segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Primeira queda

O governo Jair Bolsonaro supera qualquer previsão em termos de decomposição moral e ineficiência administrativa. Em apenas 48 dias, tem sido uma usina de produção de más notícias, e sua equipe se mostra um ninho de serpentes, vorazes e desarticuladas. O resultado é um circo dos horrores, onde o que menos se faz é governar. Esse quadro dantesco já resultou na primeira queda de um ocupante do alto escalão. Hoje, o Secretário Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, depois de vários dias de "fritura", teve a sua demissão anunciada. O que esperar de um governo que em menos de 50 dias de sua instalação já demite um integrante do círculo de confiança do presidente? O secretário caiu em função de um conflito com um dos filhos do presidente, Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro. Os detalhes das intrigas envolvendo ambos não precisam ser referidos, o que importa é o desfecho do caso. A demissão de Bebianno é o reflexo de um governo que já está condenado, mesmo que mal tenha começado. A ideia de que, com o andar da carruagem, tudo vá melhorar, só pode ser cogitada pela cegueira ideológica, ou por uma extrema ingenuidade. O governo Bolsonaro é um monstrengo, caótico e inexequível administrativamente. Por mais que grupos poderosos tentem lhe dar sustentação, seu fracasso é inevitável.