, não deixa sucessores.

Contratações

Grêmio e Inter anunciaram, nas últimas horas, contratações que estão longe de entusiasmar seus torcedores. No sábado, o Grêmio apresentou Marcelo Oliveira, de 27 anos, vindo do Palmeiras. Marcelo Oliveira, ao que se diz, veio para ser o lateral esquerdo do Grêmio, no entanto, joga também em diversas outras posições. Na lateral esquerda, não joga desde  2013. Porém, isso nem é o mais importante. O que inquieta o torcedor é que ele é um jogador apenas mediano, e estava no Palmeiras, que fez péssima campanha no Campeonato Brasileiro. As duas contratações feitas pelo Grêmio até agora, a outra foi o meia Douglas, que estava no Vasco e retorna ao clube, apontam  para perspectivas nada animadoras em 2015. Hoje, foi a vez do Inter anunciar uma contratação, a do seu tão esperado novo técnico. O escolhido foi o uruguaio Diego Aguirre, ex-jogador do clube. Aguirre foi vice-campeão da Libertadores de 2011 como técnico do Peñarol, e, na ocasião, eliminou o Inter nas oitavas de final, em pleno Beira-Rio. Perdeu, na decisão, para o Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso. Afora isso, sua trajetória não apresenta grandes feitos, mas pesam a seu favor a identificação que possui com o Inter e o conhecimento que tem da Libertadores, competição prioritária do clube em 2015. Não há como ignorar, todavia, que, para quem sonhou com Tite, e cogitou nomes como os de Vanderlei Luxemburgo e Mano Menezes, ou mesmo a continuidade de Abel Braga, Diego Aguirre representa um anticlímax, sem contar que sua contratação contraria uma das declarações do novo presidente do Inter, Vitório Píffero, de que não traria um técnico estrangeiro.

domingo, 21 de dezembro de 2014

Visão equivocada

Uma nota na seção "Radar" da revista "Veja", em sua mais recente edição, chama a atenção por expor uma visão equivocada sobre a tentativa dos meios de comunicação de se manterem em sintonia com o "futuro" e de agradarem ao público jovem. A nota refere-se ao fato de que a Rede Globo, que completará 50 anos em 2015, pretende comemorar a data com "cuidado". A Globo teme parecer apegada ao passado e, por isso, não quer rechear a programação com um tom de nostalgia, pois entende que isso afugenta o telespectador mais jovem. A ideia central da comemoração é falar de futuro o tempo todo, conforme "Veja". Entendo que há erros conceituais nessa postura. Primeiramente, 50 anos é uma data redonda, e muito expressiva quando se trata da história de uma empresa. Em tão largo espaço de tempo, são muitos os feitos a serem exaltados. Portanto, o recurso à nostalgia não seria nenhuma impropriedade. Em segundo lugar, a preocupação em agradar o público jovem já levou a própria Globo a cometer erros. Recentemente, ela levou ao ar a novela "Geração Brasil" com uma história de muitos personagens jovens e calcada na onipresença da informática nos dias de hoje. A novela foi um fracasso. A busca obsessiva pela audiência faz com que os veículos de comunicação tentem identificar o que os jovens querem e que busquem antecipar tendências para o futuro. A ideia de que o passado deva ser desprezado e de que só o novo tem vez é um absurdo. Ao abolirmos as citações ao passado, estamos nos condenando a ausência de referências. A trajetória de uma empresa, e mesmo a vida de uma pessoa, é uma construção ao longo do tempo. Não se pode ignorar a importância do passado nessa caminhada. O futuro é importante, mas é uma abstração. O passado, por já estar consolidado, merece ser lembrado, e, no caso de uma história vitoriosa como a da Globo, receber o devido destaque.

sábado, 20 de dezembro de 2014

Formalidade

O título de campeão mundial de Clubes conquistado, hoje, pelo Real Madrid com uma vitória de 2 x 0 sobre o San Lorenzo, em Marrakesh, foi o cumprimento de uma formalidade. A distância técnica entre os dois times é imensa, em favor do Real Madrid. O San Lorenzo portou-se com o brio próprio dos argentinos, o que lhe proporcionou uma derrota digna, e mais do que isso não poderias obter. O clube argentino livrou-se, assim, de um vexame como o do Santos, que em 2011 foi goleado pelo Barcelona por 4 x 0. O único senão foi o frango tomado pelo goleiro Torrico no segundo gol do Real Madrid, logo no início do tempo final de jogo. Não fosse ele, o San Lorenzo poderia ter dado mais trabalho para o Real Madrid. Ainda assim, não haveria como impedir que o clube espanhol ficasse com o título. Mesmo com um Cristiano Ronaldo discreto, a exemplo do que já acontecera na partida pelas semifinais, contra o Cruz Azul, o Real Madrid impôs sua maior qualidade, com jogadores como Benzema, Beale e Isco. Escolhido como o maior clube do século 20, o Real Madrid possui 10 títulos da Champions League e, hoje, venceu o Mundial de Clubes pela quarta vez. Com seu time atual, cheio de astros, tem tudo para continuar ampliando essa galeria de conquistas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Título mundial

O que era aguardado com muita expectativa nos últimos dias, finalmente, foi alcançado. Gabriel Medina conquistou o primeiro título de campeão mundial de surfe para o Brasil. Um feito histórico, sem dúvida. O que surpreende aos mais leigos nesse esporte é como um país de litoral tão extenso, e com tantos praticantes do surfe, ainda não tivesse um campeão mundial dessa modalidade. Multicampeão em esportes coletivos, o Brasil tem resultados mais modestos nos individuais. Com sua conquista, Gabriel Medina se junta a um grupo restrito, de nomes ilustres como Émerson Fittipaldi, Nélson Piquet e Ayrton Senna, no automobilismo, Maria Esther Bueno e Gustavo Kuerten, no tênis, César Cielo, na natação, Adhemar Ferreira da Silva e Joaquim Cruz, no atletismo, Éder Jofre e Miguel de Oliveira, no boxe, Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, no judô, todos ganhadores de competições individuais internacionais. Como costuma ocorrer quando surge um novo campeão, o número de praticantes do surfe deverá aumentar significativamente no país. Tomara que o feito de Medina não seja algo episódico, e que ele e outros praticantes desse esporte de tanto apelo visual possam obter novas conquistas para o país.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Vacuidade

Vivemos num mundo frívolo e superficial, e a produção cultural reflete isso, pois é de uma terrível pobreza. Numa época dominada pelo consumismo, a forma é exaltada, e o conteúdo é desprezado. O avanço acelerado da tecnologia e da informática impactam a vida de todos e as relações entre as pessoas. Hoje, quase todos estão "conectados". Se não estão, sentem-se excluídos. A era digital caminha a passos largos. As transformações sociais se dão de forma tão rápida e acentuada que torna-se difícil assimilá-las. Com isso, há quem se preocupe em se antecipar às "novas tendências", em identificar para onde sopram os ventos. Com base em tais intenções, o grupo de comunicação RBS, do Rio Grande do Sul, promoveu,  na terça-feira, um evento intitulado "Vox 2014". Conforme o título da matéria de um dos jornais do grupo sobre o acontecimento, o mesmo visava à "escuta das vozes do futuro". O evento, que deverá ter edições anuais, constou da realização de palestras durante todo o dia, que puderam ser assistidas por 400 pessoas no local em que se realizavam ou por televisão e internet pelos demais interessados. Os palestrantes, em grande número, eram pessoas dos setores mais diversos. Nesse grupo tão heterogêneo havia uma chefe de cozinha, jornalistas, músicos, humorista, apresentador de televisão. Tentei, de todas as formas, encontrar um eixo nesse evento, um fio condutor. Não consegui. O "Vox 2014" foi elaborado a partir de um estudo realizado pela cineasta Flávia Moraes sob encomenda do Grupo RBS. De acordo com a promotora do encontro, o trabalho de Flávia enumera "valores vitais para quem produz ou consome informação na nova era". Toda essa argumentação não consegue esconder uma enorme vacuidade nesse tipo de evento. Desde que a presidência do grupo mudou de mãos, chegando à terceira geração da família que o fundou, a preocupação em ser "moderna" e preparada para os "desafios dos novos tempos" tem sido uma marca da RBS. No entanto, no terreno prático, nada tem se constatado. Seu principal jornal, "Zero Hora", por exemplo, passou, recentemente, por uma reforma que empobreceu seu conteúdo e sua apresentação visual. O jornalismo, que deveria ser o cartão de visitas do grupo, sofre com constantes levas de demissões. A busca de "modernidade" da empresa carece de foco e de precisão, é difusa e inconsistente. Reflete o seu atual comando, que é um repositório de intenções vagas e sem método de como enfrentar os desafios do que "está por vir". No fundo, não passa de uma ladainha modernosa sem nenhum sentido.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Anúncio histórico

O anúncio, feito, hoje, do restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba, é um fato histórico. O embargo comercial dos EUA à Cuba prosseguirá, pois depende do Congresso para ser derrubado, mas o passo que foi dado é muito grande. O presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou, também outras medidas, como facilitar viagens de americanos à Cuba, e a autorização de vendas e exposições de bens e serviços para o país caribenho. Obama divulgou, também, a autorização para americanos importarem bens de até US$ 400 de Cuba e o início de novos esforços para melhorar o acesso do país a telecomunicações e internet. As medidas mais práticas foram o restabelecimento da embaixada dos EUA em Cuba e a revisão da designação dada pelos americanos ao país de Estado que patrocina o terrorismo. Pronunciando-se a respeito da decisão histórica, Barack Obama disse: "A mudança é ainda mais difícil quando nós carregamos a carga pesada da história nos nossos ombros. Mas, hoje, nós estamos fazendo essas mudanças porque é a coisa certa a fazer". O presidente de Cuba, Raul Castro, declarou: "Devemos aprender a arte de conviver de forma civilizada com nossas diferenças". Sábias palavras de ambos. Os republicanos do Congresso americano já criticaram Obama pelas decisões tomadas, o que mostra o quanto será difícil levantar o embargo. Porém, como disse Obama, era o certo a se fazer. Raul Castro reconheceu haver muitas diferenças entre os dois países sobre diversas questões como soberania e direitos humanos, mas manifestou confiança de que eles possam estabelecer um entendimento a esse respeito. Muito ainda há a avançar na relação entre Estados Unidos e Cuba, mas as medidas anunciadas hoje já possuem um enorme significado. A Guerra Fria, finalmente, está acabando de vez.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Presidente boquirroto

Há um ditado que expressa que o peixe morre pela boca. Ele parece se encaixar com perfeição no novo presidente do Inter, Vitório Píffero, eleito no sábado. Píffero baseou sua campanha na promessa de grandes contratações. Em relação ao técnico, Píffero, desde o início, fixou-se no nome de Tite. Logo após o anúncio de sua vitória nas urnas, chegou a dizer que fora o único técnico com que mantivera contato. Anteriormente, numa entrevista concedida dois dias antes da eleição, Píffero fez severas críticas ao trabalho de Abel Braga em 2014, e declarou que embora considere Mano Menezes um bom técnico não o acha adequado para esse momento do Inter. Mais tarde, também afastou a hipótese de contratar Celso Roth. Ontem, começaram as complicações para Píffero. Tite, o técnico dos seus sonhos, foi contratado pelo Corinthians. Antes do acerto de Tite com o clube paulista, ocorrido á noite, Abel, no início da tarde, em entrevista para a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, afirmou que não ficaria no Inter. Numa última busca de um  técnico de renome, o Inter, hoje, tentou o nome de Vanderlei Luxemburgo, que recusou. À tarde, ao apresentar o vice-presidente de futebol, Luís Fernando Costa, Píffero tentou minimizar os efeitos das notícias negativas. Disse que Tite já estava acertado com o Corinthians há cerca de 20 dias, de que não tentara a contratação de Luxemburgo, e que o atual técnico do Flamengo é que, em diversas oportunidades, teria lhe revelado o desejo de treinar o Inter. Afora isso, admitiu recuar nos vetos aos nomes de Mano Menezes e Celso Roth e deixou circular a hipótese de uma reaproximação com Abel. Vitório Píffero é um dirigente bem sucedido, mas sempre foi dado a falar demais. O Inter já está pagando o preço por ter um presidente boquirroto. Píffero prometeu muito, e, mesmo antes de tomar posse oficialmente, seus planos não estão se concretizando. Faltando dois meses para começar a disputa de mais uma Libertadores, o Inter sequer tem o seu técnico definido. O trocadilho, nessa hora, é inevitável. O começo de administração do presidente do Inter está sendo pífio.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Rolling Stones em Porto Alegre

