sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Uma inusitada troca de técnicos

O futebol brasileiro não prima por pruridos éticos. Hoje, isso ficou ainda mais claro, com uma inusitada troca de técnicos em clubes que lutam contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. O Cruzeiro demitiu o técnico Abel Braga, e contratou para o seu lugar Adílson Batista, que estava no Ceará até o último fim se semana. O Ceará, por sua vez, contratou Argel Fucks que, até ontem treinava o CSA. Com isso, criou-se uma situação, no mínimo, estranha. Até o último domingo, Adílson Batista lutava para livrar o Ceará da queda para a Segunda Divisão. Agora, para evitar o rebaixamento do Cruzeiro, Adílson precisará torcer pela queda do Ceará,.  O mesmo ocorre com Argel Fucks que, até ontem buscava manter o CSA na Primeira Dvisão. No Ceará, Argel terá o CSA como um adversário na busca pela permanência na elite do futebol brasileiro. Essa troca de papéis, ainda que nada tenha de ilegal, não é algo que dignifique o futebol. Como é possível "virar a chave", em tão pouco tempo, na busca para evitar  o rebaixamento? Na Europa, certamente, algo assim não seria tolerado. Porém, no Brasil, em nome do interesse financeiro e profissional, Adílson e Argel aceitaram mudar de lado rapidamente. Não cometeram um crime, mas contribuíram para desgastar a imagem, já abalada, do futebol brasileiro.

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Sete títulos

Uma questão irritante no futebol brasileiro é a interminável discussão sobre quem é o verdadeiro campeão do país de 1987, se o Flamengo ou o Sport. A disputa correu durante anos nos tribunais, até que o Supremo Tribunal Federal decidiu que o título pertence ao Sport. A decisão pode até estar alicerçada no embasamento jurídico mas, esportivamente, é um absurdo. Organizado pelo Clube dos 13, o Brasileirão daquele ano teve dezesseis participantes, os tradicionais doze maiores clubes do país e mais Bahia, Coritiba, Santa Cruz e Goiás. Paralelamente, a CBF realizou um campeonato com outros clubes do país, e propôs que, ao término das duas competições, seus finalistas se enfrentassem para definir quem seria o campeão brasileiro daquele ano. Eurico Miranda, em nome do Clube dos 13, teria concordado com a proposta, o que legitimaria a posição do Sport. No aspecto estritamente jurídico, pode até ser. Porém, esportivamente, é um absurdo. Como pode um clube que enfrentou a elite do futebol do país ter de decidir o título de campeão brasileiro, em igualdade de condições com outro que venceu uma disputa com adversários de segundo e terceiro escalões? Para os amantes do futebol dentro do campo, não pode haver nenhuma dúvida de que o Flamengo é o campeão brasileiro de 1987 e que, portanto, ao ganhar o mesmo título em 2019, tornou-se sete vezes campeão brasileiro. Com os sete títulos, o Flamengo igualou o Corinthians, e ambos ostentam a condição de maiores vencedores da competição. Os que contestam esse fato o fazem por clubismo e inveja.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Descida em queda livre

O Inter, ao que parece, desandou de vez. A derrota por 2 x 1 para o Goiás, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro, indica uma descida em queda livre de um time que ainda não conseguiu se recuperar da perda do título da Copa do Brasil, ocorrida há mais de dois meses. O Goiás chegou a estar vencendo por 2 x 0, e o único gol do Inter aconteceu em função de um erro de arbitragem, pois resultou de um escanteio mal marcado. Afora os gols que fez, o Goiás teve dois outros anulados e uma bola que foi salva sobre a linha. Com a vitória, o Goiás se aproximou do próprio Inter, e entrou na briga pela classificação para a pré-Libertadores. Enquanto isso, o Inter se encaminha para um final de ano melancólico, em que poderá ter de se contentar com a classificação para a Copa Sul-Americana.

Repetição

Parecia um teipe do segundo jogo entre os dois clubes pelas semifinais da Copa do Brasil. A derrota do Grêmio por 2 x 0 para o Athletico Paranaense, hoje, na Arena da Baixada, pelo Campeonato Brasileiro, foi uma repetição daquele jogo, até no placar. O Grêmio, como ocorreu naquela ocasião, não viu a cor da bola, foi totalmente envolvido pelo adversário. O técnico do Grêmio, Renato, mais uma vez, custou a mexer no time. Como de costume, Renato não alterou o time no intervalo, mesmo com o Grêmio jogando mal. Só quando o placar já estava em 2 x 0, Renato resolveu fazer substituições, colocando Pepê e Darlan. Porém, quando eles entrariam, Diego Tardelli fez uma falta violenta em Nikão e foi expulso. Pepê entrou, mesmo assim, mas, com um jogador a menos, o Grêmio não conseguiu reagir, e o Athletico dominou a partida inteiramente. A derrota não deverá impedir a classificação direta do Grêmio para a Libertadores. No entanto, levar "banhos de bola" do mesmo adversário num espaço de dois meses é preocupante. Renato tem de rever alguns posicionamentos e ser mais ágil nas mudanças durante os jogos, buscando a reversão de maus resultados parciais. Afora isso, alguns reforços devem ser contratados com urgência. Um jogador como Galhardo, por exemplo, não pode vestir a camisa de um clube da grandeza do Grêmio.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Fascismo explícito

