terça-feira, 17 de maio de 2016

Fracasso imediato

O governo do presidente interino Michel Temer conseguiu a façanha de mostrar-se um fracasso imediato. Com menos de duas semanas no poder, avolumam-se os protestos nas ruas, as críticas na imprensa Internacional, o anúncio de vários países de que não reconhecerão o novo governo, as recusas de muitos convidados para ocuparem cargos. Uma série de medidas impopulares estão sendo anunciadas, por parte de um governo que não teve o respaldo das urnas. Os tempos são outros, e a população não se dispõe a aceitar passivamente um golpe. O início do novo governo é tão desastrado que gera a curiosidade de como conseguirá evitar que sua duração seja meteórica. Os protestos do último domingo, durante a exibição de uma entrevista de Michel Temer ao programa "Fantástico", da Rede Globo, deixam evidente que muitos dos que queriam a queda da presidente Dilma Rousseff não desejavam sua simples substituição pelo vice-presidente. Para essas pessoas, a solução seria a realização de novas eleições. Pressionado dentro e fora do país, Michel Temer terá de tirar vários coelhos da cartola para que seu governo não acabe antes que tenha, efetivamente, começado. O apoio servil e lacaio da imprensa conservadora não é o bastante para isso. Será preciso muito mais.