segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cassação acachapante

O que a ética impunha, finalmente aconteceu, hoje.  O deputado federal, e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi cassado. Cunha perdeu seus direitos politicos por oito anos, o que significa que só poderá concorrer novamente, de acordo com o calendário eleitoral, em 2026. A cassação de Eduardo Cunha se deu de modo acachapante, pois foram 450 votos a favor da medida, e apenas 10 contra. Por mais corrompida que esteja a política no Brasil, era impossível que Cunha não fosse cassado. As acusações contra ele eram numerosas e muito graves. A principal delas era a de manter dinheiro em contas não declaradas no exterior. Cunha, após a consumação do resultado, se colocou, mais uma vez, na condição de vítima, dizendo que era uma retaliação por ele ter dado a admissibilidade ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Aliás, entre tantas provas de que houve um golpe de Estado na deposição da presidente está o fato de que a sessão da Câmara dos Deputados que instaurou o processo de impeachment foi presidida por Cunha, cuja cassação todos sabiam ser inevitável. Cunha já deveria estar cassado há muito tempo, mas isso só foi feito depois que ele comandou a ação para tirar do cargo uma presidente legitimamente eleita. A cassação de Cunha, mesmo procrastinada, deixa o país um pouco menos sujo na esfera política. O que não representa muito, mas já é um avanço.