O presidente Jair Bolsonaro já não disfarça mais a natureza autoritária de seu governo. O Brasil está vivendo sob um fascismo explicito. Bolsonaro pretende usar o excludente de ilicitude na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter protestos nas ruas. Cinicamente, Bolsonaro disse que protestos são permitidos, de acordo com a Constituição, mas que é preciso combater atos de "vandalismo", e "terrorismo". Está claro que Bolsonaro vê como provável a ocorrência, no Brasil, de protestos semelhantes aos acontecidos em outros países da América do Sul, todos eles insatisfeitos com governos de direita. Cada vez mais, torna-se óbvio que o Brasil está num regime de exceção, ainda que tenha se originado de uma eleição. Uma prova de que a democracia foi suprimida no país é a complacência para com as declarações e atos fascistas de Bolsonaro por parte dos outros poderes, o Legislativo e o Judiciário, evidenciando o conluio, no qual também está a imprensa, que estabeleceu a atual situação política. Em relação aos protestos em outros países sul-americanos, é de se perguntar porque eles ainda não ocorreram no Brasil. A possível resposta é a de que amplos setores da sociedade brasileira, ao contrário de países próximos, não estão em busca de justiça social. Estão preocupados é com a cotação do dólar e o impacto que isso gera nos seus planos de viagens e gastos no exterior. Em circunstâncias normais, os brasileiros já deveriam ter tomado as ruas com manifestações contra o governo Bolsonaro. Se ainda não o fizeram, é porque o apreço pela democracia é pequeno no país. Grande parte dos brasileiros tem uma índole fascista. Por causa disso, Bolsonaro foi eleito. Pelo mesmo motivo, não se articulou o seu impeachment, para o qual já há razões mais do que suficientes. Chocante realidade de um país cuja classe média é frívola e alienada, voltada apenas para os próprios interesses, e indiferente às mazelas sociais.

domingo, 24 de novembro de 2019

Tropeço

Foi mais uma decepção que o Inter causou no seu torcedor. Em pleno Beira-Rio, o Inter, hoje, apenas empatou em 2 x 2 com no Fortaleza, pelo Campeonato Brasileiro, e só não perdeu porque Marcelo Lomba defendeu um pênalti aos 45 minutos do segundo tempo. O Inter repetiu os erros de sempre, e seu técnico, Zé Ricardo, fez as mesmas substituições de outros jogos na busca de soluções. Foi um resultado frustrante para o torcedor, mas que não terá consequências tão graves. Devido aos resultados paralelos, o tropeço do Inter não lhe causará maiores danos. Com o título da Libertadores ganho pelo Flamengo e o Athletico Paranaense entre os primeiros colocados do Brasileirão, o Inter está quase garantido na pré-Libertadores, e tem chances, até mesmo, de obter classificação direta para a competição. Porém, por tudo o que tem se visto, o Inter terá muito trabalho para montar um bom time em 2020. 

Classificado

O Grêmio, no mínimo, estará na pré-Libertadores em 2020. Com a vitória por 2 x 1 sobre o Palmeiras, hoje, no Allianz Parque, pelo Campeonato Brasileiro, o Grêmio está matematicamente classificado para a competição, ao menos em sua fase prévia. Porém, a classificação direta do Grêmio para a Libertadores é apenas uma questão de tempo, pois, com os resultados de hoje, consolidou-se ainda mais no quarto lugar, abrindo cinco pontos de vantagem sobre o São Paulo, com três vitórias a mais. Afora isso, Grêmio e São Paulo ainda terão um confronto direto, na Arena. Será a vigésima participação do Grêmio na Libertadores, a quinta consecutiva. Em relação ao jogo contra o Palmeiras, não foi uma boa partida. O primeiro tempo foi fraquíssimo e sonolento. No segundo, o jogo teve mais intensidade, e dois pênaltis, um para cada lado, movimentaram o placar. O empate, no entanto, era injusto com o Grêmio, que saiu na frente, e jogava melhor. O golaço de Pepê, já nos acréscimos, impediu que essa injustiça se consumasse. Depois de eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores, o Grêmio soube se recompor rapidamente e buscar o objetivo que ainda lhe restava no ano. Vai conseguir, com sobras.

sábado, 23 de novembro de 2019

Titulo merecido

 O Flamengo é o campeão da Libertadores, com mérito. Venceu o River Plate por 2 x 1, de virada, hoje, no Estádio Monumental, em Lima (PER). O Flamengo não jogou bem. Depois de um início promissor na partida, o Flamengo sofreu um gol aos 15 minutos e, a partir daí, enfrentou enormes dificuldades para realizar o seu jogo. Os gols da virada só vieram no final do jogo, com um espaço de dois minutos entre um e outro. Mesmo sem o Flamengo ter tido uma boa atuação, foi um título merecido, porque uma campanha tem de ser vista no seu todo, não apenas por um último jogo.  O River Plate tomou conta do jogo após sair na frente no placar, e sua vitória parecia ser inevitável. Porém, a partir da metade do segundo tempo, foi visível o declínio físico do River Plate. Afora isso, o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, fez substituições equivocadas. A vitória, da maneira como ocorreu, foi carregada de emoção. O futebol do Flamengo não apresentou o encantamento de outros jogos, mas isso. pouco importa. O. favoritismo do Flamengo se confirmou, ainda que o River Plate tenha sido dominante durante a maior parte do jogo. Tentar desmerecer o feito do Flamengo com base no desempenho de hoje, é demonstração de inveja. Pela campanha realizada, o título do Flamengo é incontestável.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Projeto despótico

