sexta-feira, 7 de outubro de 2022

A falsa moderação de Bolsonaro

Os marqueteiros e estrategistas de campanha são capazes de tudo na busca do sucesso eleitoral de seus candidatos. Preocupados com a truculência habitual do presidente genocida Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, fizeram com que o ex-capitão amenizasse o tom de suas falas. Bolsonaro já javia esboçado essa nova fase ao se pronunciar logo após a divulgação do resultado do primeiro turno das eleições. Chamaram a atenção, na ocasião, o tom sereno e a fala pausada de Bolsonaro. A linha adotada prosseguiu nos programas gravados para o horário eleitoral, que recomeçou hoje. Porém, ninguém foge da sua verdadeira natureza. Em um pronunciamento, Bolsonaro elevou o tom de voz, voltou a atacar ferozmente o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, e chamou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de "pinguço". A falsa moderação de Bolsonaro não tinha como se sustentar, era um recurso para enganar incautos. Os seus eleitores nunca ligaram para suas grosserias, pelo contrário, esse é um dos fatores que fazem com que o idolatrem. Os eleitores indecisos mais sensíveis terão de escolher uma outra justificativa caso decidam votar em Bolsonaro. Não poderão argüir que Bolsonaro se tornou mais "controlado". Só há um Bolsonaro, que é machista, misógino, racista, homofóbico, desumano, inculto, violento, destemperado, truculento, desequilibrado. Versões mais amenas são pura armação marqueteira, sem nenhuma conexão com a realidade.