Os Rolling Stones se apresentarão em Porto Alegre em 10 de novembro de 2015. A notícia, espetacular, confirma o que já havia sido informado há algum tempo, sem que, no entanto, existisse uma data marcada. Ainda falta quase um ano, mas a expectativa dos muitos fãs do grupo, por certo, já está nas alturas. Porto Alegre já recebeu shows de mitos como Paul McCartney, Ringo Starr, Bob Dylan, Eric Clapton, Roger Waters, Madonna, Deep Purple, e faltava acrescentar os Rolling Stones a esse seleto grupo. Com mais de 50 anos de carreira e integrado por setentões, o grupo ainda emociona as plateias em todos os lugares por onde passa. Seu set list é uma coleção de clássicos. Músicas como "Satisfaction", "Let's Spend the Night Togheter", "Under My Thumb" "It's Only Rock'n Roll", "Brown Sugar", "Angie", "Start Me Up", "Waiting on a Friend", entre tantas outras, atravessam gerações e levam os fãs ao êxtase em seus shows. Será uma apresentação histórica, e inesquecível para os que a ela comparecerem. Não será um show gratuito, como o que levou 1,5 milhão de pessoas a ocuparem as areias da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 2006. Os ingressos não deverão ser baratos, mas valerão cada centavo cobrado. Para os amantes da música, a partir da definição da data do show, começa uma contagem regressiva cercada de ansiedade. Não será fácil esperar por tão grande momento.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Estranho fenômeno

A música, em décadas passadas, já teve um espaço nobre na televisão brasileira. Vários programas e os célebres festivais, faziam da música uma grande atração televisiva. Com o tempo, a música foi encolhendo a sua participação na televisão e sendo relegada a horários pouco atrativos. Porém, agora, um outro fato negativo aparece nessa relação. Os poucos espaços televisivos para a música ainda existentes estão sendo ocupados, de maneira majoritária, pelos artistas ditos "sertanejos". Esse gênero musical, em tempos idos uma manifestação autêntica de origem "caipira", hoje deu lugar ao chamado "sertanejo universitário". Duplas dedicadas a essa "vertente musical" brotam aos magotes, como ervas daninhas. Em comum, apresentam melodias pobres e letras rasas, cheias de pieguices e lugares comuns. Não há como entender esse estranho fenômeno de popularidade de "artistas" tão desprovidos de talento. O Brasil tem, na música, uma das suas grandes riquezas culturais, reconhecida no mundo inteiro. Tom Jobim, por exemplo, cuja morte completou 20 anos há poucos dias, compôs, junto com Vinícius de Moraes, "Garota de Ipanema", a segunda música com maior número de execuções em todos os tempos. Um país que possui nomes como Chico Buarque de Holanda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia, entre outros, não pode ter, como gênero dominante de uma época, algo tão simplório como a música sertaneja, seja no estilo "universitário" ou não. Até porquê, somos um país onde a maioria esmagadora da população vive nas cidades, sem contar que temos um vasto e lindo litoral. Seria mais lógico vivermos a explosão de uma música praieira do que reverenciar composições que fazem alusões à peões, rodeios, estradas de chão e romances tendo o campo por cenário, o que pouco tem a ver com a realidade brasileira.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Vitória esmagadora

Como já era esperado, o candidato de oposição, Vitório Píffero, ganhou a eleição para presidente do Inter, realizada hoje. A vitória de Píffero foi esmagadora, com 15.051 votos, enquanto o candidato da situação, Marcelo Medeiros, fez 5.927. O resultado comprova o que já se sabia, isto é, que para o torcedor, a hegemonia no Campeonato Gaúcho não basta. Giovanni Luigi, o presidente que sai, ganhou os quatro gauchões que disputou, mas não conquistou títulos mais relevantes e viu, nesse período, o Grêmio participar mais vezes da Libertadores que o seu clube. Píffero, por sua vez, ocupou o cargo de vice-presidente de futebol quando das conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes em 2006. Como presidente, foi campeão da Libertadores de 2010. A tarefa de Medeiros como candidato da situação, portanto, era ingrata. Os associados optaram pela perspectiva da retomada dos grandes títulos, e, tanto antes como depois de eleito, Píffero tem sustentado um discurso ambicioso, prometendo a contratação de um técnico e de jogadores de alto nível para que o Inter conquiste a Libertadores pela terceira vez. A expectativa em torno da administração de Píffero é muito alta. Resta saber se ele vai corresponder a ela.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Contrastes

Nada pode ser mais contrastante que o final de ano dos torcedores de Grêmio e Inter. O término do Campeonato Brasileiro foi melancólico para o Grêmio, que, dos 12 últimos pontos disputados, ganhou apenas um. Com isso, terminou o Brasileirão num modesto 7º lugar, e ficou de fora da Libertadores depois de disputá-la nos dois últimos anos. Com o Inter, tudo foi diferente, pois, dos últimos 15 pontos disputados na competição, ganhou 13, e classificou-se para a principal competição sul-americana de forma direta, sem ter de enfrentar a fase prévia. O mais estranho é que esses desempenhos dos dois clubes aconteceram imediatamente após uma goleada do Grêmio sobre o Inter por 4 x 1. A velha afirmativa do conselheiro do Inter, Ibsen Pinheiro, de que vitória em Gre-Nal arruma a casa do vencedor e desarruma a do derrotado, dessa vez, não se confirmou. O Inter, que irá escolher o seu novo presidente amanhã, promete não economizar para formar um time forte, capaz de lutar pelo título da Libertadores. O Grêmio, que empossou Romildo Bolzan como presidente para o biênio 2015/2016 na quarta-feira, só aponta para corte de gastos, saída de grandes jogadores e pouquíssimas contratações. Para um clube que vive uma exasperante escassez de títulos há muitos anos, o panorama não poderia ser mais desolador. Há um ditado que expressa que não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe. No caso do Grêmio, até a sabedoria popular, pelo visto, está sendo contrariada.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Revisão indispensável

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade, que apurou os crimes cometidos pelos agentes do Estado brasileiro durante a ditadura militar, foi entregue ontem. A presidente Dilma Rousseff, no seu pronunciamento em relação ao fato, emocionou-se e teve de interromper sua fala por alguns instantes. Dilma sentiu, na própria carne os efeitos da violência do regime golpista. Porém, de nada adiantará o tempo despendido na confecção do relatório se o mesmo não levar à revisão da Lei de Anistia, proporcionando a punição dos que praticaram torturas e assassinatos em nome da ditadura. Muitas vozes se levantam sustentando a ideia de que a Lei da Anistia foi uma via de mão dupla, e que não cabe revisá-la. Essa é uma visão típica de conservadores, pessoas que não tem apreço pela democracia nem pelos direitos humanos. O argumento de que a Lei da Anistia eximia de responsabilização, pelos crimes que praticaram, ambos os lados, o da ditadura e o dos que a combatiam, é cínico. A Lei de Anistia foi apresentada pelos então detentores do poder como um prato feito, e os que foram perseguidos e exilados não estavam em condições de recusá-la, pois era o meio que tinham de retomar o curso interrompido de suas vidas. Na verdade, o regime militar sentia que já estava nos seus estertores, e buscou um meio de que seus agentes pudessem sair de cena impunes. Nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, também passaram por ditaduras militares, mas após o fim do regime autoritário, seus artífices foram punidos. O Brasil precisa fazer o mesmo. A revisão da Lei da Anistia é indispensável. Chega de impunidade!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Espanholização

Há muitos cronistas esportivos e dirigentes que desejam a volta do formulismo ao Campeonato Brasileiro. Eles propõem que a competição tenha uma fase classificatória, após a qual ocorreriam jogos no sistema "mata-mata". Alegam que, assim, o campeonato ganha em emoção, e que um maior número de torcidas permanece com interesse e mobilização, pois não há o risco de um clube disparar para a conquista do título. Outro argumento que vem sendo utilizado ultimamente, pelos defensores do execrável formulismo, é o de que ele ajuda a equilibrar a disputa, que estaria ameaçada por uma "espanholização" em favor de Flamengo e Corinthians.. Por "espanholização" entenda-se uma vantagem financeira esmagadora dos dois clubes citados sobres os demais, a exemplo do que acontece na Espanha com Real Madrid e Barcelona. Essa foi a justificativa do ex-presidente do Inter, Fernando Carvalho, na edição dessa quarta-feira do programa "Sala de Redação", da Rádio Gaúcha, para apoiar a volta dos "mata-matas" ao Brasileirão, no que foi apoiado pelo presidente eleito do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, que tomará posse hoje. Romildo disse que o formulismo permite que um time que esteja, no dia da decisão, mais mobilizado e focado, possa vencer um adversário teoricamente superior, e conquistar o título. Poucas vezes vi uma tamanha demonstração de mediocridade. O futuro presidente gremista deseja ganhar títulos "correndo por fora" ou "comendo pelas beiradas", certamente por não confiar na possibilidade de ser o melhor dentre todos e se impor sobre eles, como fez o Cruzeiro nos dois últimos anos. Lamentável! Os argumentos dos adeptos do formulismo, por sinal, são extremamente frágeis. Eles esquecem que o atual campeão espanhol, mesmo com toda a desigualdade na distribuição de recursos, é o Atlético de Madrid, e de que o Cruzeiro, bicampeão brasileiro, recebe a mesma cota de televisão de Grêmio e Inter, que é muitíssimo inferior ao que ganham Flamengo e Corinthians. O Cruzeiro, inclusive, é o único dos grandes clubes do país que não ganhou nenhum Campeonato Brasileiro na era do formulismo. Depois que a disputa passou a ser por pontos corridos, já foi campeão três vezes. A dupla Gre-Nal tem que abandonar o discurso do coitadismo. Se, dos quatro principais estados do futebol do país, só o Rio Grande do Sul ainda não teve um clube campeão brasileiro na era dos pontos corridos, a culpa não é da fórmula da competição nem do valor da cotas de televisão. O que está faltando é competência. A desigualdade de recursos é apenas uma desculpa esfarrapada. Tomara que essas vozes não sejam ouvidas pelos que comandam o futebol brasileiro. A volta do formulismo ao mais importante campeonato do país seria um retrocesso inadmissível, e só pioraria o já combalido futebol brasileiro.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Vinte anos sem Tom Jobim

O dia de ontem marcou a passagem dos 20 anos da morte de Tom Jobim. Sem favor nenhum, Jobim é um dos maiores brasileiros de todos os tempos. Só ou em parceria, compôs clássicos da música reconhecidos no mundo todo. O maior deles, "Garota de Ipanema", composição sua e de Vinícius de Moraes, é a segunda música com maior número de execuções em todos os tempos, só perde para "Yesterday", dos Beatles. Tom Jobim, no entanto, compôs muitas outras pérolas, como "Insensatez", "Eu sei que vou te amar" "A Felicidade", "Samba do Avião". O incrível é que não se percebe, no Brasil, uma reverência em torno de seu nome que corresponda à sua expressão como artista. Há alguns anos, o Aeroporto do Galeão foi redenominado como "Tom Jobim", mas, em termos práticos, o novo nome não "pegou". Uma estátua de Tom Jobim foi erguida em Ipanema. Porém, ainda é pouco. As novas gerações tem pouco conhecimento de quem foi Tom Jobim. Num país de autoestima tão baixa, é fundamental mostrar aos mais novos que o Brasil tem um compositor que, em arrecadação de direitos autorais, só ficou atrás dos Beatles. As músicas da Bossa Nova, movimento que teve em Tom Jobim um de seus alicerces, são sucesso, até hoje, no mundo todo. No Brasil, berço de origem do movimento, são quase ignoradas. O brasileiro tende a autodepreciar-se e a achar que tudo o que é de fora é melhor. Tom Jobim é uma das provas de que o Brasil é capaz de revelar talentos artísticos de prestígio internacional. Os 20 anos sem Tom Jobim representam uma lacuna enorme para a música. Os brasileiros lhe devem um reconhecimento mais amplo à sua obra.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Premiação reveladora

