quarta-feira, 2 de julho de 2014

Saudade antecipada

A parada de dois dias sem jogos na Copa do Mundo, e a proximidade do fim da competição, estão gerando um curioso sentimento em grande parte da população: a saudade antecipada. Depois de uma onda de pessimismo que durou sete anos, desde que o Brasil foi indicado como sede da Copa, eis que ela desmentiu todas as previsões negativas e já está sendo considerada uma das melhores da história. Até aqui, a Copa proporcionou 56 jogos, a maioria de grande qualidade, com muitos gols, emoções, estádios lotados, confraternização entre torcedores de vários países, enfim, uma grande festa. Agora, faltando apenas oito jogos para o fim da competição, um sentimento de nostalgia já começa a tomar conta de todos os que se envolveram com a Copa mais diretamente. Não será fácil retornar à rotina dos dias comuns, acompanhar os campeonatos regulares de clubes, observar a partida dos alegres estrangeiros que estiveram no país, e saber que uma nova edição da Copa no país talvez jamais ocorra, ou se dê numa época em que nenhum dos que a vivenciaram agora ainda estejam vivos. A Copa do Mundo é um acontecimento magnífico, singular, espetacular, inesquecível. Disso muitos, como eu, sempre souberam. Outros duvidaram ou desdenharam. Agora, parece que "a ficha caiu". O número de ativistas anti-Copa foi diminuindo a cada dia, e a repercussão dos protestos de tais movimentos tornou-se nula. O que ficará, depois que tudo terminar, será uma tremenda depressão pós-Copa, e um desejo de que ela nunca acabasse.