sábado, 28 de janeiro de 2012

Comendo insetos

Os hábitos alimentares fazem parte dos usos e costumes dos povos, razão pela qual a culinária é um dos importantes aspectos culturais a serem observados em países e regiões. É bastante comum que comidas apreciadas em determinadas localidades sejam vistas como exóticas em outras, ou até, tidas por intragáveis. Em muitos países, é normal o uso de insetos na alimentação. Conforme o Instituto de Biologia da Universidade do México, os insetos são consumidos por mais de 3 mil grupos humanos em 120 países. No Brasil, comer insetos é tido como algo repugnante, mas há quem aposte que isso possa mudar. O Ministério da Agricultura e o Ibama estão analisando dois pedidos inéditos de registros envolvendo o uso de insetos na alimentação. Um deles é para fabricação de ração animal. O outro, de produção para o consumo humano. O presidente da Sociedade Entomológica do Brasil, Antônio Ricardo Panizzi, considera que a expansão dos insetos comestíveis pode ser encarada como uma tendência viável sob diversos aspectos. Panizzi diz que o valor nutritivo dos insetos é semelhante ao de proteínas de animais de sangue quente, sua oferta é abundante, seus ciclos de reprodução são curtos e o manejo e o processamento adequados eliminam riscos sanitários. Afora a barreira cultural, o preço é outro fator que, ainda, limita o consumo de insetos na alimentação. O quilo de inseto desidratado chega a custar R$ 150,00 para o consumidor final. Se houver a autorização para o uso de insetos na alimentação no Brasil, será a vez de tentar vencer a rejeição da ideia pela população. Confesso que não me disponho a comer insetos e, portanto, não incentivaria ninguém a fazê-lo. Porém, quando se fica sabendo que, de cada dez seres vivos, sete são insetos, não resta dúvida de que eles podem constituir um importante recurso nutricional e no combate á fome. Resta saber se o brasileiro seria capaz de vencer sua repulsa por tal tipo de alimento.