Foram entregues, hoje, os prêmios da 45ª edição do troféu "Bola de Prata", da revista Placar, para os melhores jogadores do Campeonato Brasileiro. A seleção final não ficou ruim, mas pelo menos duas escolhas revelam a precariedade atual do futebol brasileiro. O jogador premiado na lateral esquerda, Zé Roberto, do Grêmio, já tem 40 anos de idade, e só retornou à posição do início de sua carreira, por absoluta falta de melhores opções no grupo. Um jogador de 40 anos, que ocupa uma posição de maneira emergencial e é escolhido o melhor do campeonato é algo que mostra a que ponto chegou a dificuldade da revelação de novos valores no futebol brasileiro. A outra escolha que escancara as limitações do nosso futebol é a da "Bola de Ouro", para o melhor jogador da competição. O escolhido foi Ricardo Goulart, do Cruzeiro. Ricardo Goulart é um bom jogador, mas nada mais do que isso. Sua premiação como o melhor do Brasileirão apenas corrobora a constatação de que a competição, em 2014, foi nivelada por baixo, sem a presença de times ou jogadores de exceção. Se, antes, era pródigo em revelações, o futebol brasileiro vive, hoje, uma acentuada escassez de novos talentos.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Mediocridade

O Grêmio empatou com o Flamengo em 1 x 1, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. A partida não valia mais nada para os dois clubes, mas o Grêmio jogou com todos os titulares disponíveis, enquanto o Flamengo usou um time reserva. Ainda assim, a atuação do Grêmio foi marcada pela mediocridade. O time saiu atrás do Flamengo no placar, numa falha de Marcelo Grohe, e empatou graças a um erro de arbitragem, pois antes de sofrer a falta cometida pelo goleiro César, que foi expulso, Barcos conduziu a bola com a mão. Depois de golear o Inter e o Criciúma, o Grêmio disputou mais 12 pontos e só ganhou um. Terminou o Brasileirão em 7º lugar, 19 pontos atrás do campeão, o Cruzeiro. Uma campanha muito inferior às duas edições anteriores do campeonato, quando foi 3º colocado e vice-campeão, respectivamente. Mais um ano de sofrimento para um clube que não ganha um Campeonato Gaúcho desde 2010, e não conquistou nenhum título de expressão depois de 2001. No vestiário, os dirigentes não apareceram, apenas o técnico Felipão e o gerente remunerado Rui Costa. Felipão, falando como se dirigente fora, anunciou o pior quadro possível para o torcedor em 2015, com a saída de oito jogadores do grupo principal,  e a contratação de apenas um ou dois. A complementação do grupo se dará com jogadores que já estão no clube e garotos das categorias inferiores. Se 2014 foi ruim para o torcedor gremista, 2015 deverá ser muito pior.

sábado, 6 de dezembro de 2014

Combinação imbatível

O Inter venceu o Figueirense por 2 x 1, de virada, hoje, no Orlando Scarpelli, pelo Campeonato Brasileiro. Com isso, obteve a classificação direta para a Libertadores, pois embora tenha terminado o Brasileirão com o mesmo número de pontos do Corinthians, alcançou duas vitórias a mais. Mais uma vez, o Inter conseguiu uma combinação que tem se mostrado imbatível nessa reta final de competição, a de uma péssima arbitragem com uma sorte imensa. Depois de empatar com o São Paulo com um gol marcado em impedimento, e ganhar do Atlético Mineiro com a sonegação de um pênalti escandaloso em favor do adversário, o Inter se valeu da atuação horrorosa do árbitro Mariélson Alves (BA), e de uma sorte incompreensível, para vencer o Figueirense. A exemplo do jogo contra o Atlético Mineiro, o gol da vitória veio no último minuto dos acréscimos. O árbitro foi decisivo para o resultado. Ainda no início do jogo, o lateral esquerdo Alan Ruschel, do Inter, deu uma cotovelada criminosa em um adversário, e não foi expulso. No segundo tempo, o volante França, do Figueirense, foi expulso por uma falta que não cometeu. Próximo ao final do jogo, Alan Ruschel, finalmente, foi expulso. O árbitro deu quatro minutos de acréscimo, durante os quais ocorreram mais duas expulsões, uma para cada lado. O bom senso recomenda que, nesses casos, o árbitro encerre o jogo no tempo previsto. Estranhamente, o árbitro optou por dar mais um minuto de acréscimo, período em que saiu o gol da vitória do Inter. Os jogadores do Figueirense, revoltados, foram para cima do árbitro após o jogo. O centroavante do Inter, Rafael Moura, agiu como escudo para o árbitro. Se persistir com essa combinação, o Inter não terá adversário capaz de derrotá-lo. Afinal quem pode superar a dupla formada por erros de arbitragem e uma sorte absurda?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Prática recorrente

A cada vez que um partido sucede a outro no poder, nos vemos diante de uma prática recorrente. Ela consiste em alardear que a situação financeira recebida é "dramática". Com o governador eleito do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (PMDB), não foi diferente. Sartori disse que sabia da situação financeira do Estado, mas que desconhecia a extensão das dificuldades. Em função desse quadro, anunciou que adotará "medidas duras" no campo econômico. Todos os governantes, quando quem lhes antecedeu no poder é de uma corrente ideológica diversa da sua, descrevem um panorama financeiro catastrófico, que resulta numa "herança maldita" que terão de administrar. Assim, podem justificar o não cumprimento de promessas de campanha, pois o "caos financeiro" lhes levará a falta de recursos para novos investimentos. No caso em questão, a situação tem um efeito ainda mais perverso. Sartori tentou se esquivar, durante a campanha, de qualquer definição mais clara sobre suas intenções, caso fosse eleito. As razões para esse comportamento são claras. O futuro governador do Rio Grande do Sul é adepto das práticas econômicas neoliberais, que levam ao arrocho salarial, cortes nos investimentos, aumento do desemprego e privatizações. Agora, já eleito, fala em medidas duras. O ex-ocupante do cargo, Alceu Collares, sem papas na língua, já declarou que Sartori fará um mau governo, pois, lembrou, todos as administrações estaduais anteriores do PMDB foram ruins, o que é absolutamente verdadeiro. Porém, o eleitor deu a Sartori uma vitória maciça no segundo turno. Não terá o direito de se queixar quando as "medidas duras" afetarem o seu bolso. Afinal, como expressa o ditado popular, quem corre por gosto não cansa.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Mudança definitiva

Embora sua inauguração vá completar dois anos na próxima segunda-feira, a Arena do Grêmio ainda não era sentida pelo clube e pela torcida como o seu novo endereço. A parceria com a construtora responsável pela obra, e o fato de o estádio Olímpico não ter sido implodido no prazo previsto, com a continuidade da realização de treinos no local, contribuíram para que a Arena ainda não tivesse emplacado no imaginário do torcedor como a nova casa do Grêmio. Dois acontecimentos dessa semana deverão mudar esse quadro. Os treinos para o jogo de domingo contra o Flamengo, o último do Grêmio em 2014, serão os derradeiros da história do antigo estádio. O Centro de Treinamento Luiz Carvalho, em frente à Arena, recentemente inaugurado, será, a partir de 2015, o local definitivo dos treinos do Grêmio. O outro fato que marca o começo efetivo da nova era na vida do clube é a abertura, na Arena, de um restaurante e casa noturna que funcionará de terça a domingo. Com isso, os planos de tornar a Arena um espaço multiuso começam a sair do papel, o que mudará a relação da comunidade com o estádio, e irá impactar positivamente toda a região onde ele está sediado. O bairro Humaitá, e seu entorno, iniciará uma etapa de valorização, que será acentuada na medida em que os prédios de alto padrão que estão sendo erguidos pela mesma construtora que fez a Arena forem concluídos. O Olímpico, cuja inauguração completou 60 anos em setembro, será, daqui em diante, uma terna lembrança. A mudança definitiva do Grêmio para a Arena, enfim, é uma realidade.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Tensão política

A alta voltagem emocional verificada durante a campanha para a eleição presidencial ainda não se dissipou. Nem mesmo a indicação, por parte da presidente reeleita Dilma Rousseff, de uma nova equipe econômica do agrado das forças conservadoras e do "mercado" conseguiu diminuir o clima de beligerância entre situação e oposição. A proposta do governo de alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias, e os desdobramentos do "petrolão", o escândalo do momento, tem elevado a tensão política às alturas. Como não poderia deixar de ser, o candidato derrotado na eleição presidencial, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), está tentando aparecer como o líder da inconformidade oposicionista. Não passa dia sem que uma nova declaração de Aécio, sempre em tom bombástico, chegue ao conhecimento da opinião público. Aécio já disse que foi derrotado por uma "organização criminosa" e, agora, declarou que, se comprovado o uso de propina na campanha, o governo será "ilegítimo". O quiproquó ocorrido nas galerias do Congresso em função da proposta de alteração da LDO é outro exemplo do clima político incendiário que vive o país. O lado bom de tudo isso é que a ainda jovem democracia brasileira está passando no teste. Ao contrário do que sustentam mentes retrógradas e golpistas, o Brasil não é uma nau sem rumo. Os graves acontecimentos do "petrolão" estão sendo devidamente investigados, sem engavetamentos de denúncias, tão comuns em outros governos. A economia experimenta uma fase de turbulência, o que pode ocorrer em qualquer governo, mas as medidas para solucionar os problemas estão sendo tomadas, com a presidente Dilma agindo de forma pragmática e não ideológica. O governo reeleito tem muitos desafios pela frente, mas eles serão enfrentados dentro da normalidade constitucional, sem que se ponha fogo no circo.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Emoção na última rodada

O sorteio dos grupos da Libertadores de 2015, realizado hoje à noite, tornou os jogos de sábado pelo Campeonato Brasileiro carregados de emoção. Os jogos Figueirense x Inter e Corinthians x Criciúma definirão quem irá para a pré-Libertadores, e quem já entrará diretamente na fase de grupos. Pelo sorteio, o clube brasileiro que disputar a pré-Libertadores, caso consiga ir adiante, entrará no chamado "grupo da morte", junto com São Paulo, San Lorenzo, atual campeão da competição e Danúbio, do Uruguai. O clube que entrar direto na fase de grupos enfrentará o Emelec (EQU), um clube chileno e o vencedor de Monarcas Morelia (MÉX)) x The Strongest (BOL), na pré-Libertadores. Portanto, afora ter uma pré-temporada mais longa, o clube que for direto para a fase de grupos pegará adversários bem mais fáceis. Por isso mesmo, Inter e Corinthians deverão estar extremamente motivados para buscar o terceiro lugar no Brasileirão, e a consequente fuga da fase prévia da Libertadores. O Inter tem a vantagem de jogar por resultados iguais ao do Corinthians para manter essa colocação. Essa definição já poderia ter ocorrido em favor do Corinthians, bastava um simples empate do clube paulista com o Fluminense, que não pretendia mais nada na competição. No entanto, embora tendo saído na frente no placar, o Corinthians foi goleado pelo Fluminense por 5 x 2. Com isso, não depende mais apenas de suas forças para obter a classificação direta, pois, ainda que tenha o mesmo número de pontos do Inter, soma duas vitórias a menos. Por outro lado, o Inter estará bastante desfalcado para o jogo contra o Figueirense. Será um sábado de fortes emoções, comprovando que um campeonato por pontos corridos não perde o interesse mesmo depois de ser conhecido o seu campeão.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Direitos

