quinta-feira, 31 de maio de 2018

Sem noção

Há pessoas que, por vezes, perdem a oportunidade de ficarem caladas, e fazem declarações despropositadas. Esse é o caso do meia Diego, do Flamengo. Diego chegou a ser convocado várias vezes pelo técnico da Seleção Brasileira, Tite, mas ficou de fora da lista de jogadores que irão à Copa do Mundo, na Rússia, que se iniciará daqui a duas semanas. Diego disse que a Seleção sentirá a falta de um jogador como ele. Numa demonstração de excessiva autoestima, Diego considera que deveria estar na lista de convocados, mas garante que, mesmo assim, continua "amigo" de Tite. A afirmação de Diego é um exemplo do que popularmente é definido como alguém "sem noção". Não há nenhuma injustiça no fato de Diego não ter sido convocado para a Copa. Pelo contrário, nas vezes em que foi chamado é que não se entendeu porque Tite o fez. Uma das grandes revelações do time do Santos que foi campeão brasileiro em 2002, junto com Robinho, Diego logo foi para a Europa. Porém, nunca tornou-se um astro do futebol, pois, embora possua grande técnica, é um jogador frio, sem vibração. Nas vezes em que foi convocado, seu desempenho no Flamengo não justificava o chamado. Com sua declaração, Diego mostrou que lhe sobra pretensão, e falta autocrítica.

quarta-feira, 30 de maio de 2018

A sorte voltou de vez

Pelo visto, a sorte voltou de vez para o Inter. Hoje, no Barradão, o Inter venceu o Vitória por 3 x 2, pelo Campeonato Brasileiro. O gol da vitória aconteceu no último minuto dos acréscimos, a exemplo do que havia ocorrido contra o Corinthians, domingo. O Inter chegou a abrir 2 x 0 no placar, perdeu um pênalti, sofreu o empate, e quando o adversário fazia uma enorme pressão em busca da vitória, acabou obtendo o terceiro gol. Assim como ocorreu contra o Corinthians, o Inter esteve longe de jogar um bom futebol, mas quando a sorte se faz presente, tudo melhora. Com as três vitórias consecutivas que obteve no Brasileirão, o Inter subiu para o quarto lugar na classificação. Pela lógica, o Inter não irá terminar a competição nas primeiras colocações. Porém, no momento, a situação do Inter é mais do que satisfatória.

Repetição irritante

O que poderia ser circunstancial, virou rotina. O Grêmio empatou em 0 x 0 com o Fluminense, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro. Foi o quarto empate do Grêmio com esse placar em apenas oito jogos pelo Brasileirão. Uma repetição irritante. Foram somente sete gols marcados pelo Grêmio, menos de um por jogo. Três desses empates foram na Arena. Não há como aceitar esse desempenho, sob nenhuma justificativa. Embora tenha três centroavantes no grupo, o Grêmio não está tirando proveito disso. André, o de melhor qualidade entre eles, ainda não disse a que veio. Se os adversários estão jogando mais fechados, cabe ao técnico do Grêmio, Renato, encontrar soluções. A estratégia de poupar jogadores também precisa ser repensada. Deixar Ramiro, um titular importante, fora de um jogo como o de hoje, que poderia, eventualmente, valer até a liderança da competição para o Grêmio, é uma medida equivocada. O desperdício de pontos, com os três empates em casa e o outro 0 x 0, inaceitável, contra o lanterna absoluto Paraná, fora de casa, estão custando pontos preciosos para o Grêmio. No momento, o Grêmio está atrás do Inter em pontos e número de vitórias. Dada a imensa diferença atual de qualidade do Grêmio em relação ao seu maior rival, essa é uma demonstração clara do quanto é deficiente a sua campanha.

segunda-feira, 28 de maio de 2018

A imbecilidade que assola o país

A greve dos caminhoneiros que está em curso no Brasil serviu, também, de pretexto para que um grupo execrável saísse para as ruas, novamente. O grupo em questão é o dos que solicitam uma intervenção militar para "pôr ordem no país" e "acabar com a corrupção". Os integrantes desse grupo acreditam que os militares são o repositório da honestidade e que só eles podem resolver a crise brasileira. Alguns integrantes desse grupo não viveram a época da ditadura militar, e desconhecem suas inúmeras mazelas. Outros, por cegueira ideológica e desprezo á democracia também defendem a volta dos militares ao poder. A presença de defensores da ditadura nas ruas é uma situação em que fica demonstrada a imbecilidade que assola o país. Poucas vezes se viu tamanha obtusidade na discussão dos rumos do Brasil. Depois de o país ter sofrido as consequências de uma ditadura espúria e assassina por vinte e um anos não é admissível que haja quem proponha uma intervenção militar. Pelo contrario, o que o Brasil precisa é de respeito aos princípios democráticos. Só pode exercer o poder quem recebe o referendo do voto. Fora disso, é golpe.