O presidente Jair Bolsonaro não se cansa de exibir sua truculência e desapreço pelos mais básicos conceitos de civilidade. Bolsonaro defende o armamento da população, é racista, machista, homofóbico e defensor da ditadura militar que tanto mal causou ao país. Para melhor defender suas ideias, Bolsonaro deixou o PSL, partido pelo qual se elegeu, para fundar a sua própria legenda, a Aliança pelo Brasil. O número escolhido por Bolsonaro para representar o partido, 38, não poderia ser mais representativo.  Afinal, esse é o número de calibre de revólver mais conhecido, sendo chamado, popularmente, de "trezoitão". Bolsonaro segue,  fazendo, portanto, sua exaltação da violência, incentivando o confronto entre "homens de bem" e "bandidos", em vez de propor a conciliação entre os brasileiros. O ex-capitão age assim por se sentir respaldado por um séquito de imbecis que, tomados por uma cegueira ideológica irracional, aceitam todas as suas atrocidades. O que mais espanta não é isso, pois a cooptação de grandes contingentes da população pelo fascismo é recorrente na história. O mais chocante é que um indivíduo tão incompetente e despreparado siga levando adiante o seu projeto despótico de poder com a complacência da imprensa e dos grandes grupos empresariais. Tomados por um antipetismo fóbico, esses setores ajudam a colocar o país num abismo ao dar sustentação a um presidente que, em apenas dez meses no cargo, já deu motivos de sobra para sofrer um processo de impeachment. A cada dia, novos protestos eclodem em países da América do Sul, insatisfeitos com seus governos neoliberais. Agora, foi a vez da Colômbia. O efeito cascata é evidente. Cedo ou tarde, o Brasil se somará a esses países. Como reagirá um governo que já se mostrou incapaz? Vai apelar para a repressão em massa? Não é possível fingir que o país vive uma normalidade democrática e esperar pelas urnas para mudar o atual quadro. O impeachment de Bolsonaro é a única saída para o Brasil.

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Dia da Consciência Negra

O Dia da Consciência Negra, que se comemora na data de hoje, ganha uma expressão ainda maior num ano em que o país viu assumir o poder um governo que nega a existência do racismo, enquanto o pratica abertamente. As conquistas da comunidade negra, obtidas em governos anteriores, como o sistema de cotas nas universidades, sofrem sérios ataques da direita que administra o país. Os negros cada vez mais, são as vítimas preferenciais da violência policial. A dívida social histórica que o Brasil tem com a população negra, só tenderá a aumentar sob a influência de um governo tão nefasto. Uma prova das dificuldades enfrentadas pela comunidade negra é que a data comemorativa de 20 de novembro ainda não é adotada como feriado em todos os estados do país. O Rio Grande do Sul, por exemplo, é um dos estados que, por várias vezes, rejeitou a instituição do feriado. A destruição de um cartaz que denunciava a truculência policial contra os negros, ocorrida no Congresso, por parte de um deputado federal do PSL, é uma demonstração do quanto essa comunidade é oprimida no país. Porém, não há governo, por mais obscurantista que seja, que vá deter a caminhada dos negros em busca do lugar que lhes é devido na sociedade brasileira. O racismo é uma perversidade histórica no Brasil, mas que será debelada, por mais que isso demore a acontecer.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Os 50 anos de um gol histórico

No dia de hoje completam-se 50 anos do milésimo gol de Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos. O gol, de pênalti, foi marcado no jogo Vasco 1 x 2 Santos, pelo antigo torneio Roberto Gomes Pedrosa, o "Robertão", embrião do Campeonato Brasileiro. O local para tão nobre acontecimento não poderia ser mais adequado, o Maracanã, na época o maior estádio do mundo. Atualmente, há quem tente desmerecer o feito, argumentando que na contagem de gols entraram até os marcados pela Seleção do Exército. O fato, no entanto, teve repercussão mundial. Depois desse célebre gol, Pelé ainda marcaria quase trezentos outros nos anos restantes de sua carreira. Na ocasião em que marcou o milésimo gol, Pelé fez uma declaração emocionada pedindo que os brasileiros pensassem no futuro das crianças do país. Alguns criticaram o pronunciamento, considerando-o demagógico, mas o fato é que, tanto em 1969 quanto agora, a infância desassistida é um drama social brasileiro. Pelé está com 79 anos, e enfrenta problemas de saúde, mas o feito do milésimo gol ainda ecoa. Foi mais uma página gloriosa de uma carreira inigualável. Os 50 anos de um gol histórico reavivam lembranças nos mais velhos e trazem aos que não viveram aqueles tempos uma amostra da grandiosidade de Pelé.

domingo, 17 de novembro de 2019

Empate em jogo fraco


Pela segunda vez no Campeonato Brasileiro, Corinthians e Inter empataram em 0 x 0. Hoje, no Itaquerão, foi um empate em jogo fraco. O Inter foi melhor no primeiro tempo, e o Corinthians, no segundo, mas o futebol mostrado pelos dois foi de um nível muito baixo. O Inter não está fazendo por merecer uma classificação para a Libertadores. Porém, se o Flamengo for campeão da Libertadores, e o Athletico Paranaense permanecer entre os primeiros colocados do Brasileirão, até mesmo um oitavo lugar deverá dar ao Inter a classificação para a pré-Libertadores. No entanto, se quiser obter algum sucesso nas competições do próximo ano, o Inter terá que qualificar o seu grupo de jogadores.