Uma das causas de conflito na convivência em sociedade é a interpretação do que seriam os direitos de cada parte, individuais ou de grupos. A sociedade brasileira passa, no momento, por um processo visível de "caretização", uma explosão de neoconservadorismo. Os setores mais reacionários e conservadores da coletividade estão tentando impor seus conceitos. Como argumento, há a busca da segurança ou a defesa do "sossego público". Os administradores públicos tem se curvado às pressões desses grupos. Em nome da "segurança", os estádios de futebol, um esporte popularíssimo, encolheram e aumentaram estratosfericamente os preços de seus ingressos. Dessa forma, os pobres ficam sem condições de frequentá-los, o que garantiria, pretensamente, a não ocorrência de tumultos, já que os atos de selvageria são sempre relacionados à condição econômica das pessoas, numa odiosa prática de apartheid social. Outra arma dos reacionários, como foi citado, é a defesa do "sossego público". Em nome dela, bares da Cidade Baixa, atualmente o bairro mais boêmio de Porto Alegre, estão sendo interditados. A proposta da prefeitura e da Brigada Militar é de transferir as aglomerações do bairro para o Anfiteatro Pôr-do-Sol, que não é cercado por moradias. Poucas vezes vi uma proposta tão estúpida! Com razão, um grupo de frequentadores do bairro protestou, no sábado, contra essa estapafúrdia intenção. O protesto, organizado por meio do Facebook, contou com o apoio de 4.800 pessoas. Um dos organizadores do ato, Ramiro Castro, disse que as interdições de bares do bairro são um "ataque à juventude". Tem toda a razão. Esse ataque, por sinal, não podia ficar sem resposta. A sociedade vive uma clara queda-de-braço entre os que defendem a liberdade e os arautos da repressão. Um aspecto, em particular, chama a atenção. Em todos esses episódios, há a presença, dando seus palpites, das polícias militares. Elas querem determinar a capacidade máxima de pessoas que um estádio pode receber, quantos torcedores do clube visitante se farão presentes, entre outras medidas que fogem da sua alçada. Os administradores públicos e os clubes, covardemente, se dobram diante de tais abusos. Agora, a Brigada Militar quer remover frequentadores de um bairro boêmio de uma cidade. Tudo para prevenir "desordens", no caso dos estádios, e garantir a "tranquilidade" de moradores, no que se refere aos bares. Policiais militares são servidores públicos, cabe-lhes cumprir ordens, não assumir o protagonismo em tais situações. A porção sadia da sociedade não deve se dobrar. Abaixo à repressão!

domingo, 30 de novembro de 2014

Atuação vergonhosa

O Grêmio perdeu para o Bahia por 1 x 0, hoje, na Arena Fonte Nova, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma atuação vergonhosa, de um time que entrou em campo sabendo que o Corinthians havia sido goleado pelo Fluminense por 5 x 2, o que mantinha suas chances de se classificar para a Libertadores, desde que ganhasse do Bahia. O desempenho do Grêmio em campo, no entanto, em nada refletiu isso. O primeiro tempo do time foi de uma incrível apatia, e de um péssimo futebol. As grandes defesas de Marcelo Grohe, e a ruindade do adversário faziam com que o placar se arrastasse em 0 x 0, até que, já no final do primeiro tempo, Geromel fez uma falta violentíssima em Henrique, e foi merecidamente expulso. Na cobrança, Galhardo fez 1 x 0 para o Bahia. No segundo tempo, mesmo com um jogador a menos, o Grêmio reagiu e criou oportunidades de gol, mas não conseguiu marcar nenhum. Um final de campeonato melancólico, que transforma o último jogo do Grêmio no Brasileirão, contra o Flamengo, no próximo domingo, na Arena, num amistoso para ser assistido por poucas testemunhas. O trabalho do técnico Felipão, tido como muito bom por alguns, não classificou o  Grêmio para a Libertadores, o que Vanderlei Luxemburgo e Renato, nos dois anos anteriores, conseguiram. Como se não bastasse, ainda hoje, foi revelado que o Grêmio dispensou Alan Ruiz, o grande nome na goleada de 4 x 1 sobre o Inter. O ano de 2015 para o Grêmio já se prenuncia sombrio. A derrota para o Bahia evidenciou as fragilidades técnicas e anímicas do time. Com a perspectiva de ter somente o Campeonato Gaúcho para disputar durante quase todo o primeiro semestre, os investimentos serão poucos, e o time a ser formado tende a ser ainda mais modesto. O sofrimento do torcedor gremista parece não ter fim.

sábado, 29 de novembro de 2014

Vitória previsível

O Inter venceu o Palmeiras por 3 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. A vitória, altamente previsível, classificou o Inter para a Libertadores, restando saber se de forma direta ou para a fase prévia da competição.O Palmeiras luta para não ser rebaixado, e vinha de quatro derrotas consecutivas, todas por 2 x 0. Seu time é fraquíssimo, e contra um adversário que buscava a classificação para a Libertadores e era apoiado pela quase totalidade do público de 41 mil pessoas, não havia como esperar que opusesse resistência. O primeiro tempo terminou empatado em 1 x 1, uma pequena surpresa, mas era óbvio que o Palmeiras não resistiria no segundo. A vitória veio ao natural. Menos mal, para o Palmeiras, que o Vitória foi goleado por 4 x 0 pelo Flamengo, o que faz com que só dependa das suas próprias forças para que, na última rodada, contra o Atlético Parananense, em casa, possa evitar o rebaixamento. Por sua vez, o Inter, depois dois anos de ausência voltará à Libertadores. Erros grotescos de arbitragem, uma tabela que lhe reservou três jogos consecutivos em casa na reta final do Brasileirão e uma sorte descomunal em alguns momentos, proporcionaram a classificação de um time que, ao longo da disputa, cometeu "façanhas" como a derrota por 3 x 2, de virada, para o Figueirense, em pleno Beira-Rio, e a goleada de 5 x 0 que sofreu para a Chapecoense. Esse "brilhante" desempenho foi premiado com a ida à Libertadores. O futebol, muitas vezes, é desconcertante.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Aposentadoria adiada

A decisão do goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, hoje anunciada, de assinar um novo contrato até agosto de 2015, mostra o quanto é difícil saber o momento adequado de encerrar uma carreira. Com uma trajetória exitosa no São Paulo, seu único clube, muitos consideram Rogério o maior jogador da história da instituição. Marcou, até hoje, mais de 100 gols, todos em cobranças de faltas e pênaltis, um feito único para um jogador da sua posição. No entanto, Rogério já está próximo de completar 42 anos. Ele já havia prometido encerrar a carreira em 2013. Porém, acabou decidindo continuar jogando por mais um ano. Em abril último, declarou que 2014 era, decididamente, o seu derradeiro ano de carreira. Agora, voltou atrás novamente. Penso ser uma escolha equivocada. O fato de ter tido um bom desempenho esse ano, somado à classificação do São Paulo para a Libertadores, influiu na atitude de Rogério, mas ela é mais emocional do que racional. Seria muito mais conveniente parar num bom momento, preservando integralmente sua imagem de ídolo, do que sujeitar-se a um súbito decréscimo técnico, o que é sempre uma hipótese para um jogador de idade tão avançada. Não é fácil tomar a decisão de encerrar a carreira para quem alcançou a fama e a fortuna. Sair do foco dos holofotes, deixar de fazer novos contratos milionários, são perspectivas que atormentam os grandes jogadores. Porém, ao contrário de outras profissões, a de jogador de futebol depende de um físico jovem e de grande vitalidade, e Rogério já é um veterano. Com seus sucessivos adiamentos do final de carreira, Rogério corre o risco de vir a fazê-lo num momento menos favorável, empanando uma trajetória tão bem sucedida, e dificulta a sua própria adaptação a um novo projeto profissional, o que, mais cedo ou mais tarde, terá de acontecer.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Tribunal imoral

A absolvição do Corinthians no caso Petros, pelo STJD, expõe, mais uma vez, a condição que caracteriza esse tribunal. O STJD é um orgão imoral. Suas decisões atropelam a legislação esportiva e são dadas de acordo com o poderio maior ou menor dos clubes envolvidos. Em casos análogos ao do Corinthians, o Novo Hamburgo foi eliminado da Copa do Brasil depois de ter obtido, dentro de campo, a classificação para uma fase da competição, e o América Mineiro perdeu seis pontos no Campeonato Brasileiro da Segunda Divisão. Os três clubes escalaram jogadores que estavam com inscrição irregular. Porque só o Corinthians não foi punido? O clube deveria, segundo a legislação esportiva, perder quatro pontos no Campeonato Brasileiro por ter escalado irregularmente o volante Petros num jogo contra o Coritiba. Com a perda dos pontos, o Corinthians estaria praticamente fora da Libertadores, o que favoreceria Grêmio e Inter, que ampliariam suas chances de se classificar para a competição continental. Por isso mesmo, os dois clubes, tradicionais rivais, atuaram juntos no julgamento. O Corinthians, após a decisão que lhe foi favorável, tripudiou sobre Grêmio e Inter nas redes sociais, numa atitude típica dos que se sentem acima do bem e do mal. A condição espúria do tribunal já havia sido demonstrada quando da injusta e absurda punição do Grêmio no caso Aranha. Grêmio e Inter cogitam de, em última instância, recorrer à Fifa. Não deverá adiantar nada, mas é importante que o façam. Diante de tamanha iniquidade, é preciso protestar fortemente, para marcar posição e atrair os holofotes sobre o descalabro da "justiça" esportiva brasileira. Com isso, quem sabe, um dia se possa ter, no Brasil, um tribunal esportivo com credibilidade.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Confirmação

A vitória do Atlético Mineiro sobre o Cruzeiro por 1 x 0, hoje, no Mineirão, com a consequente conquista do título da Copa do Brasil, foi a confirmação de uma expectativa. Ao ganhar o primeiro jogo da decisão por 2 x 0, no Independência, o Atlético encaminhara a obtenção do título. Ainda vivendo a ressaca da conquista do Campeonato Brasileiro, no domingo, o Cruzeiro não teve forças para construir um placar largo que lhe permitisse reverter a tendência favorável ao Atlético. Com o gol que sofreu já nos acréscimos do primeiro tempo, a tarefa do Cruzeiro ficou, praticamente, impossível, e a consumação do título para o Atlético tornou-se, apenas, uma questão de tempo. Foi um título mais do que justo. Com duas viradas épicas nas quartas de final e semifinais sobre, respectivamente, Corinthians e Flamengo, quando perdeu o primeiro jogo por 2 x 0 e goleou no segundo por 4 x 1, ninguém merecia mais o título da Copa do Brasil do que o Atlético, que, aliás, o conquista pela primeira vez, enquanto o Cruzeiro divide com o Grêmio a condição de maior vencedor da competição, que já ganhou por 4 vezes. O Atlético Mineiro prossegue, assim, com a sua fase de grandes títulos, iniciada, em 2013, com a Libertadores, e que continuou, já em 2014, com a Recopa Sul-Americana. Depois de longos anos de jejum de títulos expressivos, o Atlético Mineiro retoma uma trajetória digna do seu tamanho como clube. Parabéns, Atlético Mineiro!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Fora do padrão global

A Rede Globo se orgulha, com razão, do alto nível das suas produções e de sua liderança absoluta em termos de audiência. Ranços ideológicos à parte, não há como deixar de reconhecer que o chamado "padrão global" é mesmo muito alto. Na área de teledramaturgia, por exemplo, a Globo atingiu um grau de excelência que faz com que exporte suas produções para vários países. Agora mesmo, a novela "Jóia Rara", que foi levada ao ar no horário das 18 horas, ganhou o prêmio Emmy. O complexo do Projac, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, é uma enorme e portentosa estrutura, uma verdadeira "fábrica dos sonhos", onde são realizadas novelas, minisséries e seriados. A Rede Globo também se faz presente na tv paga, onde possui vários canais, e é aí que entra o objeto desse texto. Na noite de hoje, um desses canais, o Multishow, apresentava o show de Paul McCartney, direto do novo estádio do Palmeiras, o Allianz Parque, quando, em meio a interpretação da música "Live and Let Die", a transmissão foi interrompida abruptamente. Entrou no ar, então, uma sequência de comerciais e, logo após, começou a exibição de um outro programa. Uma atitude totalmente fora do "padrão global", e uma desconsideração inominável para com os assinantes, pois o serviço de tv paga não é nada barato. Como usuário do serviço me senti extremamente lesado, e tenho certeza que muitas outras pessoas também. Espero que o fato não passe batido e que a Globo tenha, pelo menos, a decência de explicar o porquê do ocorrido ao seu público.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Teses fajutas