domingo, 27 de maio de 2018

O retorno da sorte

No futebol, não há como um clube viver uma boa fase se não tiver a companhia da sorte. O Inter vivia momentos angustiantes, com escassez de vitórias e sem marcar gols. Foi, então, que veio a goleada sobre a Chapecoense, na segunda-feira. Hoje, contra o Corinthians, o Inter precisava tirar proveito de ter um segundo jogo consecutivo no Beira-Rio, e contra um adversário de peso, para obter mais uma vitória e buscar sua afirmação no Campeonato Brasileiro. Mesmo jogando melhor na maior parte do tempo, o Inter se encaminhava para um empate, depois de sofrer um gol logo aos quatro minutos do primeiro tempo e só ter igualado o placar no segundo. O jogo já estava nos acréscimos quando o retorno da sorte se fez sentir para o Inter. Numa bola lançada, sem nenhum perigo, para as proximidades da área do Corinthians, o lateral direito do clube paulista, Mantuan, tentou o domínio, mas ela escapou do seu controle e se ofereceu para Rossi fazer o gol da virada e da vitória do Inter por 2 x 1. Uma falha grotesca, que fez Mantuan sair de campo chorando e ser consolado por companheiros e adversários. Para o Inter foi um golpe de sorte quando o empate já parecia definitivo. Sem sorte, não se consegue nada na vida. Hoje, ela reapareceu para o Inter, o que pode servir de estímulo para que o clube prossiga numa sequência de bons resultados. Resta esperar para ver.

O gol que fez a diferença

Tudo parecia se repetir, de forma enfadonha. O Grêmio, mais uma vez se enredava na retranca de um adversário e não conseguia sair do 0 x 0. Caso o resultado permanecesse, se repetiria pela quarta vez em sete rodadas do Campeonato Brasileiro, o que seria inaceitável. O panorama era o mesmo dos jogos anteriores, com o Grêmio tendo maior posse de bola e trocando muito passes, sem, no entanto, criar oportunidades claras de gol. Porém, um jogador se destacava de todos os demais. Everton, que retornava ao time após a recuperação de uma lesão, mostrou-se agudo e insinuante, deixando claro que o caminho da vitória viria pelos seus pés. Não deu outra. Aos 36 minutos do segundo tempo, numa retomada de bola, Everton partiu desde o campo de defesa em alta velocidade. Ao chegar na entrada da grande área, pelo lado direito, cruzou a bola para o gol de Thony Anderson, de cabeça. Foi o gol que fez a diferença num jogo que se encaminhava para repetir os últimos tropeços do Grêmio.

sábado, 26 de maio de 2018

O vilão

Poucas vezes a derrota de um clube numa decisão teve um responsável tão claro. Na decisão da Champions League, hoje, no Estádio Olímpico de Kiev, o Real Madrid venceu o Liverpool por 3 x 1, mas o maior responsável pelo resultado não foi nenhum de seus jogadores. O vilão do jogo foi o goleiro Karius, do Liverpool. Ele concedeu dois gols ao Real Madrid. No primeiro, quando o jogo ainda estava 0 x 0, errou numa reposição de bola, permitindo que ela fosse interceptada por Benzema, que fez o gol. O Liverpool empatou logo depois, mas o Real Madrid fez 2 x 1 com um golaço de bicicleta de Bale, que havia entrado em campo pouco antes. O Liverpool tentava se reequilibrar no jogo quando aconteceu a pior falha de Karius que, num chute de fora de área de Bale, deixou a bola escorregar entre suas mãos e ir para as redes. O goleiro do Liverpool saiu de campo chorando e pedindo desculpas aos torcedores do clube. O Real Madrid chegou ao seu décimo-terceiro título da Champions League, um recorde absoluto. Porém, mesmo com o gol de bicicleta de Bale, os maiores destaques da partida foram as incríveis falhas de um goleiro que estava num dia extremamente desastrado.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Desdobramentos

Ao contrário do que se poderia pensar, a greve dos caminhoneiros não cessou no dia de hoje, mesmo depois do anúncio, ocorrido ontem, de uma trégua firmada com o governo federal. A consequência disso foi a convocação, por parte do governo, das forças militares para desobstruir as estradas e garantir o abastecimento de combustíveis e produtos essenciais em todo o país. A greve está longe de ser verdadeiramente dos caminhoneiros, ela tem muitos elementos de locaute, isto é, de uma paralisação patronal, dos donos de transportadoras. Dessa forma, o que está sendo buscado não é o alívio no bolso dos motoristas transportadores de cargas, mas a diminuição dos custos das empresas de seus patrões. Seja como for, o interessante será acompanhar os desdobramentos de toda essa situação. O Congresso Nacional já aprovou a realização de eleições indiretas caso haja vacância dos cargos de presidente e vice depois de decorrida mais da metade do mandato. Sendo assim, caso o presidente golpista e ilegítimo Michel Temer venha a cair, um novo ocupante do cargo seria escolhido pelo Congresso Nacional, e não pelas urnas. Estaria aberto o caminho para uma solução antidemocrática, com a suspensão das eleições de outubro próximo. Conspirações e golpes são fatos constantes ao longo da história do país. Dessa forma, os próximos dias poderão trazer nuvens ainda mais carregadas no já nebuloso momento que vive o Brasil.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Há algo um tanto estranho no ar

A greve dos caminhoneiros, que chegou ao seu quarto dia impactando fortemente a vida dos brasileiros, é um acontecimento que dá margem a várias interpretações. Em princípio, é um movimento justo de uma categoria em protesto pela alta constante dos preços do óleo diesel. Como o Brasil optou, em tempos idos, pelo rodoviarismo, relegando a um plano secundário outros modais de transporte, uma greve como essa pode paralisar o país, levando-o ao caos. Por isso, a greve pode não ser apenas o que parece. Há algo um tanto estranho no ar. Afinal, num momento político como o que vive o país, há quem deseje uma desordem social que servisse de pretexto para a suspensão das eleições de outubro e, até mesmo, a deflagração de uma intervenção militar. Não se deve esquecer que o golpe que derrubou o presidente do Chile, Salvador Allende, em1973, foi precedido por uma greve de caminhoneiros. Em se tratando de Brasil, não se pode duvidar de nada.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Vitória com pouca inspiração