Decepção

Claro que o jogo não era uma revanche, mas se esperava bem mais do Grêmio contra o Flamengo, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi uma decepção. A derrota do Grêmio por 1 x 0, ainda que o gol tenha surgido de um pênalti inexistente, refletiu o que se viu no jogo. Mesmo jogando com um time misto, o Flamengo foi melhor que o Grêmio, provando que, atualmente, está muito acima dos seus adversários no aspecto técnico. O Grêmio não mostrou a intensidade que se esperava para um jogo desse nível, e perdeu a disputa no meio de campo. Everton, o principal jogador do Grêmio, esteve apagado no primeiro tempo, melhorando no segundo. Alguns jogadores tiveram atuações muito fracas, casos de Diego Tardelli e Luciano, por exemplo. A entrada de André, no segundo tempo, recebida com uma estrepitosa vaia da torcida, foi uma atitude inaceitável do técnico do Grêmio, Renato. No final, Renato, buscando obter o empate, empilhou atacantes, sem nenhum resultado. Porém, ainda que o resultado tenha refletido o que se viu, tecnicamente, na partida, a arbitragem teve um peso decisivo. O pênalti que deu origem ao gol do jogo não existiu. No final da partida, num lance idêntico em favor do Grêmio, o árbitro não marcou o pênalti. Tratamento diferente para lances idênticos, numa influência indevida da arbitragem.

sábado, 16 de novembro de 2019

Renato pisou na bola

Ninguém discute a relevância de Renato na história do Grêmio. Como jogador, Renato foi o maior da história do clube. Também é vitorioso como técnico, estando no cargo, no Grêmio, pela terceira vez. Todo esse sucesso, levou Renato a ganhar uma estátua na esplanada da Arena. Homenagem merecida. O problema é que, por ser extremamente bem sucedido, Renato acha que pode tudo, inclusive fazer convites em nome do Grêmio, o que, evidentemente, é inadmissível. Renato convidou o presidente Jair Bolsonaro para assistir ao jogo contra o Palmeiras, no Allianz Parque, na próxima semana. Afora fazer esse aceno a uma figura execrável, Renato extrapolou de suas funções. Só os dirigentes podem fazer convites em nome do clube. Renato é  um funcionário do Grêmio, não ocupa um cargo de representação no clube. A atitude de Renato, como não podia deixar de ser, repercutiu negativamente junto a torcedores do clube, renomados ou anônimos. A verdade é que Renato pisou na bola, e feio. Todos tem direito a liberdade de expressão, o que confere a Renato a possibilidade de manifestar suas preferências políticas, por mais absurdas que elas sejam. No entanto, não pode confundir sua pessoa com o clube. Renato não tem o direito de falar em nome do Grêmio, ainda mais externando simpatia por uma figura detestada por muitos. Está mais do que na hora de os dirigentes do Grêmio mostrarem a Renato os seus limites hierárquicos dentro do clube.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A Seleção está sem rumo

A Seleção Brasileira não venceu mais nenhum jogo desde o dia em que foi campeã da Copa América. Hoje, a Seleção completou o seu quinto jogo sem vitória ao perder por 1 x 0 para a Argentina, em Riad. A Seleção teve a chance de sair na frente no placar, numa cobrança de pênalti, mas Gabriel Jesus, mais uma vez, desperdiçou. Depois, foi a Argentina que teve um pênalti a seu favor. Messi cobrou, Alisson defendeu,  mas a bola sobrou novamente para o jogador do Barcelona, que marcou o gol. Ofensivamente, a Seleção  nada mais fez. A Argentina, ao contrário, obrigou o goleiro Alisson a fazer várias boas defesas. Por tudo o que se observa, a Seleção está sem rumo. O técnico Tite não apresenta variações de esquemas. Durante os jogos, suas substituições são do tipo "seis por meia dúzia", com jogadores da mesma posição, sem qualquer mudança tática. A insistência com alguns jogadores, como Gabriel Jesus e William, por exemplo, já rompeu os limites da sensatez. A troca de técnico seria uma boa alternativa para a Seleção. O problema é que não há, no atual momento do futebol brasileiro, um candidato natural ao ćargo. Esse, no entanto, não pode ser o único argumento a justificar a permanência de Tite. O marasmo atual da Seleção precisa ser rompido. Manter Tite pode ser apenas um adiamento de uma futura demissão, pois o técnico não parece ser capaz de modificar o quadro em que está a Seleção. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Um clássico como nos velhos tempos

