sexta-feira, 29 de julho de 2011

Participação ativa

A grande novidade para as eleições municipais de 2012 deverá ser a participação ativa na campanha do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Em 2008, Lula, na condição de presidente, evitou se engajar na campanha de candidatos de seu partido, o PT, no enfrentamento contra adversários provenientes da base aliada. As conveniências das alianças feitas em nome da governabilidade e a posição de magistrado esperada de um presidente, não permitiam que Lula tivesse uma postura mais decidida no apoio aos candidatos do PT. Agora, na condição de ex-presidente, Lula não sofrerá essas restrições, e já disse que quer participar ativamente da campanha. Como destacou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, Lula, hoje, está em "outra posição". Os demais partidos, certamente, não irão gostar dessa disposição de Lula de atuar mais fortemente nas eleições. O ex-presidente terminou seu mandato com os mais altos índices de popularidade já alcançados por um ocupante do cargo. Sua força como cabo eleitoral pode se tornar decisiva para um candidato. Não faltarão veículos de imprensa para julgar que Lula estaria agindo erradamente ao adotar tal comportamento. Não há, no entanto, nenhuma irregularidade nessa conduta. Por não ser mais presidente, Lula não é obrigado a se portar com isenção. Como cidadão livre para expressar suas opiniões, tem todo o direito de manifestar publicamente o apoio aos candidatos do partido ao qual é filiado. Se outros ex-presidentes não fazem o mesmo, não é porque tenham uma postura mais elevada, como alguém possa pensar. Simplesmente, o seu próprio partido duvida do benefício eleitoral de seu apoio, o que ficou evidente na eleição presidencial de 2010, quando o PSDB praticamente ignorou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante a campanha do candidato do partido, José Serra. A popularidade de Lula poderá desequilibrar a eleição em favor dos candidatos do PT, o que já deve estar tirando o sono de muita gente.