domingo, 18 de dezembro de 2011

Chocolate

Foi um "banho de bola" como há muito tempo não se via. Uma decisão de Campeonato Mundial de Clubes que acabou se parecendo com uma pelada de fim de semana, tal a disparidade dos disputantes. O Barcelona ganhou do Santos como e quando quis. Seus gols tiveram brilho técnico, tanto coletivo como individual. A posse de bola, ao final do jogo, apontava 71% para o Barcelona e 29% para o Santos. Paulo Henrique Ganso não conseguiu jogar. Neymar, afora perder, talvez, a única grande chance de gol do Santos, já no segundo tempo, pouco fez. Ao final do primeiro tempo, o placar de 3 x 0 mostrava que o jogo já estava decidido. Messi, que havia aberto o placar com um belo gol, reservou outro, também muito bonito, para o segundo tempo, encerrando a goleada. O Barcelona provou que, atualmente, não tem adversários. Passa por cima de todos que vê pela frente. Dizer, como fazem alguns, que é o melhor time de todos os tempos é um evidente exagero, mas, na atualidade, inegavelmente, ninguém o supera. O Barcelona tem o melhor jogador do mundo, Messi, outros grandes nomes, como Xavi, Iniesta e Fábregas, um futebol coletivo que se vale do entrosamente de um time que joga junto há três anos, e um esquema tático que, muitas vezes, coloca o adversário "na roda". O toque de bola do Barcelona é envolvente, o time troca vários passes sem que o adversário consiga o desarme. Num dos gols de hoje, o Barcelona tocou a bola por quase dois minutos, trocando mais de vinte passes, até a conclusão para as redes. Após o jogo, Neymar declarou, com surpreendente sinceridade, que o Barcelona ensinou como se joga futebol. Neymar parecia resignado. Ele sabia que não havia o que fazer diante de um time tão inspirado e poderoso. Foi 4 x 0. Poderia ter sido muito mais. Como se costuma dizer, hoje em dia, foi um autêntico "chocolate" do Barcelona sobre o Santos. O resultado deve ensejar, também, algumas reflexões. Nas últimas cinco edições do Mundial de Clubes, os europeus ganharam todas, sendo que, no ano passado, o representante sul-americano sequer se classificou para a decisão. As duas últimas Copas do Mundo foram ganhas por seleções européias. O futebol sul-americano precisa reagir com urgência.