quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O combate ao obscurantismo

Vivemos tempos de ampliação das liberdades. Minorias antes oprimidas ganharam vez e voz. A sociedade torna-se cada vez menos tolerante com o obscurantismo e o falso moralismo. A batalha contra o conservadorismo retrógrado ainda é árdua, claro, mas discursos medievais e intolerantes não são mais aceitos. As declarações homofóbicas do candidato nanico a presidente, Levy Fidélix (PRTB), durante um debate de televisão, teve enorme repercussão negativa, que não se limitou às fronteiras do país, tendo ecoado fortemente no exterior. O recuo da candidata a presidente Marina Silva (PSB) no apoio às causas do movimento LGBT, pressionada que foi por lideranças evangélicas, fez com que o ator americano Mark Ruffalo, que havia lhe declarado apoio publicamente, voltasse atrás em sua posição. Os candidatos ainda evitam falar abertamente sobre temas considerados mais "espinhosos". Temem perder votos e contrariar o eleitorado conservador. Porém, está mais do que claro que o que as pessoas não aceitam mais são posições em desacordo com o avanço dos costumes. Muito há, ainda, a conquistar nesse terreno, mas que ninguém imagine a possibilidade de um retrocesso. A história não caminha para trás. Os que, dotados de visibilidade pública, se mostrarem homofóbicos, como no caso de Levy Fidélix, ou vacilantes no apoio aos gays, de forma idêntica com a de Marina Silva, logo sentirão o repúdio contra as suas manifestações. Sabe-se que existem grupos que perseguem e agridem minorias, mas eles são focos isolados de preconceito, não representam o pensamento preponderante da sociedade. Discursos moralistas e com conceitos formulados a partir de condenações de origem religiosa não tem mais vez. Os que apostarem na arenga conservadora vão se dar muito mal. O combate ao obscurantismo é uma tarefa exaustiva, mas os que o fazem estão em vantagem, e assim irão permanecer.