domingo, 12 de março de 2017

Provando do próprio veneno

Os erros de arbitragem em favor do Inter constituem uma marca das edições do Campeonato Gaúcho ao longo dos anos. O clube acostumou-se a desdenhar e minimizar os justificados protestos de seus adversários, tachando-os de "choro de perdedor". Pois, depois de tantos favorecimentos, o Inter acabou provando do próprio veneno. Hoje, na derrota de 1 x 0 para o Juventude, no Alfredo Jaconi, o Inter teve marcado contra si um pênalti inexistente, que determinou o placar em favor do clube de Caxias do Sul. Um erro grave, que influiu diretamente no resultado. Acostumado a ser favorecido, o Inter não soube assimilar o acontecido. O vice-presidente de futebol do clube, Roberto Melo, em entrevista após o jogo, disparou, em tom histérico, uma série de insinuações sobre os prejuízos que, segundo ele, o Inter vem sofrendo na competição, e chegou a dizer que o campeonato está sob suspeição. O curioso é que o árbitro que está sendo execrado pelo Inter, Diego Real, é o mesmo que, no campeonato estadual de 2015, marcou dois pênaltis inexistentes em seu favor, no jogo contra o Cruzeiro, pelas quartas de final. A partida tinha caráter eliminatório, e o Inter perdia por 2 x 0, em pleno Beira-Rio, quando foi beneficiado pelos dois pênaltis que lhe proporcionaram o empate. O jogo terminou empatado em 2 x 2 e, na cobrança de tiros livres da marca do pênalti, o Inter venceu e prosseguiu na disputa. Agora, transcorridos dois anos daquele esbulho, o Inter vem a ser penalizado pelo árbitro que tanto o beneficiou naquela ocasião, e com requintes de crueldade, pois o pênalti foi marcado já nos acréscimos do jogo. Agora, o Inter pôde saber o que sentem os seus adversários quando são derrotados com a participação decisiva da arbitragem.