segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A fluidez dos gêneros

A reportagem de capa da revista "Veja" dessa semana aborda uma nova revolução sexual que está em curso. Ela se caracteriza pela fluidez dos gêneros observada entre os jovens. Cada vez mais, jovens se relacionam intimamente com pessoas de ambos os sexos, e se recusam a aceitar definições reducionistas de gênero, como masculino e feminino. A rede social Facebook, por exemplo, acrescentou, no Brasil,  desde março de 2015, dezessete novas opções de gênero, afora as duas clássicas. Sem dúvida, para muitas pessoas de gerações anteriores, essa é uma realidade desconcertante. Porém, é necessário adaptar-se ao novo quadro, pois ele sinaliza uma tendência que deverá se ampliar, e não retroagir. Uma pesquisa feita em Porto Alegre revelou que 20% dos adolescentes entrevistados já haviam tido relações com pessoas de ambos os sexos. Para os mais conservadores, é uma realidade chocante. A história, no entanto, é um processo dinâmico, que não volta para trás. As classificações rígidas de gêneros e comportamentos sexuais, cada vez mais, irão pertencer ao passado. Os jovens não aceitam mais se prender a conceitos engessados e arcaicos. Até colégios e universidades tradicionais, no Brasil e no exterior, já admitem que alunos se identifiquem pelo gênero neutro, ou seja sem a definição como homem ou mulher. Uma revolução enorme no campo dos costumes, e que, como todas as mudanças que ferem o falso moralismo, deve ser saudada.