quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O fracasso de Alexandre Pato

O futebol, com seus jogadores de ascensão meteórica e salários milionários, vez por outra, produz fracassos pessoais gigantescos. São casos de jogadores que, embriagados pela fama súbita e pelo enriquecimento rápido, se esquecem do que os fez chegar nessa condição, e passam de ídolos a renegados. Um exemplo disso é Alexandre Pato. Revelação fulgurante do Inter aos 16 anos, Pato ficou pouco tempo no clube, pelo qual foi campeão mundial um mês depois de lançado no time principal. Logo foi vendido ao Milan, que apostava estar diante de mais um craque brasileiro. Pato sofreu inúmeras lesões enquanto esteve no Milan, não mantendo uma continuidade no time. O jogador não justificou o alto investimento feito na sua contratação. Afora as lesões, seu nome só ficou em evidência por seu casamento de curta duração com uma atriz da Rede Globo e, posteriormente, por seu envolvimento com a filha de Sílvio Berlusconi, dono do Milan e ex-primeiro ministro da Itália. As principais preocupações de Pato pareciam ser a de vestir roupas de grife e frequentar restaurantes caros. Suas declarações seguem um roteiro previamente traçado por consultores. Como se vê, Pato tratou de atuar em várias frentes, só se esqueceu de jogar futebol. O Corinthians o adquiriu por R$ 40 milhões, a maior quantia já paga por um jogador no Brasil, mas Pato não correspondeu. Ontem, Pato foi trocado por Jádson, do São Paulo. Pato ficará emprestado ao São Paulo por dois anos, Jádson foi em definitivo para o Corinthians. Seja como for, a negociação é um atestado eloquente do seu fracasso, que ficou mais evidente diante dos protestos da torcida do São Paulo em relação à sua contratação durante o jogo de hoje, no Morumbi, em que o clube venceu o Paulista, de Jundiaí, por 2 x 0, pelo Campeonato Paulista. Com apenas 24 anos, Alexandre Pato já é um homem rico, mas por ter perdido o foco, privilegiando os prazeres proporcionados pela carreira em detrimento do futebol dentro de campo, não irá ingressar no panteão dos craques, como era esperado. Irá para o limbo, lugar dos jogadores que logo são esquecidos, ainda que, no seu caso, com os bolsos cheios.