Os inimigos dos campeonatos de pontos corridos vivem desfiando uma série de razões pelas quais preferem o "mata-mata". Suas teses, no entanto, se mostram cada vez mais fajutas. A principal alegação é de que os campeonatos de pontos corridos tem pouca emoção, que se um clube dispara em direção ao título isso desestimula os torcedores dos demais participantes da competição, e que, muito cedo, os postulantes à taça ficam reduzidos a poucos disputantes. Nada disso é verdade. Nesse tipo de campeonato, ao contrário do execrável formulismo, todos os jogos são decisivos, pois os pontos são cumulativos. Não há falta de emoção. Mesmo que um clube se encaminhe para o título com muita antecedência, há as buscas de classificação para a Libertadores e para evitar o rebaixamento, que empolgam os torcedores até as últimas rodadas. Os jogos desse fim de semana pelo Campeonato Brasileiro provaram que os pontos corridos já foram assimilados pelo torcedor. A média de público da rodada foi de mais de 27 mil pessoas por jogo. O Mineirão recebeu 56 mil pessoas para ver o Cruzeiro confirmar a conquista do título, mas não foi só. No Beira-Rio, 38 mil pessoas compareceram para ver o Inter na luta pela classificação para a Libertadores. No Itaquerão, pelo mesmo motivo, mais de 35 mil pessoas estiveram no estádio para assistir Corinthians x Grêmio. Na Arena Pernambuco, num jogo que pouco valia para o mandante, um grande público se fez presente para ver Sport x Fluminense. Na Série B, o Vasco, que não tinha mais chances de ganhar o título, levou 56 mil pessoas ao Maracanã para vê-lo confirmar a volta para a Primeira Divisão. Os pontos corridos são a forma mais justa de se apurar um campeão e os classificados para outras competições. Todos os campeonatos relevantes do mundo, como os da Inglaterra, Espanha, Alemanha, Itália e França, por exemplo, adotam essa fórmula. Porque só o Brasil seria o soldadinho de passo certo optando pela involução da volta ao formulismo? O torcedor já aprovou os pontos corridos. Falta uma parcela teimosa e obtusa da imprensa esportiva fazer o mesmo.

domingo, 23 de novembro de 2014

Morte anunciada

O Grêmio perdeu por 1 x 0 para o Corinthians, hoje, no Itaquerão, pelo Campeonato Brasileiro. O resultado, praticamente, faz o Grêmio se despedir da possibilidade de uma classificação para a Libertadores. Nenhuma surpresa. Era uma morte anunciada. A derrota para o Cruzeiro, em plena Arena, depois de um vitória parcial no primeiro tempo, indicavam o fim do sonho. No Itaquerão, a atuação do Grêmio nem de longe lembrou as apresentações contra Inter e Criciúma e o primeiro tempo diante do Cruzeiro. Afora suas próprias falhas, o Grêmio sofre com erros de arbitragem. Hoje, um pênalti deixou de ser marcado em seu favor. Enquanto isso, seu maior rival, o Inter, com quem disputa diretamente a classificação para a Libertadores, foi beneficiado por um gol em impedimento contra o São Paulo e pela não marcação de um pênalti escandaloso em favor do Atlético Mineiro. A soma das suas próprias limitações com tantos erros de arbitragem contra si e em favor de seus adversários acabaram por tirar a chance do Grêmio de ir para a Libertadores. A possibilidade ainda existe, mas é meramente matemática. Ao contrário dos dois últimos anos, o torcedor gremista não terá sequer esse consolo, depois de mais um ano sem títulos. O sofrimento gremista parece mesmo não ter fim.

sábado, 22 de novembro de 2014

Sorte descomunal

O Inter venceu o Atlético Mineiro por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Para alcançar a vitória, o Inter contou com dois aliados que o acompanham ao longo da sua história: os erros de arbitragem e uma sorte descomunal. Beneficiado, de antemão, pela decisão do Atlético Mineiro de jogar com um time de reservas, para poupar seus titulares para a segunda partida da decisão da Copa do Brasil, nem assim o Inter se impôs. Desde o início foi envolvido pelo time de garotos do Atlético. Fez um gol, mas logo sofreu o empate, consequência de um pênalti. Pouco depois, um pênalti ainda mais claro do que o que fora marcado foi sonegado pelo árbitro, que chegou a levar o apito à boca, mas desistiu de assinalar a infração. Um erro capital, injustificável. O Atlético seguiu melhor o tempo inteiro, diante de um Inter nervoso e tecnicamente pífio. Até o empate era injusto para o time mineiro, que merecia vencer. Porém, nos últimos segundos dos acréscimos, num descuido da defesa atleticana, veio o gol da vitória do Inter. Nos últimos dias, o Inter venceu o Santos com um gol resultante de uma atrasada de bola que o goleiro adversário absurdamente agarrou, proporcionando-lhe uma falta dentro da grande área, empatou com o São Paulo num lance de impedimento, e foi beneficiado por resultados paralelos. Com tantos fatores aleatórios contribuindo em seu favor, a precariedade técnica do time fica mascarada, e a classificação para a Libertadores cada vez mais perto. O time que cometeu as "façanhas" de perder de virada, em casa, para o Figueirense e ser goleado pela Chapecoense está quase classificado para a Libertadores. No futebol, muitas vezes, o fortuito se impõe sobre o mérito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O fim do sonho

O Grêmio perdeu por 2 x 1 para o Cruzeiro, de virada, ontem, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. No primeiro tempo, o Grêmio foi quase brilhante, repetindo as boas atuações contra Inter e Criciúma. Fez seu gol aos 12 minutos, e perdeu mais uma grande chance, numa cabeçada de Barcos que bateu na trave e correu sobre a linha. Ramiro e Luan também tiveram boas chances, mas concluíram mal. Com isso, o Grêmio poderia ter definido o jogo ainda no primeiro tempo. No segundo, Barcos perdeu um gol feito, na pequena área, num momento em que o Cruzeiro já era melhor em campo. Desde os primeiros movimentos, assim que o jogo foi reiniciado, após o intervalo, percebia-se que o Cruzeiro  retornara modificado em termos táticos e anímicos. O time que fora inteiramente envolvido pelo Grêmio, voltou mantendo a posse de bola e dando as cartas no jogo. O técnico do Grêmio, Felipão, não soube reagir ás mudanças propostas pelo Cruzeiro, e só fez modificações no time quando a derrota já era inevitável. Felipão tem inúmeros méritos na montagem de times, mas parece ter enormes dificuldades em fazer a leitura de um jogo durante o seu desenrolar. A consequência, para o Grêmio, foi a pior possível. A derrota de ontem encaminha o fim do sonho da classificação para a Libertadores. As chances matemáticas persistem, mas, na prática, o objetivo tornou-se quase inalcançável.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Os 45 anos de um gol histórico

Hoje, um gol histórico completa 45 anos. Em 19 de novembro de 1969, no então gigantesco Maracanã, Pelé marcava, num jogo contra o Vasco, o seu milésimo gol. Não foi um gol particularmente bonito, pois resultou de uma cobrança de pênalti. Porém, era uma marca incrível, jamais atingida antes nem depois. Pelé ainda marcaria mais de 200 gols no restante de sua carreira, numa demonstração inequívoca de que foi o maior jogador de futebol de todos os tempos. Na ocasião em que marcou seu milésimo gol, Pelé fez um apelo em favor das crianças do Brasil, até hoje visto com desdém por muitos. Não importa. Aquela foi uma noite que entrou para a história, e não podia ter ocorrido num  local mais adequado do que o Maracanã. Pelé parou há quarenta anos, quando de sua primeira despedida, no Santos, ou 37, se levarmos em conta sua volta aos campos pelo Cosmos, mas, mesmo depois de tanto tempo, continua sem ser superado como o maior jogador de todos os tempos. Entre tantos feitos e jogadas espetaculares, o milésimo gol ficou como um marco de uma carreira excepcional e única. Um feito incrível, que deve ser lembrado por todos aqueles que ousam cogitar de que outros jogadores possam ter sido melhores que Pelé. Ele é insuperável. Ninguém fez tantos gols, nem ganhou três Copas do Mundo em quatro disputadas. Fora do campo, Pelé não tem o mesmo brilho. Criou uma lei, que leva seu nome, nociva ao futebol. Costuma atrapalhar-se com as palavras. Dentro de campo, no entanto, foi o maior de todos, e, há 45 anos, com o milésimo gol, isso ficou claro como nunca.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Campanha invicta

A Seleção Brasileira venceu por 2 x 1 a Áustria, hoje, no estádio Ernst Happel, em Viena. Foi a sexta vitória da Seleção em seis jogos desde que Dunga reassumiu o cargo de técnico da equipe. O gol sofrido hoje, de pênalti, foi o único tomado pela Seleção nessas seis partidas. Dunga tem muito a provar como técnico de futebol, mas é inegável que, sob seu comando, nesse período logo após a Copa do Mundo, a Seleção mostra disposição e bom futebol, o que não se via quando Mano Menezes, com uma carreira muito mais afirmada, assumiu, em agosto de 2010. Com Mano Menezes, a Seleção acumulava atuações ruins e displicentes, com Dunga mostra atitude e bom desempenho técnico. O trabalho só está começando, os jogos, até agora, foram apenas amistosos, mas a campanha invicta incute confiança numa Seleção que viveu a hecatombe de ser eliminada de uma  Copa, em, sua própria casa, com uma humilhante goleada de 7 x 1 para a Alemanha. Sem fazer terra arrasada, Dunga reconvocou muitos dos jogadores que estiveram na Copa, e acrescentou outros tantos. A mistura tem dado certo, e, aos poucos, a Seleção e o torcedor vão recompondo a sua autoestima.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Petrolão

Depois de anos bombardeados pelas notícias do mensalão, os brasileiros recebem, agora, um volume imenso de informações sobre o chamado "petrolão". O novo escândalo, inclusive, já roubou do anterior, por parte da imprensa, o título de "o maior da história do país". Os fatos ocorridos na Petrobrás são, mesmo, de extrema gravidade. Devem ser investigados a fundo, e isso está ocorrendo. Os culpados tem de ser punidos, o que significa enviá-los para a prisão. Porém, não sejamos ingênuos, a cobertura massiva da grande imprensa sobre o assunto tem o objetivo primordial de desgastar a imagem do governo federal. A mesma tática havia sido empregada com o já referido mensalão, sem sucesso. A eclosão do escândalo se deu em 2005, o que não impediu que o PT vencesse as três eleições presidenciais seguintes, a última delas há pouco mais de um mês, quando o petrolão também já havia ganho as manchetes. A carga em torno do assunto não diminuiu nem com o término das eleições. Se antes o objetivo era impedir a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a nova meta é inviabilizar seu governo. Há uma absurda pretensão dos setores conservadores da sociedade de estabelecer um "terceiro turno" eleitoral, o que é uma atitude antidemocrática. Para voltar ao poder, tudo o que a oposição precisa é conseguir um bom candidato, que estimule o eleitorado a se decidir pela alternância. Escândalos como o petrolão, ainda que tenham ramificações políticas, são assuntos, essencialmente, da esfera policial. A Polícia Federal tem feito um bom trabalho nesse caso. Deixem-na cumprir com a sua tarefa, e respeitem o resultado da eleição.

