quarta-feira, 8 de abril de 2015

Escândalo

Acompanho o futebol desde que tomei consciência de minha existência. Mais tarde, ainda na infância, comecei a frequentar estádios, o que faço há 44 anos. Em todo esse tempo verifiquei um mesmo quadro, que permanece imutável, e que é o favorecimento explícito das arbitragens ao Inter no Campeonato Gaúcho. Nada parece capaz de mudar essa situação. Hoje à noite, no Beira-Rio, tivemos mais uma demonstração disso, e que se constituiu num verdadeiro escândalo. O Inter perdia para o modesto, mas digno, Cruzeiro por 2 x 0, e estava sendo eliminado do Gauchão. O árbitro, então, marcou um pênalti em favor do Inter, que D'Alessandro cobrou para fora. Não satisfeito, o árbitro marcou um segundo pênalti para o Inter, dessa vez convertido por Lisandro López, e ainda expulsou o jogador do Cruzeiro que, supostamente, o cometeu. Mesmo assim, o Cruzeiro conseguiu manter o empate e levar a decisão da classificação às semifinais para os tiros livres da marca do pênalti. Ferido em seu moral, porém, pelos prejuízos sofridos por parte da arbitragem, o Cruzeiro sucumbiu nas cobranças e foi eliminado. Mais duro do que assistir ao assalto praticado contra o Cruzeiro, foi ouvir um "isento" comentarista de uma rádio de Porto Alegre, desqualificar o justo e magoado desabafo do técnico do clube, Luiz Fernando Zaluar. Para o comentarista em questão, vergonhosa não foi a atuação do árbitro, mas a reclamação do técnico, pois, afirmou, os dois pênaltis existiram. Ao ser lembrado de que o Inter em 20 jogos no ano, somando campeonato estadual e Libertadores, havia tido 11 pênaltis marcados a seu favor, declarou que se lembrava de cada um dos lances, e que todos aconteceram mesmo. Como se não bastasse toda essa sujeira nauseante, após o jogo, já se articulava a hipótese de que a primeira partida entre Brasil de Pelotas e Inter, pelas semifinais da competição, seja disputada em São Leopoldo. Com isso, o Brasil, que é o mandante do jogo, faria uma viagem mais longa do que o Inter, que é o visitante. Pode-se cogitar de algo tão absurdo e injusto? Sim, pode-se, pois o presidente da Federação Gaúcha de Futebol é conselheiro do Inter, e a imprensa acha tudo normal. Em suma, estamos presenciando uma disputa de cartas marcadas, pútrida, imoral, abjeta, indecente, nojenta, asquerosa, ignominiosa, repulsiva, pornográfica.