Vencer era uma necessidade, para obter a segunda melhor campanha da fase de grupos da Libertadores, e o Grêmio conseguiu. Porém, ao ganhar do Defensor (URU) por 1 x 0, hoje, na Arena, o Grêmio obteve uma vitória com pouca inspiração. O Grêmio repetiu as dificuldades para concluir que mostrou nos últimos dois jogos, e por pouco não amargou mais um empate em 0 x 0. Foi salvo por um gol de Luan, num chute de fora da área em que o goleiro saltou atrasado. Os muitos desfalques e a má condição do gramado da Arena servem de atenuantes para o parco futebol apresentado pelo Grêmio, mas não explicam tudo. O time está jogando de forma burocrática, sem verticalidade. No plano individual, Maicosuel teve uma nova chance e, mais uma vez, não correspondeu. Luan, mesmo tendo feito o gol do jogo, teve uma atuação sem brilho. Tony Anderson deu mais uma demonstração de que não sabe jogar como um falso centroavante. Os destaques do Grêmio no jogo foram Kannemann e Maicon. Kannemann foi um exemplo de combatividade, e Maicon se constituiu no melhor do time, pela qualidade técnica. Agora, o Grêmio só voltará a jogar pela Libertadores em agosto. Restam ao Grêmio  antes da paralisação para a Copa do Mundo, seis jogos pelo Campeonato Brasileiro, e é fundamental melhorar a campanha na competição, saindo do modesto oitavo lugar, para voltar às primeiras posições e atravessar com tranquilidade o período sem partidas a disputar.

terça-feira, 22 de maio de 2018

O anúncio de Temer

O presidente golpista e ilegítimo Michel Temer declarou que não será candidato nas eleições de outubro. O anúncio de Temer é um dos fatos mais insólitos de que se tem notícia em muitos anos. Afinal, quem, em sã consciência, poderia cogitar a candidatura de um presidente recordista em impopularidade? Pelo visto, Temer entendia que isso era possível. Depois de revelar que não irá concorrer, Temer lançou o ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, como candidato do PMDB a presidente. As chances de Meirelles se eleger são tão factíveis quanto seriam as de Temer. Meirelles só exerceu cargos técnicos, não tem carisma, e fez parte do governo Temer, o que não favorece nenhum candidato. Por mais tempo de tevê que o PMDB disponha no horário eleitoral, e mesmo lançando mão de marqueteiros, não há como tornar Meirelles um candidato palatável para a maioria do eleitorado. Ainda bem, pois Meirelles, caso fosse eleito, seria um presidente voltado para os interesses do mercado, e alheio às necessidades da população. Depois de muitos anos em que não teve candidato próprio a presidente, o PMDB, ao que parece, vai ter o seu representante na eleição de 2018, mas só para marcar presença.

segunda-feira, 21 de maio de 2018

Melhor do que o esperado

A vitória era inadiável. Afinal, o Inter não vencia nem marcava gols há cinco jogos. Devido aos demais resultados da rodada do Campeonato Brasileiro, o Inter ingressara na zona de rebaixamento. Assim, o jogo contra a Chapecoense, hoje, no Beira-Rio, era envolto pela ansiedade em pôr fim ao jejum de gols e vitórias. Porém, em campo, não houve sofrimento. Tudo foi melhor do que o esperado. O Inter goleou a Chapecoense por 3 x 0, ao natural, sem fazer muito esforço. O resultado fez o Inter subir sete posições na classificação, chegando ao décimo lugar. Resta saber se o Inter venceu apenas por ter enfrentado um adversário mais fraco em relação ao jogos anteriores, ou se o resultado de hoje será o início de uma fase mais positiva. O próximo jogo, contra o Corinthians, no Beira-Rio, poderá ser um forte indicativo na busca para solucionar essa dúvida.

domingo, 20 de maio de 2018

Empate inadmissível

O terceiro empate em 0 x 0 em seis rodadas do Campeonato Brasileiro. Esse foi o resultado obtido pelo Grêmio, hoje, contra o Paraná, no Durival Brito. Com isso, em dezoito pontos disputados no Brasileirão, até agora, o Grêmio fez apenas nove, e está num nada honroso oitavo lugar na classificação. Foi um empate inadmissível, pois o Grêmio jogou contra o lanterna absoluto da competição, que só ganho um ponto até então. O Grêmio teve o domínio do jogo e a posse de bola na maior parte do tempo, como de costume, mas não conseguiu criar chances de gol contra um adversário fraquíssimo. O problema não é novo, já havia aparecido uma semana antes, no Gre-Nal. Contra o Atlético Paranaense, sobraram chances para marcar, mas faltou qualidade nas conclusões. A ineficiência ofensiva do Grêmio começa a preocupar. Os últimos gols marcados pelo Grêmio, contra o Monagas, na terça-feira, resultaram de um chute sem muita força, de fora da área, que o goleiro aceitou, e de um pênalti. André, centroavante que chegou carregado se expectativas, ainda não disse a que veio. Os dois únicos gols que marcou foram bolas em que ele apenas completou para as redes, sem maior esforço. No Gre-Nal, perdeu um gol feito. A alegação do técnico Renato, de que os times estão jogando regravados contra o Grêmio, é risível. Cabe a ele arrumar soluções para furar essas retrancar. Mais uma vez, o Grêmio está jogando fora um Campeonato Brasileiro que poderia vencer até com tranquilidade, o que é lamentável .