Flamengo e Vasco proporcionaram um jogo emocionante, hoje, no Maracanã. Foi um clássico como nos velhos tempos, com um gol relâmpago, duas viradas, muita tensão e um resultado final de 4 x 4. As duas defesas falharam bastante, o que se refletiu no placar. Para o Flamengo, o resultado será visto, certamente, como um tropeço. Para o Vasco, como uma demonstração da grandeza do clube. Afora a boa atuação, merece destaque no Vasco o equilíbrio emocional. Seus jogadores não desabaram após sofrerem um gol aos 38 segundos do primeiro tempo, nem se deram por derrotados antes do jogo acabar, o que lhes permitiu obter o empate nos acréscimos. O técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, sai valorizado dessa partida, pois conseguiu fazer frente ao seu badalado adversário, o português Jorge Jesus. Com esse empate, o Flamengo não poderá conquistar, matematicamente, o título do Campeonato Brasileiro contra o Grêmio, domingo, na Arena. Mais do que qualquer detalhe, no entanto, o que deve ser exaltado é o espetáculo que Flamengo e Vasco proporcionaram a quem gosta de futebol.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Tirano

O presidente Jair Bolsonaro nunca escondeu sua simpatia pela ditadura militar que tantas atrocidades cometeu no país durante vinte e um anos. Como governante, Bolsonaro se mostra um tirano, o que é coerente com o seu posicionamento político. Bolsonaro decidiu extinguir o DPVAT, modalidade de seguro obrigatório para acidentes de trânsito. A medida causará prejuízos ao presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, que possui uma empresa do ramo de seguros, de quem Bolsonaro se tornou desafeto. O ex-capitão, inclusive, irá deixar o PSL e formar um novo partido. Um comportamento típico de um autocrata, que governa movido por rompantes pessoais e interesses particulares, indiferente às consequências sociais das medidas que toma. O compromisso de Bolsonaro é apenas com o bando de lunáticos que o elegeu, e não com o país, como deveria ser. O Brasil, no quadro atual, é apenas um simulacro de democracia. Na prática, está nas mãos de um tresloucado, que governa vingando-se de quem julga que lhe teria prejudicado. Os direitistas, apoiadores do governo Bolsonaro, sustentam que as instituições estão em pleno funcionamento no país. Não é verdade. Se fosse assim, Bolsonaro já estaria sofrendo um processo de impeachment, e não transformando o governo num brinquedo em suas mãos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

A América do Sul em ebulição

A renúncia do presidente da Bolívia, Evo Morales, é mais um acontecimento impactante num ano efervescente na política sul-americana. Antes dele, houve protestos de rua no Equador, a volta da esquerda ao poder na Argentina, e as violentas manifestações populares no Chile, a mostrar a América do Sul em ebulição. Cada um desses fatos tem sua especificidade local, mas, como pano de fundo de todos eles, há o eterno confronto entre esquerda e direita que alguns arautos da "modernidade" afirmavam estar superado. O neoliberalismo, que chegara com pose triunfante na Argentina, com a eleição de Maurício Macri há quatro anos, já foi expurgado pelas urnas. Macri buscava a reeleição, mas a desastrosa política econômica de seu governo redundou no retorno da esquerda ao poder com uma acachapante vitória de Alberto Fernandez no primeiro turno. O Chile, que era apresentado pela direita como um exemplo bem sucedido da cartilha econômica neoliberal, entrou em estado de convulsão social. No Brasil, onde o governo de direita está implementando medidas econômicas desastrosas para os interesses da população, a libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva joga mais lenha na fogueira do caldeirão político que fervilha no país há seis anos. No caso específico da Bolívia, o continuísmo de Evo Morales foi fortalecendo à oposição ao seu governo. A alternância no poder é importante para a oxigenação da democracia de um país. Ainda que determinada pelo voto, a manutenção de um governante no cargo por sucessivos mandatos não é saudável. Forçado pelos setores golpistas de sempre, sob a influência do imperialismo americano, o presidente boliviano renunciou. A Bolívia, até o momento, se encontra acéfala em sua estrutura de poder. Ninguém sabe quem irá assumir o governo. No Chile, a crise continua, com a presença maciça do povo nas ruas, sem que se saiba quando ela irá arrefecer. Muito ainda irá acontecer na América do Sul nos próximos anos. O acirramento do conflito entre esquerda e direita é evidente, e seus desdobramentos ainda não são mensuráveis. Porém, cedo ou tarde, a direita será derrotada em toda a América do Sul, pois suas ações só geram miséria e aprofundamento das desigualdades sociais.

domingo, 10 de novembro de 2019

Alívio temporário

O Inter voltou a vencer, depois de três jogos sem vitória. Após as fortes manifestações da torcida na véspera do jogo, inconformada com os maus resultados, o Inter obteve um alívio temporário em sua crise ao vencer o Fluminense por 2 x 1, hoje, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro. Com a vitória, o Inter retornou, momentaneamente, ao sexto lugar no Brasileirão, posição que classifica para a pré-Libertadores. O próximo jogo, no entanto, será decisivo para as pretensões do Inter. Seu adversário será o Corinthians, concorrente direto, no Itaquerão. Hoje, o Inter, novamente, não teve uma boa atuação. Porém, às falhas do goleiro do Fluminense, Muriel, permitiram ao Inter construir a sua vitória.  A classificação direta para a Libertadores é quase impossível para o Inter. A pré-Libertadores, entretanto, ainda é um objetivo alcançável. Resta saber se o Inter conseguirá ter um desempenho que lhe permita se manter na atual posição.

