segunda-feira, 10 de maio de 2021

Mudanças irreversíveis

O mundo vive, há algum tempo, uma queda de braço entre democratas e extremistas de direita. Vários países, entre eles o Brasil, elegeram governantes fascistas, adeptos do obscurantismo e da regressão das conquistas sociais das últimas décadas. São governos machistas, misóginos, racistas, homofóbicos. Porém, os avanços alcançados no respeito aos direitos humanos, no exercício da sexualidade feminina, nas cotas sociais para a comunidade negra, na aceitação dos LGBTQ+, não serão revogados pela onda política ultraconservadora. São mudanças irreversíveis. Nos Estados Unidos, por exemplo, o tresloucado presidente Donald Trump não conseguiu a sua reeleição. Antes disso, na Argentina, Maurício Macri também não obteve a renovação do seu mandato. Agora, novamente nos Estados Unidos, outro exemplo vem reforçar a ideia de que os tempos mudaram. A NBC, uma das três grandes redes de tevê aberta daquele país, anunciou que não irá transmitir a edição de 2022 do Globo de Ouro, o segundo prêmio mais prestigioso do cinema americano, considerado uma prévia do Oscar. O prêmio é conferido pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, que vem sendo atacada por não ter nenhum membro votante negro e adotar posturas racistas. Afora isso, a associação receberia "agrados" de estúdios cinematográficos para que seus filmes sejam indicados ao prêmio. A associação prometeu implementar mudanças na sua estrutura, mas as medidas anunciadas, até agora, foram consideradas insuficientes. Em função disso, a NBC declarou que aguardará pelas alterações para que a transmissão da cerimônia, feita por ela há anos, possa ser retomada em 2023. Outra reação contra a associação veio do ator Tom Cruise. Ganhador de três Globos de Ouro ao longo de sua carreira, o ator devolveu os mesmos. Como se vê, posturas racistas, preconceituosas, supremacistas, hegemonistas, discriminatórias, não serão enfiadas goela abaixo pelo fascismo, sem encontrar resistência. Gostem ou não os ultradireitistas, o mundo clama por acolhimento, não por sectarismo.