sábado, 19 de maio de 2018

Nada mudou

O quadro de deterioração política que vive o país deveria ensejar uma tentativa, mesmo que tímida, de uma mudança que pudesse dar aos eleitores uma mínima perspectiva de tempos melhores. Afinal, teremos eleições em outubro. Porém, na movimentação de partidos e pré-candidatos, percebe-se que nada mudou, e que a política continua sendo marcada por projetos pessoais dissociados do interesse público. Os partidos não tem nenhuma coerência ideológica, são meros balcões de negócios, com raras exceções. Um exemplo dessa triste situação ocorre no Partido Socialista Brasileiro - PSB. O partido só é socialista no nome, e faz composições políticas com partidos conservadores sem o menor pudor. Uma situação vivida pelo partido no Rio Grande do Sul exemplifica isso. O ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunati ingressou no PSB com a promessa de concorrer a senador pelo partido nas próximas eleições. O fato gerou a ira do ex-deputado federal Beto Albuquerque, que pretende concorrer ao mesmo cargo e não admite perder a vez para um recém chegado na sigla. Ocorre que, nas eleições desse ano, serão eleitos dois senadores em cada unidade da federação. Sendo assim, porque não se candidatam ambos? Porque o partido, de olho no aumento de suas bancadas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados precisa fazer alianças com outras siglas, e ocupar as duas candidaturas a senador torna isso inviável. Beto Albuquerque não abre mão de sua candidatura e chegou a alertar José Fortunati de que se ele fazia questão de concorrer a senador deveria se filiar a um outro partido. Se Fortunati insistir em seu propósito, Albuquerque irá forçar a realização de uma prévia. Fortunati, por sua vez, não admite essa hipótese, pois ingressou no PSB por lhe ter sido prometido que concorreria a senador pelo partido. Essa briga por espaço partidário e composições de chapas mostra que a política, no Brasil, continua a ser feita para atender aspirações individuais e conluios partidários, sem compromissos ideológicos nem preocupações com o interesse público. Um triste panorama, que não irá mudar tão cedo.

sexta-feira, 18 de maio de 2018

A trapaça de Platini

Michel Platini, ex-presidente da UEFA, foi um dos grandes jogadores de futebol em todos os tempos. Na França, onde nasceu, só Zidane é capaz de rivalizar com ele na condição de melhor jogador da história do país. A biografia de Platini, no entanto, foi manchada com o seu afastamento do cargo na UEFA por envolvimento em corrupção. Agora, Platini, numa entrevista para uma rádio francesa, comprometeu ainda mais a sua imagem. Rindo, Platini confessou que, como um dos membros da organização da Copa do Mundo de 1998, na França, participou de um truque para que a seleção de seu país não enfrentasse a brasileira antes da decisão da competição. "Uma decisão entre as duas seleções era o que todos desejavam", justificou Platini. Embora a trapaça de Platini não represente uma manipulação de resultados, e sim um direcionamento de tabela, ela corrói ainda mais a credibilidade das instituições que administram o futebol, já tão desgastada após sucessivos escândalos. Se dentro de campo o futebol ainda apresenta algum brilho, embora escasso em comparação com épocas anteriores, fora dele só faz ficar cada vez pior.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Liderança permanente

Uma nova pesquisa sobre a intenção de voto para a eleição presidencial desse ano foi realizada. O resultado foi o mesmo de tantas outras já feitas anteriormente, com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva em primeiro lugar no total dos cenários propostos. Com a prisão de Lula, há mais de um mês, muitos esperavam que, nas pesquisas seguintes, ele já não estivesse em primeiro lugar. Porém, Lula tem uma liderança permanente, desde que as pesquisas foram iniciadas. O recado da maioria dos eleitores é o de que Lula é o seu candidato preferido para ser o próximo presidente do Brasil. Nem mesmo a prisão de Lula foi capaz de alterar essa escolha. Por força de um golpe urdido pela elite brasileira, com amplo apoio da imprensa, o candidato da maioria dos eleitores brasileiros não poderá concorrer. Desde o início, ficou claro que a perseguição contra Lula tinha um único objetivo, o de impedir sua participação na eleição presidencial. Afinal, é sabido que, se Lula  concorrer, sua vitória é certa. A prisão de Lula, injusta e premeditada, em nada diminuiu o seu conceito junto ao eleitorado. Lula, a cada dia, solidifica a preferência dos eleitores pelo seu nome. Seus algozes, ao contrário, se tornam mais insignificantes com o decorrer do tempo.