Tudo está dando certo

O Grêmio está muito próximo de conseguir alcançar o objetivo que lhe restou após as eliminações na Copa do Brasil e Libertadores. A vitória por 1 x 0 sobre a Chapecoense, hoje, na Arena Condá, pelo Campeonato Brasileiro, deixou muito bem encaminhada a classificação direta do Grêmio para a Libertadores, pois ampliou sua vantagem sobre os seus concorrentes. Em relação ao São Paulo, seu mais próximo perseguidor, o Grêmio já tem uma diferença de quatro pontos, e com duas vitórias a mais, o que consolida sua posição de quarto colocado no Brasileirão. Mesmo sem jogar um bom futebol, tudo está dando certo para o Grêmio nesse momento da competição. Hoje, o Grêmio abriu o placar logo aos dois minutos de jogo, com um golaço de bicicleta marcado por Luciano. Depois, a exemplo do que aconteceu contra o CSA, diminuiu o seu ímpeto, e deu chance para que o adversário tentasse reverter o resultado. Porém, nem mesmo a atuação preguiçosa do Grêmio fez com que a Chapecoense tivesse melhor sorte na partida, já que seu time é muito limitado e não soube tirar proveito da situação. A cada rodada fica mais claro que o Grêmio tinha amplas condições de lutar pelo título brasileiro, desde que escalasse seus titulares em todos os jogos.

sábado, 9 de novembro de 2019

Polarização

Um dia depois da libertação do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, constata-se que, politicamente, o Brasil segue dividido entre lulistas e bolsonaristas. A polarização do país entre essas vertentes mantém um ambiente político muito tenso. Hoje, apoiadores de Lula foram as ruas festejar sua libertação. Os detratores do ex-presidente também ocuparam espaços públicos para protestar contra sua soltura e pedir a volta da prisão após a segunda instância. Manifestações públicas são um saudável exercício da democracia e nada tem de condenáveis. O problema é que não se está num ano eleitoral, e o país sofre com os efeitos de um governo totalmente caótico. A cegueira ideológica dos furiosos antipetistas fez com que Jair Bolsonaro fosse eleito presidente, sem ter nenhuma condição de exercer o cargo. Seu governo está conduzindo o país para o abismo econômico e social. Sendo assim, é hora da esquerda mobilizar-se para fazer um enfrentamento às ações antisociais do governo. A causa da libertação de Lula, que se tornou vitoriosa, é muito meritória, mas não pode ser a única bandeira da esquerda brasileira. Os direitos dos trabalhadores, a educação, a saúde e a cultura estão sendo destroçados pelo governo Bolsonaro. Esse quadro exige uma mobilização imediata das forças de esquerda, para tentar conter a avalanche de medidas carregadas de demofobia que está se abatendo sobre o povo brasileiro. O debate político, sempre saudável, não pode servir de cortina de fumaça enquanto o governo perpetra suas maldades. Enquanto petistas e bolsonaristas batem boca, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destrói o futuro do Brasil. Pôr um freio às ações do pérfido ministro deveria ser, hoje, o principal objetivo da esquerda brasileira.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

A libertação de Lula

Como se esperava, já no dia seguinte à decisão do Supremo Tribunal Federal de não mais autorizar a prisão de um réu sem que todas as instâncias de julgamento sejam esgotadas, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foi libertado da unidade da Polícia Federal onde se encontrava encarcerado em Curitiba. A saída de Lula foi testemunhada por um expressivo número de pessoas, mas sem que tenham ocorrido excessos. A libertação de Lula restitui o que determina a Constituição Federal, e repara uma injustiça praticada contra o ex-presidente com o único intuito de não permitir que ele concorresse novamente ao cargo em 2018, já que sua vitória era certa. A saída de Lula da prisão não terá reflexos eleitorais imediatos, pois o próximo pleito, municipal, só ocorrerá daqui a um ano. Porém, Lula será o grande símbolo de resistência da esquerda em relação aos descalabros praticados pelo governo Bolsonaro. Se já mobilizava as pessoas estando limitado pelas paredes de uma prisão, em liberdade Lula será o farol que irá iluminar a resistência aos fascistas que estão no poder. Lula e os defensores da democracia não devem se deixar impressionar pelos rosnados da direita. O berreiro de alguns contra a saída de Lula da prisão é motivado, simplesmente, por ranço ideológico. A prisão de Lula gerou inconformidade de muitas pessoas, mas não resultou em tumultos nas ruas. Com Lula em liberdade, não será diferente.

