terça-feira, 8 de março de 2016

Postura asquerosa

As declarações concedidas ontem á imprensa pelo presidente do Inter, Vitório Piffero, ironizando e rebatendo as reclamações do Grêmio em relação ao lance criminoso em que William desferiu uma cotovelada que causou uma dupla fratura na face de Bolanos, caracterizam uma postura asquerosa, que se soma com o conteúdo da entrevista do vice-presidente de futebol, Carlos Pelegrini, dada ainda na Arena, no domingo. No caso de Piffero, é o ápice de um comportamento repetido ao longo dos anos. O presidente do Inter é um boquirroto, prepotente, inconsequente e irresponsável. Porém, dessa vez, ultrapassou todos os limites. Costumeiramente, Piffero faz declarações provocativas ao Grêmio, de forma compulsiva. Mesmo nas ocasiões mais inadequadas, não perde a chance de fustigar o seu maior rival. Piffero age assim porque sabe que tem as costas quentes, por estar respaldado por uma imprensa que defende docilmente os interesses de seu clube, e pelo fato de que a Federação Gaúcha de Futebol é um feudo do Inter. A fala de Piffero foi repugnante, vil, nojenta, torpe, ultrajante. Sua atitude em nada colabora para acalmar os ânimos entre os dois clubes, pelo contrário, só faz aumentar a indignação por parte do Grêmio, plenamente justificada. Só falta, agora, transformar-se a vítima em réu, culpando o Grêmio por ter externado uma revolta legítima pelo lance criminoso que irá lhe privar de sua maior contratação em 2016 por um período superior a um mês. O que aconteceu, domingo, na Arena, não pode ficar por isso mesmo. Há que se punir William, de forma exemplar, aplicando a suspensão máxima prevista na legislação esportiva. O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, adotou, desde a sua posse, uma conduta de inconformidade com o status quo do futebol do Rio Grande do Sul, em que o Inter, há décadas, manobra os bastidores de acordo com os seus interesses. Ao contrário de administrações anteriores do Grêmio, Romildo não pretende aceitar passivamente essa situação, o que já gerou reações contrárias na imprensa e no clube rival, comprovando o acerto de sua atitude. Não esmoreça, presidente Romildo, e prossiga na tarefa de lutar pela tão necessária faxina na infecta estrutura do futebol do Rio Grande do Sul.