terça-feira, 15 de maio de 2018

Gramado impraticável

No futebol, nem sempre as vitórias são obtidas com bom desempenho. Por vezes, elas são fruto da superação de obstáculos. Foi dessa forma que o Grêmio venceu o Monagas (VEN) por 2 x 1, hoje, no Monumental de Maturin, pela Libertadores. A vitória era imperativa para o Grêmio, que almeja ser o primeiro colocado de sua chave e, se possível, de toda a fase de grupos da competição. Ela se tornou ainda mais obrigatória após o Cerro Porteno ter vencido o Defensor por 1 x 0, fora de casa, com um gol nos acréscimos, pouco antes do jogo do Grêmio. As dificuldades do Grêmio, no entanto, não eram poucas. O time entrou em campo com apenas cinco titulares, em função das lesões e do desgaste físico resultantes do exaustivo calendário de jogos. Porém, o maior entrave para que o Grêmio pudesse vencer era o gramado impraticável do estádio venezuelano. O Grêmio, mesmo diante de um adversário modesto, não jogava bem. Como de costume, o Grêmio teve maior posse de bola, mas não conseguia traduzir isso em oportunidades de gol. O jogo se arrastava num 0 x 0 que parecia definitivo quando um chute de longa distância de Ramiro, contando com uma falha do goleiro, fez o Grêmio abrir o placar. Embora tenha recuado muito após marcar o gol, cedendo a bola para o Monagas, o Grêmio  não era ameaçado. Até que o impensável aconteceu. Kannemann, de atuação impecável durante todo o jogo, marcou um gol contra nós acréscimos. O empate seria desastroso para o Grêmio, pois praticamente lhe tiraria a chance de ser o primeiro colocado do grupo. Foi então que, no último lance do jogo, Cícero sofreu um pênalti. Na cobrança, Jailson fez o gol da vitória. Com o resultado, o Grêmio voltou a liderar o grupo, e só depende de si para confirmar essa posição na última rodada. Afora isso, já está classificado por antecipação, para as oitavas de final. Foi uma vitória com pouco futebol e toques dramáticos, num gramado horroroso, mas que dá prosseguimento a excelente fase vivida pelo Grêmio.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Convocação

Ocorreu, hoje, a convocação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo, na Rússia, que começará daqui a 31 dias. Como de costume, a lista apresentou inclusões incompreensíveis, e esquecimentos absolutamente injustos. As convocações de Fred e Taison, ambos do Shakhtar Donetsk, são inexplicáveis pelo critério da qualidade do futebol que praticam. Arthur, do Grêmio, jamais poderia ser preterido por Fred. Em vez de Taison, haveria uma gama de jogadores de melhor nível que poderiam ser chamados. A política de compadrio do técnico da Seleção Brasileira, Tite, mais uma vez se fez presente. Tite convocou vários jogadores que já trabalharam com ele em clubes, como Cássio, Fagner e Renato Augusto, no Corinthians, e Taison, no Inter. Não é um bom critério, em se tratando da Seleção. Afinal, como o próprio termo define, uma seleção é a triagem dos melhores jogadores de um país, não a reunião dos homens de confiança de seu técnico. Dessa forma, mais uma vez, a Seleção irá para uma Copa do Mundo sem a sua melhor composição possível. Afora isso, ao contrário de outras épocas, a Seleção só possui um jogador fora de série, Neymar. Entre os demais, há jogadores de grande nível, mas nenhum extraclasse, o que demonstra a escassez na revelação de valores no futebol brasileiro, em comparação com décadas anteriores. Por sua tradição, a Seleção Brasileira está entre as que devem ser apontadas no rol de candidatas ao título da Copa do Mundo na Rússia, mas sem o favoritismo destacado de outros tempos.

domingo, 13 de maio de 2018

A revelação da CIA

Um assunto tem tomado conta do país e gerado reações diversas, conforme a orientação ideológica de cada um. Foi divulgada, há poucos dias, a revelação da CIA de que o ex-presidente Ernesto Geisel manteve a política de extermínio de oponentes políticos praticada pelo seu antecessor no cargo, Emílio Garrastazu Médici. A notícia não chega a ser uma novidade, mas a confirmação de crimes executados pela ditadura militar causou grande impacto. Os defensores daquele período de trevas no país costumam alegar que o "perigo comunista" ameaçava o Brasil. Dessa forma tentam fazer com que se aceite como natural a prática de torturas e assassinatos de opositores políticos. Durante o regime militar, 401 pessoas foram assassinadas ou desapareceram, apurou a Comissão Nacional da Verdade, que trabalhou por dois anos e meio durante o governo Dilma Rousseff. Desse total, 89 pessoas sofreram com essa ação desumana nos governos de Geisel e do presidente seguinte; João Batista de Oliveira Figueiredo. Conforme destacou o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, o documento divulgado pela CIA comprova que a ditadura militar nada teve de branda; como sustentam alguns. Foi uma das mais duras do Cone Sul. Médici, o mais sanguinário dos presidentes do ciclo militar, eliminou a luta armada contra o regime autoritário. Geisel exterminou civis desarmados. Não poderia ser mais oportuna a revelação feita pela central de inteligência dos Estados Unidos. Afinal, o Brasil vive um momento político deprimente, no qual um apologista da ditadura, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL/RJ) tem expressivos índices de intenções de voto para a eleição presidencial desse ano. A revelação sobre o governo Geisel traz a tona, novamente, a necessidade da anulação da Lei de Anistia, que garantiu a impunidade dos agentes de uma ditadura militar assassina. Ditadores sanguinários e seus comandados devem ser julgados e condenados, como fizeram Argentina e Uruguai. Ditadura, nunca mais!