domingo, 16 de novembro de 2014

Bicicleta

O Inter ganhou do Goiás por 1 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. O jogo foi chato, e se arrastava em 0 x 0, até Paulão fazer um gol de bicicleta e definir o placar. Um gol inusitado, pois foi o segundo de Paulão em dois jogos sucessivos, e uma jogada de alta técnica feita por um jogador tosco. Afora isso, Paulão é reserva. Só jogou contra o São Paulo porque o técnico do Inter, Abel Braga, escalou o Inter com três zagueiros naquela partida, e, hoje, entrou em campo depois que Alan Costa saiu lesionado. A sorte parece, mais uma vez, sorrir para o Inter numa hora decisiva. Não bastassem os gols surpreendentes de Paulão, o Inter jogou contra um adversário, o Goiás, que nada mais aspira no Brasileirão. Seu próximo adversário, o Atlético Mineiro, em casa, deverá vir com um time reserva, poupando os titulares para o segundo jogo da decisão da Copa do Brasil. Seus dois últimos jogos, diante do Palmeiras, em casa, e do Figueirense, fora, serão contra clubes que, até lá, já deverão estar livres do risco de rebaixamento. Portanto, o Inter está com a faca e o queijo na mão para obter sua classificação para a Libertadores. O caminho para chegar lá não poderia ser mais propício.

sábado, 15 de novembro de 2014

Outra goleada

O Grêmio goleou o Criciúma por 3 x 0, hoje, no Heriberto Hülse, pelo Campeonato Brasileiro. Portanto, é a segunda goleada consecutiva de um time que tinha enorme dificuldade de marcar gols. Para se ter uma ideia da intensidade da mudança, basta dizer que, nos últimos dois jogos, o Grêmio marcou 20% dos seus gols no Brasileirão. Antes, em 32 jogos, havia marcado apenas 27 gols, uma media de 0,8 por partida. Com os sete gols marcados contra Inter e Criciúma o Grêmio obteve, nesses dois jogos, uma media de 3,5 por partida. Melhor do que isso, mais uma vez, o time como um todo jogou bem. Marcelo Grohe não foi exigido, Pará teve falhas mas chegou a chutar uma bola no travessão, Geromel esteve impecável, Rhodolfo mostrou eficiência, Zé Roberto prossegue em sua boa fase, Walace se firma a cada jogo, Ramiro voltou a marcar um belo gol, Felipe Bastos teve uma atuação segura, Luan mostrou sua boa técnica, Dudu brilhou com um gol e um lindo lançamento, e Barcos, afora colocar uma bola nas redes, se multiplicou em campo. Se tivesse atingido seu atual nível um pouco antes, o Grêmio ainda poderia brigar pelo título da competição. O próximo jogo do Grêmio, quinta-feira, contra o Cruzeiro, deverá lotar a Arena. Uma vitória encaminhará de maneira mais sólida a classificação para a Libertadores. Os jogos que restam ao Grêmio são difíceis, e há vários clubes lutando pelo mesmo objetivo, no entanto, se antes havia dúvidas sobre se a meta seria alcançada, agora sobra confiança. Se outros disputantes acusam cansaço na reta decisiva, o Grêmio parece estar atingindo o seu melhor momento. O final de ano dos gremistas tem tudo para ser risonho.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Resposta

A realização, em São Paulo, de uma passeata contra a direita e pelos direitos, comandada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, é uma resposta. Mostra que os setores conservadores não vão impor sua agenda para o país. A manifestação reuniu 10 mil participantes, bem mais que os 2.500 que, também em São Paulo, saíram às ruas para pedir o impeachment de uma presidente legitimamente reeleita e clamar pela volta dos militares. O Brasil mudou, já não é o país da "Marcha com Deus e a Família pela Liberdade", que apoiou um espúrio golpe militar. A ofensiva da direita, violenta durante a campanha, continua intensa após as eleições. Há uma tentativa clara de inviabilizar o governo da presidente Dilma Rousseff. Os noticiários adotam um tom catastrofista, despejando projeções pessimistas sobre a opinião pública. Antes, essa postura era adotada com mais ênfase na proximidade das eleições. Agora, tornou-se permanente. Depois de usar o "mensalão" como forma de desacreditar o governo federal, surge em seu lugar o "petrolão", que também herda do primeiro a pecha de "o maior escândalo político da história do país". A incessante espetacularização de uma pretensa crise no governo afeta os mais sensíveis e desavisados, mas não engana o conjunto da sociedade. A democracia brasileira ainda é jovem, mas já é sólida. Muitos lutaram e morreram para que ela fosse alcançada. Não serão jornais e revistas tendenciosos, a serviço das elites predatórias, que irão ameaçá-la. O governo Dilma tem duros desafios pela frente, mas irá enfrentá-los respaldado pela legitimidade que lhe foi conferida pelas urnas. A democracia é o regime da maioria, e Dilma teve mais votos que seu oponente, Aécio Neves. Ainda que Aécio tenha tido uma grande votação, a de Dilma foi maior. Mesmo que o número de descontentes com o governo seja alto, o dos que o aprovam ainda é superior. Se ao final do próximo mandato de Dilma o eleitor entender que é a hora de mudar os ocupantes do poder, optando pela saída do PT, isso se dará normalmente, pelo processo democrático, que é a única maneira aceitável de fazê-lo.

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A arte de Paul McCartney

Paul McCartney está de volta ao Brasil, o que é sempre muito bom, mas essa não é a única notícia envolvendo seu nome nos últimos dias. O disco "The Art of Paul McCartney" está disponível na internet desde ontem, e terá o lançamento de sua edição física no próximo dia 18. "The Art of Paul McCartney" é uma homenagem à obra de Paul, com 34 composições dele, interpretadas por grandes nomes do meio musical. As músicas escolhidas são tanto do tempo dos Beatles quanto de sua carreia solo. Entre outros, se fazem presentes no disco Bob Dylan (Things We Say Today"), Billy Joel ("Maybe I'm Amazed"/ Live and Let Die"), Brian Wilson ("Wanderlust"), Willie Nelson ("Yesterday"), Barry Gibb ("When I'm Sixty Four"), Kiss ("Venus and Mars/Rock Show"), Roger Daltrey ("Helter Skelter"), Smokey Robinson ("So Bad"), Alice Cooper ("Eleanor Rigby"), B.B. King ("On the Way"), Corinne Bailey Rae ("Bluebird"). A versão física da obra terá apenas mil cópias, acompanhadas de um livro em capa dura, um documentário com o makking off do disco, e um encarte com arte assinada por Alan Aldridge. Na mesma data de 18 de novembro estará disponível, também uma versão de luxo com oito faixas adicionais, incluindo covers feitos pelo próprio Paul McCartney de músicas de Alice Cooper, Robert Smith e Ronnie Spector. Uma obra tão extensa e qualificada como a de Paul McCartney merece sempre ser revisitada. Poucos terão a oportunidade de adquirir a edição física do disco, mas a disponibilização gratuita de seu conteúdo na internet permitirá sua fruição por um grande público. Uma oportunidade imperdível de ouvir clássicos de Paul na voz de outros astros da música.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Erro decisivo

O Inter empatou com o São Paulo em 1 x 1, hoje à noite, no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro. A grande atuação do goleiro do Inter, Alisson, e a produção muito abaixo do esperado do São Paulo contribuíram para o resultado, mas o fator decisivo foi um erro grosseiro de arbitragem. O gol do Inter foi irregular, pois Paulão estava impedido ao desviar a bola para as redes. Esse fato foi determinante para o desenrolar do jogo. Ao sair perdendo, de forma injusta, uma partida na qual era franco favorito, o São Paulo perturbou-se e não conseguiu repetir o desempenho dos últimos jogos. Mesmo alcançando o empate logo no início do segundo tempo, o São Paulo não encontrou forças para obter a virada. Com esse empate, o São Paulo perdeu uma chance irrecuperável de aproximar-se do Cruzeiro, na tentativa de ainda lutar pelo título do Brasileirão. Por sua vez, o Inter ganhou fôlego na sua busca de classificação para a Libertadores, pois terá, agora, três jogos consecutivos no Beira-Rio.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

O futebol não é uma ilha

O futebol brasileiro evoluiu bastante em relação a um passado, nem tão distante, marcado por viradas de mesa e campeonatos com fórmulas absurdas. Porém, num país caracterizado, historicamente, por atos de corrupção, o futebol não é uma ilha. O Ministério Público concluiu que dirigentes e funcionários da Portuguesa receberam dinheiro para que o jogador Héverton, que estava suspenso, fosse escalado na partida contra o Grêmio, pela última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013, o que ocasionou a perda de quatro pontos pelo clube, e o seu rebaixamento para a Segunda Divisão. Beneficiado pelo ocorrido com a Portuguesa, o Fluminense, que havia sido rebaixado, permaneceu na Primeira Divisão. O fato, se provado, é gravíssimo. Em consequência de sua queda, a Portuguesa sofreu uma grande desestruturação, e, em 2014, foi rebaixada para a Terceira Divisão, estando com o seu futuro ameaçado. O Fluminense, pela terceira vez em sua história, beneficiou-se de uma situação extracampo para fugir de um rebaixamento. Caso se confirmem as suspeitas do Ministério Público, a punição aos envolvidos terá de ser exemplar. O futebol brasileiro já vive uma fase de grande declínio técnico. Se a isso se juntar a impunidade em tão grave fato, perderá, também, a sua credibilidade. O futebol não é uma ilha, mas terá, nesse caso, uma excelente oportunidade de dar em exemplo positivo para o país, punindo a corrupção com rigor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Lucidez

O coordenador digital da campanha de Aécio Neves para a eleição presidencial, Xico Graziano, ex-deputado federal pelo PSDB, foi responsável por um raro momento de lucidez no cenário político brasileiro. Graziano foi hostilizado nas redes sociais por ter repudiado as passeatas que pediam o impeachment da presidente reeleita Dilma Rousseff e a volta dos militares. Ele foi chamado, entre outros termos, de "linha auxiliar do PT" e "esquerdopata". Sem se intimidar, Graziano postou um texto em que reafirmou sua posição e fez considerações precisas sobre o quadro político brasileiro. Lembrou que a direita, no Brasil, está sem um partido que a represente, que defenda suas ideias. Assim, foi procurar abrigo no PSDB. Porém, como bem lembra Graziano, o partido traz em seu nome a expressão "social democracia" e teve sua origem no antigo MDB, uma frente que lutou contra o regime militar. Portanto, argumenta Graziano, sua inspiração é de centro-esquerda. Ele conclui seu arrazoado de forma certeira, ao expressar que não é ele que está no lugar errado, e que os radicais de direita é que devem deixar o PSDB. A polarização política entre PT e PSDB acabou por gerar esse efeito perverso. Como os partidos mais à direita do espectro político,  PP e Dem, perderam expressão, os antipetistas pousaram no PSDB na busca de alcançarem o poder. No entanto, o PSDB, embora seja um partido de feição burguesa, marcadamente de classe média, não é de inspiração direitista. Por conveniência eleitoral, os partidos aceitam toda a espécie de adesões, o que contribui para descaracterizá-los. A partir do episódio envolvendo Graziano, talvez a cena política brasileira fique menos confusa. O PSDB tem todo o direito de lutar para chegar ao poder, é para isso que existem os partidos. No entanto, deveria fazê-lo sem dar guarida aos inimigos da democracia, e sendo fiel aos fundamentos que levaram à sua criação.

