segunda-feira, 29 de julho de 2019

Mau futebol

Num jogo em que deveria ser o vencedor, com qualquer time que colocasse em campo, o Grêmio empatou em 0 x 0 com o CSA, hoje, no Rei Pelé, pelo Campeonato Brasileiro. O Grêmio jogou com dez reservas, à exceção de Geromel, que foi escalado por estar suspenso na Libertadores. Ainda assim, o time tinha jogadores como Luan e Diego Tardelli, e Everton entrou no segundo tempo. Portanto, não há desculpa para empatar com um adversário tão modesto, que é vice-lanterna do Brasileirão. Nem o fato de o jogo ter sido fora de casa serve de atenuante. Recentemente, o Athletico Paranaense, também jogando com reservas, goleou o CSA, no Rei Pelé, por 4 x 0. Porém, acima de tudo, o que mais assustou no jogo de hoje foi o mau futebol dos dois times, que fizeram uma das piores partidas da competição. Afora isso, o CSA cansou durante o jogo, mas nem assim o Grêmio se impôs. Foram dois pontos desperdiçados pelo Grêmio que, se vencesse, subiria duas posições e ficaria em nono lugar.

A verborragia de Bolsonaro

O que antes era episódico, agora tornou-se uma metralhadora giratória diária. O presidente energúmeno Jair Bolsonaro desatou a falar absurdos e atrocidades diuturnamente. Certo de que ficará impune por suas ações e declarações, Bolsonaro desafia os estômagos mais resistentes com suas falas. O ápice de sua truculência verbal foi dizer que se o presidente da OAB quiser saber como o seu pai desapareceu durante a ditadura militar ele lhe contará, mas antecipou que a revelação não o iria agradar. Há motivos mais do que suficientes para que se desse início a um processo de impeachment contra Bolsonaro. Porém, essa hipótese quase não é aventada, e isso se deve ao fato de que Bolsonaro chegou ao poder por meio de um conluio entre as Forças Armadas, o Poder Judiciário a imprensa, e a ala conservadora do Congresso. Não se sabe de onde virá uma ação em sentido contrário, ou sequer se ela acontecerá, mas é óbvio que o Brasil não resistirá a um mandato de Bolsonaro cumprido inteiramente. Alguns eleitores de Bolsonaro, provavelmente, já estão arrependidos. A maioria, no entanto, ainda resiste a aceitar a realidade. Afinal, são pessoas intoxicadas pelo antipetismo histérico, que as fazem relevar as barbaridades do ex-capitão. Há, também, os bolsonaristas convictos, que partilham de sua visão de mundo, carregada de racismo, homofobia, misoginia, desprezo por pobres, nordestinos e índios. Em um país verdadeiramente democrático, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, autor de uma série de procedimentos antiéticos e irregulares quando juiz responsável pela condução da Operação Lava-Jato, já teria perdido o cargo. Bolsonaro já estaria enfrentando um processo de impeachment. Porém, o Brasil é um país singular, que convive com situações que seriam intoleráveis em qualquer outro minimamente civilizado. A verborragia de Bolsonaro é um reflexo disso.