sábado, 12 de maio de 2018

Arbitragem desastrosa

O Grêmio não jogou uma grande partida, teve dificuldades para criar lances de gol, diante de um adversário que se propôs apenas a se defender, mas o empate de 0 x 0 no Gre-Nal de hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, esteve longe de ser justo. Afinal, três pênaltis claríssimos deixaram de ser marcados para o Grêmio por uma arbitragem desastrosa. No primeiro tempo, Fabiano empurrou Bruno Cortez. No segundo, Victor Cuesta interceptou a bola com a mão, e Patrick derrubou Luan. Pênaltis indiscutíveis, que foram ignorados pelo árbitro Wilton Sampaio (GO). Uma pergunta que não quer calar é para que servem os árbitros adicionais atrás das goleiras, já que sua visão em lances dentro da área é privilegiada, mas se omitem na tarefa de esclarecimento dos mesmos? O resultado foi frustrante para o Grêmio, cuja superioridade sobre seu maior rival, no momento, é avassaladora. Para o Inter tem um sabor de alívio, por ter empatado um jogo em que temia poder ser goleado. Curiosamente, no entanto, em termos de classificação, o empate foi pior para o Inter. Mesmo que os resultados do restante da rodada lhe sejam inteiramente desfavoráveis, o Grêmio não sairá do grupo dos dez primeiros colocados. Por sua vez, o Inter, que já está numa posição pouco confortável, poderá ingressar na zona de rebaixamento. Depois de três jogos na Arena, por competições diferentes, em que marcara treze gols, o Grêmio voltou a esbarrar num forte esquema defensivo de um adversário, como ocorrera com o Atlético Paranaense, não saindo do 0 x 0. Porém, o "feito" de Atlético Paranaense e Inter deverá ter pouco efeito prático. A trajetória exitosa do Grêmio nas três competições que disputa deverá prosseguir, enquanto os dois adversários que saíram sem derrota da casa gremista seguirão se debatendo com suas limitações.

quinta-feira, 10 de maio de 2018

Fábio Koff

O Grêmio perdeu um de seus maiores vultos. Fábio Koff, que faleceu hoje, aos 86 anos, foi presidente do Grêmio em três ocasiões, e ganhou o mais expressivo título da história do clube, o de campeão mundial, em 1983. Em seu mandato inicial, no biênio 1982/1983, conquistou a primeira das três Libertadores ganhas pelo Grêmio, e o já referido título mundial. Ao deixar o cargo, tornou-se uma liderança de expressão nacional no meio futebolístico, como presidente do Clube dos 13, instituição que revolucionou as relações contratuais entre os clubes e a emissora detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro. Em 92, com o Grêmio vivendo um momento extremamente difícil, vindo da Segunda Divisão, Koff voltou a presidir o clube, no período 1993/1996, em dois mandatos sucessivos. Foi uma época pródiga em títulos. O Grêmio foi campeão gaúcho em 1993, 1995 e 1996. Conquistou a Copa do Brasil em 1994. Ganhou a segunda Libertadores de sua história em 1995. Foi campeão brasileiro em 1996. Ficou faltando, apenas, o título mundial, perdido nos tiros livres da marca do pênalti, depois de um empate em 0 x 0 com o Ajax, no tempo normal e na prorrogação, jogando grande parte do tempo com um homem a menos, devido a expulsão do zagueiro Rivarola. No seu terceiro período como presidente do Grêmio, no biênio 2013/2014, Koff não ganhou títulos, mas conseguiu modificações no contrato entre o Grêmio e a OAS, construtora que ergueu a Arena, o qual era asfixiante para o clube no aspecto financeiro. Por todos esses feitos, Koff construiu uma trajetória única no clube, e imortalizou-se na história do Grêmio.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Classificado

As expectativas foram confirmadas. O Grêmio, mesmo jogando com um time inteiramente reserva, venceu o Goiás por 3 x 1, hoje, na Arena, e está classificado para as quartas de final da Copa do Brasil. A vitória por 2 x 0 no primeiro jogo, fora de casa, deixou o Grêmio com a classificação praticamente garantida, o que acabou se confirmando. O Goiás jogou com um time misto, o que facilitou ainda mais a tarefa do Grêmio. O grande nome do jogo foi Alisson, que marcou dois gols e deverá ser o substituto de Ramiro, que está suspenso, no Gre-Nal. O time, como um todo, jogou bem, com exceção de Bressan e Marcelo Oliveira que, mais uma vez, comprovaram que não podem jogar no Grêmio. Os jogos do Grêmio pelas quartas de final da Copa do Brasil só ocorrerão em agosto. Agora, o foco se volta para a Libertadores e o Campeonato Brasileiro, competições onde o Grêmio também está muito bem.

terça-feira, 8 de maio de 2018

A declaração de Cairoli

O vice-governador do Rio Grande do Sul, José Paulo Cairoli, criticou a necessidade de realização de plebiscito para a venda de empresas estatais. Considerou absurda essa exigência da Constituição Estadual. A manifestação de Cairoli foi feita na condição de governador em exercício, durante um curto período de férias do titular do cargo. Porém, o pior ainda estava por vir. Numa demonstração clara de seu pensamento autoritário, Cairoli disse que comentou com o governador José Ivo Sartori que o ideal seria fechar a Assembleia Legislativa por um tempo para "fazer o que é preciso". A declaração de Cairoli é inadmissível, mas nada tem de surpreendente. Afinal, o vice-governador é um latifundiário e "líder empresarial". Sua inclusão na chapa de Sartori repete a anomalia ocorrida quando Yeda Crusius foi governadora do Rio Grande do Sul tendo como vice outro empresário, Paulo Afonso Feijó, que tinha como sua maior aspiração a de vender estatais. O exercício de cargos políticos por figuras como Cairoli e Feijó é mais uma anomalia gerada por uma relação promíscua e espúria entre partidos e o meio empresarial. A formação de chapas que misturam políticos com empresários tem duas intenções fundamentais. A primeira é a de sinalizar que, se obtiver a vitória na eleição, fará um governo amigável para o "mercado". A outra é garantir que os empresários apoiem a chapa com generosas doações de recursos. O Brasil está mergulhado numa onda fascista. Se em outros períodos os adeptos da demofobia estavam enrustidos, hoje exibem sua desfaçatez de modo despudorado.