domingo, 9 de novembro de 2014

Goleada

O Grêmio goleou o Inter por 4 x 1, hoje à tarde, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi um resultado melhor do que a expectativa do torcedor mais otimista. Sete meses depois de ser goleado pelo Inter na decisão do Campeonato Gaúcho, o Grêmio devolveu o placar ao seu maior rival. Para um time que tem enorme dificuldade em marcar gols, o fato é quase uma façanha. Foi o que os torcedores costumam chamar de um "chocolate". A superioridade do Grêmio foi do primeiro ao último minuto. O gol do Inter, pouco depois do segundo do Grêmio, deu para alguns a impressão de que o jogo pudesse ficar mais equilibrado. Não ficou, e a goleada aconteceu, ao natural. A rigor, ninguém jogou mal no Grêmio, mas alguns nomes se destacaram mais. Geromel, mais uma vez, teve uma grande atuação. Rhodolfo, que voltava ao time, manteve seu padrão de bons desempenhos. Luan e Dudu envolveram a defesa do Inter em vários lances. Porém, o maior destaque foi Alan Ruiz. Ele entrou no segundo tempo, marcou dois gols em 12 minutos, e saiu para evitar uma possível expulsão. Poucas vezes um jogador fez tanto em tão pouco tempo. Foram os gols de Alan Ruiz que transformaram uma simples vitória num resultado acachapante. O segundo gol marcado por ele, o quarto do Grêmio, valeu a subida para o terceiro lugar no Brasileirão, ultrapassando o Atlético Mineiro pelo saldo de gols. Por outro lado, o Inter caiu para o sexto lugar, pois a vitória do Corinthians sobre o Santos o fez descer mais uma posição. A semana começa, portanto, com o Grêmio dentro da zona de classificação para a Libertadores, e o Inter fora. Para agravar a situação do Inter, seu próximo jogo, na quarta-feira, será contra o São Paulo, no Morumbi. O campeonato caminha para a sua definição, faltando apenas cinco rodadas para o seu final, e as perspectivas do Grêmio parecem bem mais risonhas que a do seu maior adversário.

sábado, 8 de novembro de 2014

A aposta no pior

A imprensa conservadora, ainda revoltada pela quarta derrota consecutiva dos candidatos por ela apoiados em eleições presidenciais, resolveu fazer a aposta no pior. A presidente reeleita Dilma Rousseff nem começou o seu segundo mandato e jornais e revistas conservadores já traçam um cenário terrível para o país. Conforme esses arautos do desastre, Dilma está isolada e não sabe o que fazer na economia, o país está na iminência de um apagão energético, e os brasileiros arcarão com "tarifaços" em 2015. Paralelamente a isso, o candidato derrotado, Aécio Neves, de volta a sua cadeira de senador, é exaltado como um líder em crescimento e já se lança numa campanha midiática visando à eleição de 2018. Na ânsia de, finalmente, desalojarem o PT do poder, os conservadores escolhem o "quanto pior, melhor". Desejam que o país seja tomado pelo caos administrativo, ainda que isso afete a todos os brasileiros. Colocam seu antipetismo acima dos interesses dos cidadãos. Estabeleceram um "terceiro turno", em vez de acatar o resultado das urnas, como recomenda a democracia. Estimulam até, absurdamente, a ideia do impeachment de uma presidente legitimamente reeleita. O eleitor brasileiro já demonstrou que atingiu um considerável grau de maturidade, o que pode ser constatado pelas quatro vitórias consecutivas do PT em eleições presidenciais, mesmo com todo o bombardeamento contrário por parte da imprensa. Com o correr dos dias, os brasileiros perceberão que todo esse cenário de terror não tem conexão com a realidade. Os órgãos de imprensa que se prestam a esse triste papel apenas corroem a sua credibilidade. Terminada uma eleição, o vencedor governará a todos, os que votaram nele, os que optaram por outros candidatos, e, também, os que se sequer foram às urnas. Ele precisa, portanto, contar com o apoio de todos. Apostar no fracasso de um governo é agir contra os interesses do país. Uma imprensa consciente jamais agiria dessa forma. Esse comportamento apenas ressalta a necessidade, inadiável, de se fazer uma nova regulação de mídia no Brasil, democratizando a comunicação no país.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Pretensão equivocada

Os emocionantes jogos de quarta-feira pela Copa do Brasil fizeram com que os inimigos do Campeonato Brasileiro de pontos corridos voltassem a defender o retorno do execrável formulismo na mais importante competição do futebol do país. Trata-se de uma pretensão equivocada, baseada em falsas premissas ou numa pura e simples má vontade gerada pela mais absoluta irreflexão. O campeonato em pontos corridos, com todos os clubes se enfrentando em turno e returno, é o único que apura um vencedor com total legitimidade. Ele privilegia quem tem mais qualidade e está melhor preparado. Os que dizem que é uma fórmula sem emoção mentem descaradamente, pois nos pontos corridos, todos os jogos, rigorosamente, são importantes, já que a pontuação é cumulativa. No formulismo, há uma série de jogos classificatórios desimportantes e enfadonhos, até que se chegue na fase decisiva. Afora isso, o formulismo não garante um calendário completo para todos, pois os clubes que não se classificam para a fase decisiva tem de encerrar o ano mais cedo, o que redunda em perda de arrecadação e dificuldade para honrar os compromissos financeiros. A Copa do Brasil, com sua fórmula de mata-mata, sem dúvida, é muito emocionante, mas por ser disputada em fases estanques, sem levar em conta o retrospecto dos participantes, nivela competidores desiguais, o que explica que clubes como Criciúma, Juventude, Santo André, e Paulista já tenham alcançado o título. Num Brasileirão de pontos corridos esses clubes jamais aspirariam ao título. Todos os campeonatos nacionais importantes do mundo, como o Italiano, Francês, Espanhol, Alemão e Inglês, sempre foram disputados em pontos corridos. O Brasil corrigiu essa distorção em 2003. Voltar atrás seria algo deplorável, e faria da principal competição futebolística brasileira algo único, como a jabuticaba, uma fruta que só existe no Brasil. Tomara que as autoridades esportivas brasileiras não cometam essa estupidez.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Decisão mineira

O futebol mineiro está em alta. Em 2013, o Atlético Mineiro foi campeão da Libertadores e o Cruzeiro ganhou o Campeonato Brasileiro. Agora, o Cruzeiro caminha, célere, para o bicampeonato brasileiro, e os dois clubes disputarão uma decisão mineira da Copa do Brasil. A classificação do Atlético, particularmente, foi épica, e repetiu a mesma façanha das semifinais, isto é, depois de ser derrotado no primeiro jogo por 2 x 0, e sair perdendo na segunda partida,  goleou o Flamengo por 4 x 1, exatamente como fizera com o Corinthians. Mais uma vez, o Atlético soube transformar o Mineirão num caldeirão, com sua torcida gritando "eu acredito". Seu maior rival, o Cruzeiro, também obteve a classificação de maneira admirável. Depois de estar perdendo por 3 x 1 para o Santos, na Vila Belmiro, resultado que o eliminava, buscou o empate em 3 x 3. Será uma decisão de altíssimo nível entre os dois maiores clubes de Minas Gerais, um sonho que os gaúchos ainda não conseguiram realizar com Grêmio e Inter. Para o Atlético, será a disputa de um título inédito. O Cruzeiro, se for o campeão, conquistará o seu quinto título, tornando-se o clube mais vezes vencedor da competição. Serão dois jogos emocionantes, com estádios lotados. Espetáculos imperdíveis para quem gosta de futebol.

terça-feira, 4 de novembro de 2014

A declaração de um canalha

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, mais uma vez, botou suas garras de fora. Mendes é uma das mais deploráveis figuras que já passaram pelo Supremo, talvez a pior de todas. Defende os interesses dos poderosos, dos grandes grupos econômicos. O banqueiro Daniel Dantas, por exemplo, foi protegido por ele de sofrer qualquer sanção por seus crimes de colarinho branco. Foi Mendes, também, quem extinguiu a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, uma antiga aspiração dos grandes grupos de comunicação do país. Na ocasião, comparou o ofício de jornalista com o de cozinheiro. Agora, Mendes vem a público dizer do seu temor de que o Supremo se transforme numa corte "bolivariana", já que a presidente Dilma Rousseff deverá nomear mais seis integrantes do tribunal. Por sinal, Mendes é o único ministro da atual composição do Supremo Tribunal Federal que foi indicado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Suas decisões e declarações demonstram, claramente, sua falta de isenção, seu comprometimento ideológico. A declaração sobre o temor em relação à composição do Supremo é típica de um canalha. Os ministros do Supremo tem de possuir reputação ilibada e notável saber jurídico. Pelo menos, deveria ser assim. Gilmar Mendes talvez tenha um considerável conhecimento jurídico, mas, certamente, não tem uma reputação ilibada.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A inconformidade dos derrotados

A vitória apertada de Dilma Rousseff sobre Aécio Neves, com uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos, fez com que a inconformidade dos derrotados se mostrasse como nunca após a eleição para presidente. Em algumas capitais brasileiras, manifestantes foram às ruas para pedir o impeachment da presidente Dilma e a intervenção dos militares. Em comum, todas essas manifestações tiveram um número pouco expressivo de participantes. Paralelamente a isso, a revista "Veja", sempre ela, enumera "ameaças" que a continuidade do poder nas mãos do PT pode trazer ao país. O entrevistado das páginas amarelas da revista, na edição dessa semana, o jornalista venezuelano Miguel Henrique Otero, diz ver semelhanças do quadro político brasileiro com o do seu país, e, entre outros temores, diz que Dilma poderá, ao fim de seu novo mandato, alterar a Constituição para se candidatar novamente. Trata-se de um terrorismo político já praticado por "Veja" em relação ao ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.  A publicação dava como certo que Lula mudaria a Constituição para poder obter um terceiro mandato. Ressalte-se que, se quisesse, Lula conseguiria essa mudança com facilidade. Ainda assim, ele respeitou a Constituição e fez de Dilma Rousseff a sua candidata, que acabou eleita e, agora, foi reconduzida para mais um mandato. As manifestações de rua e as ameaças acenadas pela revista "Veja" apenas demonstram que há um grupo de brasileiros, pequeno mas muito radical, que não assimila bem as derrotas eleitorais. A presidente Dilma Rousseff não será deposta, e o cenário de horrores previsto por "Veja" não se confirmará. O  Brasil tem uma democracia sólida. Aliás, em 2015, o país completará 30 anos de restituição da democracia, o que tem de ser muito festejado por todos os brasileiros. Os perdedores de uma eleição devem aceitar o resultado das urnas e se prepararem para a próxima. Essa é a única maneira legítima de alcançar o poder. Pedir a destituição de uma presidente eleita pelo voto e sua substituição por militares é uma demonstração de intolerância política incompatível com a realidade do país, e só expõe seus proponentes ao ridículo.

domingo, 2 de novembro de 2014

Vitória presenteada

O Inter venceu o Santos por 2 x 1, hoje à tarde, na Vila Belmiro, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma vitória histórica, pois o Inter jamais havia vencido o Santos na Vila Belmiro. Como é característico da história do clube, a sorte falou mais alto num momento decisivo na busca pela classificação para a Libertadores. Afinal, depois de fazer 1 x 0 no primeiro tempo, o Inter sofreu o gol de empate no segundo e viu o Santos tomar conta do jogo, até que, aos 35 minutos, o goleiro Aranha cometeu um erro inadmissível, pegando com as mãos uma bola que lhe fora atrasada. Na cobrança da falta, o Inter fez o gol de desempate, que acabou por lhe dar a vitória, que, portanto, lhe foi presenteada. Com isso, o Gre-Nal do próximo domingo, na Arena, tornou-se ainda mais explosivo, pois o Inter vai para o jogo dois pontos na frente de seu maior rival, o que tornaria uma derrota quase fatal para o Grêmio. Tanto pelo fato de estar na frente na tabela, como por não perder para o Grêmio há dois anos, o Inter é favorito para o Gre-Nal. Mais uma vez, percebe-se que o Grêmio encara o jogo de maneira tímida, evitando assumir a responsabilidade de vencê-lo. Isso é o caminho mais curto para a derrota. Ganhar o Gre-Nal é fundamental para o Grêmio, em função de seus objetivos de classificação para a Libertadores, e pelo retrospecto altamente negativo dos últimos anos no confronto com o Inter. Se não houver alguma grande surpresa, o Inter ganha o Gre-Nal e se credencia a permanecer entre os primeiros colocados da competição, enquanto o Grêmio terá o seu final de ano antecipado, apenas cumprindo tabela nos jogos restantes.

