terça-feira, 16 de setembro de 2014

Os cem anos de nascimento de um gênio

Na data de hoje, há 100 anos, nascia, num bairro humilde de Porto Alegre, um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos: Lupicínio Rodrigues. Embora morando numa capital provinciana, afastado do eixo Rio-São Paulo, tornou-se um nome reconhecido nacionalmente, sendo gravado pelos grandes intérpretes da música popular brasileira. Também pudera, ninguém melhor do que ele soube tão bem traduzir, em letras inspiradíssimas, as desventuras amorosas. Lupicínio é o maior compositor das músicas de "dor de cotovelo", dos amores sem final feliz. Compôs clássicos inesquecíveis como "Nervos de Aço", "Cadeira Vazia", "Esses Moços", "Loucura", "Nunca", "Se Acaso Você Chegasse". Teve em Jamelão seu mais constante intérprete, mas foi gravado por vários outros nomes da música brasileira, como Elza Soares, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Paulinho da Viola e, até mesmo, Fábio Júnior. Passados 40 anos de sua morte e 100 do seu nascimento, suas músicas continuam tão atuais quanto antes, pois falam do amor, que é atemporal. Não bastasse toda a sua contribuição para a música popular, Lupicínio ainda compôs um dos mais belos hinos de um clube de futebol de que se tem conhecimento, o do Grêmio. Simples, sem rebuscamentos ocos como se verifica nos hinos de outros clubes, Lupicínio transmite na letra o essencial da paixão de um torcedor pelo Grêmio. Com uma melodia contagiante e uma letra facilmente memorizável, o hino é cantado entusiasticamente pelos torcedores desde a mais tenra idade. Lupicínio é, sem favor, um gênio da música. Nasceu pobre, não sabia tocar nenhum instrumento, e cantava sofrivelmente. Ainda assim, devido a uma notável inspiração para a composição, tornou-se, a exemplo da definição que deu para o seu clube do coração, uma figura imortal da música brasileira.