segunda-feira, 7 de maio de 2018

O melhor time do Brasil

A imprensa esportiva brasileira está encantada com o Grêmio. O alto nível de desempenho do Grêmio faz com que ele receba uma chuva de elogios em todo o país. Parece haver um consenso de que o Grêmio joga o futebol mais bonito do país. Porém, quando se trata de escolher quem é o melhor time do Brasil, a imprensa ainda coloca uma interrogação em relação ao Grêmio. A razão desse comportamento é que, levando em conta a composição dos times, Palmeiras e Flamengo, por exemplo, seriam mais qualificados. Para sustentar essa posição, muitos lembram que o Grêmio tem jogadores que já estavam em baixa na carreira, como Leonardo Moura e Bruno Cortez, e que outros clubes tem mais nomes conceituados na sua escalação. Essa visão é equivocada. Para ficar na comparação com Palmeiras e Flamengo, nenhum deles possui um meio de campo com a qualidade que tem o do Grêmio, com Maicon, Arthur, Ramiro e Luan. Everton é, no momento, o melhor atacante em atividade no Brasil. Na defesa, Marcelo Grohe é um goleiro de nível de Seleção Brasileira, e a dupla de zaga, Geromel e Kannemann, é, sem nenhuma dúvida, a melhor do país. Os laterais, ao contrário do que muitos dizem, não são pontos fracos do time. Leonardo Moura, mesmo sendo um veterano de 39 anos, é um jogador de alta capacidade técnica, que tem dado grande contribuição ao time. Bruno Cortez, quase sempre desdenhado pela crônica esportiva, é um jogador de notável regularidade. Em relação ao atacante mais agudo, Jael é limitado mas tem realizado boas atuações e, afora isso, André é quem será o titular a partir da segunda fase da Libertadores. Palmeiras e Flamengo, por outro lado, possuem duplas de zagueiros questionáveis, e figurões que não rendem o que deles se espera, como os meias Lucas Lima e Diego. Se é verdade que em termos de composição de grupo, Palmeiras e Flamengo estão bem constituídos, o Grêmio não fica atrás. Seu banco de reservas possui jogadores como Alisson, Michel, Cícero, Thony Anderson, Maicosuel, Hernane Brocador, e deverá contar, em breve, com o retorno de Douglas, que se recupera de duas lesões em sequência. Em resumo, a dúvida não se sustenta. O Grêmio é, sim, o melhor time do Brasil, bem acima de qualquer outro postulante a essa condição.

domingo, 6 de maio de 2018

Tempos sombrios

O Inter já começa a preocupar seus torcedores. Mesmo que tenha atuações razoáveis, não consegue marcar gols. Em consequência disso, não obtém vitórias. Hoje, contra o Flamengo no Maracanã, com mais de 60 mil pessoas no estádio, o Inter fez um bom primeiro tempo e teve mais chances de gol. Porém, no segundo, foi inteiramente dominado, e perdeu o jogo por 2 x 0. Como se não bastasse a derrota na partida, o Inter também perdeu a cabeça. William Potker foi expulso após agredir um adversário. D'Alessandro fez o mesmo mas, sabe-se lá o porquê, foi poupado pela arbitragem. São tempos sombrios os que vive o Inter. Só lhe resta o Campeonato Brasileiro para disputar, e já começa a despencar na classificação. Seu próximo jogo será contra o seu maior rival, o Grêmio, atualmente o melhor time do Brasil e, também, o que joga o futebol mais bonito, na Arena. Tudo indica que os próximos dias do Inter serão turbulentos.

Espetáculo

Não foi apenas um jogo. A goleada de 5 x 1 do Grêmio sobre o Santos, hoje, na Arena, pelo Campeonato Brasileiro, foi um espetáculo. Foi o segundo jogo do Grêmio, na semana, na Arena. Em ambos, marcou cinco gols, e levou somente um. Não há mais nenhuma dúvida de que o Grêmio não se limita a jogar o futebol mais bonito do país, ele é, também, o melhor time do Brasil. O Grêmio mantém a posse de bola na maior parte do tempo, troca passes até abrir brechas para concluir ao gol, prática um futebol envolvente e encantador. Não importa qual a competição, quem é o adversário, qual o peso de sua camisa, o Grêmio se comporta da mesma maneira. Vai se impondo ao adversário, e extasiando o seu torcedor. O Santos não é um time fraco, chegou a obter um empate parcial, mas sucumbiu diante da superioridade do Grêmio. O torcedor do Grêmio está autorizado a sonhar com todos os títulos possíveis. O limite do Grêmio ainda não foi alcançado.