A Constituição é a lei maior

A decisão de ontem do Supremo Tribunal Federal de negar a prisão de um réu após o julgamento em segunda instância, nada mais foi do que restabelecer o que expressa a Constituição Federal. A Constituição é a lei maior do país, a qual estão submetidas todas as outras, e ela estabelece que a prisão só pode ocorrer quando todas as instâncias tiverem sido percorridas, não cabendo mais recursos. Em linguagem jurídica, quando a sentença transitar em julgado. A interpretação feita pelo mesmo STF em 2016 autorizando a prisão depois da segunda instância, nada mais foi do que um arranjo feito para favorecer os promotores do golpe que derrubou uma presidente legitimamente eleita e que abriu caminho para a chegada da direita ao poder, condenando o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e impedindo sua candidatura a um novo mandato. Ao proferir o voto decisivo, ontem, o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, deixou uma brecha para uma nova alteração da interpretação, por meio de de uma proposta de emenda constitucional do Congresso. Foi, por certo, uma tentativa de Dias Toffoli de amenizar o impacto da sua decisão, e de conter os ânimos dos direitistas. As forças de direita no Congresso já estão se mobilizando para iniciar a tramitação de uma PEC que restituiria a prisão do réu após a segunda instância. Uma PEC, no entanto, tem um longo processo a ser percorrido no Congresso, e necessita de 308 votos para ser aprovada na Câmara dos Deputados. A manobra da direita não terá êxito.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Ladeira abaixo

Depois da pedra do título da Copa do Brasil, o Inter não consegue se aprumar. Após uma derrota no Gre-Nal se domingo, com uma atuação melancólica, o Inter, hoje, perdeu para o Ceará por 2 x 0, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro, e segue  ladeira abaixo na classificação. O Inter já caiu para o oitavo lugar, o que compromete até a possibilidade de se classificar para a Pré-Libertadores. Teoricamente, o objetivo do Inter permanece alcançável. O problema é que o Inter joga menos a cada partida, e não demonstra capacidade de reação. O técnico tampão Zé Ricardo parece perdido, e não define uma escalação titular nem um esquema tático preferencial. Tudo indica que o final de ano do Inter não será muito animador.

Brincando com a sorte

O Grêmio insiste em "dar mole" nos jogos na Arena que se prenunciam mais fáceis. Hoje, isso aconteceu novamente. Contra o CSA, pelo Campeonato Brasileiro,com apenas sete minutos de jogo, o Grêmio abriu o placar. O que poderia ser o caminho para uma goleada, transformou-se na senha para uma atuação sonolenta e burocrática, brincando com a sorte, o que por pouco não levou a um resultado desastroso. Sim, porque aos 43 minutos do segundo tempo, o Grêmio sofreu o gol de empate, que lhe levaria novamente para o quinto lugar na classificação do Brasileirão. Porém, mais uma vez, o Grêmio teve mais sorte do que juízo e, com um gol contra, alcançou a vitória aos 47 minutos. Com o resultado, combinado com a derrota do São Paulo para o Fluminense, o Grêmio chegou ao quarto lugar, na zona de classificação direta para a Libertadores. Tomara que o jogo de hoje sirva, finalmente, como lição e o Grêmio não corra novamente o risco de perder pontos diante de adversários mais fracos, o que poderia comprometer o objetivo de permanecer entre os quatro primeiros colocados.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

O vilão a ser combatido

O governo Bolsonaro é um desastre absoluto, mas o responsável maior por isso não é o presidente, uma figura que oscila entre o patético e o ridículo, cuja indigência mental é óbvia. Suas declarações disparatadas, bem como as de seus filhos, são cortinas de fumaça para que o verdadeiro artífice da maldade possa agir nas sombras, elaborando pacotes de cunho marcadamente antisocial. O vilão a ser combatido pelos brasileiros comprometidos com os interesses do povo é o ministro da Economia, Paulo Guedes. O papel do presidente Jair Bolsonaro foi apenas o de usar sua popularidade junto aos eleitores incautos para vencer a eleição e permitir que Paulo Guedes fizesse o serviço sujo com que os empresários sempre sonharam, retirando direitos dos trabalhadores e favorecendo os interesses do grande capital. O governo Bolsonaro só não caiu, ainda, porque os setores que lhe dão sustentação querem que Guedes complete o seu estoque de maldades. Depois que todas as atrocidades de Guedes forem aprovadas no Congresso, ninguém estará interessado em manter o governo Bolsonaro em pé. Afinal, aí a agenda neoliberal já terá sido implantada. Não foi por acaso que, durante a campanha, Bolsonaro tenha declarado que nada entendia de economia e que Paulo Guedes era o seu "posto Ipiranga" para questões dessa área. As forças de oposição precisam se unir no combate contra Guedes. Se ele for contrariado em suas intenções, e deixar o cargo, o governo Bolsonaro acabará logo a seguir, para alívio dos brasileiros.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Transferência

Começou mal o que será a primeira decisão da Libertadores em jogo único. Marcado para Santiago, o jogo teve de mudar de local, devido às manifestações populares que tomam conta da capital do Chile há três semanas. A nova sede da decisão será Lima. A transferência de local já na primeira edição do novo formato de decisão da Libertadores é mais uma demonstração do equívoco dessa imitação da Champions League. Torcedores que já tinham comprado ingressos para o jogo em Santiago terão de ser ressarcidos, por exemplo, e outros fatores logísticos precisarão ser refeitos em prazo exíguo, já que a data do jogo, 23 de novembro, não foi alterada.  Provavelmente, isso não aconteceria se o modelo de decisão anterior da Libertadores, em dois jogos, permanecesse. Tomara que a Confederação Sul-Americana de Futebol, no futuro, restitua a forma de decisão da Libertadores que vigorou até 2018.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Em busca da supremacia

