sexta-feira, 25 de junho de 2021

Um castelo de cartas

Só as singularidades, no pior sentido do termo, da poĺítica brasileira, explicam o porquê de o governo Jair Bolsonaro ainda existir formalmente. Na prática, o governo do ex-capitão se desmancha como um castelo ds cartas, derrete tanto quanto um sorvete exposto ao sol. O genocida Bolsonaro nunca foi um governante na acepção da palavra. Mentalmente incapaz, bronco, preguiçoso e inculto, não reúne as mínimas condições para o exercício administrativo, nem se dispõe ao mesmo. Desde que tomou posse, seu desempenho diário como presidente se resume a dar declarações grosseiras e vulgares, atacar os veículos de imprensa, intimidar jornalistas, afrontar os demais poderes constituídos, insinuar que dará um golpe de Estado. Apoiado por seu "gado", ou seja, o bando de fanáticos que o saúdam como "mito", e por um empresariado que resiste a ideia de sua saída antes que seu ministro da Economia, Paulo Guedes, complete todo o seu pacote de maldades contra os trabalhadores, Bolsonaro vai se mantendo no cargo, mas é improvável que resista até o final de seu mandato. Sua popularidade vem caindo acentuadamente, na medida em que os escândalos do governo, cuja bandeira era o combate à corrupção, vão se acumulando. O negacionismo de Bolsonaro diante da pandemia de coronavírus, incentivando o uso de medicamentos comprovadamente ineficazes, provocando aglomerações sem usar máscara, agravam os números da doença no pais, multiplicam o número de mortos, e estressam a sociedade. Sua negligência premeditada na aquisição de vacinas causou milhares de mortes pela covid-19 que seriam evitáveis. A tudo isso se soma, agora, a compra superfaturada da vacina indiana Covaxin, fato que era de seu pleno conhecimento. Seja qual for o meio legal de que se lance mão para tanto, o impeachment ou qualquer outro, Bolsonaro tem de ser destituído do cargo, não pode concluir seu mandato.