sábado, 5 de maio de 2018

O bicentenário de Karl Marx

A data de hoje marca os duzentos anos de nascimento do filósofo e sociólogo alemão Karl Marx. Curiosamente, a imprensa não repercutiu esse fato. Datas redondas sempre mereceram destaque, e Marx, gostem muitos ou não, é uma das figuras mais importantes da história. Sua obra foi o alicerce para a formulação do comunismo, um regime político que pôs fim à hegemonia do pensamento burguês e estabeleceu uma divisão ideológica no mundo ocidental que, longe de ter se acabado com a queda da chamada "cortina de ferro", só se acentua a cada dia. Marx expôs as vísceras do capitalismo, suas iniquidades e perversidades. Até hoje, ninguém foi mais preciso no mapeamento desse modelo econômico cruel e excludente. Não se trata de ser ou não esquerdista. A análise econômica de Marx é irrefutável. Ele demonstra os mecanismos de exploração econômica próprios do capitalismo, a concentração de renda e a exclusão social que lhe são consequentes, e exorta as classes oprimidas para que se insurjam contra esse quadro. O término do ciclo histórico da Guerra Fria, com as quedas de governos comunistas ocorridas a partir do final dos anos 80, não significa o desaparecimento do pensamento de esquerda. Longe disso. Ao contrário do que dizem os defensores do neoliberalismo, alegando que esquerda e direita são conceitos superados, essa divisão está mais presente do que nunca no mundo. Marx foi autor de uma obra que se tornou um divisor de águas na história da humanidade. Todo o esforço para desqualificar sua importância será um exercício estúpido e absolutamente vão. Os conceitos e análises de Marx prosseguem vivos e atuais, e constituem uma denúncia permanente contra a opressão capitalista. O bicentenário de Karl Marx pode até ser desprezado pela imprensa, mas será devidamente lembrado por todos os que se voltam contra a exclusão social e a desigualdade resultantes do capitalismo.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

A perda de interesse pelo futebol

O Brasil já foi chamado de "o país do futebol". Não é mais. Pesquisas demonstram que o interesse pelo futebol no país vem caindo, progressivamente. Atualmente, 41% dos brasileiros não se interessam por esse esporte. O que explica esse fato? As razões, por certo, são múltiplas. A qualidade do futebol praticado no país, certamente, é uma delas. Os melhores jogadores brasileiros atuam no exterior. Os clubes seguem revelando novos valores, mas eles permanecem muito pouco tempo no Brasil, pois, tão logo surgem, vão para países estrangeiros. Afora isso, os estádios se elitizaram, pois se tornaram menores e, por conseguinte, com ingressos mais caros, quando se sabe que o futebol é um esporte essencialmente popular. Os anacrônicos campeonatos estaduais, que ocupam um espaço demasiado no calendário, também contribuem para isso. O fato de acompanhar, pela televisão, os jogos dos principais campeonatos nacionais europeus e da Champions League é outro dado a ser levado em conta, pois a diferença do que se vê por lá com o futebol praticado no Brasil é bastante evidente. O futebol brasileiro precisa resgatar o torcedor mais humilde, e não limitar os estádios apenas para os sócios dos clubes, cobrando preços extorsivos nos ingressos avulsos. Muitas são as causas do pouco interesse dos brasileiros pelo futebol. Várias são as possibilidades de solução para o problema. Seja como for, é preciso tomar atitudes para enfrentar a perda de interesse pelo futebol por parte dos brasileiros, que vem aumentando a cada ano.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

O triste ocaso de João Gilberto

Um dos maiores ícones da Bossa Nova, grande movimento musical brasileiro, João Gilberto, aos 86 anos, vive momentos dramáticos. Com a saúde debilitada e em péssima situação financeira, João Gilberto teve de deixar o apartamento onde vivia no Leblon, no Rio de Janeiro, e foi para um imóvel cedido por uma pessoa amiga. Sua condição financeira é de penúria, e não lhe permite, sequer, ter um plano de saúde. O estado de reclusão em que vivia era conhecido há anos, e tratado por muitos como mais uma demonstração do temperamento excêntrico do artista. Hoje, verifica-se que não era nada disso. O enclausuramento de João Gilberto já era uma manifestação patológica. O músico não tem noção plena da realidade, o que o torna incapaz de gerir a própria vida. Para proteger seus interesses e cuidar de sua saúde, a filha do artista, a cantora Bebel Gilberto, entrou com um pedido de interdição judicial do pai. O homem que revolucionou o modo de interpretar na música brasileira, com sua voz sussurrante em contraste com o vozeirão dos cantores da velha guarda, merecia um final de vida mais digno. O triste ocaso de João Gilberto é mais uma demonstração de que o infortúnio não atinge só os humildes e anônimos, mas, também, os talentosos e famosos.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Olé

Mais uma vez, o Brasil se rendeu ao futebol exibido pelo Grêmio. Em mais uma atuação de luxo, o Grêmio goleou o Cerro Porteno por 5 x 0, hoje, na Arena, pela Libertadores. O início do jogo parecia indicar uma partida mais difícil. Nos primeiros 25 minutos, o Cerro Porteno já havia tido uma oportunidade clara de gol, e o Grêmio mostrava dificuldades para concluir. Tudo mudou aos 27 minutos, quando Jael fez o pivô para Everton marcar um golaço e abrir o placar. Logo depois, Ramiro, de cabeça, já fazia 2 x 0. A partir daí, o Grêmio tomou conta do jogo. No segundo tempo, foram mais três gols, e a torcida gritando olé diante da troca de passes do Grêmio. Como costuma acontecer em partidas como essa, ninguém jogou mal no Grêmio. Porém, alguns jogadores brilharam intensamente. O melhor jogador em campo foi Everton. Ele não só marcou dois gols como teve um desempenho de alto nível durante todo o jogo. Everton é, hoje, possivelmente, o melhor jogador em atividade no Brasil. Não seria de todo surpreendente se o técnico da Seleção Brasileira, Tite, que esteve na Arena para observar os selecionáveis do Grêmio, Marcelo Grohe, Geromel, Arthur e Luan, não chamasse nenhum deles, e convocasse Everton. Outro jogador que teve uma atuação notável foi Bruno Cortez, que é desprezado por boa parte da imprensa, mas é extremamente regular. Foi mais um espetáculo proporcionado pelo Grêmio, gerando manifestações entusiasmadas da imprensa do centro do país. O ano do Grêmio, até aqui, segue sendo mágico.