sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O xerife do mundo

Os Estados Unidos, por sua condição de maior potência entre todos os países, consideram que seu poder está acima de tudo e de todos. Em nome de seus interesses, ignoram resoluções da ONU, matam adversários políticos, invadem países, promovem guerras, pois se autodesignaram como o xerife do mundo. O mais novo capítulo dessa escalada autoritária e imperialista foi o assassinato, ontem, do general iraniano Qasem Suleimani. Como de costume, a justificativa para o assassinato, como se isso fosse possível no caso de uma ação tão torpe, foi a de que Suleimani planejava ataques violentos contra os Estados Unidos. Argumento semelhante ao usado para o ataque ao Iraque e o assassinato de Saddam Hussein. O Iraque, supostamente, estava produzindo armas de destruição em massa, o que, se soube depois, era mentira. Há quem veja, no episódio atual, até a ameaça de deflagração de uma terceira guerra mundial. Não se deverá chegar a tanto, é claro, mas ocorrerão retaliações, e poderão ser muito fortes. Suleimani era um homem de imenso prestígio em seu país. As consequências não serão apenas políticas, mas também econômicas, com aumento no preço dos combustíveis, por exemplo, afetando a todos os países. Como o próprio governo americano afirmou, os Estados Unidos agem em defesa dos seus interesses e de seus cidadãos em qualquer parte do mundo. Em síntese, para os Estados Unidos, o mundo é o seu quintal.