quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O encerramento de uma carreira exemplar

A imprensa brasileira vem dando grande destaque ao encerramento da carreira do goleiro Marcos, do Palmeiras. Marcos merece todo o respeito com que vem sendo tratado. Num mundo, o do futebol, em que o mercenarismo se tornou regra, Marcos foi um exemplo de identificação com seu clube, o Palmeiras, o único pelo qual jogou. Alguém poderá lembrar que Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, também é jogador de um clube só. Verdade. A diferença é que, afora ter sido um profissional exemplar, Marcos é um ser humano como poucos, um bonachão, ao contrário do vaidoso Rogério Ceni. Tecnicamente, também, Marcos foi melhor que Rogério Ceni. Goleiro titular da Seleção Brasileira na conquista da Copa do Mundo de 2002, teve atuações notáveis na competição. Marcos fez mais de 500 jogos com a camisa do Palmeiras, mas seu número de partidas poderia ser bem maior se não tivesse sido perseguido por lesões. Por não ter tido o mesmo problema, Rogério Ceni já ultrapassou os 800 jogos com a camisa do São Paulo. O fato é que, pelo jogador que foi e pelo bom caráter que é, Marcos merece todas as homenagens e, inclusive, um grande jogo de despedida. O Palmeiras já decidiu que vai homenageá-lo com um busto na futura Arena Palestra Itália. Também a camisa 12, vestida por Marcos todos esses anos, não deverá mais ser usada. Confesso que não concordo com números de camisa sendo retirados de circulação, mas quanto ao busto, aprovo plenamente. Marcos foi um jogador cuja simpatia o fez transcender a questão clubística. Mesmo os torcedores de clubes rivais do Palmeiras gostavam dele. Jogadores com comportamentos como o de Marcos fazem bem não só ao futebol, mas à sociedade como um todo. Obrigado, Marcos, pelos belos momentos com que nos brindou, e pelo exemplo de conduta que deixa para atuais e futuros jogadores.