sábado, 1 de novembro de 2014

Pior a cada jogo

O Grêmio venceu o Vitória por 1 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi mais uma vitória pelo placar mínimo, como tantas outras nesse Brasileirão. Em comum entre elas, afora a escassez de gols, está o mau futebol praticado pelo time. Hoje, por exemplo, o desempenho do Grêmio foi péssimo. Em vez de evoluir tecnicamente, o Grêmio parece piorar a cada jogo. Para se ter uma ideia da precariedade da atuação do Grêmio, foi um gol contra que lhe deu a vitória. A escalação do Grêmio, com apenas dois volantes e Barcos e Lucas Coelho jogando juntos no ataque, não funcionou. Breno, na lateral-esquerda, foi muito mal. Com exceção de Geromel, que simplifica dando chutões mas tem sido um zagueiro muito eficiente, ninguém se destacou. A posição do Grêmio, que é quinto colocado mas com o mesmo número de pontos do terceiro e quarto lugares, é muito melhor que o futebol que ele vem praticando, o que deixa sérias dúvidas sobre o futuro imediato do time e sua capacidade de obter a classificação para a Libertadores.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Situação constrangedora

O futebol gaúcho vive uma situação constrangedora. Enquanto Santa Catarina conta com três clubes na Primeira Divisão brasileira, o Rio Grande do Sul tem apenas dois, os tradicionais Grêmio e Inter. Na Segunda Divisão, são dois clubes catarinenses, contra nenhum gaúcho. Os participantes do estado na Terceira Divisão, tentam, há anos, de modo infrutífero, subir para a Segunda. Assim, cada vez mais, o futebol do Rio Grande do Sul está se limitando à dupla Gre-Nal. O Brasil de Pelotas tem uma torcida numerosa e fiel, e acabou de subir da Quarta Divisão para a Terceira, onde irã se juntar à Juventude e Caxias, mas esbarra em grandes limitações financeiras para poder sonhar mais alto. Por outro lado, as grandes potências do futebol gaúcho não estão conseguindo êxito, nos últimos anos, na disputa com os demais grandes clubes brasileiros. O Grêmio não ganha uma competição nacional há 13 anos, e, no Inter, esse jejum é ainda mais longo, de 22 anos. Se os clubes do interior penam pela escassez de recursos, Grêmio e Inter gastam muito para obter poucos resultados. Hoje, em comparação com os outros três grandes centros do futebol brasileiro, Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, o Rio Grande do Sul está em nítida desvantagem. Cabe perguntar o que faz o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, para alterar esse quadro? Cobrado a respeito, Noveletto insiste em dizer que os clubes do interior recebem uma boa verba de televisão pelos direitos de transmissão do Campeonato Gaúcho, e que é a dupla Gre-Nal que rouba todas as atenções para si, não permitindo o crescimento dos demais, o que é uma desculpa esfarrapada, pois os catarinenses conseguem fazer um bom trabalho, mesmo com escassos recursos e sofrendo a concorrência, junto ao público, dos maiores centros do futebol brasileiro. Ele, ate pouco tempo atrás, tinha pretensões de concorrer ao cargo de presidente da CBF. A julgar pelo seu desempenho no cargo que atualmente ocupa, o futebol brasileiro livrou-se de um desastre.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A exacerbação da intolerância

A eleição presidencial recém encerrada revelou um acirramento do clima político no país. De uma forma nunca antes vista, o Brasil se viu dividido em dois grupos altamente beligerantes, com objetivos e visões antagônicos. Com uma eleição decidida por pequena margem de votos, era óbvio que esse quadro não iria se alterar de uma hora para a outra. Nas redes sociais, onde as postagens, durante a campanha, atingiram níveis de agressividade inéditos, o enfrentamento entre dilmistas e aecistas continua, como se a eleição não tivesse acabado. A inconformidade dos derrotados atingiu uma proporção tamanha que eles propõem medidas radicalmente antidemocráticas, tais como separar as regiões Sul e Sudeste do resto do país, ou conclamar pela volta dos militares ao poder. Os brasileiros mais bem situados na escala social deixaram-se tomar pelo sentimento de intolerância. Não suportam a ideia de um país pluralista, que defenda os interesses de todos, não apenas de alguns. Por sentirem seus privilégios ameaçados, sonham em formar um novo país, só com a porção "Bélgica" do Brasil, branca e abastada, livrando-se da parte "Índia", mestiça e pobre, que é muito mais numerosa. A mesma intolerância e aversão à democracia faz com que muitos desejem a volta dos militares, para colocar "ordem na casa". Para o bem do país, tudo isso não passa de delírio, fomentado pelo despeito de quem não sabe perder. O país não será dividido, e os militares não deixarão os quartéis. Se quiserem chegar ao poder, os intolerantes terão de esperar mais quatro anos, e obtê-lo pelo voto, que é o único meio aceitável para tanto numa democracia.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Hipocrisia

O presidente eleito do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, prometeu usar todo o seu trânsito político para por fim a proibição de se consumir bebidas dentro dos estádios do Rio Grande do Sul. Romildo foi, por muitos anos, presidente estadual do PDT. Ele tem toda a razão em buscar a revogação dessa medida. Ela não passa de uma hipocrisia, tão ao gosto dos tempos em que vivemos, onde o falso moralismo e a praga do politicamente correto se espalham como ervas daninhas. A intenção de diminuir os índices de violência com tal proibição é uma piada, já que, em torno dos estádios, há uma enorme quantidade de estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas. A ação de Romildo é motivada pelo fato de que o veto ao consumo de bebidas nos estádios inibe a venda dos "namings rights", ou seja, a associação de empresas do setor com o nome do estádio, tal como já acontece em outros estados. A lei, saudada por muitos incautos, não tem nenhum efeito prático em relação ao efeito que pretende, é apenas uma interferência autoritária e indevida sobre a liberdade individual, e que, como se vê, também causa prejuízos econômicos. Tomara que Romildo alcance o seu intento.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Direita Miami

A polarização entre PT e PSDB, que atingiu níveis histéricos, fez surgir as expressões "esquerda caviar" e "direita Miami". Bem, a esquerda caviar parece ser apenas um contraponto argumentativo, mas a direita Miami apareceu na eleição para presidente claramente, sem nenhum disfarce. A maior vitória de Aécio Neves sobre Dilma se deu, justamente, entre os eleitores brasileiros residentes em Miami. Lá, Aécio teve quase 92% dos votos, índice que não conseguiu em nenhuma cidade do Brasil. Confirma-se, assim, a existência de um grupo ideológico muito bem identificado, de convicções antipetistas, formado por pessoas endinheiradas, fascinadas pelo consumismo e ostentação característicos dessa cidade litorânea dos Estados Unidos. São pessoas que tem horror à pobreza, e que deleitam-se com a opulência. Consideram seus privilégios um direito, e como despeitados e invejosos aqueles que os questionem. Para a direita Miami, nada é mais detestável do que um governo que traga 50 milhões de pessoas para o mercado de consumo. São elitistas convictos. Não querem repartir suas regalias. Os programas sociais do governo, as cotas para negros nas universidades, e tantas outras medidas de inclusão social são vistas com repúdio por esse grupo. A direita Miami acostumou-se com um Brasil com muito para poucos e quase nada para a maioria da população. Na famosa "Belíndia", definição do economista Edmar Bacha sobre a divisão social no Brasil, pertencem à porção "Bélgica", pequena e rica, em contraste com a "Índia", enorme e pobre. Porém, para o bem do país, não conseguem impor a sua vontade. A acachapante vitória de Aécio em Miami ficará, apenas, como um dado curioso do pleito. Na eleição como um todo, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita, e a porção "Índia" do país continuará encolhendo, com mais justiça social para milhões de brasileiros.

domingo, 26 de outubro de 2014

Idiossincrasias gaúchas

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, do PT, não conseguiu a reeleição. O candidato do PMDB, José Ivo Sartori, ganhou a eleição, no segundo turno, com 61% dos votos. Os gaúchos, dessa forma, trocam um governador a que haviam eleito no primeiro turno, em 2010, por um candidato folclórico, despreparado intelectualmente, com enormes dificuldades de expressão, vazio de propostas, e que oculta suas verdadeiras intenções. Levados por suas idiossincrasias, quase inexplicáveis no plano racional, os gaúchos, mais uma vez, negam a reeleição para um governador, ainda que, no caso presente, se trate de um político testado e um intelectual de primeira linha. Partiremos, então para uma aventura de imprevisíveis consequências, com o estado sendo governado por um despreparado, tendo como vice de sua chapa um representante da plutocracia, que, assumidamente, não cumpre com os direitos trabalhistas dos empregados de sua fazenda. Um enorme retrocesso, a comprovar que o dito "estado mais politizado do Brasil" involuiu assustadoramente.

Tetra

A presidente Dilma Rousseff foi reeleita. O PT conquistou, assim, o seu quarto mandato consecutivo no governo federal, os dois primeiros com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. O PT, portanto é tetra. A vitória foi apertada, pouco mais de 3 milhões de votos de diferença, mas nem por isso é menos legítima. Nunca um governo sofreu uma campanha de mídia tão agressiva contra si, culminando com uma edição da revista "Veja" antecipada para tentar influir na eleição, com uma série de denúncias sem comprovação. Ainda assim, mais uma vez o PT derrotou o PSDB. Os brasileiros conscientes não querem ver de volta o PSDB com suas políticas recessivas, suas privatizações, arrocho salarial e desemprego em massa. A despeito de malfeitos que tenham ocorrido em seus governos, o PT resgatou brasileiros para a cidadania, e colocou 50 milhões de pessoas no mercado de consumo, numa das maiores ações de mobilidade social de que se tem notícia. Foi nisso que o eleitorado apostou para dar mais um mandato de presidente para o PT. O fenômeno ocorrido em Porto Alegre, com quatro mandatos sucessivos na prefeitura, de 1988 a 2004, se repete para o PT, que ficará no governo federal, no mínimo, até 2018. Nada disso é por acaso. Não se derruba um governo socialmente eficiente com terrorismo midiático. Se a direita brasileira continuar apostando nesse método, tantas vezes derrotado, vai colher muitos outros fracassos.

sábado, 25 de outubro de 2014

Expectativa confirmada

O Inter venceu o Bahia por 2 x 0, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o que se pode chamar de uma expectativa confirmada. Depois de ter perdido quatro jogos nos últimos cinco que disputara, não se admitia qualquer resultado que não fosse a vitória do Inter, jogando em casa contra um adversário que está na zona de rebaixamento do Brasileirão. Não seria aceitável um novo tropeço do Inter para o Bahia, depois daquele que lhe eliminou da Copa Sul-Americana. Os autores dos gols foram Alan Patrick, que não vinha tendo boas atuações, e Nilmar, que marcou o seu primeiro no retorno ao clube. O resultado garantiu a volta do Inter à zona de classificação para a Libertadores, mas a tabela é bastante dura daqui para a frente. Os dois próximos jogos do Inter serão fora de casa, contra Santos e Grêmio. Duas pedreiras, em partidas nas quais o Inter precisará pontuar para se manter entre os primeiros colocados. Pelo futebol que o Inter tem mostrado, não será uma tarefa nada fácil.

Poderia ter sido melhor

O Grêmio empatou com o Coritiba em 1 x 1, hoje, no Couto Pereira, pelo Campeonato Brasileiro. Depois de um primeiro tempo em que jogou muito mal e sofreu um gol, o Grêmio dominou o segundo, mas marcou o gol de empate apenas aos 39 minutos, e não conseguiu chegar à vitória. O empate fez o Grêmio cair mais uma posição na tabela. Agora, é o sétimo colocado. Os próximos dois jogos, em casa, contra Vitória e Inter, terão de ser vencidos, obrigatoriamente, ou o Grêmio não conseguirá sua classificação para a Libertadores. O maior problema do Grêmio continua sendo sua crônica dificuldade de fazer gols. Mesmo quando as oportunidades são criadas, a sorte não ajuda, como no caso da cabeçada de Lucas Coelho no travessão no jogo de hoje. O resultado, pelo que se viu em campo, poderia ter sido melhor. O futebol mostrado pelo Grêmio ao longo do Brasileirão, no entanto, não tem sido consistente, mas a tabela lhe é bastante favorável. Resta saber tirar proveito disso e evitar o  fracasso absoluto no ano obtendo a classificação para a Libertadores.