quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Confronto

A questão da prisão dos réus do mensalão tomou conta do noticiário dos meios de comunicação e das discussões nas redes sociais. Todos os demais assuntos parecem estar em absoluto segundo plano. Poucos são os que conseguem fazer uma análise equidistante do fato. O que se vê é uma defesa apaixonada dos réus, por um lado, e um ódio desmesurado pelos mesmos, de outro. Independentemente do grau de culpabilidade dos acusados, o mensalão tem sido usado pela imprensa conservadora e pela oposição como uma tentativa de enfraquecer o governo. Uma tentativa, por sinal, tão persistente quanto infrutífera. O chamado "escândalo do mensalão" chegou ao conhecimento público em 2005, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, o que não impediu sua reeleição em 2006, nem que fizesse de Dilma Rousseff sua substituta no cargo, em 2010. Mesmo com a condenação dos réus, em 2012, os reflexos no campo político não se fizeram sentir. As pesquisas de opinião indicam que Dilma Rousseff deverá se reeleger, em 2014, no primeiro turno. O confronto que se vê entre defensores e detratores dos réus se dá entre setores mais engajados politicamente, mas, pelo visto, é ignorado pelo cidadão comum, que está mais preocupado com as questões práticas que afetam a sua vida. Como comprovam as pesquisas, a maioria do eleitorado está satisfeita com as ações do governo. O embate que ora se verifica em torno das condenações do mensalão é o caso típico de muito barulho por nada. Manchetes grandiloquentes e debates acalorados mantém o assunto em evidência, mas não influem no ânimo do eleitor. Assim, talvez seja a hora de deixar o fato seguir o seu andamento jurídico e tratar de questões pertinentes aos interesses mais prementes dos brasileiros.