Único piloto negro da Fórmula 1, o inglês Lewis Hamilton já  teria, por esse fato, um lugar marcante na história da maior categoria do automobilismo mundial. Porém, Hamilton superou essa condição, e tornou-se um dos grandes mitos do esporte. Em 2018, ao obter seu quinto título de campeão mundial de Fórmula 1, Hamilton superou o francês Alain Prost, vencedor por quatro vezes. Ontem, Hamilton ganhou o seu sexto título, ultrapassando o argentino Juan Manuel Fangio e se isolando como o segundo maior vencedor da categoria, atrás, apenas, do alemão Michael Schumacher, que é o recordista, com sete conquistas. Hamilton venceu quatro dos últimos cinco campeonatos, os três mais recentes de forma sucessiva. Com a idade que tem, 34 anos, Hamilton possui amplas possibilidades de se tornar o maior vencedor da Fórmula 1. Em busca da supremacia, no próximo campeonato Hamilton já poderá superar Schumacher em número de vitórias, e empatar na contagem de títulos. Sem dúvida, Hamilton é um piloto superlativo, cujos limites ainda estão longe de serem alcançados. Por tudo o que já fez, Hamilton já garantiu um lugar no panteão dos grandes nomes do esporte mundial, e poderá conseguir ainda muito mais.

domingo, 3 de novembro de 2019

Facilidade

Poderia ter sido uma goleada. O Grémio venceu o Inter por 2 x 0, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, num jogo em que foi espantosa a facilidade com que obteve a vitória. O Inter não chutou uma única bola ao gol do Grêmio durante todo o jogo. A escalação do Inter, repetindo a formatação bem sucedida na partida contra o Bahia, sugeria a ideia de um time mais ofensivo. Na prática, não se viu nada disso. Ainda antes da metade do primeiro tempo, o Grêmio tomou conta do jogo, ditando o ritmo da partida, e acabou por abrir o placar. O Inter não demonstrava poder de reação. A expulsão do goleiro Marcelo Lomba, no início do segundo tempo, só piorou a situação. A partir daí, o Inter se mostrou ainda mais acanhado, parecendo apenas querendo evitar uma derrota por um placar elástico. Com muitas chances desperdiçadas, o Grêmio, pelo menos, conseguiu marcar outro gol, tornando o resultado um pouco mais fiel ao seu desempenho. Com a vitória, o Grêmio se credencia fortemente a alcançar a classificação direta para a Libertadores. Por sua vez, o Inter terá de buscar, nos oito jogos que restam no Brasileirão, uma grande reação, ou não conseguirá nem mesmo ir para a pré-Libertadores. Porém, pelo que se viu hoje, essa retomada parece pouco provável.

sábado, 2 de novembro de 2019

A crise do capitalismo

Está a cada dia mais claro, com a eclosão de protestos em diversos países do mundo, que o capitalismo chegou a um estágio crítico. A desigualdade social só faz aumentar, e o povo já não tolera mais isso. A crise do capitalismo é evidente, pois esse sistema econômico gerou efeitos como o aquecimento global, com suas consequências desastrosas para a vida na Terra. O capitalismo é concentrador de riqueza, o que leva à expansão da pobreza. As pessoas estão percebendo isso, em várias partes do mundo, e saindo às ruas para protestar. Não haverá repressão que impeça tais manifestações, bradando por uma condição de vida melhor para todos. Saúde, segurança, educação, amparo previdenciário, são direitos de todos, não apenas de alguns. As manifestações no Equador e no Chile, bem como a eleição de Alberto Fernandez para presidente da Argentina, sinalizam qual é o caminho tomado na América do Sul. Não adianta o governo Jair Bolsonaro despejar ameaças contra a esquerda. A mudança já está em curso, e ela chegará ao Brasil, cedo ou tarde. Os esquecidos pelo sistema cansaram dessa situação. Não há violência policial que consiga conter uma população revoltada.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

A incitação a um novo golpe

O Brasil, a cada dia, recebe uma nova carga de declarações explosivas vindas do presidente Jair Bolsonaro ou de seus filhos. Em comum, todas primam pela falta de sensatez, grosseria, vulgaridade e demonstração explícita da indigência mental e baixeza moral de quem as profere. Ontem, a porção saudável do país teve de se deparar com a declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que se a esquerda radicalizar em manifestações como as ocorridas no Chile será preciso "um novo AI-5". A fala de Eduardo Bolsonaro, não poderia deixar de ser, caiu como uma bomba sobre a opinião pública, e foi repudiada por políticos de diferentes espectros ideológicos. Beneficiários de um golpe que destituiu uma presidente legitimamente eleita, os atuais ocupantes do poder não se dão por satisfeitos. A incitação a um novo golpe, feita por um dos filhos do presidente, é um fato gravíssimo, que não pode ser minimizado. Seu autor deveria ser punido com a cassação do mandato. O AI-5 foi o que de mais sórdido o Brasil viveu no campo político. Sugerir sua reedição é um ato vil e torpe. No simulacro de democracia que caracteriza o Brasil atual, vai tudo ficar por isso mesmo. Num país que estivesse na plenitude do funcionamento das suas instituições, tamanha afronta à sociedade civil jamais ficaria impune.